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Gabarito de Caso Concreto - Penal IV - 2013.1 - SEMANA 01

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Gabarito de Caso Concreto – Penal IV – Prof. Leonardo Paradela – 2013.1 – SEMANA 01
Avaliação
A avaliação terá como premissa a resolução dos casos concretos constantes no plano de aula, ou seja, sua entrega tempestiva, participação no debate acerca do tema em sala de aula e, posterior aperfeiçoamento mediante a correção apresentada em sala pelo docente e, necessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes aos casos. 
   Seguem, abaixo, sugestões de temas/respostas a serem abordados pelo discente ao solucionar os casos concretos propostos.
 
Questão n.1
 
Sugestão de gabarito: Não há que se falar em concessão da ordem, haja vista a plena equiparação a funcionário público, bem como à incidência da causa de aumento prevista no §2º, do art.327, do Código Penal. Neste caso, o discente, necessariamente, deverá expor os conceitos de funcionário público para efeitos penais. Acerca do caso em tela, cabe transcrever trecho de decisão proferida, em sede de Habeas Corpus, pela Quinta Turma, do Superior Tribunal de Justiça, ao delimitar a abrangência do disposto no art.327,§§ 1º e 2º, do Código Penal: 
                No caso em tela, necessário para o deslinde da questão contextualizar a aplicação do dispositivo, considerando não só o cargo do agente infrator (que à época da conduta delituosa era Presidente da Câmara Municipal), mas igualmente a natureza do fato praticado que se subsumiu no art. 312 do CP. Anota-se, assim, que a divisão tripartite dos poderes defendida por Montesquieu não possui conotação absoluta, uma vez que cada um dos poderes da República possui função primária e secundária. Dessa forma, o Presidente da Câmara Municipal, além do exercício político como chefe do Poder Legislativo local, possui atribuições de caráter administrativo. Na hipótese específica, detinha o dever de repassar as verbas descontadas da folha de pagamento, fato de natureza estritamente gerencial. Assim, nessa qualidade, o agravante equipara-se a funcionário público na função de direção da Administração Direta e, consequentemente, terá contra si o reconhecimento da causa de aumento de pena do art. 327, § 2º, do CP. Outro não é o entendimento de Guilherme de Souza Nucci (Código Penal Comentado , Ed. Revista dos Tribunais, 5ª ed., pp. 1.007/1.009) e Maria Silvia de Pietro Zanella (Direito Administrativo, Ed. Atlas, 21ª ed., p. 482). (STJ, HC 91697/RJ, Quinta Turma, Rel.Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 18/05/2010)  
 
Questão n.2
 Sugestão de gabarito: consoante o disposto no § 3º, do art. 312, do Código Penal, a reparação do dano pelo agente tem relevância jurídico-penal do delito de peculato culposo para fins de extinção de punibilidade, caso ocorra antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ou causa especial de diminuição de pena, caso ocorra após a referida decisão. No caso em exame, restando caracterizado o  peculato doloso não há que se falar em relevância jurídico-penal no caso de restituição dos valores desviados pela agente. 
 
