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provas de direito penal do TRE-MS

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COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
www.editoraferreira.com.br  1 
Caros amigos batalhadores pela aprovação no concurso público, abaixo 
segue a resolução das provas de Direito Penal aplicadas pela Fundação 
Carlos Chagas (FCC) no último  fim de semana em virtude do concurso 
TRE­MS (Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul). Ao todo são 
três provas. A primeira refere­se ao cargo de Técnico Administrativo, a 
segunda  ao  cargo  de Analista  Administrativo  e  a  terceira  ao  cargo  de 
Analista Judiciário. 
Na  minha  humilde  opinião,  não  há  nenhuma  questão  passível  de 
recurso. 
Vamos ao que interessa. 
CARGO: TÉCNICO ADMINISTRATIVO 
42.  A  mãe  que  deixa  de  amamentar  o  filho,  causando­lhe  a  morte, 
comete um crime 
a) omissivo impróprio 
b) comissivo 
c)  omissivo puro 
d) plurisubjetivo 
e) formal 
COMENTÁRIOS 
A  doutrina,  ao  classificar  o  crime,  quando  usa  o  critério  do  meio  de 
execução  empregado  para  a  prática  do  crime,  define  três  tipos  de 
delitos: 
a) crime comissivo – é aquele que resulta através de um agir, ou seja, o 
agente alcança o resultado através de uma ação positiva. 
Ex: furto (artigo 155 do Código Penal). 
Furto 
Art. 155 ­ Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
b) crime omissivo próprio ou puro – é aquele que nasce de um não agir 
por parte do agente, quando era seu dever agir. 
Ex: omissão de socorro (artigo 135 do Código Penal). 
Omissão de socorro 
Art. 135 ­ Deixar de prestar assistência, quando possível fazê­lo sem risco pessoal, à 
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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em grave e  iminente  perigo;  ou não pedir, nesses casos,  o  socorro  da  autoridade 
pública: 
Pena ­ detenção, de um a seis meses, ou multa. 
c)  crime  omissivo  impróprio  ou  comissivo  por  omissão  –  é  aquele  no 
qual  o  agente,  em  virtude  de  uma  omissão  inicial,  dá  causa  a  um 
resultado posterior que ele tinha o dever jurídico de evitar. 
Ex: a mãe que deixa de amamentar seu filho e  lhe causa a morte. Ou 
seja,  a  mãe matou  o  filho  (ação  comissiva)  por  não  ter­lhe  prestado 
assistência quando podia e devia fazê­lo (ação comissiva). 
Para  elucidarmos  todos  os  tipos  de  crimes  citados  nas  opções  desta 
questão, faltaram dois: 
Plurisubjetivo  – é aquele crime que só pode ser praticado por duas ou 
mais pessoas. 
Ex: quadrilha ou bando (artigo 288 do Código penal) 
Quadrilha ou bando 
Art. 288  ­ Associarem­se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim 
de cometer crimes: 
Pena ­ reclusão, de um a três anos. 
Formal – comentado na questão 45 dessa prova. 
GABARITO: A 
43.  João  ingeriu  bebidas  alcoólicas  numa  festa  sem  a  intenção  de 
embriagar­se  e,  nesse  estado,  tornou­se  violento  e  ficou  totalmente 
incapaz de entender o caráter criminoso do fato, situação em que feriu e 
agrediu várias pessoas. Nesse caso, João 
a) não é isento de pena porque a embriaguez foi dolosa. 
b) é  isento  de  pena  porque  a  embriaguez  foi  proveniente  de  caso 
fortuito. 
c)  é  isento  de  pena  porque  a  embriaguez  foi  proveniente  de  força 
maior. 
d) não é isento de pena porque a embriaguez foi culposa. 
e) não  é  isento  de  pena  porque  a  embriaguez  jamais  exclui  a 
imputabilidade penal. 
COMENTÁRIOS 
Partindo  do  princípio  que  João  não  queria  se  embebedar  e  o  fato 
aconteceu por uma imprudência sua, podemos dizer que ocorreu uma
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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embriaguez  culposa.  Reforça  esse  conceito  o  inciso  II do  artigo  18 do 
Código Penal, quando define o conceito de crime culposo sendo o delito 
em que o agente dá causa por imprudência, negligência ou imperícia. 
