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Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Patologi� Módulo I: Conceitos iniciais Patologia → pathos = doença e logos = estudo → estudos das doenças. No caso da patologia geral, estuda-se o processo patogênico de modo geral, ou seja, o que é comum às doenças. ● Etiologia: estudo das causas; ● Patogênese: estudo do mecanismo patológico; ● Anatomia patológica: estuda a morfologia patológica; ● Fisiopatologia: distúrbios da função; Saúde X Doença X Normalidade A saúde refere-se a um estado adaptado do organismo ao meio ambiente, a pessoa se sente bem (saúde subjetiva) e não tem alterações orgânicas (saúde objetiva). Já a doença é a falta de adaptação que afeta não apenas o físico, mas emocional, social, psíquico e com alterações orgânicas. Normalidade são padrões estabelecidos, por exemplo a pressão 120X80. ● Sinais: objetivo; ● Sintomas: subjetivo; Agressões podem ser provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, por alterações na expressão gênica ou por modificações nutricionais, metabólicas ou dos próprios mecanismos de defesa do organismo. Existem inúmeros mecanismos de defesa do organismos, inclusive barreiras mecânicas e químicas; ● Contra agentes infecciosos: fagocitose, sistema complemento, processo inflamatório (resposta imune inata ou adaptativa); ● Contra agentes genotóxicos: sistema de reparo do DNA; ● Contra compostos químicos tóxicos: sistema enzimático de desintoxicação e antioxidantes; A adaptação é quando o organismo muda alguns mecanismos funcionais (dentro da normalidade) para conseguir sobreviver - simplifiquei ao máximo esse conceito. Exemplo simples disso: hipertrofia do músculo esqueléticas em atletas. Essa adaptação sistêmica e geral é conhecida como estresse; Lesão: alterações morfológicas, celulares e fisiopatológicas; Processo patológico: sucessão de eventos que ocorrem nas lesões, pois elas evoluem e de maneira diferente. Muitas chegam a cura outras a cronificação; Uma agressão gerará um estímulo de defesa do corpo frente ao agente invasor, essa defesa resulta em modificações morfológicas nas células, tecidos e sistemas do organismo que podem induzir a uma adaptação ou a uma lesão. 1 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Embora existam muitos agentes agressores, as lesões formadas são similares, pois os mecanismos de defesa do corpo são inespecíficos. ● Degeneração hidrópica: é causada pela falta de ATP que gera na disfunção de bombas de eletrólitos que ao gerar esse desequilíbrio faz com que absorva água ocorra essa lesão; OBS.: Alguns exemplos que culminam na falta de ATP que geram a degeneração hidrópica: diminui fluxo sanguíneo → diminui oxigênio → reduz a produção de energia OU inibição de enzimas da cadeia respiratória que diminui a produção de ATP OU agentes agressores consomem muito ATP gerando diminuição dele; ● Reação inflamatória: qualquer agressão que envolva a saída de leucócitos dos vasos, por exemplo; A imagem abaixo mostra um exemplo que fica claro como a lesão surge tanto de agentes agressores como de resposta de defesa do corpo. Classificação e nomenclatura das lesões e das doenças Primeiro tem que se lembrar que quando a lesão atinge um tecido ela pode comprometer algumas estruturas, como: células (parenquimatosas ou estromas), componentes intercelulares (interstício ou matriz intracelular), circulação sanguínea e linfática e inervação. Tendo isso em vista, as lesões são classificadas em 5 grandes grupos, mas as doenças podem associar esses tipos de lesões. ● Lesões celulares: ○ Letais: são as necroses (morte celular seguida de autólise), apoptose (morte celular não seguida de autólise) e outros tipos. ○ Não-letais: células continuam vivas e podem depois voltar a sua normalidade. Para classificar como letais ou não letais deve-se levar em consideração a duração, a qualidade e a intensidade, estado funcional e tipo de célula atingida; ■ Podem modificar o metabolismo e gerar acúmulo de substâncias intracelulares → degeneração; ■ Podem gerar modificações na regulação da proliferação e na diferenciação celular → hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias); ● Alterações do interstício: modificações na substância fundamental amorfa, fibras elásticas, colágenas e reticulares; ● Distúrbios da circulação: modificações do fluxo sanguíneo (hiperemia, oligoemia e isquemia); coagulação do sangue no leito vascular (trombose). aparecimento de substância ou corpos no sangue que causam obstrução (embolia); saída de sangue do leito vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquido entre o plasma e o interstício (edema); ● Alterações da inervação: ● Inflamação: modificações locais da microcirculação e pela saída de leucócitos do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e do interstício; Métodos de Estudo ● Estudo morfológico: exames citológicos (lâminas ao microscópio) e 2 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B anatomopatológicos (biópsias, peças cirúrgicas e autópsia); ○ Exame citológico: Coloração mais usada é a de papanicolau; ■ VANTAGENS: simplicidade, baixo custo e rapidez do resultado em relação aos anatomopatológicos; ■ DESVANTAGENS: ausência de arquitetura tecidual e menor quantidade de amostras; ○ Exame anatomopatológicos; ● Imuno-histoquímica: anticorpos específicos para detecção de antígenos (imunofluorescência e técnicas imunoenzimáticas); ● Cultura celular: manutenção e multiplicação de células em meio de cultura; ● Citometria de fluxo: técnica avançada que compara células (tamanho e constituintes citoplasmáticos; ● Morfometria: medida de dimensões de células, tecidos ou constituintes celulares, amostras normais ou patológicas; ● Biologia molecular: PCR (reação em cadeia polimerase), sequenciamento de DNA, espectrometria de massas; Degeneração Celular Lesões celulares ● Podem ser reversíveis ou irreversíveis; ● Microscópicas e macroscópicas; ● Nem sempre há alterações morfológicas; ● As alterações aparecem quando distúrbios moleculares e metabólicos são suficientemente intensos para modificar a estrutura de células e tecidos; Respostas das células a agressões - Estresse celular ● Agressões podem gerar duas respostas celulares; ○ Ativação de vias de sobrevivência; ○ Morte celular; ● Estresse celular: respostas e modificações celulares que surgem após agressões; ● Degenerações: depósitos anormais de substâncias; ● As agressões podem: ○ Reduzir a oferta de oxigênio e nutrientes; ○ Alterar vias metabólicas que produzem energia; ○ Gerar radicais livres; ○ Agredir diretamente macromoléculas, em especial DNA; Membrana citoplasmática e transporte de moléculas-transporte de íons ● Permeabilidade da membrana plasmática; ○ Fracamente permeável a pequenas molécula apolares (difusão simples); ○ Permeabilidade parcial para água e pequenas outras molécula polares sem carga elétrica (difusão simples limitada); ○ Impermeável a íons e macromoléculas; ■ Nesse caso as proteínas transmembranosas atuam no transporte passivo ou ativo; Regulação do pH intracelular ● É feita por canais que transportam prótons e ânions. Reconhecimento de estímulos-REceptores de membrana -Vias de transmissão de sinais ● O reconhecimento de estímulos exógenos (físicos, químicos ou biológicos) ou endógenos (estresse metabólico) envolve a interação de ligantes ou agonistas (que representam o sinal da presença do estímulo) e seus receptores, que transmitem o sinal para comandar os processos metabólicos necessários para adaptação ao estímulo recebido; Homeostase proteica ● Síntese proteica e proteólise (homeostase proteica ou proteostase) são indispensáveis para a homeostase celular.; ● As proteínas têm vida útil limitada, e a célula necessita sintetizar continuamente muitas delas, para substituir aquela envelhecidas ou defeituosas; Degenerações 3 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior da célula ● Morfologicamente: deposição (acúmulo) de substâncias e, células;São agrupadas de acordo a natureza da lesão: ● Degeneração hidrópica: acúmulo de água e eletrólitos; ● Degeneração