Acerca do tema cabe citar decisão proferida, em sede de Apelação Criminal, pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região:
EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ESTELIONATO QUALIFICADO E PECULATO CULPOSO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUANTO A ESTE, PELO RESSARCIMENTO DO DANO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DO CRIME DE PECULATO-ESTELIONATO. ERRO INDUZIDO.
1. PRÁTICA DO DELITO CONFESSADA PELOS ACUSADOS. A PRIMEIRA DELES SUBTRAIU FOLHA DO TALONÁRIO DE CHEQUES DA ENTIDADE EM QUE TRABALHAVA (ENTIDADE ESTA VINCULADA À FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE), FALSIFICOU A ASSINATURA DAS PESSOAS CREDENCIADAS A ASSINAR O CHEQUE E SACOU A IMPORTÂNCIA JUNTO À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF. O SEGUNDO ACUSADO - CAIXA DA CEF - CONFESSA TER AGIDO NEGLIGENTEMENTE, AO ENTREGAR À PRIMEIRA ACUSADA O NUMERÁRIO, SEM CONFERÊNCIA DAS ASSINATURAS APOSTAS NO TÍTULO E SEM VERIFICAR EXIGÊNCIAS NECESSÁRIAS AO DESCONTO DE CHEQUES DAQUELE MONTANTE. 2. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CONCURSO DE AGENTES, MERCÊ DA HETEROGENEIDADE DOS ELEMENTOS SUBJETIVO-NORMATIVOS (NÃO SE ADMITE PARTICIPAÇÃO CULPOSA EM CRIME DOLOSO). CRIMES DISTINTOS PARA CADA ACUSADO - UMA PUNIDA A TÍTULO DE DOLO E O OUTRO, A TÍTULO DE CULPA. 3. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM RELAÇÃO AO ACUSADO - CAIXA DA CEF - QUE COMETEU PECULATO CULPOSO (ARTIGO 312, 2O, DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO)À CONTA DA REPARAÇÃO DO DANO ANTES DA PROLAÇÃO DA SENTENÇA (ARTIGO 312, 3O, DO MESMO DIPLOMA LEGAL). EXTINÇÃO QUE NÃO BENEFICIA A ACUSADA, POSTO HAVER ESTA COMETIDO CRIME DISTINTO, CONFORME EXPOSTO NO ITEM ANTERIOR. 4. SENTENÇA QUE, MALGRADO ENTENDESSE TER OCORRIDO A PRÁTICA DE PECULATO-ESTELIONATO (ARTIGO 313 DO "CPB"), CONDENOU A ACUSADA NAS PENAS DO ARTIGO 312, "CAPUT", DO MESMO DIPLOMA. 5. REFORMA DA SENTENÇA NA PARTE EM QUE, EMENDANDO A DENÚNCIA (POSSIBILIDADE ENCARTADA NO ARTIGO 383 DO CÓDIGO PROCESSUAL PENAL), ENTENDEU TER OCORRIDO, NÃO O CRIME DE ESTELIONATO QUALIFICADO, COMO ASSEGURADO NA PEÇA ACUSATÓRIA, MAS O DE PECULATO-ESTELIONATO. 6. O CRIME PRATICADO PELA ACUSADA FOI, EFETIVAMENTE, AQUELE DESCRITO NA DENÚNCIA, QUAL SEJA, O DE ESTELIONATO QUALIFICADO (ARTIGO 171, 3O, DO CÓDIGO PENAL). O PECULATO-ESTELIONATO SOMENTE SE CARACTERIZA QUANDO A VANTAGEM É OBTIDA MEDIANTE ERRO ESPONTANEAMENTE PRATICADO POR OUTREM, E NÃO QUANDO O AGENTE INDUZ, MEDIANTE FRAUDE, A PRÁTICA DESSE ERRO. 7. REDUÇÃO DA PENA DE 2 (DOIS) ANOS (QUE FORA COMINADA POR SER A PENA MÍNIMA PREVISTA PARA O CRIME DE PECULATO) PARA 1 (UM) ANO E 3 (TRÊS) MESES, QUE É O MÍNIMO PREVISTO PARA O ESTELIONATO QUALIFICADO. MANUTENÇÃO DA PENALIDADE PECUNIÁRIA FIXADA NA SENTENÇA. 8. O FATO DE SOMENTE SE HAVER INTERPOSTO RECURSO PELA ACUSAÇÃO NÃO CONSTITUI ÓBICE A QUE SE DIMINUA A PENA IMPOSTA, MÁXIME QUANDO É A PRÓPRIA ACUSAÇÃO QUE SUSTENTA SE ENQUADRAR O DELITO, NÃO NO ARTIGO 312, MAS NO ARTIGO 171, 3º. IMPÕE-SE, SEMPRE, COMO AVENTADO NO OPINATIVO MINISTERIAL, O RESULTADO MAIS FAVORÁVEL AO RÉU. 9. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Criminal 1442/ AL 95.05.31954-1, Terceira Turma Rel. Des. Federal Geraldo Apoliano, julgado em 26/08/1998).
 
Questão n.3
Assertiva correta: Letra C.
 
Questão n.4
Assertiva correta: Letra D.

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