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Mecânica dos Solos Experimental Relatório – V: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DOS GRÃOS DO SOLO 3 Sumário 1.0 – Introdução ..................................................................................................................... 04 2.0 – Revisão Teórica ............................................................................................................. 06 3.0 – Objetivos ........................................................................................................................ 08 3.1 – Objetivo Geral ........................................................................................................... 08 3.2 – Objetivos Específicos ................................................................................................ 08 4.0 – Procedimentos Metodológicos Adotados Para Realização do Ensaio ...................... 09 4.1 – Materiais Utilizados no Ensaio ................................................................................. 09 4.2 – Execução do Ensaio .................................................................................................. 09 5.0 Resultados Obtidos .......................................................................................................... 12 6.0 Conclusão .......................................................................................................................... 15 7.0 – Referências Bibliográficas Consultadas ...................................................................... 16 4 1.0 – Introdução Para o engenheiro civil, solo é uma reunião de partículas minerais soltas, ou cimentadas, formada pela decomposição de rochas por ação do intemperismo, com o espaço vazio entre as partículas ocupado por água e/ou água (CRAIG, 2007). Além disso, os solos são muito diferentes entre si e respondem diversificadamente quando expostos solicitações iguais. Sendo assim, todas as experiências acumuladas pelos construtores ao longo dos anos são de grande importância na geotecnia, pelo fato de incorporarem muitas informações sobre solos existentes (PINTO, 2006). Nas obras de engenharia, é necessário classificar o solo e para isso é preciso determinar suas propriedades. O ensaio de determinação da densidade dos grãos apresenta então, grande importância nesse aspecto já que por meio dele é realizado o cálculo vários ouros índices físicos. De acordo com CAPUTO (1989), o peso específico dos grãos é uma característica dos sólidos, sendo expresso pela relação entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. Já a densidade relativa, é a relação entre o peso da parte sólida e o peso de igual volume da água. Assim, o peso específico e a densidade relativa são expressos pelo mesmo número, sendo que a densidade relativa é adimensional. Em um solo podem ocorrer partículas de natureza variada. A fração mais fina dos solos costuma ter natureza diversa da de maior tamanho, já que é gerada mais por desintegração química (oxidação, hidratação, carbonatação) que mecânica (ruptura e desgaste, causados por temperatura, atrito etc.). Com isso, as normas descrevem a determinação da densidade média das partículas menores que um tamanho especificado, ou maiores que um tamanho fixado (ALMEIDA, 2005). A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adota a picnometria, que é uma técnica laboratorial para determinação da densidade dos grãos utilizando o picnômetro, para partículas menores que 4,8 mm, enquanto o DNIT (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes) o faz a determinação para partículas menores que 2,0 mm. Quando o objeto de estudo são os agregados miúdos, é mais adequado empregar a norma NBR6508 (ABNT), já que estes têm tamanho menor que 4,8 mm. Por outro lado, será mais preciso o método de ensaio ME 093/94 (DNIT) quando o objetivo é utilizar o valor da densidade nos cálculos da fase de sedimentação do ensaio de granulometria, pois a amostra utilizada neste ensaio é obtida do material que passa na peneira de 2,0 mm (fração fina do solo) (ALMEIDA, 2005). 5 Esse ensaio é bastante significativo para a construção civil, em razão de define uma das propriedades do solo, abrange várias áreas da engenharia civil, que tem como principal objeto o solo, que é utilizado também como material de construção, no qual adequa-se principalmente ao uso de agregados na confecção de concreto ou argamassa que afeta diretamente a consistência do produto. 