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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA As células cardíacas, quando em repouso, são eletricamente polarizadas, tendo sua superfície mais positiva e seu interior mais negativo, com uma diferença de potencial medida por voltímetro de - 90mV. Esta polaridade é mantida pelo funcionamento de bombas de membrana, ajustando a concentração dos íons nos meios intra e extracelular. Quando a membrana começa a permitir o fluxo de Na+ para o interior, inicia o evento elétrico chamado de despolarização. Nas células marcapasso, este evento ocorre espontaneamente, já nas demais, apenas com a chegada do impulso elétrico. Esta despolarização se propaga de célula a célula, produzindo uma onda de despolarização transmitida pelo miocárdio, seguindo do negativo para o positivo. Cada despolarização gera uma contração, quase simultânea, podendo ser considerada como um mesmo evento. A despolarização é um fenômeno químico/elétrico e a contração um fenômeno mecânico. Inicialmente, em um resumo simples, a célula cardíaca está com potencial de membrana de repouso (PMR), quando o sódio entra o potencial de membrana sobe subitamente, sendo considerada a fase 0. Após esta entrada, o potássio tenta compensar lentamente, saindo da célula, considerando a fase 1 do processo. Na fase 2, o cálcio entra na célula mas o potencial acaba se mantendo pela saída do potássio que continua. Por fim, na fase 3, há a interrupção da entrada de cálcio e o potássio sai mais rápido, retornando para o potencial inicial. Este processo é chamado de potencial de ação de resposta rápida. É o potencial de ação encontrado nos miócitos contráteis e fibras de Purkinje. Descrevendo com maiores detalhes: Fase 0➛ Despolarização rápida. Após a célula ser estimulada, os canais de sódio são abertos com grande influxo de sódio (Na+) para dentro. A polaridade que inicialmente era -90mv vai se tornando progressivamente mais positiva com a entrada desses íons, chegando a +20mV no final dessa fase. Fase 1 ➛ Repolarização rápida inicial. Nessa fase ocorre inativação dos canais de sódio com abertura dos canais de Potássio. A polaridade cai de +20mV até aproximadamente 0mV com a saída da célula de Potássio. Fase 2 ➛ Platô. Fase marcada pelo equilíbrio, com entrada de Cálcio na célula e saída de potássio, mantendo a polaridade aproximadamente em 0mV. A entrada de Cálcio na célula nessa fase é responsável pelo processo de contração muscular. Fase 3 ➛ Repolarização Rápida. Essa fase é marcada pelo fechamento dos canais de Cálcio e permanência da saída da célula dos íons Potássio, fazendo com que a polaridade vá se negativando progressivamente até -90mV. Após a despolarização estar completa, a célula precisa se repolarizar, por bombas transmembranas, que ocorre na fase 4. Fase 4 ➛ Fase de Repouso. Apesar do nome dessa fase ser repouso, ocorre trocas de 03 íons de Sódio para fora e 02 íons de Potássio para dentro da célula às custas de gasto de energia (ATP) através da Bomba de Sódio/Potássio. Existe também o potencial de ação encontrada nas células que têm a propriedade de automatismo e função de marca passo como o nó sinusal e nó atrioventricular, que é o potencial de ação de resposta lenta. Detalhadamente, o sódio entra lentamente nessas células e o potencial vai subindo até atingir - 40 mV. Quando alcança este valor, ativa os canais de cálcio dependentes de voltagem (ICaL), permitindo o influxo de cálcio, levando o potencial de ação para + 10 mV. Fase 4➛ Despolarização espontânea. Essa é a fase que determina a propriedade de automatismo. Diferentemente da fase 04 do potencial de resposta rápida, essa fase apresenta um aumento lento e gradual da voltagem sem precisar de um estímulo externo. Quanto mais inclinado essa fase, maior a frequência de despolarização da célula (maior a frequência cardíaca). Quando a curva atinge o valor de -40mV, acontece o potencial de disparo e é gerado um novo potencial de ação. Essa modificação de forma espontânea acontece