Já  o  inciso  II  do  artigo  28  do  Código  penal  diz  que  a  embriaguez, 
voluntária  ou  culposa,  pelo  álcool  ou  substâncias  de  efeitos  análogos, 
não exclui a imputabilidade penal. Ou seja, no caso da questão, como a 
embriaguez  foi  culposa,  João  responderá  pelos  seus  atos  e  não  ficará 
isento de pena, pois a imputabilidade não foi excluída. 
Art. 18 ­ Diz­se o crime: 
I – [...]; 
Crime culposo 
II ­  culposo, quando o agente deu causa ao resultado por  imprudência, negligência 
ou imperícia. 
Art. 28 ­ Não excluem a imputabilidade penal: 
I – [...]; 
Embriaguez 
II  ­  a  embriaguez,  voluntária  ou  culposa,  pelo  álcool  ou  substância  de  efeitos 
análogos. 
GABARITO: D 
44.  Jonas  e  José  celebraram  um  pacto  de  morte.  Jonas  ministrou 
veneno a José e José ministrou veneno a Jonas. José veio a falecer, mas 
Jonas sobreviveu. Nesse caso, Jonas 
a) não responderá por nenhum delito, por falta de tipicidade. 
b) responderá por homicídio consumado. 
c)  responderá por auxílio a suicídio. 
d) responderá por instigação a suicídio. 
e) Responderá por induzimento a suicídio. 
Se João tivesse ministrado veneno para si mesmo e José tivesse feito o 
mesmo  consigo,  não  haveria  tipicidade,  pois  estaria  caracterizado  o 
suicídio que não é considerado crime. 
Porém,  como  José  faleceu  em virtude  do  veneno ministrado  por  João, 
João praticou a conduta típica do artigo 121 do Código Penal (Homicídio 
–  matar  alguém).  Em  virtude  disso,  João  responderá  pelo  crime  de 
homicídio consumado. 
GABARITO: B
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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45.  Pedro  é  funcionário  público,  exercendo  as  funções  de  guarda  de 
presídio.  Pedro  solicitou  a  um  presidiário  quantia  em  dinheiro  para 
fornecer­lhe  um  aparelho  celular  cujo  uso  fora  proibido.  O  presidiário 
aceitou, mas o aparelho não lhe  foi entregue, nem a quantia solicitada 
foi paga. Nesse caso, Pedro 
a) responderá por crime de prevaricação. 
b) não responderá por nenhum delito, por tratar­se de fato atípico. 
c)  não  responderá  por  nenhum  delito,  porque  não  houve  início  de 
execução. 
d) responderá por tentativa de corrupção passiva. 
e) responderá por crime de corrupção passiva. 
COMENTÁRIOS 
O  ato  praticado  por  Pedro  está  descrito  no  caput  do  artigo  317  do 
Código Penal. 
Corrupção passiva 
Art. 317 ­ Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi­la, mas em razão dela, vantagem indevida, 
ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
A doutrina,  quando  usa  o  critério  do  resultado  para  a  classificação do 
crime, define três tipos de delitos: 
a)  Crime  material  –  é  aquele  em  que  a  lei  descreve  uma  ação  e  um 
resultado,  e  exige  a  ocorrência  do  resultado  para  que  ocorra  a 
consumação do crime. 
Ex: crime de estelionato (artigo 171 do Código Penal). 
Estelionato 
Art.  171  ­  Obter,  para  si  ou  para  outrem,  vantagem  ilícita,  em  prejuízo  alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro 
meio fraudulento: 
Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Ação:  induzir  ou manter  alguém  em  erro, mediante  artifício,  ardil,  ou 
qualquer outro meio fraudulento. 
Resultado: obter vantagem ilícita para si ou para outrem.
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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Conforme a definição de crime material, se uma pessoa pratica a ação 
de induzir alguém em erro, mas não consegue obter vantagem ilícita, o 
crime de estelionato não se consumou. 
b)  Crime  formal  –  é  aquele  em  que  a  lei  descreve  uma  ação  e  um 
resultado, mas não exige a ocorrência do resultado, bastando apenas a 
ação para que o crimese consume. 