6 2.0 – Revisão Teórica De acordo com Sousa Pinto (2006), o comportamento de um solo está relacionado com as três fases (sólida, líquida e ar). Em um volume de solo é ocupado pelas partículas sólidas, formando uma estrutura, no qual, além de possui os grãos, dispõem de volumes restantes que são denominados de vazios e sendo esse envolvido por água ou ar. Figura 01 – Diagrama das fases. Fonte: Craig, 2007. Conforme Das (2014), é importante, que seja discutido em todos os trabalhos de engenharia geotécnica, as relações entre peso e volume, logo, todas propriedades necessários que seja envolvidos. Dentre esses índices está a massa específica dos grãos ou densidade real. Densidade ou densidade relativa de uma partícula é a razão entre seu peso específico e o peso específico da água destilada e isenta de ar à 4º C (ou entre a massa específica da partícula e a massa específica da água a 4ºC) (CAPUTO, 1989). De acordo com Sousa Pinto (2006), é uma característica no qual relaciona o peso das partículas sólidas e o de outra substância como a água, determinada em laboratório, utilizando o método do picnômetro, devido existe pouca variação de um solo para outro esse ensaio determina a real densidade dos grãos. Massad (2016) explica que esse ensaio é bastante simples, utiliza-se apenas uma amostra de solo que passa na peneira 4, o picnômetro e água, no qual ao final é possível se calcular a densidade pelas diferenças de peso, entre o peso da água com o solo e peso da água e a relação de volume. 7 O principal intuito da aplicação da água no ensaio é a expulsão do ar, por meio do processo de aquecimento da amostra, pois quando o solo não está saturado, o ar pode apresentar bolhas oclusas, que ocupam volume na amostra de solo (SOUSA PINTO, 2006). O instrumento utilizado no ensaio tem como característica baixo coeficiente de dilatação térmica, fator que auxilia no aquecimento da amostra, com a finalidade da expulsão dos vazios que estão ocupados pelo ar. Entretanto, todo esse procedimento não pode ser realizado com solo que possua presença de matéria orgânica, visto que, quando a amostra for levada a fervura transbordará do picnômetro. A densidade relativa como é comum observar sempre utiliza como padrão a substância água como segunda substância, Considerando ρa = 1g/cm³ (densidade da água), logo a densidade real (ρ) e o peso específico das partículas do solo (γ) são numericamente iguais, considerando que ρ é adimensional e γ com dimensão. Alguns valores estão em tabelas, para facilitar a busca, entretanto, seu resultado com exatidão pode ser obtido em laboratório (DAS, 2014). Consoante Caputo (1989), o valor da densidade depende do constituinte mineralógico da partícula de solo, variando entre 2,65 e 2,85. Para os solos que contêm elevado teor de matéria orgânica, o valor da densidade diminui, e cresce para solos ricos em óxidos de ferro. 8 3.0 – Objetivos 3.1 – Objetivo Geral Determinar a densidade das partículas que constituem uma amostra de solo deformada coletada, através do Método do Picnômetro. 3.2 – Objetivos Específicos a) Descrever o procedimento de execução do ensaio de densidade dos grãos do solo; b) Calcular a densidade real dos grãos do solo e realizar sua correção para a temperatura de 20ºC; c) Analisar os resultados obtidos. d) Obter conhecimento prático dos experimentos de mecânica dos solos.9 4.0 – Procedimentos Metodológicos Adotados Para Realização do Ensaio 4.1 – Materiais Utilizados no Ensaio Para esse experimento, foram utilizados os seguintes materiais: Peneira de 2mm; Balança; Estufa; Dois picnômetros; Termômetro; Dessecador; Aquecedor; Pegador de madeira; Funil 4.2 – Execução do Ensaio Foram utilizados 20g de solo, passante na peneira de 2mm, como amostra. Colocou-se a amostra de solo na estufa por cerca de 20h e em seguida, colocou-a no dessecador para esfriar. Figura 02 – Amostra de solo seca na estufa. 10 Enquanto a amostra esfriava, os picnômetros foram limpos e pesados, individualmente. Com a amostra já fria, foi adicionada 10g a cada picnômetro. Figura 03 – Pesagem do picômetro. Figura 04 – Picnômetro com amostra de solo. Em seguida, adicionou-se água ao picnômetro até que cobrisse em excesso a amostra de solo. Aqueceu-se o picnômetro, deixando ferver por quinze minutos, agitando continuamente para evitar o superaquecimento. Figura 05 – Aquecedor utilizado. 