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pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:35 2 SESEP-SE-C.Basicos-4 CONHECIMENTOS BÁSICOS 1. Segundo Luiz Antônio Cunha, o dualismo do sistema de educação brasileiro vem sendo considerado um obstáculo ao seu desenvolvimento porque (A) esta questão não tem sido reconhecida como objetivo de políticas educacionais. (B) inexiste a preocupação dos governantes em relação à resolução deste problema. (C)) persiste a resistência daqueles que se beneficiam do sistema vigente, até hoje. (D) as políticas educacionais não se propõem a organizar a gestão democrática nas escolas. (E) inexistem projetos educacionais que tenham como objetivo o acesso da população à escola pública. _________________________________________________________ 2. A escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classe, pois, embora difunda a idéia de igualdade de oportunidade não leva em conta a desigualdade de condições. A educação e a escola a que se refere o texto acima representam concepções e tendências da Educação no Brasil da pedagogia (A)) liberal. (B) construtivista. (C) progressista libertária. (D) progressista libertadora. (E) crítico-social dos conteúdos. _________________________________________________________ 3. Historicamente, o ensino obrigatório ficava restrito ao período necessário ao domínio da habilidade de ler, escrever e contar. A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional � LDB (no 9.394/96), observa-se um alargamento nesta concepção, constituindo a Educação Básica em: (A) pré-escola – ensino fundamental – ensino superior. (B) ensino fundamental – ensino médio – ensino superior. (C) pré-escola – ensino fundamental – educação de jovens e adultos. (D)) educação infantil – ensino fundamental – ensino médio. (E) educação especial – educação infantil – educação de jovens e adultos. 4. Segundo Maria Teresa Mantoan, a adesão à inclusão exige dos educadores a compreensão de que os alunos são diferentes uns dos outros e que os ambientes inclusivos devem concorrer para estimular os alunos, em geral, a se comportarem (A) disciplinadamente, para que se possa desenvolver atividades iguais para todos os alunos. (B) naturalmente, para que o professor possa atender individualmente todas as dificuldades dos alunos. (C) passivamente, para que o professor possa desen- volver seu planejamento de aula. (D) espontaneamente, diante das dificuldades cogni- tivas, sem a preocupação constante de produção de conhecimento. (E)) ativamente, diante dos desafios do meio escolar, abandonando os estereótipos, os condicionamentos, as dependências. _________________________________________________________ 5. Para Paulo Freire, ensinar é desafiar os educandos a que pensem sua prática, a partir da prática social, e com eles (os educandos), em busca dessa compreensão, estudar rigorosamente (A) os parâmetros curriculares nacionais. (B)) a teoria da prática. (C) os conteúdos do núcleo comum dos currículos das escolas. (D) a metodologia dos conteúdos. (E) a dinâmica do mercado de trabalho. _________________________________________________________ 6. Segundo José Carlos Libâneo, a primeira condição para se realizar um planejamento é saber com segurança a (A) grade de conteúdos que se irá ensinar aos alunos. (B) metodologia de trabalho a ser adotada em sala de aula. (C) organização disciplinar de cada série e o perfil dos professores. (D)) direção que queremos dar ao processo educativo na nossa sociedade. (E) noção do que é plano, planejamento, programa e projeto e suas etapas. _________________________________________________________ 7. Na verdade, esses professores, ao resistirem a uma mudança que não corresponda às suas condições materiais de trabalho, acabam definindo, dentro de um espaço fora do controle do Estado – a sala de aula – o que se deve ensinar. Segundo João Baptista Bastos, o plano prioritário da escola é o de gestão; no entanto, as condições materiais desumanas do trabalho escolar podem gerar (A)) não só o conformismo, mas também sentimento de impotência dos educadores. (B) contraditoriamente, a construção de um projeto pedagógico adequado à realidade dos alunos. (C) um trabalho coletivo, mas corporativista pois consegue envolver somente parte dos professores. (D) principalmente, um projeto pedagógico de má quali- dade pela falta de competitividade. (E) o descompromisso de professores com baixa capa- cidade técnica de ensinar. MODELO − Opcao de Cargo G07, Tipo 1 www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:35 SESEP-SE-C.Basicos-4 3 8. A valorização dos profissionais da educação, através da garantia de "aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para este fim"; de "período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho", bem como de "condições adequadas de trabalho", dentre outros aspectos, está prevista (A) na Constituição Federal/1988. (B) na Constituição Estadual de Sergipe. (C)) na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - no 9.394/96). (D) na Emenda Constitucional no 14/96. (E) no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). _________________________________________________________ 9. “Algumas vezes se abandona a escala de 6 a 10 ou de A a E ou deixa-se de utilizar conceitos como ‘ótimo’, ‘bom’ ou ‘regular’ onde o contexto escolar adquire um certo grau de liberdade, mas os processos pedagógicos continuam vinculados a um produto previamente determinado.” O texto acima de Maria Teresa Esteban faz referência às muitas das propostas atuais de avaliação que mantêm o estabelecimento de parâmetros com os quais as respostas dos alunos devem ser comparados (A) para se desenvolver uma avaliação emancipatória. (B)) e não rompem com a prática de avaliação classifica- tória. (C) visando a realização de uma avaliação diagnóstica. (D) visando uma aprendizagem significativa, a partir do erro construtivo. (E) e