Ex: crime de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal). 
Ação:  solicitar  vantagem  indevida  e  aceitar  promessa  de  vantagem 
indevida. 
Resultado: o recebimento da vantagem indevida. 
Conforme a definição de crime  formal  e o  caso exposto na questão, a 
ocorrência  do  resultado  (recebimento  da  vantagem  indevida)  é 
irrelevante para a consumação do crime, pois este se consuma apenas 
com  a  conduta  (solicitar  vantagem  indevida).  Ou  seja,  no  exemplo 
referido,  o  crime  de  corrupção  passiva  se  consumou  e  Pedro  deverá 
responder por ele. 
c) Crime de Mera Conduta – é aquele em que a lei descreve apenas uma 
conduta  e,  portanto,  se  consuma  no  exato momento da  prática dessa 
conduta. 
Ex: violação de domicílio (artigo 150 do Código Penal). 
Violação de domicílio 
Art. 150 ­ Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade 
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena ­ detenção, de um a três meses, ou multa. 
GABARITO: E 
46. O ressarcimento do dano, no crime de peculato doloso, 
a) extingue a punibilidade do agente se  for anterior ao recebimento 
da denúncia. 
b) extingue a punibilidade do agente se for anterior à denúncia. 
c)  não extingue a punibilidade do agente. 
d) extingue a punibilidade do agente se for anterior à sentença. 
e) extingue a  punibilidade do  agente se  for  anterior  ao  trânsito  em 
julgado da sentença.
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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COMENTÁRIOS 
Nessa questão a FCC tentou induzir o candidato a pensar nos conceitos 
do  crime  de  peculato  culposo,  em  virtude  da  maioria  das  opções  se 
referir a este tipo de crime. 
Peculato 
Art. 312 ­ Apropriar­se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que  tem a posse em razão do cargo, ou desviá­lo, 
em proveito próprio ou alheio: 
Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º ­ Aplica­se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse 
do  dinheiro,  valor  ou  bem,  o  subtrai,  ou  concorre  para  que  seja  subtraído,  em 
proveito próprio ou alheio, valendo­se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário. 
Peculato culposo 
§ 2º ­ Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena ­ detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º ­ No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena 
imposta. 
Percebemos,  com  a  análise  do  artigo  312  do  Código  Penal,  que  a 
extinção  da  punibilidade  em  função  da  reparação  do  dano  anterior  à 
sentença irrecorrível é aplicável apenas ao peculato culposo. O peculato 
doloso, representado pelo caput e pelo § 1º do artigo acima, não possui 
tal  excludente  de  punibilidade,  independente  de  ser  anterior  ou 
posterior,  tanto  à  sentença  irrecorrível,  como  ao  recebimento  da 
denúncia. 
GABARITO: C 
CARGO: ANALISTA ADMINISTRATIVO 
53. Considere os exemplos abaixo: 
I.  Casar­se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os 
efeitos civis, mas estava vivo. 
II.  Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está 
utilizando uma pomada. 
III.  Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá­la 
de mal incurável, supondo que a eutanásia é permitida. 
IV.  Ingerir  a  gestante  substância  abortiva,  supondo  que  estava 
tomando um calmante. 
Há erro tipo nas situações indicadas APENAS em
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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a) I, II e III 
b) I e III 
c)  I, III e IV 
d) II e III 
e) II e IV 
COMENTÁRIOS 
O  erro de  tipo  é aquele que  faz  com que o agente,  no  caso  concreto, 
imagine  não  estar  presente  uma  elementar  ou  uma  circunstância 
componente  da  figura  típica.  Ocorre  quando  o  agente  tem  uma  falsa 
percepção da realidade. 
Na afirmativa I não há erro de tipo, pois o fato do outro cônjuge estar 
vivo não interfere na situação em virtude de já ter sido declarado morto 
para os efeitos civis. 
Na afirmativa II ocorreu uma falsa percepção da realidade, pois o acido 
foi utilizado pensando ser uma pomada. Ocorreu o erro de tipo. 