11 Após fervura, deixou-se o picnômetro esfriar ao ambiente. Daí, encheu-o com água até o traço de referência e enxugou-o com um pano limpo e seco. Pesou-se o conteúdo e mediu-se a temperatura. Por fim, retirou-se todo o material de dentro do picnômetro e lavou-se o mesmo. Encheu-o, novamente, de água e pesou-se o conjunto. Figura 06 – Picnômetro com solo e cheio de água. 12 5.0 – Resultados Obtidos Ao realizar o ensaio de densidade dos grãos foram obtidos vários dados que permitiram calcular a densidade real dos grãos do solo a temperatura T1 (temperatura ambiente onde o ensaio foi realizado. Para isso foi utilida a seguinte fórmula: Na qual: = densidade real do solo à temperatura (T1) ; P1 = peso do picnômetro vazio e seco, em g; P2 = peso do picnômetro mais amostra, em g; P3 = peso do picnômetro mais amostra, mais água, em g; P4 = peso do picnômetro mais água, em g. No entando o valor da densidade real deverá ser referido à água à temperatura d e 20°C, logo é necessário fazer a correção da densidade, usa-se para isso a equação seguinte: Na qual: =densidade real do solo a 20°C; nt = razão entre a densidade relativa da água a temperatura (T1) e a densidade relativa da água a 20°C, tabelado. = densidade real do solo à temperatura (T1). Para a determinação do fator de correção foi utilizada a Tabela de razão entre a densidade relativa da água à temperatura T1 e a densidade relativa da água a 20ºC. A tabela pode ser visualizada logo abaixo. 13 Tabela 01 – Razão entre a densidade relativa da água à temperatura T1 e a densidade relativa da água a 20ºC. Fonte: DNER (1994). Foi considerada uma temperatura de 33ºC na realização ensaio, então foi utilizado como fator de correção 0,9965. No Quadro 01 apresentam-se todos os dados do ensaio e a densidade dos grãos. Quadro 01 – Dados do ensaio de densidade dos grãos. Picnômetros 1 2 P1 28,306 28,686 P2 38,294 38,693 P3 84,580 84,767 P4 78,343 78,486 Densidade 2,662 2,685 Densidade Corrigida 2,653 2,676 Média 2,665 Discrepância 0,023 Fonte: Autores (2019). 14 Através do Quadro 01, observa-se que os resultados da densidade dos grãos do solo com duas repetições foram satisfatórios, pois a discrepância foi muito baixa, de apenas 0,023. Além disso, o solo estudado neste ensaio está dentro da faixa de variação de 2,3 a 2,9, faixa esta, que segundo Sobreira (2014) refere-se a solos com características arenosas e siltosas, estando, portanto, de acordo com os resultados obtidos nos ensaios de granulometria e limites de Atterberg, onde determinou-se que o solo em estudo trata-se de uma areia com finos. 15 6.0 – Conclusão O estudo do solo é de extrema importância para a engenharia civil, uma vez que este possui comportamento variável, logo são necessários estudos que possibilitem fornecer dados para realização de grandes obras. A densidade dos grãos do solo é uma dessas características que se deve ter conhecimento. Para a determinação da densidade dos grãos, foi realizado o ensaio pelo método do Picnômetro, na qual consiste na determinação do peso do picnômetro com água e amostra de solo, ao final, o resultado obtido é fruto da relação entre os pesos da amostra do solo pelo peso da água a temperatura ambiente. Após a execução do ensaio, determinou-se a densidade dos grãos do solo em estudo, obtendo-se para o ensaio com a mesa aquecedora. A discrepância foi de 0,023 ficando dentro do aceitável, dessa forma, conclui-se que os resultados obtidos são confiáveis e apresentam precisão. 16 7.0 – Referências Bibliográficas Consultadas ALMEIDA, Gil Carvalho Paulo de. Caracterização Física e Classificação dos Solos. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2005. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 6ª edição, v. 1, 1989. CRAIG, Robert F. Mecânica dos solos. 7ª edição. Tradução Amir Kurban; Rio de Janeiro: LTC, 2007. DAS, B. M; SOBHAN, K. Fundamentos da Engenharia Geotécnica. 8ª edição. Tradução norte- americana. São Paulo: Cengage Learning, 2014. DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Solos – determinação da densidade real. 1994. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/normas/meetodo-de- ensaio-me/dner-me093-94.pdf>. Acesso em: Nov. 2019. MASSAD, F. Mecânica dos solos experimental. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. SOBREIRA, D. S. V. Comparação entre os métodos de compactação de solos por impactos e por amassamento. 2014. 100 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2014. SOUSA PINTO, Carlos de. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3ª edição. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2006.
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