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Xintoísmo Aula 4 Celebrações e festas

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16/09/2020 UNINTER - XINTOÍSMO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/16
 
 
 
 
 
 
 
XINTOÍSMO
AULA 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Robert Rautmann
16/09/2020 UNINTER - XINTOÍSMO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/16
CONVERSA INICIAL
Todas as religiões têm momentos intensos de celebração. Podem ser festividades, cultos, eventos
etc. A intenção é rememorar acontecimentos passados e fortalecer a crença nos adeptos e,
eventualmente, uni-los em torno de elementos comuns da fé. Para o xintoísmo, esses momentos
celebrativos (ou festas) são fundamentais. É por isso que dedicaremos esta aula para explorarmos as
características e peculiaridades desses momentos.
As festas que se dão ao longo do ano comemorando as estações ou celebrando um santuário ou
determinado kami são uma das características do xintoísmo. Algumas dessas festas coincidem com
aquelas celebradas pelo budismo por terem uma origem comum ou pelo processo de sincretismo ao
longo dos anos.
O xintoísmo possui diversas dessas festas. A categoria mais importante (e conhecida) é chamada
de matsuri.
O que significa, portanto, um matsuri? Podemos dizer que se trata de um festival, que pode ter
uma abrangência local ou mesmo nacional (em alguns casos, as comunidades japonesas fora do
Japão também celebram essas festas). Os matsuri têm um ciclo anual ou mesmo bianual (há casos de
uma periodicidade de muitos anos). Quase todas as cidades, comunidades ou aldeias tem o próprio
matsuri, que é relacionado ao kami local.
Nesta aula, conheceremos algumas das principais celebrações ou festivais do xintoísmo
TEMA 1 – REISAI
O termo reisai refere-se a vários matsuri, ou dias especiais, que são ligados, de alguma forma, a
um santuário ou a um local específico, comemorando uma data – que pode ser da fundação do
santuário ou de algum evento relacionado ao kami de devoção. Podemos dizer, então, que se trata
de festividades (e não, apenas, uma festa). A expressão reisai é relativamente recente. Antigamente
era comum o uso do termo ōmatsuri (grande festival) ou onmatsuri para distinguir o festival de
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outros tantos matsuri que poderiam acontecer ao longo do ano. Poderia ser utilizado também o
nome que relaciona o festival ao santuário referido, por exemplo: Kasuga-sai, Kamo-sai e Iwashimizu-
sai.
Vejamos, agora, alguns reisai mais conhecidos no xintoísmo.
1.1 SAMUKAWA-JINJA REISAI
O Samukawa-Jinja Reisai é realizado no santuário de Samukawa-Jinja, localizado em Samukawa,
na Província de Kanagawa. Acredita-se que esse santuário tenha quase 1600 anos de existência,
sendo bastante conhecido por oferecer a possibilidade da oração à divindade do happo-yoke (seriam
como guardiões do santuário). O que significa isso? Literalmente poderíamos traduzir como expulsar
a má sorte em todas as direções. Segundo a crença japonesa, existem dias auspiciosos no ano para se
começar um negócio, casar-se, iniciar um projeto etc. Da mesma forma, existe uma direção correta a
seguir em determinados momentos de indecisão ou uma orientação auspiciosa para a construção de
uma casa.
Em relação ao santuário de Samukawa, diz-se que a área ao redor dele é infestada de demônios
(ura kimon), considerados de má sorte, justamente pela expulsão que se faz no próprio santuário.
Nesse santuário, o reisai é um dos três mais importantes festivais (junto com Kinen-Sai e
Niiname-Sai). O matsuri tem a intenção de agradecer pelos benefícios recebidos pelo kami
Samukawa-daimyojin e rezar pela prosperidade. Existe um afluxo muito grande de praticantes do
todo o Japão que vão em busca da direção correta. Desde as 10 horas do dia 19 de setembro, os
peregrinos são recebidos. Ao longo do dia são previstas muitas atividades como apresentações de
karatê, kendo, teatros e, ao final do dia, há uma procissão com lanternas.