organizadas de forma a oferecer a idéia exata do rendimento dos alunos. _________________________________________________________ 10. De acordo com o artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90), serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar os casos de: I. problemas indisciplinares. II. casos de doenças contagiosas. III. maus tratos envolvendo alunos. IV. reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares. São corretas, APENAS (A) I e II (B) I e III (C) II e III (D) II e IV (E)) III e IV Atenção: As questões de números 11 a 15 baseiam-se no texto apresentado abaixo. O Brasil é, sem favor, a maior reserva folclórica do mundo. O Nordeste, em particular, tem sido uma imensa casa- grande, em torno da qual o povo inventa e conta estórias. Tem cabido ao povo nordestino a guarda dos acervos, que se mostram nos espaços das ruas e das praças, nos mercados e nas feiras, no Natal, no São João ou no carnaval, na quaresma e na aleluia - lugares e ocasiões em que o povo veste sua alma de festa e de arte e professa, entre cantos, danças, gestos, a sua sobrevivência. Há, em meio ao repertório folclórico conhecido, insofis- máveis provas da concepção que o povo brasileiro tem do mundo e da vida. Há, também, protestos óbvios, diretos, duros. Há, predominantemente, uma herança catequética que percorre os contos, os provérbios, os autos e folguedos, as crendices e superstições, as quadrinhas e a literatura de cordel - variadas formas da literatura popular reconhecida pelos letrados e eruditos. Um repertório que é capazde afirmar um tipo de vida severina, pelo modelo do poema de João Cabral de Melo Neto, ou manter quase intactos gestas e dramas que colocam em oposição cristãos e mouros, religiosos e infiéis. Vigoram ainda nas escolas as quatro características básicas do fato folclórico, fixadas por Luiz da Câmara Cascudo: antigüidade, persistência, anonimato e oralidade. Tais características colidem com a definição de João Ribeiro, de que o folclore é a concepção do mundo e da vida de um povo. Tudo tem uma autoria. Nas comunidades convivem na mesma importância os que puxam os versos, juntamente com os que sustentam o refrão, repetindo-os. No uso, aquilo que nasceu da individualidade passa a pertencer a muitos. A colegialidade, então, passa a ser, também, característica do popular. Por fim, a expressividade do fato cultural do povo, que engloba a mensagem e a linguagem que lhe vale de suporte, adquire, igualmente, feição de característica, por conta do conjunto de expressões que facilitam a aceitação e a sobrevivência do que é produzido. (Adaptado de Luiz Antonio Barreto. Um novo entendimento do folclore. Aracaju: Sociedade Editorial de Sergipe, 1994, p. 27-41) 11. A coesão do 2o parágrafo do texto mantém-se, espe- cialmente, (A) por afirmações opostas quanto ao sentido e quanto à sua organização sintática. (B) pela seqüência cronológica dos fatos apresentados, garantida pelos tempos verbais. (C) pelo uso de conectivos que estabelecem a subordinação coerente entre as orações. (D)) pela repetição de frases de estrutura sintática semelhante e significado coerente. (E) pelo uso coloquial do vocabulário e da ordem direta nas frases. Opcao de Cargo G07, Tipo 1 − MODELO www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:35 4 SESEP-SE-C.Basicos-4 12. ... fixadas por Luiz da Câmara Cascudo: antigüidade, persistência, anonimato e oralidade. (início do 3o pará- grafo) Os dois pontos introduzem, considerando-se o contexto, (A)) uma seqüência enumerativa. (B) a restrição ao que se afirma anteriormente. (C) interrupção intencional do pensamento. (D) transcrição exata de palavras de outro autor. (E) uma repetição desnecessária. _________________________________________________________ 13. Tais características colidem com a definição de João Ribeiro. (início do 3o parágrafo) Emprega-se um sinônimo do verbo grifado na frase acima em: (A) apóiam-se na ... (B) acrescentam à ... (C)) chocam-se com a ... (D) confirmam a ... (E) combinam com a ... _________________________________________________________ 14. ... e professa, entre cantos, danças, gestos, a sua sobrevivência. (final do 1o parágrafo) A mesma regência exigida pelo verbo grifado na frase acima se encontra em: (A) O Nordeste, em particular, tem sido uma imensa casa-grande ... (B)) ... que facilitam a aceitação e a sobrevivência ... (C) Tem cabido ao povo nordestino a guarda dos acervos. (D) Vigoram ainda nas escolas as quatro caracterís- ticas... (E) .... ou manter quase intactos gestas e dramas. 15. Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) A alegria contagiante do povo nordestino explode nas festas populares, especialmente as que homenageiam São João. (B) Uma análise das manifestações populares não pode deixar de destacar a imensa criatividade dos declamadores nas feiras e mercados. (C) É prodigiosa a capacidade de memorização dos poetas populares e a facilidade de desfiar versos harmoniosos em seus improvisos. (D) O povo iletrado assimilou em sua memória coletiva os fatos folclóricos trazidos pelos colonizadores e cristalizados na literatura de cordel. (E)) As condições de vida do povo nordestino permitiram- lhe ser alegre e expontâneo, gosando da alegria de suas festas regionais. _________________________________________________________ 16. Acaju � Estas árvores são muito grandes, e formosas, perdem a folha em seus tempos, e a flor se dá nos cachos que fazem umas pontas como dedos, e nas ditas pontas nasce uma flor vermelha de bom cheiro, e após ela nasce uma castanha, e da castanha nasce um pomo do tamanho de um repinaldo, ou maçã camoeza; é fruta muito formosa, e são alguns amarelos, e outros vermelhos, e tudo é sumo: são bons para a calma, refrescam muito, e o sumo põe nódoa em pano branco que não se tira senão quando se acaba. É correto afirmar-se que o trecho acima pertence (A)) à literatura informativa sobre