O  erro  de  proibição  é  aquele  que  recai  sobre  a  antijuridicidade  ou 
ilicitude de uma ação. Ou seja, o agente comete uma ação descrita na 
lei, pensando que tal ação é lícita ao invés de ilícita. 
Na afirmativa III ocorreu um erro de proibição e não um erro de tipo. 
Na  afirmativa  IV,  assim  como  na  afirmativa  II,  também  ocorreu  uma 
falsa  percepção  da  verdade,  pois  a  substância  abortiva  foi  confundida 
com um calmante. Ou seja, ocorreu o erro de tipo. 
GABARITO: E 
54. João, ciente de que José pretende matar seu desafeto, empresta­lhe 
uma  arma  para  esse  fim.  Consumado  o  homicídio,  João  será 
considerado 
a) autor imediato 
b) partícipe 
c)  co­autor 
d) autor mediato 
e) autor principal
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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COMENTÁRIOS 
Vejamos alguns conceitos relacionados com o concurso de pessoas. 
I – Autor direto ou  imediato=> é  aquele  que executa  a conduta  típica 
descrita na lei, ou seja, quem realiza o verbo contido no tipo penal. (Ex: 
homicídio – matar alguém) 
II – Autor indireto ou mediato => é aquele que se vale de outra pessoa, 
que lhe serve, como instrumento para a prática da infração penal. (Ex: 
entregar  uma  arma  para  um  doente mental  e  fazer  com  que  atire  na 
direção da vítima) 
III  –  Autor  intelectual  =>  é  aquele  que  planeja  a  ação  delituosa,  de 
forma  que  o  crime  constitua  produto  de  sua  criatividade,  sendo 
irrelevante  para  a  sua  caracterização  o  fato  do  autor  possuir  ou  não 
participação na execução do plano criminoso. 
IV  –  Co­autoria  =>  existe  quando  duas  ou  mais  pessoas, 
conjuntamente,  praticam  a  conduta  descrita  no  tipo.  (Ex:  homicídio  – 
duas pessoas atiram ao mesmo tempo em ciclano) 
V  –  Partícipe  material  =>  é  aquele  que  não  comete  qualquer  das 
condutas típicas (verbos), mas de alguma forma concorre para o crime. 
(Ex: o motorista de um carro que espera um  ladrão assaltar  uma  loja 
para fugirem juntos) 
VI – Partícipe moral ou Instigador => é aquele que incuti ou estimula a 
idéia  de  um  fato  criminoso  determinado  na  mente  de  um  agente 
também determinado. O instigador é considerado um partícipe, pois não 
pratica uma conduta típica. 
Pelos conceitos  listados acima, percebemos que João não praticou uma 
conduta  típica  (matar), mas,  de  alguma  forma  (emprestando  a  arma) 
concorreu para que o crime acontecesse. Ou seja, João é um partícipe 
material do crime. 
GABARITO: B
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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55.  Dentre  outros  considera­se  funcionário  público,  para  os  efeitos 
penais, o 
a)  inventariante judicial 
b) tutor dativo 
c)  perito judicial 
d) curador dativo 
e) síndico falimentar 
COMENTÁRIOS 
Mais uma vez a FCC explorou o conceito de funcionário público previsto 
no artigo 327 do Código Penal. 
Funcionário público 
Art. 327  ­ Considera­se  funcionário público, para os efeitos  penais,  quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º ­ Equipara­se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade  paraestatal,  e  quem  trabalha  para  empresa  prestadora  de  serviço 
contratada  ou  conveniada  para  a  execução  de  atividade  típica  da  Administração 
Pública. 
§ 2º ­ A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos 
neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou 
assessoramentode  órgão  da  administração  direta,  sociedade  de  economia mista, 
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
O  tutor  dativo  ou  curador  dativo  é  aquele  nomeado  pelo  juiz  ou  pelo 
testador para administrar bens ou interesses alheios. Também pode ser 
o defensor nomeado pelo  juiz para defender os  interesses do acusado. 
Desta  forma,  ele  não  exerce  cargo,  emprego  ou  função  pública  e 
também não pode ser equiparado a funcionário público, pois administra 
bens de terceiros e não públicos. 