1.2 GRAND IMPERIAL OFUNA FESTIVAL
Esse festival acontece a cada doze anos (não é anual, portanto) no santuário de Kashima (ou
Kashima Jingū), localizado em Kashima, na região de Ibaraki, sendo dedicado ao kami
Takemikazuchi-no-Ōkami. Esse kami, segundo o texto do Kojiki, afugentou os kami malignos e
restaurou a paz no Japão. Ele é considerado o deus do trovão e está relacionado às artes marciais
como um tipo de patrono.
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Segundo a história, o santuário existe desde o primeiro ano do Imperador Jimmu,
aproximadamente 660 a.C. Desde os tempos antigos, esse santuário esteve ligado ao santuário de
Katori, como que de forma idêntica.
O festival do santuário de Kashima é um dos momentos mais importantes da população da
região de Kashima e Katori. Essa celebração se iniciou durante o governo do Imperador Ōjin e no
período em que o xintoísmo foi considerado estatal, e obteve o status de imperial.
Atualmente, esse reisai se inicia na manhã do dia 1º de setembro, e alguns funcionários da corte
são designados pelo imperador para transmitir as bênçãos imperiais. No dia seguinte, é realizada a
procissão como o mikoshi, que deve ser carregado pelos fiéis do santuário de Kashima, ao longo das
margens do lago Kitaura e do lago Kasumigaura, até chegar a um barco que faz a travessia do lago.
O barco é adornado com a imagem do dragão Ryūtō. A procissão marítima é acompanhada por
inúmeros pequenos barcos até a outra margem. Depois da travessia, o mikoshi é levado até o
santuário de Katori, onde acontece o festival. Nesse santuário, é construído um espaço temporário,
que é chamado de angu, para abrigar o mikoshi. No terceiro dia da festa, o mikoshi é levado,
novamente, ao santuário principal.
A dimensão religiosa dos reisai é ligada à história do local, do santuário ou da cidade. Essa
dimensão, bem como as menções nos textos sagrados, dão o tom das celebrações, que, ao longo do
tempo, vão adquirindo características populares, festivas, coloridas.
TEMA 2 – FESTAS DA PRIMAVERA
As festas da primavera são conhecidas como Haru Matsuri – trata-se de um nome coletivo que
abrange as todas as festas (matsuri) que acontecem nesse período (considerado, aqui, de janeiro a
maio). A origem do Haru Matsuri está ligada à cultura agrícola do Japão antigo. Essas festas tinham a
intenção de pedir aos kami que estes fossem bondosos no plantio do arroz. O pedido tinha em vista
que os cereais (em especial o arroz) tivessem um bom desenvolvimento para que houvesse uma
excelente colheita.
Historicamente, há registro dessas festas já no período de Nara (710-784), bem como de Heian
(784-1185), quando as celebrações eram de responsabilidade do Ministério dos Ofícios Divinos
(Jingikan). Essas festas, comemoradas até hoje, obrigavam os praticantes a depositarem uma oferta
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nos santuários xintoístas que era chamada de mitegura (“coisas ofertadas aos kami”). Atualmente, o
Haru Matsuri é celebrado no dia 17 de fevereiro de cada ano, no Palácio Imperial, no grande
Santuário de Ise e em todos os santuários do país. Para essa festa, compreende-se que as preces e as
invocações estão voltadas para a prosperidade da nação, para o desenvolvimento dos negócios, das
indústrias e da pesca.
Além disso, dentro dessa compreensão das festas da primavera como devoção aos kami pelas
boas colheitas, celebra-se, em muitos lugares no Japão, entre os meses de abril e maio, vários
matsuri. Essas festas são compostas de paradas, com carros alegóricos, com apresentação do teatro
kabuki, utilização de fantoches e bonecos mecânicos etc.
Há ainda outras festas nesse período, também ligadas ao cultivo do arroz: o replantio do arroz
(taue-sai) e a diversão nos arrozais (ta-asobi). Outra festa conhecida é chamada de mato-i. Trata-se de
um costume de se tirar a sorte, lançando uma flecha em direção a um alvo. Acontece nos santuários
xintoístas no período do início do ano.
Uma das festas incluídasnesse período é a festa do início do ano (shōgatsu). Não se trata,
somente, do primeiro dia do novo ano (o primeiro dia do ano é chamado de ganjitsu), mas de uma
série de elementos festivos e de celebrações como o hatsumōde, o kadomatsu, o hi-no-matsuri, o
hadaka matsuri e o ōmisoka (que seria o último dia do ano anterior). Vejamos, brevemente, essas
celebrações que compõem o shōgatsu: Hatsumōde, Kadomatsu, Hadaka Matsuri e Ōmisoka.
