Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Degeneração hidrópica (acúmulo de água e eletrólitos) Esteatose (acúmulo de lipídeos) Degenerações hialinas (acúmulo de proteínas) Mucopolisacaridases (acúmulo de mucopolissacarídeos) Glicogenoses (acúmulo de carboidratos) Quando uma célula entra em contato com um agente agressor, ou seja, estimulo (químico, físico ou biológico) capaz de afetar a homeostasia celular, essa célula pode reagir apresentando uma série de alterações moleculares e/ou morfológicas, chamadas de respostas celulares. Adaptativas (fisiológicas): temporárias, corretivas, não levam a perda de substância e função, e levam ao retorno da normalidade. Lesões (patológicas): associadas a anomalias funcionais, bioquímicas e/ou morfológicas, podendo ser reversível (quando há possibilidade de retorno à normalidade) ou irreversível (quando evoluem para algum tipo de sequela/alteração permanente ou morte celular). DEGENERAÇÕES: lesões potencialmente reversíveis Começam com alterações no metabolismo celular com acúmulo de substância nos tecidos (agua e eletrólitos, lipídeos, proteínas, mucopolissacarídeos, carboidratos) Tipo de substância principal Tipo de degeneração 1. 2. 3. 4. 5. patologia I Em tese, as repostas celulares visam garantir não só a sobrevivência como a manutenção das principais funcões da célula, mas nem sempre essa resposta é bem sucedida. degenerações introdução classificação Acúmulo de água no citoplasma (volumoso e pálido) com núcleo normalmente posicionado. Sendo mais frequente no rim, fígado e coração. SINÔNIMOS: TUMEFAÇÃO PÁLIDA, EDEMA TURVO, DEGENERAÇÃO VACUOLAR, DEGENERAÇÃO BALONIZANTE, EDEMA CELULAR. ASPECTOS MORFOLÓGICOS Alterações macroscópicas Aumento de volume e peso Palidez (compressão de capilares, dificul- tando a circulação sanguínea no órgão) Perda de brilho Ultraestrutura Dilatação de cisternas do RE (preenchias por água): aspecto microvacuolado (MO). Mitocôndrias dilatadas/tumefeitas com perda de cristas: aspecto granuloso. Perda de especialização de membrana e perda de microvilosidade Eliminação de porções do citoplasma da célula na forma de vesículas. degenaração hidrópica claro (dispersão de organelas); granuloso (dilatação das mitocondrias); microvacuolado (dilatação do RE). Alterações microscópicas Aumento de volume celular Citoplasma: Carência de O2 (hipóxia/anoxia)= principal causa Falta de substratos (glicose) Lesão de membrana por enzimas oxidativas O acido lático advindo da respiração anaeróbica pela falta de oxigênio leva a uma redução do pH culminando no desacoplamento dos ribossomos e um decréscimo da síntese proteica afetando concomitantemente a síntese Na+/K+ ATPase. Nos estados de vômitos e diarreias há uma perda constante de eletrólitos podendo refletir em uma alteração da bomba de Na+/K+. PATOGENIA Ocorre devido ao comprometimento do controle de sódio (Na+) e potássio (K+) no citoplasma: ETIOPATOGENIA Baixa da produção de ATP dependente da fosforilação oxidativa: Ex: trombose vascular, choque hipovolêmico Ex: desnutrição grave Ex: toxinas bacterianas/químicas e radicais livres produzidos no proc. inflamatório Lesão direta da membrana citoplasmática por agentes infecciosos (vírus, bactérias): favorece a entrada de Na+ e consequentemente, de água. Outras causas: A bomba Na+/K+ (ATPase) é responsável por retirar Na+ e manter e/ou colocar K+ dentro da célula (transporte feito por canais iônicos), e para este funcionamento é necessário gasto de ATP, ou as que não necessitam de ATP dependem da estrutura da membrana e da integridade das proteínas que formam o complexo enzimático da bomba. Destruição da bomba ou alteração de produção e/ou consumo de ATP, acarreta na retenção de Na+ intracelular e eliminação de K+, o que leva ao aumento de água no citoplasma para tentar manter a isomolaridade, e a consequência é o inchaço da célula. É o exemplo mais importante de degeneração pelo acúmulo de gordura, caracterizada pela deposição anormal de triglicérides nas células parenquimatosas, mais comum no fígado (principal órgão do metabolismo das gorduras), podendo acometer também coração, músculos e rins. Observa-se o deslocamento do núcleo para a periferia da célula. SNÔNIMO: DEGENERAÇÃO GORDUROSA ASPECTOS MORFOLÓGICOS Alterações macroscópicas Aumento do volume e peso (podendo chegar a mais de 3kg) Cor amarelada Consistência amolecida esteatose Evitar solventes comuns do processa- mento histológico; Colorações especiais (em tecido congelado): Sudan Black, Oil Red O. Alterações microscópicas Microgoticular Macrogoticular Detecção: Dieta hipercalóricas e hiperlipídicas Aumento de lipólise periférica (quebra de gordura): jejum prolongado e diabetes descompensado (pela falta de insulina) Substâncias tóxicas como Tetracloreto de Carbono (CCl4) e Álcool Etílico, que vão provocar a lesão de organelas importantes para a produção de proteínas (RE e mitocôndrias. A redução da oxidação de