a nova terra, cujos autores tentavam descrever para os que permane- ciam no reino as novidades encontradas aqui. (B) ao barroco, pelo uso de uma linguagem rebuscada, plena de figuras e de inversões, além de um tratamento religioso conferido à natureza, como obra de Deus. (C) à época arcádica, em que se pregava a convivência saudável e harmoniosa com a natureza, como fonte de equilíbrio e sabedoria. (D) ao romantismo, em vista de uma percepção idílica da terra, valorizando seus aspectos mais originais, em oposição aos valores trazidos da Europa. (E) ao modernismo, por tratar-se de assunto cotidiano, registrado em linguagem coloquial, direta e objetiva, visando a clareza da informação. MODELO − Opcao de Cargo G07, Tipo 1 www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:35 SESEP-SE-C.Basicos-4 5 17. Atualmente, a luta pela posse da terra em Sergipe, e em várias regiões do Brasil, tem mobilizado diferentes setores sociais, especialmente os ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Na história de Sergipe, os problemas da terra estão intrinsecamente relacionados aos mecanismos de exploração colonial, cuja característica marcante foi (A) a forma como se organizou a pecuária, desenvolvida predominantemente para atender ao mercado consumidor europeu. (B) os conflitos entre os colonizadores para a obtenção das melhores terras, visando a exploração de produtos de subsistência, como o feijão e o algodão. (C)) o alto grau de concentração fundiária tanto na produção açucareira como na criação de gado. (D) o tipo de sistema de distribuição das terras, denominado sesmarias, que beneficiou, com pequenos lotes, imigrantes e trabalhadores livres. (E) o predomínio do sistema minifundiário, onde eram produzidos açúcar e bens de produtos intermediários para abastecer o mercado interno. _________________________________________________________ 18. Analise as frases abaixo, procurando detectar as que apresentam coerência de fatos e justificativas sobre a transferência da capital de Sergipe de São Cristóvão para Aracaju. I. A cidade de São Cristóvão recebia grande quantidade de migrantes de diferentes cidades do interior de Sergipe e do Nordeste; isso provocou reações da população desta cidade, que pressionou a Câmara Municipal para votar a transferência da capital para Aracaju. II. A escolha de Aracaju como capital de Sergipe estava diretamente relacionada, entre outros fatores, à força econômica da região de Cotinguaba, que tinha dificuldades de escoar seu principal produto de exportação para o mercado interno e externo. III. Nas décadas de 1910 e 1920, os jornais "O Estado de Sergipe" e o "Correio de Aracaju" exerceram uma poderosa influência sobre a população de São Cristóvão para que ela se manifestasse contra a transferência da capital para Aracaju. IV. A transferência da capital de Sergipe estava inserida no contexto das transformações ocorridas no país das quais, dentre outros aspectos, destacaram-se os processos de modernização, de industrialização e de urbanização. As frases corretas são APENAS (A) I e II (B) I e III (C) II e III (D)) II e IV (E) III e IV 19. Observe o gráfico. 32% 10% 4% 7% 10% 37% Lavouras permanentes Lavouras temporárias Pastagens naturais Pastagens plantadas Matas Não utilizadas IBGE. Censo agropecuário 1995-1996 A observação do gráfico e seus conhecimentos sobre as atividades rurais de Sergipe permitem afirmar que (A) no estado,todas as terras agrícolas são intensamente ocupadas. (B) embora ocupando pequena área, as lavouras permanentes têm alta produtividade. (C) cerca de 1/3 das terras agrícolas do estado são ocupadas por matas. (D) as lavouras temporárias concentram-se no agreste e ocupam cerca de 25% da área do estado. (E)) mais da metade das terras agrícolas sergipanas destinam-se à pecuária. _________________________________________________________ 20. Na festa de São Benedito, celebrada no dia de Reis, em Lagarto, há dois folguedos: no 1o, são pretos, vestidos de reis e de príncipes, que fazem a guarda de honra de três rainhas; no 2o, são mulatas vestidas de branco e enfeitadas com fitas que vão em procissão, dançando e cantando música puramente brasileira. As descrições identificam, respectivamente, (A) Sambas e Folgança dos mouros. (B)) Congadas e Taieiras. (C) Batuques e Cavalo marinho. (D) Espírito Santo e Bumba-meu-boi. (E) Folgança dos marujos e Pastorinhas. Opcao de Cargo G07, Tipo 1 − MODELO www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 6 SESEP-SE-Portugues-G07 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Atenção: As questões de números 21 a 30 baseiam-se no texto apresentado abaixo. A fábula faz parte da condição humana. Esse gênero literário é constituído de narrativas breves de conteúdo mágico e lendário. Está presente numa quantidade inumerável de exemplos em todas as sociedades humanas, das mais primitivas às mais complexas, das selvagens às camponesas. A fábula é uma pequena composição em prosa ou verso em que se narra um fato alegórico, cuja verdade moral está implícita na própria ficção. Em geral, transfere para animais ou seres inanimados as qualidades e sentimentos do homem. A fábula dá representação concreta a uma idéia abstrata e, sobretudo, a um conceito moral. Na narrativa, a ação não se apresenta como na realidade, mas como poderia ou deveria acontecer. Diferencia-se da parábola, pois esta não transcende os limites do provável, ao passo que a fábula implica sempre a atribuição de características reais ao fantástico. Esse gênero literário possui suas próprias leis de formação. O universo é transformado de acordo com seus princípios. Isso seria a criação espontânea, para Jakob Grimm. A fábula enfrenta abertamente o universo e o absorve inteiramente. Apesar dessa transformação, o universo conserva sua mobilidade, sua generalidade e sua pluralidade. Isso proporciona à fábula a característica de ser sempre nova. Os outros