2.1 HATSUMŌDE
O Hatsumōde (poderíamos traduzir por primeira visita), também chamado de Hatsu-mairi, trata-
se de uma peregrinação que o devoto faz no início do ano a um santuário xintoísta (ou mesmo
budista). Esse ato deve acontecer entre os dias 1º e 3 de janeiro. Essa tradição tem raízes no costume
medieval de onmyō-dō, chamado de ehō-mairi, quando se desejava obter um ano auspicioso.
Atualmente a comemoração envolve cerca de 80% da população japonesa. Evidentemente, o hábito
atual está ligado a costumes populares, reunindo família e amigos que, muitas vezes, viajam a noite
toda para visitar algum santuário mais famoso ou popular. Na visita ao santuário, é possível que o
praticante recite o norito durante o rito, receba um ramo do sakaki sagrado e beba do mi-ki (vinho
de arroz).
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2.2 KADOMATSU
Durante o Kadomatsu, que significa, literalmente, portão de pinho (ou portão de pinheiro), é
celebrado o período do início do ano, quando um portão de pinheiro com bambu, decorado com
galhos de ameixeira, é colocado diante de casas e lojas. Em praticamente todo o Japão esse costume
é seguido. Os elementos utilizados são simbólicos – o pinheiro, por permanecer sempre verde,
mesmo no inverno, é símbolo da permanência, o bambu é símbolo da sinceridade e os galhos de
ameixeira representam a vida nova.
2.3 HADAKA MATSURI
O nome da festa Hadaka Matsuri (significa Festa da nudez) se justifica pelo traje que os rapazes
jovens utilizam para as competições – o fundoshi (vestimenta tradicional, semelhante a uma roupa
íntima ou calção). Como essa celebração ocorre na época mais fria do ano, representa uma atitude de
coragem. São várias as competições propostas – lutas, escalada, derrubada de adversários na água
etc. O vencedor ganha algum objeto simples (de palha ou madeira). A intenção, na realidade, é
demonstrar robustez, força, coragem. O matsuri acontece nos templos xintoístas (ou budistas,
também). É um festival do início do ano e em 7 de janeiro existe um Hadaka Matsuri bastante famoso
no templo budista de Enzō-ji, na região de Fukushima.
2.4 ŌMISOKA
O Ōmisoka, que significa o grande último dia do mês, é celebrado no dia 31 de dezembro e faz
parte das festas do início do ano (shōgatsu). Os ritos acontecem, especialmente, nos altares
domésticos (sejam xintoístas – kamidama, sejam budistas – butsudan). Faz-se uma limpeza cuidadosa,
a fim de que o kami e os ancestrais possam ser invocados para o ano que inicia. O rito é
acompanhado de 108 toques do sino budista e a intenção é a purificação. Segue-se a prece de que
os demônios sejam expulsos e a sorte entre na casa.
TEMA 3 – FESTAS DO VERÃO
Duas grandes purificações que acontecem no xintoísmo são realizadas no final dos meses de
junho e de dezembro. São chamadas de ōharae e têm a intenção de realizar a purificação das
impurezas do corpo.
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No período de junho (verão), a purificação é conhecida como Nagoshi no harae (ou Rito de
Purificação de Verão), Natsu harae, Nagoshi shinji ou Rokugatsu harae. No período de dezembro, ela
é conhecida como Toshi koshi no harae (Purificação de véspera de Ano Novo).
Um desses rituais de purificação, que acontece nesse período, é conhecido como chinowa
kuguri. Nesse ritual, o praticante é convidado a ir a um santuário e passar pelo chinowa. Esse objeto é
confeccionado com bambu e tem uma forma circular, com diâmetro de 2,3 metros. Ele é coberto com
feixes de capim. Ao passar por dentro do chinowa, o praticante manifesta seu desejo de purificar as
impurezas do corpo. O rito consiste em atravessar o chinowa três vezes, sempre iniciando com o pé
esquerdo. Após a primeira vez, retorna-se pelo lado esquerdo, em seguida, pelo direito e, por fim,
novamente pelo lado esquerdo. Faz-se, assim, simbolicamente, um número oito, que representa o
infinito. Essa tradição remonta ao século VIII.