mucóide ou hialina: acúmulo de proteínas; ● Esteatose e lipidose: acúmulo de lipídeos; ● Glicogenoses e mucopolissacaridoses: Degeneração por acúmulo de carboidratos; Degeneração hidrópica ● Lesão celular reversível; ● Acúmulo de água e eletrólitos; ● Causadas por agentes físicos, químicos ou biológicos que alteram o equilíbrio hidroeletrolítico e levam a retenção de eletrólitos e água; ● Retenção de íons sódio é a principal causa; ● Motivos possíveis da retenção; ○ Hipóxia, desacopladores da fosforilação mitocondrial, inibidores da cadeia respiratória e agentes tóxicos que lesam a membrana mitocondrial, pois reduzem a produção de ATP; ○ Hipertermia, pois aumenta o consumo de ATP; ○ Agressões geradoras de radicais livres, que lesam membranas; ○ Inibidores de ATPase Na+/K+ dependente (oubaína para tratamento da insuficiência cardíaca); ● Macroscopicamente: órgãos aumenta de peso e volume e a coloração fica mais pálida, pois as células aumentam o volume e comprimem os capilares; ● Microscopicamente (M. de luz): células tumefeitas, citoplasma menos basófilo, vacúolos de água no citoplasma; OBS.: Pode ser confundida com esteatose microvesicular, mas a pesquisa de lipídeos desfaz a dúvida; ● Microscópio eletrônico: redução de vilosidade, bolhas na membrana, dilatação do RE, contração da matriz mitocondrial, condensação da cromatina; Degeneração hidrópica de hepatócitos. A. Os hepatócitos da região centrolobular são mais claros do que os demais (EP = espaço portal; VC = veia centrolobular). B. Detalhe de A, mostrando hepatócitos centrolobulares contendo pequenos vacúolos claros (comparar com hepatócitos sem vacuolização na parte superior da figura). C. Hepatócitos muito tumefeitos e claros. Degeneração hialina ● Consiste no acúmulo de material proteico e acidófilo nas células o qual resulta da condensação de filamentos intermediários ou do acúmulo de material viral; ● Corpúsculo hialino de Mallory-Denk: ○ Encontrado em hepatócitos de alcoólatras crônicos; ○ Proteínas do citoesqueleto que sofreram agressão por radicais livres; ● Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima; ○ Hepatócitos em Hepatites virais → febre amarela; ● Células musculares esqueléticas cardíacas: endotoxinas bacterianas e de agressão por linfócitos T e macrófagos; ● Aspecto homogêneo e hialino (acidófilo) → devido a desintegração de microfilamentos; ● Pode evoluir para necrose hialina; ● Corpúsculo de Russell; ○ Acúmulo de imunoglobulinas em plasmócitos; ○ Frequente em inflamações agudas (salmoneloses) ou crônicas (leishmaniose tegumentar e osteomielites; 4 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Corpúsculo hialino de Mallory-Denk (seta). Outros hepatócitos mostram esteatose macrovesicular Degeneração e necrose hialina de células musculares esqueléticas de camundongo infectado com Trypanosoma cruzi. Notar célula com sarcoplasma homogêneo e muito acidófilo (a) e outras fragmentadas (b). Esteatose ● Acúmulo de gordura neutra no citoplasma de células que não armazenam; ● Mais comum no fígado; ● Causas: agentes tóxicos, hipóxia, alterações na dieta e distúrbios metabólicos; ● Lesão aparece quando o agente aumenta a capatação ou a síntese de ácidos graxos ou dificulta sua utilização, seu transporte ou sua excreção. ● Fisiologicamente o fígado usa ácido graxos: ○ Produção de colesterol e ésteres; ○ Síntese de fosfolipídeos; ○ Esfingolipídeos ou glicerídeos; ○ Geração de energia por meio da Beta - oxidação até acetil-CoA e formação de corpos cetônicos; Lembrar que os TG e fosfolipídeos são transportados em apolipoproteínas para serem excretadas no espaço de Disse; Captação e destino de ácidos graxos em hepatócitos ● A esteatose resulta de: ○ Maior aporte de ácidos graxos por ingestão excessiva ou lipólise aumentada; ○ Síntese de ácidos graxos a partir do excesso de acetil-CoA não oxidado no ciclo de krebs; ○ Redução na utilização de triglicerídeos ou AG para síntese de lipídeos complexos por carência de ATP; ○ Menor produção das lipoproteínas, pois tem pouca apolipoproteínas; ● Ingestão