gêneros literários (o romance, o drama, o poema épico) não recriam o universo, mas inserem episódios numa parte dele, mantido, porém, como uma entidade fechada e coesa. Em outras palavras: a fábula, para funcionar, não se satisfaz em contar uma história no mundo tal como ele existe – ela o recria. Assim , a fábula exige totalidade: precisa de um mundo onde as pedras falem, os rios tenham filosofia, os mortos renasçam, os animais sejam humanos, o tempo ande diferente. E que no final haja justiça, e que a vida nunca pereça. A natureza das fábulas é universalista e elas são, no fundo, iguais em todos os lugares. Para o escritor Ítalo Calvino, “dizer de onde é uma fábula não tem muito sentido”, já que as mesmas matrizes – “ a predileção por certas espécies, a criação de certas personagens, a atmosfera que envolve a narrativa, as características do estilo” – são encontradas no mundo todo. Além de universais, as fábulas são muito antigas. Existem famosas coleções de fábulas orientais, em sânscrito. Na Idade Média, a fábula foi cultivada nos conventos, e sabemos que os religiosos a empregaram não só para divulgar conceitos morais mas também com sentido satírico, representando os animais as personagens ou as classes – e muitas vezes os padres, tornados motivo de zombaria. A relação de autores que cultivaram o gênero é infindável. Mesmo atualmente a fábula está muito viva. Um dos romances brasileiros mais modernos, Macunaíma, de Mário de Andrade, é composto de uma somatória de fábulas indígenas e universais. Millôr Fernandes, há décadas, produz as suas Fábulas fabulosas, alimentadas não por um universo mágico, mas pelo “nonsense” de um mundo cruel e cínico. (Adaptado de Carlos Eduardo Berriel, Folha de S. Paulo, Sinapse. 30/09/2003, p.20) 21. Infere-se corretamente do texto que as fábulas constituem um gênero literário que (A) vem perdendo sua eficácia pela impossibilidade de manter um conteúdo de fantasia e de magia diante da dura realidade do mundo moderno. (B)) mantém a atualidade de seu conteúdo, apesar de ter origem em tempos bastante remotos, discutindo o mundo com propriedade. (C) é aceito por escritores modernos por ser depositário de uma visão de mundo em épocas remotas da história da humanidade. (D) é visto como um produto de qualidade inferior, se comparado com os outros gêneros, por não seguir os princípios que embasam a obra literária. (E) se propôs, desde sua origem, moralizar costumes dos mais variados povos, mas perdeu progressivamente sua função, por desenvolver conceitos abstratos. _________________________________________________________ 22. A fábula é uma pequena composição em prosa ou verso em que se narra um fato alegórico ... A afirmativa do texto que explica o sentido da expressão grifada acima é: (A) A fábula faz parte da condição humana. (B) Está presente numa quantidade inumerável de exemplos em todas as sociedades humanas ... (C) Em geral, transfere para animais ou seres inani- mados as qualidades e sentimentos do homem. (D)) A fábula dá representação concreta a uma idéia abstrata e, sobretudo, a um conceito moral. (E) Esse gênero literário possui suas próprias leis de formação. _________________________________________________________ 23. – “ a predileção por certas espécies, a criação de certas personagens, a atmosfera que envolve a narrativa” – Os travessões (A)) introduzem um comentário explicativo adicional no contexto, com a citação exata de outro autor . (B) isolam um segmento desnecessário no contexto, por ser repetitivo, o que se acentua com o uso das aspas. (C) assinalam a hesitação do autor na enunciação de uma idéia nova e diferente do contexto, dentro de um mesmo parágrafo. (D) denotam uma interrupção voluntária do pensamento, por tratar-se de um comentário desprovido de interesse. (E) separam, utilizando-se ainda do reforço das aspas, uma série de expressões que retificam o que foi afirmado anteriormente. MODELO − Opcao de Cargo G07, Tipo 1 www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 SESEP-SE-Portugues-G07 7 24. ... cuja verdade moral está implícita na própria ficção. (início do 2º parágrafo) O emprego do pronome grifado evita a repetição, no texto, da expressão também grifada em: (A) onde a pequena composição. (B) em que há verdade moral. (C)) a verdade moral da fábula. (D) da qual é a própria ficção. (E) a que a pequena composição. _________________________________________________________ 25. A natureza das fábulas é universalista e elas são, no fundo, iguais em todos os lugares. (início do 4o parágrafo) A mesma função sintática do termo grifado acima se repete no termo (A) a natureza. (B) das fábulas. (C) no fundo. (D) em todos os lugares. (E)) iguais. _________________________________________________________ 26. Isso proporciona à fábula a característica de ser sempre nova. (3o parágrafo) A mesma regência do verbo grifado na frase acima repete- se em: (A) Histórias criadas por povos primitivos desenvolviam explicações fantasiosas a respeito de seu mundo. (B) As narrativas de povos primitivos constituem um rico acervo de fábulas, tanto em prosa quanto em versos. (C) Pequenas narrativas sempre foram instrumento, nas sociedades primitivas, de transmissão de valores morais. (D)) Nas fábulas, seus autores transferem atitudes e características humanas para animais e seresinanimados. (E) Fábulas tornaram-se recursos valiosos de transmis- são de valores, desde sua origem, em todas as sociedades. _________________________________________________________ 27. A forma verbal está flexionada de modo INCORRETO na frase: (A) As narrativas orais, de conteúdo mágico, sempre satisfizeram plenamente a imaginação das crianças, transmitindo-lhes conhecimentos e experiências de vida. (B) São bem aceitas as histórias que trazem conhe- cimentos, muitas vezes distantes de nossa reali- dade, envoltos em uma aura de mistério e fantasia. (C)) Apesar de sua natureza fortemente oral e de sua ori- gem em tempos remotos, as fábulas manteram sua atualidade, despertando interesse geral ainda hoje. (D) Todos os que lêem histórias e são capazes de ver o mundo através da fantasia, sobrevivem às maiores dificuldades, superando-as. (E) É necessário que os professores saibam contar histórias às crianças, especialmente as que possi- bilitem a estas conhecer melhor a si próprias. 