Em seguida, faz-se um boneco de papel (como representação do praticante) e solta-se na
correnteza do rio, soprando sobre ele e, dessa forma, as impurezas da pessoa são transferidas e
eliminadas.
Como tradição, costuma-se comer o minazuki, que é um doce em forma de triângulo feito à
base de farinha de arroz, com cobertura de feijão azuki. Essa tradição atualiza uma prática antiga que
havia no Palácio Imperial, no mesmo período, em que o praticante colocava gelo (proveniente da
neve invernal e guardada para esse fim) na boca como forma de purificação pessoal.
Os ritos de purificação que acontecem nos santuários de Kamigamo, Shimogamo e Kibuno em
Kyoto e no santuário Sumiyoshi Taisha em Osaka são conhecidos no xintoísmo.
3.1 GION MATSURI
O Gion Matsuri é uma das celebrações mais importantes desse período. Além da extensão das
festividades e do número de peregrinos, ele é fundamental, pois formou a estrutura básica dos
festivais de verão no Japão. Acontece todos os anos na cidade de Kyoto e dura todo o mês de julho.
Era, originalmente, um rito de purificação budista realizado como uma forma de se afastar as pestes.
Segundo os registros, teria sido celebrado pela primeira vez no ano de 869, como ordem do
Imperador Seiwa. Após a Restauração Meiji, foi considerado um matsuri xintoísta, ainda que
mantenha elementos budistas.
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O Gion Matsuri talvez seja o maior festival de todo o Japão, sendo realizado nas ruas de Kyoto,
bem como no santuário Yasaka (Yasaka Jinja).
O festival se inicia no dia 1ª de julho, quando são determinados e organizados os ritos que
estarão presentes. No dia 2 de julho é feito um sorteio (mikuji) para se decidir a ordem dos carros
alegóricos no desfile. Entre os dias 10 e 15 de julho as atividades do matsuri se concentram no
santuário. A partir do dia 16 até o dia 24 de julho acontece o desfile de carros alegóricos (chamados
de yamaboko ou yamahoko). Nesse desfile, participam dois grupos – Yama e Hoko. Os carros Yama
apresentam figuras em tamanho real de pessoas de destaque, e os carros Hoko carregam 66 lanças
utilizadas nos rituais de purificação. No dia 17 de julho, em vários pontos da cidade, há
apresentações de. sagimai (dança sagrada própria desse matsuri) e dengaku (dança ancestral
japonesa que, originalmente, celebrava o cultivo do arroz). Na parte da noite, três shin’yo (mikoshi)
saem do honsha do santuário em procissão – essa procissão/desfile é considerada a mais importante.
Esses shin’yo são lavados, no dia 28, na ponte de Shijō. No dia 29, encerra-se o matsuri.
Assim como esse Gion Matsuri que acontece no santuário de Yasaka em Kyoto, outros tantos se
realizam em vários locais do Japão, por exemplo: o Gion Yamagasa, de 1º a 14 de julho, no santuário
de Kushida, em Fukuoka; o Gion Matsuri Hōran'enya, no dia 14 e 15 de julho, no santuário Yamabe,
na cidade de Gotsu, na Província de Shimane.
TEMA 4 – FESTAS DO OUTONO
As festas de outono utilizam um nome comum que é aki-matsuri (aki, significa outono e matsuri,
festival ou festa, como já sabemos). Elas são celebradas, especialmente, ao fim da estação e estão
ligadas ao agradecimento que se faz aos kami pela colheita do arroz ou de algum outro tipo de
alimento.
No passado, o início da aki-matsuri era precedido por um período de um mês de tabu ou de
abstenção (imi). Esse mês coincidia com o kami-na-tzuki (que é o mês sem os kami).
Vejamos alguns aki-matsuri mais conhecidos:
4.1 KARATSU KUNCHI
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O Karatsu Kunchi é um grande festival que se realiza no santuário de Karatsu (Karatsu Jinja), na
região de Saga. Ele acontece entre os dias 2 e 4 de novembro e tem atraído até 500 mil pessoas para
a região para as festividades.