devido a corrente Funny (If), também denominada de corrente de marcapasso. Fase 0 ➛ Despolarização Ascendente. Essa fase é marcada pela entrada de Cálcio na célula. As correntes de sódio estão inativadas nessa fase. Fase 3 ➛ Repolarização. É uma fase marcada pelo aumento da condutância ao Potássio, com sua saída da célula. BIOFÍSICA NO ECG Vetor - representação gráfica de uma força que tenha amplitude, direção e sentido. Imagine uma ambulância em um estádio de futebol, todo escuro, e que você precisa achar para onde ela está indo. Você colocou 3 pessoas em locais diferentes do campo, e para cada uma das barras e uma na lateral, no meio do campo. Ademais, você combinou que se uma pessoa escutar a ambulância se aproximando dela, ela vai desenhar uma onda para cima e se escutar a ambulância se afastando, uma onda para baixo. Se fossem 2 ambulâncias indo juntas para um mesmo lado, o desenho seria diferente, com maior amplitude porque o som seria mais alto. Já se fossem 2 ambulâncias indo para lados opostos, o resultado seria a subtração dos sons, então o lado que tivesse maior som, ganharia. SISTEMA ELÉTRICO DO CORAÇÃO Como falamos anteriormente, o coração tem um sistema de geração e condução elétrica. O processo de geração do impulso elétrico é realizado, a nível celular, com a mudança nas concentrações iônicas que citamos no potencial de ação de resposta lenta, que se propaga na forma de potencial de ação de resposta rápida pelas células musculares, provocando a contração, também se propagando pelo sistema elétrico, transmitindo o estímulo para as outras regiões cardíacas. O coração precisa que as células atuem de modo sinérgico para que a transmissão do impulso elétrico não ocorra aleatoriamente. Neste sentido, é preciso que os átrios se contraiam antes dos ventrículos, assim temos a importância do nó atrioventricular e do esqueleto fibroso neste “atraso”. Mais detalhadamente, o sistema elétrico é formado por células cardíacas especializadas que formam nós ou nodos e feixes, produzindo e conduzindo o impulso elétrico. Todo o sistema elétrico do coração pode gerar o impulso elétrico, mas com velocidades diferentes. Deste modo, a estrutura que consegue em maior velocidade irá “ditar” o impulso e as células subsequentes irão apenas conduzir. Em condições fisiológicas, quem “dita” este processo é o nó sinusal, localizado no teto do átrio direito, em sua parede anterolateral, na base da veia cava superior, sendo o “maestro” do coração. Uma vez gerado, o potencial de ação é transmitido pelo átrio direito por células miocárdicas atriais, chamadas de feixes internodais (anterior, médio e posterior); para o átrio esquerdo pelo “feixe” de Bachman e para o nó atrioventricular (AV), tudo simultaneamente. Nesta fase do ciclo, a despolarização que ocorre é apenas nos átrios. O esqueleto fibroso cardíaco isola eletricamente as câmaras superiores das inferiores. Ademais, há células transicionais que possuem junções comunicantes diminuídas, atrasando a chegada do estímulo no nó AV compacto, situado no triângulo de Koch. Quando este atraso não acontece por presença de “atalhos” no esqueleto fibroso e o estímulo chega nos ventrículos antes do habitual, há a pré-excitação ventricular, descrita como a síndrome arritmogênica de Wolff-Parkinson-White (WPW). O nó AV possui capacidade de condução anterógrada (do átrio para o ventrículo) ou condução retrógrada (do ventrículo para o átrio, se o ventrículo despolarizar-se primeiro). Em até 35% das pessoas, existe uma”dupla fisiologia nodal”, onde há uma bifurcação do tecido a nível de nó AV compacto, tendo 2 circuitos convivendo lado a lado, que podem levar a arritmias reentrantes, o estímulo sobe para os átrios por uma via e desce para os ventrículos por outra. Isto é chamado de taquicardia por reentrada do nó AV. Do nó AV compacto “nasce” o feixe de His, na região do corpo fibroso central, marcando o iníciodo território elétrico ventricular. Em um bloqueio de condução atrioventricular que não chegou a despolarizar