A  administração  da  falência  é  exercida  pelo  síndico,  sob  a  imediata 
direção  e  superintendência  do  juiz.  O  síndico  será  escolhido  entre  os 
maiores credores do falido, residente ou domiciliado no foro da falência, 
de  reconhecida  idoneidade  moral  e  financeira.  Logo  que  nomeado,  o 
síndico  será  intimado  pessoalmente,  pelo  escrivão,  a  assinar  em 
cartório, dentro de 24 horas, termo de compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o cargo e de assumir todas as responsabilidades inerentes 
à  qualidade  de  administrador.  Dessa  forma,  o  síndico  falimentar  não 
pode ser considerado funcionário público, pois administra bens do falido 
e não públicos. 
O  inventariante judicial também cuida de bens de terceiros e não pode 
ser considerado funcionário público.
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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O  perito  judicial  é  aquela  pessoa  nomeada  por  juiz  para  realizar 
diligências  e  investigações  em  assuntos  específicos  que  não  são  do 
conhecimento  do  juiz.  Como  exemplo,  podemos  citar  um  engenheiro 
investigando o desabamento do metrô em São Paulo. O perito judicial é 
remunerado e exerce atividade tipicamente pública de forma transitória, 
portanto, pode ser considerado funcionário público. 
GABARITO: C 
56. O inquérito policial, nos crimes de ação penal pública, será iniciado 
a) apenas  mediante  requisição  do  Ministério  Público,  detentor  da 
legitimidade exclusiva para a propositura da ação penal pública. 
b) apenas de  ofício  ou mediante  requisição  da  autoridade  judiciária 
ou do Ministério Público. 
c)  apenas  mediante  requisição  da  autoridade  judiciária  ou  do 
Ministério Público ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá­lo. 
d) apenas de ofício ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá­lo. 
e) de  ofício;  mediante  requisição  da  autoridade  judiciária  ou  do 
Ministério  Público,  ou  a  requerimento  do  ofendido  ou  de  quem 
tiver qualidade para representá­lo. 
COMENTÁRIOS 
Questão  literal  do  artigo  100  do  Código  Penal,  aliada  ao  conceito  do 
princípio da obrigatoriedade. 
Ação pública e de iniciativa privada 
Art.  100  ­  A  ação  penal  é  pública,  salvo  quando  a  lei  expressamente  a  declara 
privativa do ofendido. 
§ 1º ­ A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei 
o exige, de representação do ofendido ou de requis ição do Ministro da Justiça. 
§ 2º ­ [...]. 
§ 3º ­ [...]. 
§ 4º ­ No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão 
judicial, o direito  de oferecer queixa  ou de prosseguir  na ação passa ao  cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Pela análise do dispositivo acima, percebemos que a ação penal pública 
é promovida pelo Ministério Público. Esse fato, junto com o princípio da 
obrigatoriedade,  impõe  que  é  dever  do  Ministério  Público  promover  a 
ação penal. Ou seja, o Ministério Público deve promovê­la de ofício.
COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE­MS 
Autor: Dicler Forestieri Ferreira 
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Além  disso,  conforme  o  §  1º,  deve  haver  requisição  da  autoridade 
judiciária  (Ministro da  Justiça) ou  representação  do ofendido quando a 
lei exigir. 
A ação penal pública pode ser de 2 tipos: 
1)  incondicionada  –  é  aquela  onde  não  existe  qualquer  condição  para 
que o órgão do Ministério Público tome iniciativa para apuração do fato. 
Ou  seja,  assim  que  o  Promotor  tiver  a  ciência  de  um  crime,  é  dever 
denunciar o criminoso. 
2) condicionada – é aquela que exige determinadas condições para que 
o Estado proponha a  competente ação criminal. Essas condições são a 
representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. 
GABARITO: E 
57. Nos crimes de Ação Penal Privada, salvo disposição em contrário, o 
ofendido, ou seu representante legal, decairá do seu direito de queixa se 
não o exercer dentro do prazo de 
a) seis meses, contado do dia em que for praticado o último ato de 
execução da infração penal. 
b) seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do 
crime. 
c)  seis meses, contado do dia em que for praticado o primeiro ato de 
execução da infração penal. 
d) doze meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor 
do crime. 
e) doze meses,  contado do dia em que for praticado o último ato de 
execução da infração penal. 