O festival é muito conhecido pelos grandes hikiyama, um tipo de carro alegórico que chega a
medir de cinco a seis metros de altura e pode pesar até três toneladas! Esses carros são elaborados
em formato de capacete de samurai, dragão, peixe, fênix, guerreiro.
Os hikiyama são levados por membros escolhidos das famílias pertencentes a quinze vilas da
região de Karatsu. Cada uma delas é identificada por um hikiyama característico. Essa identificação é
histórica, e os hikiyama atuais foram confeccionados entre 1819 e 1876.
Estima-se que o festival tenha se iniciado no ano de 1592 e, em 1980, ele foi declarado
Propriedade Cultural Popular Intangível.
À noite do primeiro dia, os hikiyama são levados em desfile pelas ruas de Karatsu. Eles são
decorados com lanternas que permanecem acesas. No segundo dia, os hikiyama são levados pela
praia de Nishinohama. No terceiro e último dia é a vez dos bombeiros da cidade levarem os
hikiyama, que retornam aos seus lugares de origem.
4.2 NADA-NO-KENKA MATSURI
Esse festival acontece todos os anos nos dias 14 e 15 de outubro no santuário de Matsubara-
hachiman, que fica na cidade de Himeji, na Província de Hyogo.
A particularidade desse matsuri fica por conta da luta entre os mikoshi (justamente o nome do
matsuri, traduzido, seria festival de luta).
O festival reúne participantes de sete vilas (aldeias) da região: Matsubara, Kiba, Nakamura,
Usazaki, Mega, Higashiyama e Yaka. Os homens desses lugares, vestem o traje típico do matsuri – o
fundoshi, a jika-tabi (espécie de sapatilha/bota) e um hachimaki (algo como uma bandana). Os
participantes são identificados pelas cores de sua região (verde, vermelho, laranja, amarelo, azul, rosa
e vermelho-escarlate).
No dia 14 de outubro (primeiro dia do festival) são realizados os ritos de purificação xintoísta,
em preparação para o dia seguinte. No início desse dia, cada aldeia inicia a própria procissão,
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levando o yatai para ser purificado por um sacerdote no santuário de Matsubara Hachiman. Ao
passar por baixo do torii, a cúpula do yatai é retirada, em sinal de respeito. É feita uma procissão em
torno do santuário e simula-se um confronto entre os yatai como uma preparação do que se verá no
dia seguinte.
No dia 15 de outubro – dia principal da festa – as atividades se iniciam com o misogi (ritual de
purificação) dos mikoshi. Dentre as aldeias da região, uma é escolhida para conduzir o mikoshi até o
mar de Harima-nada para lá se realizar a purificação. Essa aldeia tem, então, o seu neri-ban, que
significa aproximadamente, um ano de folga. Devido à honra que recebe, a aldeia escolhida não irá
lutar na batalha dos yatai. Após a purificação, o mikoshi retorna para o santuário de Matsubara
Hachiman. É nesse espaço que acontece, então, a primeira batalha de yatai, uma espécie de
eliminatória.
Essa batalha consiste em erguer o yatai com varas de bambu e arremessá-lo contra o yatai
adversário. Segundo o que se crê, quanto mais o yatai for esmagado, mais os kami estarão
satisfeitos. Em seguida, os yatai são levados até o segundo palco das batalhas, a colina de
Otabiyama. Nesse local, existe um afluxo grande da multidão – desde habitantes das vilas, amigos e
parentes dos participantes, até turistas que querem conhecer o festival.
A partir desse momento, os embates começam a acontecer entre as vilas, por meio dos choques
entre os yatai. Um grupo pode desafiar o outro e os impactos são estrondosos, causando, inclusive,
ferimentos nas pessoas (os yatai podem pesar mais de uma tonelada!). Essa batalha continua até à
noite, quando, por fim, os yatai são levados ao cume do Monte Otabiyama e suas lanternas são
acesas e desfilam, uma última vez, diante da multidão.
Assim como vimos em exemplos anteriores, os elementos religiosos, folclóricos e turísticos se
entrelaçam nesse matsuri. Fala-se em mais de cem mil pessoas que assistem aos desfiles e batalhas.
