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Filosofia - Atividade 05 (2022.2)

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UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e ética
Nome:
Polo: Paracambi
Matrícula: 
Questões da atividade à distância 
Comparando as éticas platônica e aristotélica, percebem-se diferenças quanto
à noção de virtude, ao modo como ela é adquirida, bem como à noção de
felicidade e o caminho para alcançá-la em ambos os filósofos. Diferencie nos
dois filósofos os seguintes conceitos:
 1. Virtude e o modo de adquiri-la.
Em sua concepção, Platão alega que toda virtude é compreendida como
conhecimento. Aquele que a detém possui o belo e o bem. O indivíduo deveria
realizar a busca pela virtude por toda a vida. No convívio diário com outras pessoas,
em sua obra A República, ele ressalta que algumas virtudes são fundamentais para
o bem viver, já que, na cidade, grande parcela da população age de forma egoísta,
preocupada com os próprios interesses, deixando de observar o bem comum. Nesse
sentido é imperioso que, por meio da virtude, o cidadão se esforce e se empenhe
para estabelecer um convívio social mais sadio. Ele apresentou quatro principais
tipos de virtudes que foram fundamentadas na alma. São elas: Sabedoria, a primeira
virtude, considerada a capacidade de tomar decisões sensatas pelo uso da razão,
bem como em realizar julgamentos por meio do conhecimento pessoal ou da
experiência. A segunda virtude é a coragem, que reflete a habilidade de enfrentar o
medo e a incerteza de um desafio sem covardia, possuindo maior relação com o
comportamento do soldado no meio militar. A terceira virtude era a temperança, que
envolvia a capacidade de estabelecer o autocontrole de suas próprias emoções e
desejos, priorizando a sobriedade e a moderação. A quarta virtude era a justiça, que
apresentava a qualidade de ser justa e razoável nas decisões, além de servir como
um elo entre as outras três virtudes. Platão afirmava que a sociedade deveria ser
ordenada de acordo com a justiça, mas que isso só ocorreria quando a alma
também estivesse em ordem. Apenas pessoas justas poderiam constituir uma
sociedade justa.
Por outro lado, na visão de Aristóteles, as virtudes éticas estão relacionadas
ao hábito. Por meio do exercício prático, é possível o indivíduo transformar a
potencialidade da virtude em ato. Apenas agindo, práticas justas tornam-se
indivíduos justos. E desse modo, pelo costume reiterado, é possível se chegar ao
meio termo, à justa proporção, o intermédio entre extremos da ação humana. Para
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ele, a virtude era obtida pelo indivíduo quando este seguisse pelo caminho do meio,
de forma equilibrada e prudente, de modo que houvesse ponderação entre o
excesso e a ausência de atitudes associadas a ações humanas, sentimentos e
paixões. Dessa forma, a virtude ética é compreendida como a mediania entre dois
pontos extremos considerados vícios atinentes ao modo de agir. Assim, consoante
ao seu ponto de vista, ele ilustra, como exemplo, que a virtude da coragem é vista
como o caminho do meio entre a temeridade (excesso) e a covardia (ausência), que
a virtude da temperança é o meio termo entre a intemperança (excesso) e a
insensibilidade (ausência), que a virtude da justiça é o justo meio entre o ganho
(excesso) e a perda (ausência).
2. Felicidade e como alcançá-la.
Segundo Platão, a felicidade é considerada a busca essencial de todo ser
humano. Ele afirma que a felicidade ocorre com a prática do bem ético, em que as
ações humanas são capazes de produzir efeitos que acarretem o bem. Vale
destacar que, para ele, o “Bem” era observado como o objetivo primordial das ações
humanas, uma vez que era tido como o princípio da justiça e da verdade. Platão
acredita que o indivíduo está envolvido em uma dualidade existencial, na qual detém
o corpo, indicado pelos prazeres do plano físico, e a alma, considerada imortal e
relacionada com o mundo das ideias. Dessa forma, ao aplicar as virtudes da alma é
possível chegar próximo da felicidade humana, pois se atrai ao considerado bem
eterno. Ao realizar as virtudes da alma, ele aponta que existe um pensamento de
recompensa ao efetuar a prática do bem.
Para Aristóteles, a felicidade está ligada à escolha adotada pelo indivíduo que
deve seguir pelo caminho do meio, sendo necessário tomar decisões éticas em
todas as suas atitudes, agindo em justa medida entre extremos, de forma razoável e
equilibrada. Para ele, é importante respeitar a mediania nas decisões,
principalmente em assuntos da vida cotidiana, de modo a evitar atitudes eivadas de
vícios, sendo polarizadas pela falta ou excesso da escolha. Ele cita, por exemplo,
que o atributo da coragem relaciona-se com a ação mediana, entre agir de modo
temeroso (excesso da ação) e agir de forma covarde (ausência da ação). Ambos os
polos podem trazer consequências danosas para vida da pessoa. Vale mencionar
que, para ele, a felicidade é considerada uma atividade da alma conforme a virtude,
ou seja, é o fim último da ação humana (télos). 