28. A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é: (A) A inspiração das fábulas nasce no imaginário de sociedades primitivas, na busca da compreensão do universo e dos conflitos existenciais. (B) Diferenças culturais, costumes inusitados ou estra- nhos aos da época moderna surgem no conteúdo das fábulas, assimilado espontaneamente pelos ouvintes. (C) O ritmo da vida moderna impossibilita o antigo e saudável hábito das sessões comunitárias desti- nadas a ouvir e a contar histórias. (D) Despertar a atenção do público infantil é um desafio para o contador de histórias, um ritual que utiliza recursos diversos, com a mímica e a entonação da voz. (E)) A exatidão de conhecimentos e informações con- tidos nas fábulas, associados à vizão mágica do mundo, favorece o amadurescimento das crianças. _________________________________________________________ 29. A concordância está feita corretamente na frase: (A)) Desenvolvem-se os mais variados conceitos morais e experiências de vida em pequenas narrativas em prosa ou em verso, existentes desde a antigüidade. (B) A fábula constitui um dos gêneros literários bastante aceito no universo infantil, a que se dedicou tanto autores antigos quanto modernos. (C) O conteúdo transmitido pelas fábulas às crianças podem despertar nelas o gosto pela leitura de obras- primas da literatura universal. (D) A origem arcaica das fábulas encontram-se nos va- lores que ela transmite, numa linguagem de natu- reza popular, resgatado por compiladores eruditos. (E) Do maravilhoso patrimônio de fábulas faz parte alguns temas que, tendo origem na cultura popular e sido transmitido por via oral, aparecem em obras literárias posteriores. _________________________________________________________ 30. A fábula, prendendo-se ...... múltiplas experiências e visões de mundo, inspira nas crianças o amor ...... verdade e o respeito ...... alguns valores essenciais. As lacunas da frase apresentada acima estão corre- tamente preenchidas por (A) a - a - a (B)) a - à - a (C) à - à - a (D) à - à - à (E) a - à - à Opcao de Cargo G07, Tipo 1 − MODELO www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 8 SESEP-SE-Portugues-G07 31. O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Nessa conhecida quadra de seu poema “Autopsicografia”, Fernando Pessoa refere-se a um fundamento da arte poética que deve ser assim compreendido: (A) quando se trata de um grande poeta, basta-lhe fingir uma completa emoção para que ela venha a aparecer como real para todos os leitores. (B) sabe-se que a dor de um poeta é fingida, embora em seus poemas ele nos comova, pelo esforço de fazê- la parecer real. (C)) o real sofrimento de um poeta, para transparecer como tal, deve submeter-se a uma representação artística que seja de todo convincente. (D) a beleza da poesia está no fato de que quanto mais insinceros são os poetas em suas confissões, mais verdadeiros nos parecem. (E) na poesia, as dores falsas e as verdadeiras se confundem, pois o poeta trata a umas e outras como se fossem nossas, e não suas. _________________________________________________________ 32. Considere as seguintes afirmações sobre a ficção de Eça de Queirós: I. Personagens como o Conselheiro Acácio, Luísa e Basílio têm tamanha complexidade psicológica que se desgarram inteiramente de seu espaço de atuação e de sua época, constituindo-se assim como seres trágicos e universais. II. No romance A cidade e as serras, de sua última fase, o autor opõe ao artificialismo da sofisticada vida urbana a energia simples e natural da vida no campo, manifestando assim um tipo de idealização. III. O temperamento lírico do autor impediu que ele explorasse, ainda que ocasionalmente, algumas das armas mais poderosas da escola realista, como a mordacidade e a ironia, ao criticar as mazelas sociais da vida burguesa. Está correto apenas o que se afirma em (A) I (B)) II (C) III (D) I e II (E) II e III _________________________________________________________ 33. Comparando-se os sonetos líricos, nos quais o Amor é um protagonista fundamental, com Os Lusíadas, em que também o Amor mítico está presente (como no episódio de Inês de Castro), comprova-se que, para Camões, a questão do gênero é irrelevante, pois ele trata todos os grandes temas num mesmo registro subjetivo. O equívoco da formulação acima reside no fato (A) de se considerar o Amor como uma presença expressiva dentro da grande epopéia camoniana. (B) de que, no episódio de Inês de Castro, não há qualquer menção ao Amor como entidade mítica. (C) de que, também nos sonetos líricos, o poeta possa alcançar a universalização de um sentimento íntimo que é própria da épica. (D) de se considerar que um mesmo tema geral possa ser tratado tanto no discurso da lírica como no da épica. (E)) de se considerar que um mesmo registro subjetivo não só está presente em gêneros distintos como também os uniformiza. 