o feixe de His, sabemos que o defeito está no tecido atrial ou no nó AV. Quando o bloqueio ocorre depois do feixe de His, denominado “bloqueio infra-hissiano”, o problema é de condução ventricular, denotando maior gravidade. O feixe de His se bifurca ao entrar no septo interventricular, em ramos direito (mais fino e frágil) e esquerdo (mais calibroso). O ramo esquerdo se bifurca em fascículo ântero-superior e póstero-inferior. Por fim, o impulso segue pelas fibras de Purkinje, até atingir as células que irão contrair os ventrículos. O trajeto nos ventrículos aumenta a eficiência da sístole ventricular, pois o estímulo chega primeiro ao ápice cardíaco e ascende pelas paredes. Assim, o ápice contrai em direção a base do coração, direcionando o sangue para as artérias. A condução de todo esse sistema elétrico pode ser registrada no eletrocardiograma, como veremos a seguir. ELETROCARDIOGRAMA O eletrocardiograma (ECG) é um exame simples e barato, obrigatório em emergências. Ele funciona como se câmeras fossem posicionadas em volta do coração e registrassem os impulsos elétricos que se aproximam ou se afastam de cada eletrodo. Após anos de pesquisas e descobertas, como podemos citar dos fisiologistas Koelliker e Muller (1856), que conseguiram demonstrar um biopotencial elétrico no coração de um sapo e descobriram que uma atividade elétrica precedia a sístole cardíaca; Walter (1887) continuou com experimentos em seu cachorro de estimação, que não sofreu nenhum dano no simpático decorrente destas demonstrações. Assim, com um cinto no tórax de Walter, um eletrômetro capilar e uma coluna de mercúrio, veio o primeiro traçado de um eletrocardiograma humano. Em 1902, o médico holandês Willem Einthoven, desenvolveu um galvanômetro de corda, com um método em que a placa fotográfica onde ficaria registrada tinha uma frequência constante pela gravidade. Caso fosse registrado um potencial de 0,1 mV, o galvanômetro moveria 1mm. Ademais, neste artigo também estão descritas as deflexões do ECG: PQRST, lhe rendendo um prêmio nobel em 1924. Assim foi criado o triângulo de Einthoven, pois ele posicionava os eletrodos nos membros, sendo DI o potencial de ação entre o braço direito e o esquerdo, DII do braço direito para a perna esquerda e DII do braço esquerdo para a perna esquerda. Em 1934, Wilson introduziu um ponto virtual no centro do tórax, o “terminal central de Wilson”, aumentando a sensibilidade das derivações de Einthoven, pois media a diferença de potencial do braço direito até este centro, sendo chamado de VR. Em 1942, Goldberger introduziu um aumento na sensibilidade, surgindo o aVR (right), aVF (foot) e aVL (left). formando o “círculo de Cabrera”. POSIÇÃO DOS ELETRODOS Com estes primeiros eletrodos nos membros superiores e perna esquerda, temos as primeiras derivações, chamadas derivações periféricas ou do plano frontal (DI, DII, DII, aVR, aVF e aVL), que enxergam se o estímulo vai para cima ou para baixo e para esquerda ou para direita, mas não se anteriormente ou posteriormente. Para isso, há os eletrodos precordiais, que mostram as derivações precordiais ou do plano horizontal (V1, V2, V3, V4, V5 e V6), vendo se o estímulo vai para frente ou para trás e para esquerda ou para direita. Alguns outros eletrodos podem ser colocados para visualização de mais derivações, mas não são os mais comuns. O mais encontrado é o ECG de 12 derivações (DI, DII, DII, aVR, aVF, aVL, V1, V2, V3, V5, V5 e V6). Para saber se está indo para frente ou para trás, é só olhar para V1, caso negativo, está indo para trás, caso positivo, está indo para frente. O ELETROCARDIOGRAMA E SUAS ONDAS As ondas do ECG são o resultado dos processos de despolarização e repolarização das células do miocárdio. A onda positiva de despolarização dentro das células cardíacas se move em direção a um eletrodo positivo na pele, assim registra uma deflexão positiva (para cima). Por outro lado, quando o impulso elétrico está se afastando do polo positivo, gera uma deflexão negativa (para baixo). As ondas