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UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Curso: Administração Pública Disciplina: Filosofia e ética Nome: Polo: Paracambi Matrícula: Questões da atividade à distância 1. Quais as críticas de Marx à filosofia de Hegel? Ao relatar as críticas de Marx à filosofia de Hegel, é possível traçar notadamente três linhas de pensamentos: em primeiro plano, constata-se a separação e divergência entre a sociedade civil e o Estado; posteriormente, percebe-se a conjectura idealista, por meio da oposição entre o sujeito e predicado; por fim, destaca-se a alienação política, ao inibir o povo de estabelecer a gerência do Estado. Dessa forma, a crítica de Marx aponta para a problematização da concepção de Hegel no que diz respeito a constituição do Estado. Conforme Hegel, o Estado é concebido por meio de uma inteligência coletiva, na qual houve um desenvolvimento para a formação social de uma esfera de caráter coletivo, a fim de que a população local se reunisse para viver em sociedade. Dessa forma, o Estado político é constituído a partir de um saber coletivo com a finalidade de estabelecer uma instituição que seja superior aos indivíduos e grupos. Marx se opõe aos filósofos hegelianos acerca da reforma política que constitua um Estado racional que seja republicano e democrático, como alternativa para estabelecer um ideal de liberdade dos seres humanos, porque, em sua concepção, esse projeto político seria compreendido apenas como uma ideologia. Sob sua ótica, isso, de certa maneira, contribuiria para a perpetuação do controle de uma classe dominante (envolvendo um pequeno grupo, constituído por todos os proprietários de empresas, o empregador) sobre a classe operária (formada pela maioria, constituída por todos os trabalhadores). Marx constata que para resolver os problemas sociais vividos na Europa, no século XIX, era necessário fazer uma revolução social liderada pela classe operária, rompendo com o pensamento de Hegel. 2. Quais eram as ideias dos socialistas utópicos? Qual a diferença entre o socialismo utópico e o socialismo proposto por Marx? E a crítica de Marx ao socialismo utópico? Em primeiro lugar, vale mencionar que a definição de socialismo utópico envolve ideais e conceitos de pensadores socialistas os quais achavam que o processo, por meio da implantação desse sistema, ocorreria de forma lenta e gradual, baseada de forma pacífica, e com a boa vontade da própria burguesia. O termo “utopia” significava uma sociedade ideal, imaginária, inalcançável. 1 Os primeiros pensadores do moderno socialismo não reconheciam autoridade externa, além de subordinar a religião, a ciência, sociedade e instituições políticas a uma drástica e permanente crítica. Tudo o que era produzido pela humanidade deve justificar sua existência, ou seja, demonstrar sua utilidade ou então ser combatida até que deixasse de existir. A razão era a medida de todas as coisas. À toda forma de tradição, sociedade, governo, costume ou similar existente, toda velha noção tradicional deveria ser considerada irracional e combatida. Socialistas utópicos foram vistos como desejosos de expandir os princípios da Revolução Francesa para criar uma sociedade mais racional. Apesar de serem rotulados de utópicos por socialistas posteriores, seus objetivos nem sempre eram utópicos e seus valores frequentemente incluíam um suporte rígido para o método científico e a criação de uma sociedade baseada no entendimento científico. Nesse contexto, Robert Owen era observado como um dos autores mais relevantes do socialismo utópico. Na condição de administrador, teve a oportunidade de observar claramente as penosas condições às quais os trabalhadores eram submetidos. A partir dessa experiência, resolveu dedicar-se à criação de cooperativas que negassem o individualismo e a lógica egoísta das empresas capitalistas Por outro lado, Marx e Engels não se importavam em pensar como seria uma sociedade ideal. Mas sim, primeiramente, em compreender o processo dinâmico do capitalismo, e como analisar de forma precisa a sua origem, bem como a acumulação prévia de capital, a consolidação da produção capitalista e suas contradições. Eles acreditavam que o capitalismo seria superado e, algum momento, destruído. Tal fato ocorreria na medida em que, na sua dinâmica evolutiva, o capitalismo gerasse os elementos que acabariam por destruí-lo e que determinariam sua superação. Perceberam, que a classe trabalhadora expropriada de meios de subsistência, ao desenvolver sua consciência histórica, e entender-se como uma classe revolucionária, teria uma função fundamental na destruição da ordem capitalista e burguesa. Apesar de fazer a defesa pela ciência, ele criticava o cientificismo afirmando que o método científico não podia ser considerado totalmente neutro ou que estaria isento de dogmas. Destaca-se que, para Marx e Engels, o socialismo era compreendido como apenas uma fase intermediária, para atingir a fase final da sociedade, que seria a comunista. Esta representaria o ápice da evolução histórica do homem, momento em que a sociedade uma vez que não estaria dividida em classes, não haveria a propriedade privada e o Estado, entendido como um instrumento da classe dominante. Isso ocorre porque no comunismo não existiriam classes sociais. Por isso, seria visto como a mais completa igualdade entre os homens. Para eles isso não era um sonho, mas uma concepção factível de uma realidade concreta e inevitável. Para se alcançar tais objetivos o primeiro passo seria a organização da classe trabalhadora. 