COMENTÁRIOS 
Questão  literal  referente  ao  artigo  103  do  Código  Penal  que  trata  do 
instituto da decadência. 
Decadência do direito de queixa ou de representação 
Art.  103  ­  Salvo  disposição expressa em contrário,  o  ofendido decai  do  direito  de 
queixa  ou de  representação  se não  o exerce dentro do  prazo de  6  (seis) meses, 
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 
3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da 
denúncia.
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O  §  3º  do  art.  100  do  Código  Penal  refere­se  à  Ação  Penal  Privada 
Subsidiária da Pública que não é o caso da questão. 
GABARITO: B 
ANALISTA JUDICIÁRIO 
50. Em tema de lei penal no tempo, é correto se afirmar que, 
a) se o agente praticou crime na vigência de lei mais benéfica, que, 
durante  a  ação  penal,  acabou  derrogada  por  lei  mais  severa, 
deverá ser julgado na forma desta última. 
b) em  qualquer  fase  do  processo  ou mesmo da  execução  da pena, 
deve  ser  imediatamente  aplicada  a  retroatividade  da  norma que 
retira a tipicidade de qualquer fato. 
c)  prolatada sentença condenatória no período de vacatio de nova lei 
penal, não se admite a ultratividade da lei derrogada, mesmo que 
esta se mostre mais favorável ao réu. 
d) havendo  sentença  condenatória  transitada  em  julgado,  a  lei 
posterior mais benéfica ao agente não é retroativa nem ultrativa. 
e) não  pode  ser  utilizada  lei  intermediária  e  que  surgiu  depois  da 
prática  do  fato  criminoso,  mas  que  foi  revogada  antes  do  juiz 
proferir a sentença condenatória, ainda que mais benigna. 
COMENTÁRIOS 
O artigo 2 o do Código Penal trata do fenômeno da abolitio criminis. 
Lei penal no tempo 
Art.  2º  ­  Ninguém  pode  ser  punido  por  fato  que  lei  posterior  deixa  de  considerar 
crime,  cessando  em  virtude  dela  a  execução  e  os  efeitos  penais  da  sentença 
condenatória. 
Parágrafo único ­ A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica­se 
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória  transitada em 
julgado. 
Por  esse  fenômeno,  se  existia  uma  Lei  A  de  2000  prevendo  uma 
determinada conduta X como criminosa e uma Lei B de 2005 passou a 
prever  tal  conduta X  como não criminosa,  os efeitos penais  incidentes 
sobre as pessoas que tiverem cometido a conduta na vigência da Lei A 
passarão  a  não  mais  valer.  Ou  seja,  a  Lei  B  fez  com  que  o  crime 
previsto na Lei A deixasse de existir. 
O mesmo ocorre se ao  invés da  Lei B ¨extinguir¨ o  crime, ela apenas 
cominar uma pena mais branda.
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Em  resumo,  se  a  Lei  B  de  qualquer  modo  favorecer  oréu  (seja 
¨extinguindo¨ o crime ou cominando pena mais branda), ela deverá ser 
aplicada  independente  de  já  ter  sido  prolatada  sentença  condenatória 
transitada em julgado ou não. 
Continuando nosso pensamento, se após a Lei B, for publicada uma Lei 
C  em  2007  tornando  a  conduta  X  como  criminosa,  porém  cominando 
pena  menos  severa  que  a  Lei  A.  A  Lei  C  só  será  aplicada  aos  fatos 
posteriores  a  sua  vigência,  pois, quando  comparada  com a  Lei  B,  não 
favorece o réu. 
Exemplo: 
2000  2005  2007 
Para o fato praticado entre 2000 e 2005, deve­se utilizar a Lei A. Porém, 
se o réu ainda estiver cumprindo pena ou o processo penal estiver em 
andamento  quando  a  Lei  B  adquirir  vigência,  o  réu  deixará  de  ser 
considerado  criminoso,  mesmo  que  haja  sentença  condenatória 
transitada em julgado. 