Podemos perceber que se mesclam o xintoísmo dos santuários com o xintoísmo popular, na medida
em que são tradições antiquíssimas que são reavivadas a cada ano.
4.3 NO BRASIL
Aqui no Brasil, o aki-matsuri é bastante celebrado nas regiões onde as comunidades japonesas
se instalaram. Temos o exemplo de Moji das Cruzes (SP), que recebe em torno de 80 mil visitantes a
cada ano. Devido às estações invertidas, ele se realiza em abril (e não em outubro/novembro).
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Entre os ritos e costumes que procuram ser preservados pelos descendentes de japoneses aqui
no Brasil, durante o aki-matsuri são realizadas: a cerimônia do chá, o Tanabata Matsuri, o origami, o
soroban, o shodo e o tooro nagashi. Este último está relacionado à devoção aos ancestrais. Os
praticantes soltam lanternas em forma de barquinhos nos rios e lagos, iluminados por uma vela no
seu interior, orando aos espíritos ancestrais e pedindo por saúde, segurança e prosperidade
TEMA 5 – FERIADOS
Além dos diversos matsuri ligados a uma ou mais região, a uma tradição histórica ou religiosa
ou, ainda, a uma estação do ano, o Japão respeita alguns feriados que, de uma forma ou outra, estão
ligados às questões religiosas.
Entre os festivais que citamos, há feriados que pertencem aos calendários locais ou mesmo ao
calendário nacional. Desses não retornaremos a falar. Fiquemos com aqueles que estão destacados
daqueles.
5.1 DIA DA FUNDAÇÃO DA NAÇÃO
Também conhecido como Kenkoku Kinen no Hi, o Dia da Fundação da Nação celebra a fundação
do Japão, sendo comemorado no dia 11 de fevereiro. Atualmente não existe uma relação de
comemoração da data com o xintoísmo, contudo a história dessa comemoração é precisamente dada
por essa religião.
Desde os tempos mais antigos, a fundação do Japão foi considerada, nos relatos míticos do
Kojiki e do Nihongi, como sendo a ascensão ao trono do primeiro imperador – Jimmu – em 660 a.C.
Jimmu (ou Jinmu-tennō) foi considerado como descendente da deusa do sol Amaterasu.
Foi somente no período da Restauração Meiji que o dia foi considerado feriado (em 1872). A
intenção era chamar a atenção para a figura do imperador, uma vez que algumas autoridades
regionais estavam adquirindo status de senhor (daimyō). A tentativa buscava garantir a autoridade
singular do imperador. Estava em curso, ainda, o processo de modernização do Japão (a
ocidentalização) e havia o temor de se perder a importância do imperador diante dos valores
ocidentais como a democracia e a liberdade. Originalmente o dia foi conhecido como Dia do Império
(Kigensetsu) e buscava unificar os sentimentos do povo japonês em torno do imperador. Essa
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terminologia foi utilizada até a Segunda Guerra Mundial. Kenkoku Kinen no Hi chegou a ser
considerado um dos quatro maiores festivais do Japão. Com o fim da Grande Guerra, o feriado foi
abolido, e novamente restaurado em 1966.
Esse dia é importante, pois os japoneses demonstram o amor à pátria e o orgulho de terem
nascido no Japão. Ainda assim, os motivos políticos não são dos mais relevantes segundo a opinião
dos próprios japoneses. Acontecem paradas em algumas cidades e, especialmente, próximo dos
portões do Palácio Imperial. A grande maioria dos japoneses desconhecem o histórico da
comemoração dessa data da Fundação Nacional.
5.2 DIA DO ANIVERSÁRIO DO IMPERADOR
A data é conhecida pelo nome de Tennō Tanjōbi e celebra o aniversário do atual imperador do
Japão – Akihito. É um dia considerado feriado nacional e celebrado em 23 de dezembro. Antes do
atual governo, o Japão tinha como imperador o pai de Akihito, Hirohito, quegovernou até 1989,
quando veio a falecer. Durante a sua regência deste, o dia comemorado era 29 de abril (dia de
nascimento).