do ECG possuem 3 características principais: 1. Amplitude - medida em milivolts (mV); 2. Duração - medida em fração de segundos; 3. Configuração - forma e aspecto da onda. Assim, tudo dependerá de vetores, mas o traçado segue as seguintes atividades, em sequência: - Despolarização dos átrios (primeiro o direito, depois o esquerdo); - Intervalo atrioventricular; - Despolarização dos ventrículos e repolarização dos átrios; - Repolarização dos ventrículos. Cada uma dessas atividades corresponde a uma entidade no ECG, seja uma onda, um complexo de ondas, um intervalo ou um segmento. Onda P Despolarização dos átrios. - O impulso gerado pelo nó sinusal segue em direção ao nó AV, despolarizando os átrios, ou seja, se aproximando de DII, registrando uma onda positiva, de pequena amplitude e duração. Int. PR Intervalo atrioventricular. - O nó AV atrasa o impulso, registrando uma linha reta. Onda Q Despolarização inicial do septo IV. - A resultante da despolarização do septo IV forma um vetor que se afasta de DII, registrando uma onda negativa. - Onda negativa que se inscreve antes da onda R. Onda R Despolarização do ápice dos ventrículos. - Pelos ramos direito e esquerdo, se aproximando da câmera de DII, registrando uma onda positiva de grande amplitude. Onda S Despolarização da parte basal dos ventrículos. - O estímulo ascende pelas paredes livres dos ventrículos chegando na parte basal, formando um vetor que se afasta da câmera de DII, registrando uma onda negativa. - Onda negativa que vem depois da onda R. Onda T Repolarização dos ventrículos. A repolarização dos átrios ocorre ocorre concomitantemente à despolarização dos ventrículos, que por ser um fenômeno mais intenso, “cobre” este evento dos átrios. A soma dos vetores QRS é o vetor elétrico cardíaco, que deverá ser posicionado no círculo de Cabrera para análise. CONFIGURAÇÕES DO ELETROCARDIÓGRAFO A inscrição gráfica, quando o eletrocardiógrafo está configurado, segue um padrão convencionado por Einthoven no papel milimetrado. - 25 mm/s de velocidade; - Cada 1 mm do papel para cima ou para baixo corresponde a 0,1 mV de amplitude; - Para esquerda e para direita, cada mm corresponde a 40 ms ou 0,04 segundos. Assim, se o impulso que está indo na direção da “câmera” é de 0,5 mV, teremos uma deflexão positiva de amplitude de 5 quadradinhos, ou 1 quadradão. Se esta atividade durou 80 ms, teremos uma deflexão que durará 2 quadradinhos. O padrão é uma calibração denominada N (descrita acima, na qual 1mm = 0,1 mV ou 40 ms, se em altura ou comprimento, respectivamente). EIXO CARDÍACO O eixo do plano frontal pode ser estimado por 2 passos: 1. Identificar em qual derivação o complexo QRS está isodifásico (praticamente isoelétrico). 2. Ver qual derivação em 90º a identificada está positiva. Quando o isodifásico não está perfeito, você faz o passo a passo e depois aproxima: - Isodifásico mais positivo ➜ mais perto da derivação do 2 passo. - Isodifásico mais negativo ➜ mais longe da derivação do 2 passo. Se todas as derivações forem isodifásicas, diz-se que o eixo é indeterminado. Exemplos: Neste plano, o valor normal do eixo cardíaco é de - 30º a + 90º. São alguns exemplos de patologias que alteram o eixo cardíaco: - Desvio para esquerda ⇒ doenças que sobrecarregam o VE - HAS, miocardiopatia dilatada, miocardiopatia hipertrófica, IAM esquerdo prévio, estenose aórtica … - Desvio para direita ⇒ doenças que sobrecarregam o VD - TEP, hipertensão pulmonar, doenças congênitas como CIA … OBS - Eixo é fisiológico em 2 segundos: - Ver se o QRS em DI e em DII são positivos ou pouco isodifásicos = normal! O eixo cardíaco normal é a interseção entre os hemicampos de DI e DII. O eixo no planohorizontal também pode ser identificado por 2 passos: 1. Se o QRS de V1 é predominantemente negativo ➜ eixo para trás. 2. Se o QRS de V1 é predominantemente positivo ➜ eixo para frente. Uma analogia a um cabo de guerra, fisiologicamente, o VE é maior, ganhando o cabo de guerra. A alteração do eixo para frente ocorre devido a doenças que hipertrofiam o VD até + 3x o seu tamanho, pois assim ele ganha o “cabo de guerra”. ROTEIRO 1. Identificação - Nome do paciente; - Idade do paciente; - Peso e altura: ● Biotipo do paciente ➛ pacientes longilíneos possuem o eixo cardíaco mais verticalizado, já pacientes brevilíneos, um eixo mais horizontalizado. - Sexo: ● Algumas características são diferentes para homens e mulheres, por exemplo o limite superior de duração do intervalo QT normal (H - 450 ms / M - 460 ms). - Quadro clínico. 