Para o fato praticado entre 2005 e 2007, não há que se falar em crime. 
Para o fato praticado após 2007, usa­se a pena cominada na Lei C. 
GABARITO: B 
51. Considere as afirmativas abaixo,  relacionadas ao  fato  típico e seus 
elementos.
I.  Há  fato  típico  na  ocorrência  de  resultado  lesivo  em 
decorrência de caso fortuito ou força maior. 
II.  São  elementos  do  fato  típico,  dentre  outros,  a 
culpabilidade, caracterizada pelo juízo de reprovabilidade 
da conduta do agente e o dolo ou a culpa. 
III.  O  tipo  penal  é  predominantemente  descritivo  porque 
composto  de  elementos  objetivos,  não  obstante,  às 
vezes, contenha elementos subjetivos ou normativos. 
Lei A – conduta X 
Pena:  reclusão  de 
2 a 6 anos 
Lei  B  –  deixou  de 
considerar a conduta 
X como crime 
Lei C – conduta X 
Pena:  reclusão  de  1 
a 2 anos
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IV.  A conduta omissiva não é considerada elemento do  tipo 
penal,  pois  representativa  da  ausência  de  vontade  do 
agente para o crime. 
V.  Para  haver  fato  típico  é  indispensável  a  existência  de 
relação de causalidade entre a conduta e o resultado. 
É correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II 
b) I, II e V 
c)  I, III e IV 
d) II, IV e V 
e) III e V 
COMENTÁRIOS 
O  fato  típico  é  um  comportamento  humano  que  produz  um  resultado 
(regra) e é previsto na lei penal como infração. Para caracterizar o fato 
típico é exigida a concorrência de 4 elementos: 
a)  conduta  –  é  a  ação  ou  omissão  humana  consciente  e  dirigida  a 
determinada finalidade. 
b) resultado – sempre que o objeto jurídico  tutelado pelo Direito Penal 
for  violado  (vida,  honra,  bens,  liberdade,  etc.),  pode­se  dizer  que  a 
conduta ocasionou um resultado. 
c) nexo causal – é o vínculo objetivo existente entre a conduta praticada 
pelo agente e o resultado. 
d)  tipicidade  –  corresponde  à  perfeita  adequação  entre  a  conduta 
praticada pelo agente e a previsão abstrata prevista na norma. 
Passemos agora aos comentários das afirmativas. 
A afirmativa I está errada, pois, se ocorreu caso fortuito ou força maior, 
não houve o vínculo objetivo entre a conduta praticada pelo agente e o 
resultado (nexo causal) e, portanto, não se caracterizou o fato típico. 
A afirmativa II está errada, pois a culpabilidade não é um elemento do 
fato  típico.  A  culpabilidade  é  o  juízo  de  reprovação  que  recai  sobre  o 
agente  pelo  fato  típico  e  ilícito  que  cometeu.  De  acordo  com  a  visão
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bipartida  e  o  conceito  analítico  do  crime  adotado  pelo  nosso  Código 
Penal, a culpabilidade não é um elemento do crime. 
A  afirmativa  III  está  correta,  pois  o  tipo  penal  normal  (contém 
elementos  objetivos  e  descritivos)  difere­se  do  tipo  penal  anormal 
(contém elementos subjetivos e normativos). Dessa forma, o tipo penal 
predominante  é o  normal,  porém, quando  os  tipos  penais possuem as 
expressões  com  o  fim  de,  com  o  intuito  de,  a  fim  de,  etc.,  há 
possibilidade  de  vislumbrar  o  elemento  subjetivo  do  agente  (tipo 
anormal ou normativo). 
A  afirmativa  IV  está  errada,  pois  a  conduta  omissiva  é  um  dos 
elementos do tipo penal. 
A  afirmativa  V  está  correta,  pois  vimos  que  o  nexo  causal  é  um  dos 
elementos do fato típico. 