34. Ah, ser filho de fazendeiro! À beira do São Francisco, do Paraíba ou de qualquer córrego vagabundo, É sempre a mesma sen-si-bi-li-da-de. E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. Aquela casa de nove andares comerciais é muito interessante. A casa colonial da fazenda também era... No elevador penso na roça, na roça penso no elevador. Nos versos acima, do poema “Explicação”, de Carlos Drummond de Andrade, o poeta (A)) expõe a dificuldade que tem em reconhecer o sentido mesmo de pátria, uma vez que este oscila entre tempos e espaços bastante distintos. (B) revela-se um intransigente nacionalista, ao invocar a sensibilidade brasileira como um traço que nos integra socialmente e nos torna culturalmente superiores. (C) mostra-se já distante do modernismo de 22, uma vez que dá como superada a questão do nacional, que era objeto de discussão dos escritores daquela época. (D) proclama as vantagens que vê no cotidiano da vida moderna, da qual o prédio comercial de nove andares e o elevador são símbolos expressivos. (E) inclui-se entre os escritores modernistas que buscavam em nossos mitos primitivos uma forma de representação do nosso presente e do nosso futuro como povo. _________________________________________________________ 35. Referindo-se ao poema O Uraguai, de Basílio da Gama, o crítico Antonio Candido tece o seguinte comentário: (...) o poema é um romance de aventuras exóticas, só que narrado em verso, numa linguagem tornada inteiramente inatual pela pátina do tempo, o que lhe dá o mesmo encanto dos velhos móveis e objetos. Romance de aventuras no qual os índios empenachados de azul e ouro, de vermelho e preto, lutam contra tropas coloniais fardadas de branco e vermelho, de amarelo e azul, num balanceio que fascina os olhos da imaginação e sugere ao espírito o balanceio de culturas e gêneros de vida. Tendo em vista os termos desse comentário, é correto afirmar que o crítico (A) reconhece em Basílio da Gama um autorcapaz de dar expressão aos valores mais autênticos dos índios do sul do Brasil. (B) considera O Uraguai um poema prosaico pelo fato de tratar tanto os índios como as tropas coloniais a partir de suas características exteriores. (C) sugere que Basílio da Gama, influenciado pelo indianismo romântico, retratou os índios guerreiros como se fossem genuínos cavaleiros medievais. (D)) releva no poema de Basílio da Gama a capacidade que tem este de narrar com plasticidade e de estimular a fantasia do leitor. (E) vê em O Uraguai uma expressão fidedigna de uma importante passagem da história brasileira, marcada pela violência do colonizador sobre o colonizado. MODELO − Opcao de Cargo G07, Tipo 1 www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 SESEP-SE-Portugues-G07 9 36. Observe o que se diz, abaixo, sobre Iracema, de José de Alencar: I. A preocupação com o argumento histórico impediu que o idealismo romântico se fizesse presente nessa narrativa, ao contrário do que ocorreu em outras obras, como Senhora. II. O gênero dessa obra é controverso entre os críticos, pois se a maioria o qualifica como romance, privilegiando a trama narrativa que o sustenta, há também quem o considere um poema em prosa, em virtude do ritmo e das imagens que dão força ao discurso. III. Pode-se ler esta obra como uma narrativa em que o tema da colonização se especifica, já que a personagem Iracema prende-se à natureza e à cultura locais, e a personagem Martim traz consigo a força do conquistador. Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C)) II e III, somente. (D) I, somente. (E) II, somente. _________________________________________________________ 37. Emigrantes nordestinos são personagens centrais em vários textos da literatura brasileira, representadas, evi- dentemente, dentro do universo literário e das convicções de cada autor. Veja-se, por exemplo, que (A) Graciliano Ramos faz de Fabiano um porta-voz da indignação dos homens que se insurgem contra a opressão de classe e que se sacrificam em nome de seu ideal. (B) Euclides da Cunha faz ver em Antonio Conselheiro um mártir republicano, vítima de uma batalha desigual contra as tropas sucessivamente enviadas pelo Imperador. (C) João Cabral de Melo Neto vale-se de Severino como protagonista de uma narrativa poética na qual o retirante, depois dos tormentos da viagem, encontra o que buscara. (D) Jorge Amado, por meio da personagem Gabriela, demonstra a tese de que a força da ingenuidade e da naturalidade sobrepuja o sistema de mando do coronelismo. (E)) Clarice Lispector, valendo-se de Macabéa, expõe a dificuldade que tem um narrador lúcido e culto em representar a experiência da opressão e do desenraizamento social. 38. Considere o seguinte comentário a respeito de Sílvio Romero e de sua obra capital, a História da Literatura Brasileira: (...) a História permanece a primeira visão orgânica das nossas letras. Sílvio procedeu a um levantamento exaustivo de tudo o que se escrevera até então no Brasil, incluindo matérias afastadíssimas do que o consenso geral entende por arte literária: livros de Geologia, de Botânica, de Medicina, de Direito... O seu conceito elástico de arte como expressão indiscriminada das energias mentais de um povo não lhe permitia grandes escrúpulos de ordem estética; o que, afinal, redundou em bem para a formação da consciência do nosso passado espiritual visto como um todo fortemente preso às estruturas materiais. (Alfredo Bosi) Nesse comentário, acentua-se a seguinte característica da abordagem crítica de Romero: (A) precedência do elemento estilístico sobre a motivação histórica, na interpretação de uma obra literária. (B)) valorização das teses deterministas e evolucionistas como parâmetros de avaliação de toda produção intelectual. (C) valorização máxima dos elementos psicológicos com os quais trabalha um autor na elaboração de sua obra. (D) precedência da análise formalista da linguagem sobre todo e qualquer método analítico inspirado em tendências estrangeiras. (E) valorização da subjetividade e do impressionismo crítico, em reação às tendências materialistas da época. _________________________________________________________ 39. Em contos como “O caso da vara” ou “Pai contra mãe”, Machado de Assis coloca em cena negros escravos, fazendo contrastar a opressão destes e a vantagem que dela tiram as personagens brancas. Nesses contos, Machado não apenas apresenta a opressão, mas a expõe dentro do violento sistema social que a produziu e reproduziu. Essa operação machadiana (A)) é decisiva como perspectiva crítica, pois desvenda as