2. Padronização - Checar se o retângulo lateral tem 10 quadradinhos de altura ou o “N” especificado. - Ver se a velocidade é de 25 mm/s. Se configurarmos o mesmo ECG para 2N (20mm/mV), a amplitude dos QRS ficará maior e poderíamos dar o diagnóstico de sobrecarga de ventrículo esquerdo de forma incorreta. Por isso é importante checar a padronização do ecg antes de interpretá-lo. Da mesma forma, se configurarmos para 50mm/s, poderíamos realizar o diagnóstico de bradicardia ou distúrbio de condução intra-ventricular quando não há nenhuma alteração, como no exemplo abaixo (do mesmo paciente anterior): 3. Ritmo e Frequência cardíaca - Ver se sinusal ou não em 4 passos: 1. Ondas P positiva em DI e aVF; 2. Ondas P de mesmas morfologias; 3. Ondas P seguidas de QRS; 4. Frequência cardíaca entre 50 e 100 bpm. FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC) Pode ser estimada em bpm por 2 regras: I. Regra dos 300: A. Basta dividir 300 pelo número de 5 quadrados (que perfazem 0,2s) que contém o intervalo RR ou PP. II. Regra dos 1500: A. Basta dividir 1500 pelo número de quadrados menores (unidade menor - 0,04s) que contém o intervalo RR ou PP). Se o ritmo for irregular, deve-se calcular a FC observando o DII longo (duração de 10 segundos): Número de QRS no DII longo x 6 Intervalos Eletrocardiográficos Normais Frequência cardíaca 50 - 100 batimentos por minuto Duração da onda P < 0,12 segundos (120 ms) Intervalo PR 0,09 s (90 ms) a 0,2 s (200 ms) Duração QRS 0,075 s (75 ms) a 0,11 s (110 ms) QTc 0,45 s (450 ms) em homens e 0,46 s (460 ms) em mulheres Eixo QRS - 30º a + 90º Embora a FC basal em repouso tenha sido tradicionalmente definida entre 60 a 100 bpm, a faixa de 50 a 90 bpm em repouso pode refletir melhor a fisiologia normal. 4. Onda P - A duração da onda P, do início ao fim, é tipicamente menor do que 0,12 segundos (120 ms, ou 3 quadradinhos) em comprimento. - Uma onda P mais larga reflete um atraso na condução intra ou interatrial, ou em ambas. - Anormalidades na amplitude da onda P, sua morfologia ou seu eixo, podem refletir um aumento atrial. São analisados 4 aspectos: 1. Polaridade ou eixo: a. O eixo da onda P ou SÂP varia normalmente de -30º a +90º no PF. 2. Amplitude: a. O normal varia de 0,5 a 2,5 mm (0,05 a 0,25 mV). 3. Duração: a. Normal até 0,08 s. 4. Morfologia: a. Tipicamente monofásico. Alguns conceitos importantes 1. O ritmo sinusal é o habitual e caracteriza-se por onda P monofásica e positiva em DI, DII e DIII e negativa em aVR. 2. A condução atrioventricular é avaliada essencialmente pelo intervalo PR, cujo valor normal varia de 0,12 a 0,2 s no adulto. 3. O complexo QRS dura habitualmente até 0,12 s no adulto. Seu eixo normal varia de - 30º a + 90º no plano frontal e para trás no plano horizontal. 4. O segmento ST usualmente é uma linha isoelétrica. 5. A onda T tem morfologia assimétrica com porção inicial ascendente mais lenta, com amplitude até 6mm no PF e de até 12mm no PH. 6. A onda U, quando presente, tem a mesma polaridade da onda T precedente e voltagem usualmente de até 25% da amplitude da onda T. CARACTERI Referências http://arritmed.com.br/?p=314 Hachul, Denise Tessariol; Kuniyoshi, Ricardo; Darrieux, Francisco Carlos. Tratado de Arritmias Cardíacas: Fisiopatologia, Diagnóstico e Tratamento / 1ºedição. Atheneu Sanches, Paulo César; Moffa, Paulo J. Eletrocardiograma – Uma abordagem Prática. Roca. 1 edição, 2013. http://arritmed.com.br/?p=314 Riera, Andrés Ricardo Pérez; Uchida, Augusto. Eletrocardiograma: teoria e prática.