GABARITO: E 
52. Eduardo no  interior de uma agência bancária de Campo Grande, a 
pretexto de  auxiliar  Antônio  a operar  caixa  eletrônico,  apoderou­se de 
seu  cartão  magnético,  trocando­o  por  outro,  passando  em  seguida  a 
fazer saques na conta da vítima. Tal fato configura, em tese, o crime de 
a) extorsão 
b) apropriação indébita 
c)  furto qualificado mediante fraude 
d) estelionato por disposição de coisa alheia como própria 
e) fraude funcional qualificada 
COMENTÁRIOS 
Furto 
Art. 155 ­ Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º ­ [...]. 
§ 2º ­ [...]. 
§ 3º ­ [...]. 
Furto qualificado 
§ 4º ­ A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I – [...]; 
II ­ com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III – [...]; 
IV – [...]. 
§ 5º ­ [...].
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Esta questão possui como base legal o artigo 155 do Código Penal. 
Eduardo  apoderou­se  do  cartão  magnético  de  Antônio,  então  ele 
praticou o crime de furto, pois subtraiu coisa alheia móvel. Além disso, 
por  ter  trocado  o  cartão  e  ter  usado  como  pretexto  a  ajuda,  então 
ocorreram as qualificadoras descritas no inciso II do § 4º do artigo 155 
do Código Penal (abuso de confiança, fraude e destreza). 
GABARITO: C 
53. Considere: 
I.  Exigir diretamente  para  si,  em  razão de  função  pública, 
vantagem indevida. 
II.  Aceitar  promessa  de  vantagem  indevida  para  si,  ainda 
que fora da função pública, mas em razão dela. 
III.  Desviar  o  funcionário  público  em  proveito  alheio,  bem 
móvel particular de que tem a posse em razão do cargo. 
IV.  Desviar o funcionário público, em proveito próprio, o que 
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos. 
Tais condutas configuram, respectivamente, os crimes de 
a) corrupção passiva, peculato, excesso de exação e prevaricação. 
b) concussão, corrupção passiva, peculato e excesso de exação. 
c)  prevaricação, excesso de exação, concussão e peculato. 
d) peculato, concussão, corrupção passiva e prevaricação. 
e) excesso de exação, corrupção passiva, peculato e concussão. 
COMENTÁRIOS 
Questão bastante simples cujos conceitos são constantemente cobrados 
pela FCC. 
A base legal da afirmativa I é o artigo 316 do Código Penal. 
Concussão 
Art. 316  ­ Exigir, para si ou para outrem, direta ou  indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi­la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena ­ reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
A base legal da afirmativa II é o artigo 317 do Código Penal.
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Corrupção passiva 
Art. 317 ­ Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi­la, mas em razão dela, vantagem indevida, 
ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
A base legal da afirmativa III é o artigo 312 do Código Penal. 
Peculato 
Art. 312 ­ Apropriar­se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que  tem a posse em razão do cargo, ou desviá­lo, 
em proveito próprio ou alheio: 
Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º ­ Aplica­se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse 
do  dinheiro,  valor  ou  bem,  o  subtrai,  ou  concorre  para  que  seja  subtraído,em 
proveito próprio ou alheio, valendo­se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário. 
Para finalizar a questão, a base legal da afirmativa IV é o § 2º do artigo 
316 do Código Penal. 
Excesso de exação 
Art. 316 – [...]. 
§ 1º ­ Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber 
indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que 
a lei não autoriza: 
Pena ­ reclusão, de três a oito anos, e multa. 
§  2º  ­  Se o  funcionário  desvia,  em proveito  próprio  ou  de  outrem, o  que  recebeu 
indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Como orientação ao aluno, ressalto a importância do conhecimento dos 
tipos verbais. Por exemplo, o verbo exigir (concussão), o verbo solicitar 
(corrupção passiva), o verbo subtrair (furto e peculato) e outros. 
GABARITO: B 
Pessoal, desta vez terminamos por aqui. 
Caro  concurseiro(a),  para  sanar  qualquer  possível  dúvida  sobre  os 
comentários  aqui  elencados,  peço  que  visite  o  fórum  concurseiros 
(www.forumconcurseiros.com)  e  deixe  seu  recado  que  terei  enorme 
prazer em respondê­lo. 
Bons estudos! 
Dicler

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