Até a Segunda Guerra Mundial, o feriado era conhecido como Tenchōsetsu ou Festival Tenchō,
que significaria algo como Dia de Celebração para a Longevidade do Céu e da Terra. O nome refere-se
ao desejo de uma vida longeva (e eterna) ao imperador. Essa data teve origem na Era Meiji e era
celebrada nos espaços sagrados do Palácio Imperial. Esse rito era chamado de tenchōsai – atualmente
é considerado entre os ritos menores da Casa Imperial.
A celebração pelo nascimento de um imperador teria sido realizada pela primeira vez em 775,
em honra ao Imperador Kōnin. Já a forma como se celebra o Tenchō atualmente vem da Era Meiji.
No Tennō Tanjōbi, o imperador, com sua família, aparece na varanda do Palácio Imperial para
saudar a população. Esse é um dos dois dias em que é permitida a visitação no palácio. O outro dia é
2 de janeiro (Kokyo Ippan Sanga).
Certamente que o feriado, atualmente, é mais visto como uma oportunidade de descanso e de
estar com os familiares (é o último feriado antes do fim de ano), contudo as origens dele estão
ligadas às tradições xintoístas de associar a figura do imperador a uma figura mítica, ligada aos kami.
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5.3 DIA DO RESPEITO PELA NATUREZA (MIDORI NO HI)
Celebrado no dia 4 de maio, o feriado nacional (inserido na semana que os japoneses chamam
de Semana de Ouro, pois compreende uma semana inteira de feriados) o Midori no hi faz referência
ao cuidado com a natureza.
A origem da data está ligada, de certa forma, à comemoração que vimos anteriormente. Trata-se
da data de celebração de aniversário do imperador anterior ao atual imperador do Japão – Hirohito
(também conhecido como Imperador Shōwa). Até a morte deste, a data de aniversário do imperador
correspondia ao dia 29 de abril (com a subida ao trono de Akihito, passou-se para o dia 23 de
dezembro, como vimos). Assim, após a morte de Hirohito, estabeleceu-se que se comemoraria o Dia
do Respeito pela Natureza nessa data. Após 2007, a data foi transferida para o dia 4 de maio para
coincidir com a Semana de Ouro. O dia 29 de abril ficou sendo conhecido como Shōwa no hi (ou Dia
do Imperador Shōwa). A ligação com o atual imperador Akihito é devido às características deste como
afeição pela natureza e luta pela conservação das florestas.
Nesse dia, os japoneses procuraram estar envolvidos em atividades ligadas à natureza – plantio
de árvores, cuidados com o jardim, visitas a parques etc. Ainda que não haja uma referência direta ao
xintoísmo (não há celebrações ou procissões relacionadas), devemos recordar que o xintoísmo
preconiza o respeito pela natureza não somente por questões ecológicas ou de sustentabilidade, mas
pela filiação aos kami, assim como são os seres humanos. Ou seja, se em outros países temos alguma
data relacionada à natureza (recordemos que aqui, no Brasil, comemora-se o dia 21 de setembro
como o Dia da Árvore), no Japão a questão tem um fundo mais religioso.
5.3 FESTIVAL DE BONECAS (HINA MATSURI)
A data, também conhecida como Dia das Meninas, é celebrada no dia 3 de março (terceiro dia
do terceiro mês – novamente a escolha recai sobre dias considerados auspiciosos).
A comemoração se dá em todo o Japão e, tradicionalmente, é montada uma plataforma, ornada
com um tapete vermelho, na qual são expostas bonecas com vestimentas típicas do Período Heian.
Na prateleira superior, ficam as bonecas que representam o imperador (O-Dairi-sama) e a imperatriz
(O-Hina-sama). Estas duas ficam diante de biombos dourados. Na prateleira abaixo são colocadas
três bonecas, representando as senhoras da corte (San-nin kanjo). Na terceira prateleira ficam cinco
músicos (Go-nin bayashi), quatro deles portando instrumentos e o quinto, o cantor, um leque. Nas
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prateleiras seguintes (que podem variar em número), aparecem cerejeiras, laranjeiras, samurais,
carruagens, ferramentas, móveis etc.
Esse costume, segundo as pesquisas, derivaria da crença de que bonecas poderiam conter maus
espíritos. Fazia-se, então, o ritual de hina-nagashi, que consiste em se confeccionarem bonecas de
palha e colocá-las em barcos em miniatura para que a correnteza dos rios as levassem embora,
afugentando, assim, os maus espíritos.