de álcool e síndrome metabólica; 5 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Mecanismos patogenéticos da esteatose hepática no alcoolismo ● Macroscopia: Aumento de volume e peso , coloração amarelada (difusa ou em faixas amareladas -coloração tigroide); ● Microscópio de luz: vacúolos claros de tamanhos variados no citoplasma. Macrovascuolar com grande vácuolo de gordura. Microvascuolar pequenas gotículas. ● Síndrome de Reye: intoxicação pela tetraciclina; ● Esteatose aguda na gravidez; ● Hepatite fulminante em crianças; Esteatose de hepatócitos. A seta preta mostra numerosos pequenos vacúolos citoplasmáticos de gordura (esteatose microvesicular). A seta azul indica grande vacúolo citoplasmático (esteatose macrovesicular). Lipidose ● Acúmulo intracelular de outros lípides que não triglicerídeos → colesterol ou esteres; ● Depósitos de colesterol: ○ Aterosclerose(depósito em artérias); ○ Xantomas (depósitos na pele); ○ Locais com inflamação crônica; ● Esfingolipidoses; ○ Doenças de armazenamento de esfingolipídeos e seus produtos, por falta ou deficiência de enzimas lisossômicas. ○ Doenças genéticas; ○ Depósitos em lisossomos; ○ Microscópio eletrônico: estrutura impressão digital ou linhas em espiral concêntrica; Glicogenoses ● Doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio em células do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração; ● Deficiência de enzimas envolvidas na sua degradação; Mucopolisacaridosis ● Depósitos anormais de poliglicanos e/ou proteoglicanos; ● Deficiência de enzimas e se caracteriza pelo acúmulo intralisossomal dessas moléculas; Morte celular Divisão em três categorias ● Morte celular programada: morte celular fisiológica para manter a homeostase; ○ Apoptose; ● Morte celular regulada: toda morte programada é morte regulada, mas o contrário não se aplica; ● Morte celular acidental: agressões que induzem necrose ou apoptose; Necrose Morte celular em organismo vivo e seguida de autólise; Achados microscópico: ● Alterações nucleares; ○ Contração e condensação da cromatina, tornando o núcleo basófilo, homogêneo e menor do que o normal: picnose nuclear; ○ Digestão da cromatina e desaparecimento dos núcleos: cariólise; ○ Fragmentação do núcleo: cariorrexe; ● Alterações citoplasmáticas; Causas e tipos ● Redução de energia por obstrução vascular (isquemia, anóxia) ou por inibição dos processos respiratórios; ● Gerações de radicais livres; 6 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B ● Ação de enzimas líticas; ● Ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da célula; ● Agressões diretas à membrana plasmática; Necrose por coagulação ● Macroscopicamente: esbranquiçada e fica circundada por um halo avermelhado (hiperemia); ● Microscopicamente: alterações nucleares, cariólise, citoplasma com aspecto de substância coagulada (acidófilo e granuloso, gelificado); Necrose caseosa ● Macroscopicamente: massa de queijo; ● Microscopicamente: massa homogênea, acidófila, núcleos picnóticos e na periferia núcleos fragmentados (cariorrexe), células perdem seu contorno; 7 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B ● Comum na tuberculose; Necrose liquefativa ● Consistência mole, semifluida ou liquefativa; ● causadas por enzimas lisossômicas; ● tecido nervoso, supra renal ou mucosa gástrica Necrose gomosa ● variedade da necrose coagulativa; ● Goma sifilítica; Necrose gordurosa ou esteatonecrose ● Pancreatite aguda → extravasamento de enzimas pancreáticas; 8 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Evolução da Necrose ● Regeneração: Quando o prejuízo não é tão grande, a célula consegue multiplicar novamente e regenerar, como acontece nos hepatócitos; ● Cicatrização: Tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo; ● Encistamento: forma uma capa envolta da necrose; ● Eliminação: necrose é eliminada e no lugar da necrose fica uma caverna,como ocorre na necrose tubercular nos pulmões; ● Calcificação: Níveis de íons cálcios se elevam, mas ainda não é conhecido oos mecanismos desse