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3. Noção de erro moral e sua razão de ser em ambos, usando os conceitos de
páthos e akrasía
Inicialmente, pode-se mencionar que, segundo Aristóteles, o conceito de
moral pode ser observado como uma aquisição humana possível pela convivência e
pelo exercício prático. Em seu entendimento, a educação é considerada a única
opção viável, e possível, de fomentar a moralidade no indivíduo, por meio do
exercício da transmissão, ocorrendo através da colaboração de instituições como o
ensino escolar e familiar. Nesse cenário, o indivíduo é visto como um ser propenso a
cometer erros e desvios ao longo da jornada da vida, e uma das soluções para evitar
isso, seria a constante busca pelo conhecimento verdadeiro, capaz de promover o
progresso na construção de um ser humano melhor.
No diálogo Protágoras, escrito por Platão, Sócrates debate com o sofista
Protágoras sobre a opinião popular a qual relatava que uma pessoa era capaz de
executar uma tarefa mesmo sabendo que ela iria de encontro com o que fosse o
certo. Dessa forma, Sócrates, em busca de compreender o assunto atuando com
seu procedimento padrão de questionamentos, estabelece o conceito de akrasia.
Esse termo seria um resumo sobre conceitos opostos de maneira simplificada, como
a relação de prazer e dor ou mal e bem. Desse modo, ele conclui que, se alguém
sabe o que é melhor ou bom, é impossível que ela faça o que é pior ou mau. Assim,
Sócrates nega que a akrasia possa existir.
Por outro lado, na obra A República, Platão, posteriormente, com mais
experiência, fornece a Sócrates uma nova concepção de akrasia. Pode-se observar
que ocorre o oposto daquilo que foi relatado no diálogo anterior. Platão constitui a
akrasia por meio de duas situações. Em um primeiro momento, reflete a hipótese de
uma pessoa com sede. A realização do desejo de uma pessoa com sede é ingerir
água e, assim, ela conclui que o melhor a se fazer é bebê-la para saciar sua sede.
Entretanto, observam-se casos em que pessoas que estão com sede se recusam a
beber água, mesmo estando próximo da água, quando, por exemplo, a água está
contaminada e imprópria para consumo. A outra situação ocorre com a história de
Leôncio, filho de Agláion, em que ao saber que haviam cadáveres perto de um
carrasco, Leôncio desejou vê-los, mesmo lhe sendo insuportável tal visão. Por fim,
após passar algum tempo lutando consigo mesmo quanto a esse desejo, Leôncio foi
olhar os cadáveres. Observa-se que, nesse momento, Platão discorda de seu
mestre, Sócrates, e afirma a existência da akrasia.
Por fim, Aristóteles, discípulo de Platão, na obra Ética a Nicômaco, alega a
existência da akrasia fornecendo reflexões complexas sobre a temática, além de
relatar uma crítica ao entendimento socrático. Aristóteles considera a possibilidade
de um indivíduo agir com akrasia, e não pensar que devesse agir assim até o
momento da ação. Considera que essa pessoa, influenciada por prazeres,não aja
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de acordo com conhecimento, mas por opinião, e que tenha uma convicção fraca,
não conseguindo resistir a desejos. De todo modo, ele afirma que a akrasia pode ser
observada no comportamento humano.
Nesse contexto, é possível compreender a visão de Aristóteles e de Platão
quanto à existência da akrasia, uma vez que ela é comum nos dias atuais. Pode-se
mencionar como exemplo o desejo de uma pessoa em consumir um pote de sorvete
quando está comprometida com uma dieta. Ainda que saiba dos efeitos nocivos à
sua saúde, bem como de eventuais prejuízos no seu processo de emagrecimento, é
relativamente comum que essa pessoa ceda a esse desejo.
Por fim, ressalta-se que o termo Pathos tem significado relacionado a
sofrimento e experiência. Aristóteles, relata isso na habilidade do orador ou escritor
de provocar emoções e sentimentos perante o público. Referindo-se de forma
apelativa ao lado emocional do público-alvo. Objetivando a busca pela empatia.
Ocorre quando, por exemplo, um debatedor se utiliza de artifícios como: valores,
crenças e ideias, a fim de comover o expectador se comunicando por meio de uma
história acessível.
Referências bibliográficas
Marcondes, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Dos pré-socráticos a
Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2004.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Em: Coleção Os pensadores. Tradução de
Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Rosá. São Paulo: Abril
S/A Cultural e Industrial, 1973.
Sites:
1.https://pt.slideshare.net/leonardoschwinden/as-4-virtudes-cardeais-segundo-
plato. (Acessado em 04/09/2022)
2.https://www.eusemfronteiras.com.br/a-felicidade-segundo-os-filosofos-
gregos-socrates-platao-e-aristoteles/. (Acessado em 04/09/2022)
3.https://amenteemaravilhosa.com.br/pathos-ethos-e-logos/ (Acessado em
04/09/2022)
4
https://pt.slideshare.net/leonardoschwinden/as-4-virtudes-cardeais-segundo-plato
https://pt.slideshare.net/leonardoschwinden/as-4-virtudes-cardeais-segundo-plato
https://amenteemaravilhosa.com.br/pathos-ethos-e-logos/
https://www.eusemfronteiras.com.br/a-felicidade-segundo-os-filosofos-gregos-socrates-platao-e-aristoteles/
https://www.eusemfronteiras.com.br/a-felicidade-segundo-os-filosofos-gregos-socrates-platao-e-aristoteles/

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