AG (via catabólica) secundária a um déficit de O2 ou lesão de organelas diretamente envolvidas nesse processo, acarreta não só um acúmulo de AG nos hepatócitos como favorece a sua esterificação em triglicérides levando a um acúmulo de gordura propriamente dita no interior do hepatócito (micro e macro gotículas) Álcool: hepatotoxina que altera as funções mitocondriais e microssomais. CCl4: reduz a síntese de apoproteínas. Anóxia: inibe a oxidação de gorduras. Desnutrição proteicocalórica: aumenta a mobilização de ácidos graxos dos tecidos periféricos. ETIOPATOGENIA 1. Aumento na oferta de ácidos graxos (AG) circulantes no fígado 2. Diminuição na síntese de lipoproteínas (o fígado não consegue "exportar" gorduras para a circulação sanguínea na forma de lipoproteínas) 3. Déficit de O2? Em anemias e estado de hipóxia (insuficiência cardíaca e choque hipovolêmico. Degenerações Hialinas Epiteliais ou Celulares Degenerações Hialinas Conjuntivas (acúmulo de material hialino no espaço 1intersticial ou ao longo da parede dos vasos) É a produção e acúmulo de proteínas no interior de células ou em tecidos, que tomam aspecto hialino (homogêneo e eosinófilo) - alteração macroscópica. Hialino vem de hyalos, que significa vidro. Portanto, as proteínas têm histologicamente aspecto homogêneo e brilhante, ou refringente, que lembra vidro, e cor rósea forte quando coradas por hematoxilina e eosina - alteração microscópica. SNÔNIMO: HIALINOSES CLASSIFICAÇÃO 1. 2. Propriamente dita: é o tipo mais comum, atinge tecido conjuntivo fibroso (colágeno) e a parede dos vasos (arteríolas e capilares glomerulares). A hialinização do colágeno é mais encontrada em cicatrizes antigas pós organização de processos inflamatórios. Cicatrizes antigas: o acúmulo de fibrina, do exsudato inflamatório, na lesão recruta os fibroblastos que produzirão as fibras de colágeno, estes são corados pela hematoxilina e eosina (cor rósea), caracterizando a degeneração hialina propriamente dita. Quando a produção de colágeno se dá em excesso temos o quelóide. degenaração hialina Trombos: após o trombo se aderir à parede do vaso, há uma infiltração de células inflamatórias, onde proliferam os fibroblastos que produzirão o colágeno, e este substitui o trombo gradativamente, sendo também corado pela hematoxilina e eosina. Lúpus eritematoso cutâneo: doença autoimune que produz auto anticorpos. A hipersensibilidade do complexo autoimune lesiona o tecido e estes mesmos complexos se depositam em regiões específicas (junção da derme com a epiderme) e induzem a proliferação de fibroblastos, causando a hialinização. Diabetes mellitus: pode haver hialinização nas arteríolas sistêmicas, renais e nas ilhotas de Langerhans. Hipertensão arterial: a hipertensão estimula as células endoteliais a produzirem componentes da membrana basal sob a forma de colágeno e fibronectina, então há espessamento hialino das arteríolas (arteriosclerose) e arteríolas eferentes renais, consequentemente os glomérulos sofrem isquemia, atrofia e hialinizam-se. O rim sofre atrofia e a superfície capsularse torna finamente granular (nefrosclerose arteriolar). Neste corte, visualizamos o processo de hialinização da parede das arteríolas, principalmente de sua camada média. A intensa eosinofilia e poucas quantidades de células musculares lisas (setas) caracterizam esse quadro. Além disso, a redução do lúmen vascular é importante nesse processo, o qual é denominado de arterioloesclerose. Vale dizer que esse termo é genérico para os fenômenos de espessamento da parede vascular de pequenos vasos, a qual pode ocorrer pelo aumento da quantidade de células musculares lisas (arterioloesclerose hiperplásica devido a hipertensão). Consequências: Oclusão vascular -Isquemia, atrofia e hialinização glomerular Superfície finamente granular (nefrosclerose arteriolar) Quase nunca leva a IR Patogênese: Endotélio sintetiza colágeno IV e V (MB), proteoglicana e fibronectina. Passagem gradual e aprisionamento de proteínas plasmáticas. Possui estrutura molecular beta (folha aberta); Cora-se em rosa-avermelhado pelo vermelho congo, com birrefringência verde quando vista ao microscópio com luz polarizada; Composta de fibrilas não ramificadas de comprimento não definido e diâmetro de 7,5 a 10nm; Pouco solúvel. Amilóide: síndrome de diversas patologias que possuem acúmulo de material hialino, proteico e amorfo, no interstício ou na parede dos vasos. Seu acúmulo contínuo pode levar a atrofia por compressão isquêmica das células adjacentes, podendo ocorrer de forma sistêmica ou localizada. As consequências do depósito variam conforme o local, a quantidade e a doença de base. Os órgãos mais acometidos são rim (mais grave), coração, fígado e tubo digestivo. Características da substância proteica: Segundo sua composição e sequência de aminoácidos, distinguem-se vários tipos de fibrilas (proteínas): FibrilaAL (cadeias leves das Ig; neoplasias