processo; ● Gangrena: forma de evolução de necrose secundária à ação de agentes externos ○ Gangrena seca: desidratação com o ar, aspecto de pergaminho semelhante a múmias. cores escuras; ○ Gangrena úmida ou pútrida: invasão por microorganismos anaeróbicos que produzem gases fétidos que se acumulam em bolhas. Comuns em locais onde a umidade favorece. pode evoluir para infecções sistêmicas; ○ Gangrena gasosa: secundária a infecção por microrganismo Clostridium que liberam enzimas que fazem acumular gases em bolhas; Apoptose Célula morta é fragmentada, não sobre autólise nem ruptura da membrana citoplasmática, e seus fragmentos ficam envolvidos pela membrana 9 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B plasmática que depois são endocitados sem ação de macrófagos. Calcificação e Pigmentação Calcificação: deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados; Em calcificações patológicas, os depósitos de minerais ocorrem sobre outros substratos celulares (viáveis ou necróticos) e extracelulares (tecido conjuntivo e secreções); ● Proteínas semelhantes no processo de calcificação patológica: ○ Osteopontina; ○ Osteocalcina; ○ Osteonectina; ● Tipo de calcificação: ○ Calcificação distrófica: predomínio de fatores locais, como a necrose; ○ Calcificação metastática: em casos de hipercalcemia; ○ Calcificação idiopáticas: sem fatores presentes; Cálcio sérico e calcificação ● Cálcio e fosfato em homeostase corporal ● Níveis séricos de cálcio são mantidos em 10 mg/dl; ● Fosfato em 3,5 mg/dl; ● Apenas parte do cálcio sérico está na forma iônica (ativo); ● Meio alcalino facilita a deposição de fosfato de cálcio; ● Mais de 99% do cálcio estão nos ossos e dentes; ● A precipitação ocorre primeiro na forma de cristais de hidroxiapatita; ● Tecidos não mineralizados, a calcificação é basófila, roxo, tendo muita afinidade pelo HE; ● Tem mais cálcio fora da célula que dentro; ● E no meio intracelular tem mais cálcio nas mitocôndrias que no citosol; ● Depósito de oxalato de cálcio não se coram com HE e usa luz polarizada; Calcificação distrófica ● Resulta de modificação local nos tecidos; ● Necroses caseosa, necrose por coagulação ou necrose gordurosa são importante na calcificação; ● Infarto também pode calcificar; ● Calcificação associada a esteatonecrose na pancreatite aguda é a combinação de cálcio e ácido graxos; ● Tuberculose, necrose Calcificação metastática ● O cálcio reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, se não houver excreções adequadas pelos rins, depósitos em outros locais. ● Hipercalcemia; ○ Hipersecreção de paratormônio; ● Hiperfosfatemia; Calcinose idiopática ● Depósito de cálcio sem lesões prévias e com níveis séricos de cálcio e fosfato normal; ● Geralmente cutâneas e múltiplas; ● Calcinose escrotal; Patogênese Os principais mecanismo são: ● Exposição de núcleos primários; ● Aumento local na concentração de fosfato e/ou cálcio; ● Alterações em proteínas envolvidas na diferenciação celular; Cálculos PIgmentação processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo. A patológica é um processo bioquímico que tem a redução ou aumento do pigmento. Podem ser por pigmentos endógenos ou pigmentos exógenos; Pigmentos endógenos ● Derivados da hemoglobina; ● Melanina; ● Ácido homogentísico; ● Lipofuscina; Derivados da hemoglobina 10 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B ● Pigmentos biliares: ○ Bilirrubina; ○ Catabólicos do grupamento heme; ○ Kernicterus: aumento de bilirrubina em recém-nascidos; ○ Icterícia: coloração amarelada na pele, esclera ou mucosa devido ao aumento de bilirrubina; ○ produção e excreção de bilirrubina é dividida em etapas: ■ Formação de bilirrubina; ■ Transporte no sangue; ■ Captação e transporte pelos hepatócitos; ■ Conjugação com o ácido glicurônico; ■ Excreção nos canalículos biliares; ○ Hiperbilirrubinemia ou icterícia podem ocorrer por: ■ Aumento da produção de Bb, ex. anemia hemolíticas; ■ Redução na captação no transporte de Bb nos hepatócitos por defeitos genéticos; ■ Diminuição na conjugação da