São muitos colecionadores de bonecas que apresentam coleções pelo Japão nessa época (com
itens caríssimos e originais). Contudo, muitas meninas (por isso a data) fazem as próprias exposições
(ainda que simples, pequenas).
Vejamos a seguir algumas tradições do Hina Matsuri:
Amazake: um tipo de saquê feito com baixo teor alcoólico, mais doce;
Hina-arare: um tipo de doce à base de arroz glutinoso (mochigome), que fica crocante e
açucarado. Ele representa o final do período do inverno (camada branca) e o início de uma vida
nova (camada verde, como a grama nova) e as flores de pessegueiro;
Sakuramochi: também é um tipo de doce de cor rosa e que é envolto em folha de cerejeira.
Feito com arroz glutinoso e anko (que é uma pasta de feijão azuki);
Tirashizushi: um tipo de sushi que é apresentado de forma colorida.
NA PRÁTICA
Na internet é possível encontrar inúmeros vídeos de festivais japoneses. Procure aqueles citados
nesta aula. A maioria está em língua inglesa ou japonesa. Ao se fazer a busca pelo nome do matsuri,
analise as representações simbólicas do festival. Perceba as características religiosas, tradicionais,
populares e turísticas de cada um deles.
FINALIZANDO
Nesta aula, entre as particularidades do xintoísmo, destacamos a forma celebrativa e popular
conhecida como matsuri. O termo designa uma série de celebrações, comemorações, festividades
que envolvem ritos de purificação, procissões, visitas a santuários, esportes, lutas, demonstrações etc.
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Cada matsuri – que poderá estar relacionado com um santuário (com o kami desse santuário), com
uma região ou com determinado personagem – apresenta características próprias. Uma distinção é
importante: determinados matsuri, nas procissões, carregam o mikoshi com o shintai (ou seja, com a
presença espiritual do kami), outros fazem a procissão com o mikoshi (ou não se faz), sem a presença
do shintai.
De forma sintética, podemos dizer que os matsuri são celebrados segundo as estações do ano
(temos os matsuri da primavera, do verão e do outono), como celebração do kami local ou em vistas
de algum acontecimento histórico importante.
Vimos que as Festas da Primavera estão ligadas, historicamente, à cultura do arroz
(principalmente), grande fonte de subsistência japonesa. A motivação dessas festas tem em vista
pedir a proteção aos kami para o plantio e desenvolvimento da planta. Entre essas festas, são
importantes aquelas centralizadas no início do ano. Os ritos estão relacionados a algum tipo de
limpeza (espiritual e física) das pessoas e dos ambientes das impurezas do ano que passou e um
pedido aos kami pelo ano que se inicia. O afluxo nos templos xintoístas, especialmente nos três
primeiros dias do ano, é bastante grande.
As Festas de Verão também se relacionam com a limpeza de impurezas e purificações. Citamos
como exemplo o Gion Matsuri, que tem como fundamento histórico o pedido aos kami para que
fossem libertos da peste.
Já as Festas do Outono têm (ou tinham) como motivação a alegria da colheita e o
agradecimento que se faz aos kami pelo grão que será transformado em alimento e sustento. Essas
celebrações são acompanhadas, muitas vezes, de procissões coloridas, seja com os hikiyama (no
Festival Karatsu Kunchi), seja com os yatai (no Festival Nada-no-Kenka)
Algumas dessas festas são celebradas, aqui no Brasil, pelas colônias japonesas (em especial no
Estado de São Paulo). Muitas já fazem parte do calendário festivo dos municípios.Elas são uma forma
de se preservar as tradições, bem como as práticas religiosas.
Por fim, verificamos ainda que há alguns feriados (nacionais ou regionais) no Japão que, não
obstante tenham se distanciado de suas origens, guardam relação com fundamentos religiosos –
especialmente o xintoísmo, mas também com o budismo. Destacamos, entre essas datas, o Dia da
Fundação da Nação, celebrado em 11 de fevereiro, o Dia do Aniversário do Imperador, em 23 de
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dezembro (atualmente), o Dia do Respeito pela Natureza, em 4 de maio, e o Festival das Bonecas ou
Dia das Meninas, em 3 de março.

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