tensões e contradições básicas da nossa organização social. (B) é similar, como análise e expressão, ao tratamento literário que foi dado ao índio desde os tempos coloniais até meados do século XIX. (C) apóia-se na retórica combativa de Castro Alves, na qual as ênfases e a indignação abolicionistas se traduzem em símiles e apóstrofes. (D) multiplica-se também em seus romances, razão pela qual é possível aproximar o criador de Capitu dos escritores naturalistas. (E) tem fortes vínculos com a tradição romântica, desde o início sensível à situação do escravo e implacável na análise estrutural da sociedade escravista. Opcao de Cargo G07, Tipo 1 − MODELO www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 10 SESEP-SE-Portugues-G07 40. Analisando-se a tradição do regionalismo no Brasil, dos românticos aos modernistas, verifica-se que a contribuição oferecida por Guimarães Rosa é notável em mais de um aspecto, pois o criador de Grande sertão : veredas (A) não apenas renovou a linguagem das personagens, reproduzindo a fala natural dos sertanejos, mas também alçou a linguagem do narrador a um parâmetro culto raras vezes freqüentado por outros escritores. (B) não apenas exaltou o pitoresco das paisagens e cenários, mas deu precisão científica à observação da fauna e da flora, inspirado no mesmo rigor com que Euclides da Cunha descrevia a geografia dos sertões. (C) soube, além de imaginar os saborosos casos que se justapõem em suas narrativas, interpretar a situação do homem sertanejo com objetividade e isenção, evitando extrapolar os limites realistas. (D)) fundiu, num nível de invenção surpreendente, a observação localista com uma expressão que tanto a incorpora como a transcende, razão pela qual o elemento telúrico alcança um valor universal. (E) não apenas incorporou a linguagem idealizante de um Alencar ou de um Bernardo Guimarães como também soube se valer dos procedimentos realistas de um José Lins do Rego ou de um Graciliano Ramos. _________________________________________________________ 41. No romance A hora da estrela, de Clarice Lispector, a relação que se estabelece entre o narrador, Rodrigo, e a personagem Macabéa tipifica uma das características mais marcantes da modernidade da autora, qual seja: (A)) o ato mesmo de narrar e os elementos da narrativa problematizam-se mutuamente. (B) é a força da personagem que leva o narrador ao registro objetivo das situações. (C) os dilemas do narrador impedem que se desenvolva a história do protagonista. (D) narrador e personagem se fundem harmoniosa- mente num pacto sentimental. (E) as marcas da narração se tornam invisíveis ao longo de toda a narrativa. _________________________________________________________ 42. Pensando-se na divisão clássica dos gêneros literários, segundo a qual a literatura se faz no modo épico, ou no modo lírico, ou no modo dramático, pode-se falar em hibridismo ou mistura de gêneros quando se trata de caracterizar uma obra como (A) São Bernardo, de Graciliano Ramos, em razão de o narrador ser também o protagonista. (B) Menino de engenho, de José Lins do Rego, em razão da fundamentação histórica em que se assenta a narrativa. (C)) Morte e vida severina,de João Cabral de Melo Neto, poema apresentado como auto de natal pernambucano. (D) Libertinagem, de Manuel Bandeira, pelo fato de haver poemas que retratam experiências íntimas do poeta. (E) O cortiço, de Aluísio Azevedo, em razão de se tratar de uma narrativa apoiada em convicções científicas da época. Atenção: As questões de números 43 a 46 referem-se ao texto que segue. [Cinema e arte] Na década de vinte, a maneira mais útil de abordar o cinema, para a criação ou a reflexão, era considerá-lo arte autônoma. É possível que a tese da especificidade cinematográfica ainda venha no futuro a produzir fatos práticos e teóricos. Atualmente, porém, os melhores filmes e as melhores idéias sobre o cinema decorrem implicitamente de sua total aceitação como algo esteticamente equívoco, ambíguo, impuro. O cinema é tributário de todas as linguagens, artísticas ou não, e mal pode prescindir desses apoios que eventualmente digere. Fundamentalmente arte de personagens e situações que se projetam no tempo, é sobretudo ao teatro e ao romance que o cinema se vincula. A história da arte cinematográfica poderia limitar-se, sem correr o risco de deformação fatal, ao tratamento de dois temas, a saber, o que o cinema deve ao teatro e o que deve à literatura. O filme só escapa a esses grilhões quando desistimos de encará-lo como obra de arte e ele começa a nos interessar como fenômeno. Não é na estética, mas na sociologia que refulge a originalidade do cinema como arte viva do século XX. (Paulo Emílio Salles Gomes, in VV. AA. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1967, pp. 105-106) 43. Desenvolve-se nesse texto a tese de que (A) a linguagem do cinema, tanto do ponto de vista prático como do teórico, tem características tão específicas quanto a de um texto dramático ou de prosa ficcional. (B) há tamanha impureza estética na linguagem do cinema que ela não pode proporcionar ao espectador de um filme nenhum estímulo de valor propriamente artístico. (C) é tão somente como fenômeno sociológico que a linguagem do cinema ganha especificidade, tal como ocorre nos casos do teatro ou do romance do século XX. (D)) a linguagem do cinema se constrói, de modo essen- cial, com elementos de outras linguagens, mormente as já consolidadas pelo teatro e pelo romance. (E) as limitações da linguagem do cinema somente serão superadas quando este, voltando às origens, readquira os códigos específicos que o caracterizam na década de vinte. _________________________________________________________ 44. Analisando-se expressões desse texto, é correto afirmar que (A) Na década de vinte e Atualmente, articulam uma relação de causa e efeito entre o que afirmam o primeiro e o terceiro períodos. (B) e mal pode prescindir