Bb, por carência de enzimas envolvidas no processo, doenças genéticas; ■ Baixa excreção celular de Bb, doenças genéticas; ■ Obstrução biliar, intra ou extra-hepática, cálculos por tumores; ■ Combinação de leões, por exemplo em hepatites e cirrose hepática; ● Hematoidina; ○ Formada pela degradação de hemácias pelos macrófagos, é semelhante a Bb, mas sem ferro e com uma mistura lipídica; ○ Focos hemorrágicos; Pigmento de hematoidina com diferentes formas, dimensões e cores, em área de hemorragia. ● Hemossiderina; ○ Armazenamento intracelular de ferro nos hepatócitos e em macrófagos do baço, fígado, medula óssea e linfonodos; ○ Ferritina, também é outra forma de armazenamento de ferro: excesso de ferro, fazem com que as micelas de ferritina se acumulem e formem as hemossiderinas; ○ Formação de hemossiderina: 11 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B ■ Agregados de ferritina formam vacúolos autofágicos; ■ Fusão dos vacúolos com lisossomos; ■ Degradação enzimática de apoferritina; ■ Persistência de agregados maciços e insolúveis de ferro que constitui a hemossiderina; Pigmento de hematoidina com diferentes formas, dimensões e cores, em área de hemorragia. Hemorragia cerebral. Notar cor amarelo-dourada e ferruginosa nas bordas da hemorragia pela deposição de hemossiderina e hematoidina. Hemossiderose hepática. Deposição de hemossiderina nos hepatócitos. Hemossiderose hepática. Deposição de ferro evidenciada como grânulos azulados na coloração de Perls. ○ Hemocromatose; ■ Hemossiderose sistêmica em que há aumento da absorção intestinal do ferro por defeitos genéticos; 12 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Hemocromatose. Aspecto macroscópico. Coloração ferruginosa difusa no parênquima do fígado (A) e do pâncreas (B) ● Pigmento malárico ○ Hemozoína; ■ Degradação da hemoglobina ingerida pelos plasmócitos durante o seu ciclo de vida nas hemácias; ● Pigmento esquistossomótico ○ Origina no trato digestivo do Schistosoma a partir do sangue do hospedeiro; ○ Pigmento é regurgitado pelo verme e se acumula nas células de Kupffer; Melanina ● Proteção contra UVB, ação antioxidante, absorção de calor, cosmética, etc. ● Eumelanina: insolúvel, cor castanha a negra, com ação fotoprotetora e antioxidante; ● Feomelanina: solúvel em solução alcalina, amarela a vermelha e também antioxidante; ● Melanina é sintetizada em melanócitos, a partir de tiroxina; ● Hiperpigmentação melânicas: sardas - efélides - as manchas senis, os nevos e ,melanomas; ● Hiperpigmentação melânica: congênitas (albinismo), adquirida (vitiligo); Ácido homogentísico ● Cor castanho-avermelhada ou amarelada que se forma em pessoas com alcaptonúria (acrose); ○ Mutações do gene que codifica a enzima ácido homogentísico 1,2-dioxigenase, que degrada esse ácido, carbólico da tirosina; ● Na falta dessa enzima esse ácido se acumula e é eliminado na urina podendo gerar cálculos renais; ● Cor da urina: devido a oxidação do ácido ela fica escura; Lipofuscina ● Pigmento do envelhecimento (quanto mais velha a célula, maior é a quantidade de lipofuscina); ● Coloração pardo-amarelado intracitoplasmático; ● PAS-positivo: coloração para certificar o pigmento; ● Apenas corantes lipídicos; ● Deposita, com o passar do tempo, em células pós mitóticas: neurônios, células musculares cardíacas e esqueléticas e epitélio pigmentar da retina.; ● Deficiência de antioxidantes; Pigmento de lipofuscina no citoplasma de células musculares cardíacas. 13 Naira Kelly Ribeiro de Almeida - 161 B Principais mecanismos celulares envolvidos na formação de lipofuscina em lisossomos. (Adaptada de Terman e Brunk, 1998.) Pigmentação exógena ● Antracose: causado pela exposição ao carvão; ○ Pigmento é captado pelos macrofagos alveolares e transportados por vasos linfáticosaos linfonodos regionais; Pigmento de carvão na antracose pulmonar. ● Arginina: deposição de sais de prata em tecidos; ● Crisíase: deposição de ouro nos tecidos, rara; ● Tatuagem: pigmentos insolúveis na derme; 14
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