2 Por fim, Marx foi considerado como um dos filósofos críticos ao modelo de socialismo utópico. Para ele, esse tipo de sistema não focava nos meios para se atingir a sociedade ideal, sendo fundamentado em ideias fantasiosas e burguesas. Ou seja, esse modelo não poderia ser implementado como era apresentado, pois, para se atingir a igualdade, era primordial que houvesse uma reforma social por meio da luta armada. 3. O que propunham os anarquistas? Convém ressaltar que o anarquismo aparece como alternativa em relação ao capitalismo, o qual originava um modelo consideravelmente desigual na Europa, ao propiciar um acúmulo de bens por uma reduzido grupo da sociedade, detendo os meios de poder e controle sobre a maior parte da população. Nesse sentido, da mesma forma que o sistema concebido pelo socialismo, o anarquismo é fruto da observação de desigualdades e de percepções das classes financeiramente excluídas do capital, mas produtoras de bens (isso porque, na concepção de Marx, eram considerados os trabalhadores fabris; já para Bakunin, eram os camponeses). Destaca-se que o ideal anarquista passou por transformações entre os seus autores clássicos e outros teóricos do século XX. Assim, o anarquismo é compreendido como um tipo de sistema político, filosófico e ideológico, o qual defende a ausência de um governo, bem como o fim do sistema capitalista e de qualquer outra autoridade que cerceie a liberdade plena do indivíduo. Sua origem decorre de ideais iluministas propostos por Jean Rousseau, e no socialismo de Marx e Engels. O anarquismo buscava construir uma sociedade diferente, na qual não existiam dirigentes ou governantes a fim de impor qualquer tipo de decisões. Destaca-se que não é considerado um sinônimo de caos. Existe uma forma de organização específica, podendo ser melhor entendido na visão de alguns pensadores. Como, por exemplo, afirma-se que Proudhon criticou o Estado, e alegou a sua supressão a partir da política, além de ser contra o capitalismo e a propriedade privada. Por outro lado, Bakunin tinha um pensamento de cunho mais radical, ao fomentar a ideia de um anarquismo mais agressivo e terrorista, estimulando uma revolução popular a partir da reaçãoda população, de forma mais contundente, e por meio de manifestações violentas. Por fim, ressalta-se que o contexto da proposta das ideias do anarquismo surge no século XIX, pelo filósofo e político inglês William Godwin, ao sugerir um novo modelo político e econômico diferente do capitalismo liberal o qual dominava desde a Revolução Industrial. Conforme Godwin, a sociedade teria condições de conviver com ausência de normas, leis e limitações que um governo impõe. Com a finalidade de alcançar este objetivo, ele propunha o fim da propriedade privada e da divisão de classes sociais, além de sugerir o fim do Estado e das instituições em geral, como a religião, pois em sua visão, eram a fonte do autoritarismo, opressão e dominação. Para a ótica dos anarquistas, toda forma de regulação da sociedade 3 ocorreria por meio de de assembleias ou não seriam necessárias. Afinal, o indivíduo teria plena consciente do que prejudicava a vida em comum e do que a favorece. Referências bibliográficas BRITO, Ari Ricardo Tank. O liberalismo clássico. In RAMOS, F.; MELO, R.; FRATSCHI, Y. Manual de Filosofia Política. São Paulo: Saraiva, 2012. Sites: Disponível em <https://www.todamateria.com.br/socialismo-utopico/#:~:text=Karl %20Marx%20foi%20um%20dos,em%20ideias%20fantasiosas%20e %20burguesas.>. Acesso em 02/10/2022 Disponível em <https://www.infoescola.com/politica/socialismo-marxista-cientifico/>. Acesso em 02/10/2022 Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_ut%C3%B3pico>. Acesso em 02/10/2022 Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/anarquismo.htm>. Acesso em 02/10/2022 4 https://www.todamateria.com.br/socialismo-utopico/#:~:text=Karl%20Marx%20foi%20um%20dos,em%20ideias%20fantasiosas%20e%20burguesas https://www.todamateria.com.br/socialismo-utopico/#:~:text=Karl%20Marx%20foi%20um%20dos,em%20ideias%20fantasiosas%20e%20burguesas https://www.todamateria.com.br/socialismo-utopico/#:~:text=Karl%20Marx%20foi%20um%20dos,em%20ideias%20fantasiosas%20e%20burguesas https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/anarquismo.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_ut%C3%B3pico https://www.infoescola.com/politica/socialismo-marxista-cientifico/
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