plasmocíticas) FibrilaAA (derivadas de proteína plasmática sintetizada no fígado – proteína SAA; doenças inflamatórias crônicas: hanseníase, Tbc, AR, D. de Crohn) Outros tipos de fibrilas: AE (doenças endócrinas), AF (polineuropatia amiloidótica familiar ou doença dos pezinhos), amiloidose senil (geralmente afeta apenas 1 órgão), amiloidose sec à hemodiálise (precursor: beta-2-microglobulina), proteína A4 (beta-2-amiloide) associada ao Alzheimer Rim: hipoalbuminemia, insuficiência renal pelos depósitos e obliteração glomerular, uremia forte e morte. Coração: arritmias fatais. Órgãos gastrointestinais: síndromes de má absorção, constipação, diarreia, odinofagia. Primárias (atípicas): sem causa aparente. Secundárias: após doenças crônicas (tuberculose, hanseníase, processos supurativos crônicos, etc) Forma tumoral: associado a processo neoplásico. Na clínica observa-se: Segundo a classificação, as amiloidoses podem ser: Doenças genéticas raras (erros inatos do metabolismo) secundárias a alterações nos mucopolissacarideos normais presentes nos tecido conjuntivos (dermatan e heparan sulfato) - diminuição da atividade e estabilidade das enzimas responsáveis pela degradação dessas substâncias. Acarretando na acumulação desses mucopolissacarideos e deposição no sistema monocítico- macrofágico, células musculares vasculares e no coração (síndromes de Hurler e Hunter) Conjunto de doenças caracterizadas por alterações no metabolismo do glicogênio (principal fonte de açúcar em células animais), mais especificamente, pelo acúmulo do glicogênio no fígado, nos rins e no coração, dependendo do tipo específico de síndrome. São doenças da infância, geralmente de herança autossômica recessiva de difícil diagnóstico (diag. anatomopatológico das glicogenoses) mucopolissacaridoses glicogenoses Glicogênio - molécula ramificada; unidades de glicose em ligação glicosídica; Glicogenose tipo I - d (+ conhecida, + frequente). HAR.•O glicogênio acumula-se no fígado e nos rins por deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, responsável pela degradação do glicogênio (remoção de glicose).•QC:•A criança (~2a) tem grande hepatomegalia/nefromegalia, retardo de crescimento e hipoglicemia.•Ausência de esplenomegalia ou retardo mental•A mortalidade é alta, chegando a 50%.•Morfo: As células carregadas de glicogênio são grandes, claras, de contornos nítidos, simulando uma célula vegetal. Pigmentos endógenos: oriundos de substâncias que fazem parte da organização corporal, sendo produtos específicos da atividade celular. Substância corada que é produzida dentro e pelo próprio organismo. Pigmentos exógenos: oriundos do exterior, que introduzidos no organismo por ingestão, inalação ou inoculação, se depositam nos tecidos, funcionando como corpos estranhos, sendo fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos. Alterações na formação do pigmento (hiper ou hipoprodução); Alterações na distribuição (localização anormal); Pigmentos: (do latim "pigmentum") - são substâncias de composição química e cores próprias, amplamente espalhadas na natureza, também encontradas nas células e tecidos, sob a forma de grânulos, alguns com importantes funções, mas que em determinadas circunstâncias podem constituir cause ou efeito de alterações funcionais. Os distúrbios da pigmentação decorrem de: 1. 2. As pigmentações patológicas ocorrem em numero considerável de doenças, mas o pigmento em si raramente oca- sionaalterações histofisiológicas signi- ficativas (i.e. raramente é causa de problema, é mais um sinal deste!). Exceção: Hemocromatose. patologia I distúrbios pigmentares introdução Pigmentações patológicas exógenas Tatuagem: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos por agulha com propósitos decorativos ou identificadores. Histologicamente o pigmento é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no tecido conjuntivo fibroso. Argirismo ou argiria: Intoxicação com sais de prata ("Argentum"), produzindo uma pigmentação cinzenta azulada permanente na pele e mucosa oral. Plumbismo ou saturnismo: Intoxicação com sais de chumbo ("Plumbum"), com deposição de sulfeto de chumbo nos ossos (principalmente no fêmur) e na mucosa oral odonto - gengival produzindo uma linha escura - "Linha do chumbo", além de graves lesões no sistema hematopoiético, no SNC e nos rins. Pigmentação bismútica: Intoxicação com sais de bismuto; principalmente nas gengivas com o aparecimento da "linha bismútica". Carotenose ou Lipocromatose exógena: A ingestão excessiva de pigmentos vegetais (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis (cromolipídeos ou lipocromos exógenos) determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos deletérios conhecidos. De acordo com a via de introdução do pigmento no organismo: 1. Via inoculação (cutânea): a. 2. Via ingestão (oral): a. b. c. d. 3. Via inalatória (respiratória) Pigmentações patológicas endógenas Bilirrubina
Compartilhar