tem sentido equivalente ao da expressão a menos que prescinda. (C) esses grilhões refere-se às desejáveis especi- ficidades que a linguagem do cinema deve buscar. (D) Não é na (...) e mas na (...), no último período, são elementos típicos da construção de uma alternativa. (E)) estética e sociologia, no último período, recuperam, respectivamente, o plano semântico de arte e de fenômeno, do período anterior. MODELO − Opcao de Cargo G07, Tipo 1 www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyNSAtMDMwMA== 27/11/03 - 08:37 SESEP-SE-Portugues-G07 11 45. Haveria prejuízo para a coesão e coerência do texto caso se encontrasse nele a seguinte frase: (A) Tendo em vista que a linguagem do cinema se apóia nas linguagens do teatro e do romance, não se pode afirmar que o cinema é uma arte rigorosamente autônoma. (B)) É fato que o cinema não tem uma linguagem própria, até porque esta é tipica do teatro e do romance, de onde a linguagem dos filmes empresta seus recursos. (C) Cabe à sociologia, e não à estética, analisar o fenômeno que o cinema representou como original manifestação artística do século XX. (D) O interesse despertado pela arte cinematográfica no século XX, derivado da novidade que ela repre- sentou, faz do cinema um tema a ser discutido pela sociologia. (E) Embora seja tributário de todas as linguagens, é sobretudo nas do teatro e do romance que o cinema vai buscar os recursos essenciais que comporão os filmes. _________________________________________________________ 46. O autor não fez menção a quanto o cinema deve à fotografia. A razão pela qual podemos compreender essa omissão é a de que o cinema, segundo o autor, (A) é um fenômeno sociológico, antes de ser uma arte autônoma. (B) é uma arte em desenvolvimento, que ainda não produziu todos os frutos. (C)) é arte de personagens e situações que se projetam no tempo. (D) apoia-se não numa técnica, mas num conceito artístico. (E) vale-se das impurezas e ambigüidades de uma nova linguagem. _________________________________________________________ Atenção: As questões de números 47 a 50 referem-se ao texto que segue. O genro tímido A noiva lhe explicou, com muito jeito, que ele tinha certas maneiras de falar que sua mãe (dela) estranhava um pouco. Que ele compreendesse e não ficasse zangado: muito religiosa, muito retraída, a “velha” estranhava certas expressões que não têm nada de mais, mas que ela não estava acostumada a ouvir. O rapaz encabulou: teria, sem querer, dito algum palavrão? A moça disse que nem pensasse nisso, eram apenas maneiras de dizer as coisas. Por exemplo, ele dissera, a certa altura do jantar: “Não sou muito amante do abacate não”. Ela, a moça, achava isso natural, mas a mãe, coitada, ficava meio chocada com essa palavra amante. Ele poderia dizer, por exemplo, amigo. No jantar seguinte, na casa da futura sogra, respondendo a uma pergunta desta, sobre se gostava de doce de abóbora, disse: “Não, senhora, eu não sou muito amigo de amantes, não.” Um dia a futura sogra perguntou que fita estava passando no Metro. Lembrou-se do título: “Numa ilha com você.” E respondeu: - Numa ilha... com a senhora. (Rubem Braga, Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 124) 47. Imaginando-se que esta crônica seja trabalhada numa sala de aula, entre adolescentes, alguns aspectos da utilização da linguagem verbal poderiam ser explorados, a partir de sua representação no texto, tais como: I. Tratamento pronominal. II. Adequação do discurso ao interlocutor. III. Denotação e conotação. IV. Discurso direto e indireto. Satisfaz o enunciado o que está em (A)) I, II, III e IV. (B) I, II e III, somente. (C) II, III e IV, somente. (D) I, III e IV, somente. (E) I, II e IV, somente. _________________________________________________________ 48. Alguns dos sentidos da palavra lapso são: I. Decurso de tempo, espaço, intervalo. II. Esquecimento, falha da memória. III. Interrupção de funcionamento normal, ausência, falta. IV. Recordação defeituosa ou inexata. V. Erro acidental, pela expressão de um pensamento reprimido. Um dos efeitos de humor alcançados por essa crônica deve-se à ocorrência de um lapso com o sentido que está em (A) I, por causa do emprego das expressões no jantar seguinte e futura sogra. (B) II, quando o noivo supõe que pudesse ter dito algum palavrão. (C) III, quando o noivo diz "Não sou muito amante do abacate, não." (D) IV, quando a noiva diz que a mãe, coitada, ficava meio chocada com essa palavra amante. (E)) V, quando o noivo pretende responder que não gostava de doce de abóbora. _________________________________________________________ 49. Constando de um livro de crônicas, esse texto ajuda a compreender a liberdade desse gênero, que permite ao cronista explorar, como aqui ocorre de modo predominante, o tipo de discurso que é também o mais característico (A) dos enunciados líricos. (B) dos tratados de retórica. (C) das reportagens de jornal. (D)) dos contos, novelas e romances. (E) nas transcrições da fala culta. _________________________________________________________ 50. No contexto em que se emprega, tem sentido causal o seguinte segmento: (A) com muito jeito. (B)) muito religiosa, muito retraída. (C)que nem pensasse nisso. (D) respondendo a uma pergunta desta. (E) com a senhora. Opcao de Cargo G07, Tipo 1 − MODELO www.pciconcursos.com.br pcimarkpci MDAwMDowMDAwOjAwMDA6MDAwMDowMDAwOmZmZmY6MzZlOTpjMjU5:TW9uLCAxMyBTZXAgMjAyMSAwMjoxMzoyOCAtMDMwMA== Gabarito - G07 - Tipo 1 001 - C 010 - E 019 - E 028 - E 037 - E 046 - C 002 - A 011 - D 020 - B 029 - A 038 - B 047 - A 003 - D 012 - A 021 - B 030 - B 039 - A 048 - E 004 - E 013 - C 022 - D 031 - C 040 - D 049 - D 005 - B 014 - B 023 - A 032 - B 041 - A 050 - B 006 - D 015 - E 024 - C 033 - E 042 - C 007 - A 016 - A 025 - E 034 - A 043 - D 008 - C 017 - C 026 - D 035 - D 044 - E 009 - B 018 - D 027 - C 036 - C 045 - B
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