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Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 33 Aula 3: Dimensionamento As tubulações do SPES podem ser dimensionadas pelo Método das Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) ou pelo Método Racional, devendo, em qualquer um dos casos, serem respeitados os diâmetros mínimos dos ramais de descarga apresentados na sequência. 1. Método das Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) Este método baseia-se na atribuição de Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) para cada aparelho sanitário integrante do SPES em questão. Tais unidades constam na NBR 8160/1999, e encontram-se reproduzidos na Tabela 1. Definidas as UHC dos aparelhos sanitários integrantes do sistema, inicia-se o dimensionamento dos demais componentes, conforme será apresentado a seguir. 1.1. Subsistema de Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 1.1.1. Tubulações a) Ramais de Descarga Para os ramais de descarga devem ser adotados, no mínimo, os diâmetros apresentados na Tabela 1. Para aparelhos não relacionados nesta tabela, devem ser estimadas as UHC correspondentes e o dimensionamento deve ser feito pela Tabela 2. b) Ramais de Esgoto Neste caso, deve ser utilizada a Tabela 3. Recomenda-se ainda, com relação às declividades mínimas: • 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou inferior a 75; • 1% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou superior a 100. c) Tubos de Queda Os tubos de queda devem ser dimensionados pela somatória das UHC conforme a Tabela 4. Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 34 Todavia, quando apresentarem desvios da vertical, os tubos de queda devem ser dimensionados da seguinte forma: • quando o desvio formar ângulo inferior a 45o com a vertical, o tubo de queda é dimensionado pela Tabela 4; • quando o desvio formar ângulo superior a 45o com a vertical, deve-se dimensionar: ✓ A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda independente, com base no número de unidades Hunter de contribuição dos aparelhos acima do desvio, de acordo com a Tabela 4; e a parte horizontal do desvio de acordo com a Tabela 5, uma vez que, neste caso, o trecho é tratado como subcoletor; ✓ A parte do tubo de queda abaixo do desvio com base no número de unidades Hunter de contribuição de todos os parelhos que descarregam neste tubo de queda, de acordo com a Tabela 4, não podendo o diâmetro adotado, neste caso, ser menor do que o da parte horizontal. Ver a figura abaixo, a qual ilustra a geometria dos desvios e opções de ventilação. Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 35 d) Coletor Predial e Subcoletores O coletor predial e os subcoletores podem ser dimensionados pela somatória das UHC conforme a Tabela 5. O coletor predial deve ter, no mínimo, um DN igual a 100. No dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores em prédios residenciais, deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para a somatória do número de unidades Hunter de contribuição. Nos demais casos, devem ser considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC. Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 36 1.1.2. Desconectores Os desconectores devem atender aos seguintes requisitos: • Ter fecho hídrico com altura mínima de 0,05 m; • Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de descarga a ele conectado. As caixas sifonadas devem ser dimensionadas conforme a Tabela 6. Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 37 No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de 0,20 m; as mesmas devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível e o orifício de saída deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo 75 mm. 1.1.3. Dispositivos Complementares a) Caixa de Gordura As caixas de gordura são dimensionadas em função do número de cozinhas por elas atendidas. Desta forma, assim procede-se: • Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa de gordura pequena; • Para a coleta de uma ou mais cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de gordura simples; • Para a coleta de duas a doze cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de gordura dupla; • Para a coleta de mais de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc. devem ser previstas caixas de gordura especiais. A tipologia das caixas de gordura em função de suas dimensões características é apresentada na Tabela 7. Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 38 Com relação a caixa de gordura especial (CGE), prismática de base retangular, as seguintes características devem ainda ser apresentadas: • O Volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula: V = 2N + 20 Onde: N é o número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura; V é o volume em litros. 1.1.4. Dispositivos de Inspeção a) Caixas de Inspeção A caixa de inspeção é um dispositivo destinado a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução das canalizações, a junção de coletores e a mudança de declividade. b) Caixas de Passagem Caixas de passagem são dispositivos que permitem a inspeção, limpeza e desobstrução das canalizações de esgoto. São caixas de inspeção com apenas uma entrada e uma saída para o esgoto. Quando cilíndricas, devem ter diâmetro mínimo de 0,15 m e, quando prismáticas de base poligonal, permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo de 0,15 m; as mesmas devem possuir grelha ou tampa cega, e uma altura mínima de 0,10 m. 1.1.5. Instalações de Recalque Esta instalação é utilizada para recalcar os esgotos acumulados em caixas coletoras situadas abaixo do nível da rede pública de esgoto, provenientes de aparelhos sanitários e de dispositivos instalados nesse nível. A caixa coletora, é disposta de modo a receber todo o esgoto por gravidade, sendo que, a partir dela, recalca-se o esgoto para o coletor predial ou dispositivo de tratamento de esgotos por meio de bombas. O dimensionamento da instalação de recalque deverá considerar aspectos como a capacidade da bomba, que deverá atender à vazão máxima provável de contribuição dos aparelhos e dispositivos instalados que possam estar em funcionamento simultâneo, o tempo de detenção do esgoto na caixa e o intervalo de tempo entre duas partidas consecutivas do motor. Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 39 Quanto ao dimensionamento da caixa coletora, a mesma deve ter a sua capacidade calculada de modo a evitar a frequência exagerada de partidas e paradas das bombas por um volume insuficiente, bem como a ocorrência de estado séptico por um volume exagerado. O volume útil da caixa coletora (Vu), ou seja, o volume compreendido entre o nível máximo e o nível mínimo de operação da caixa (faixa de operação da bomba), pode ser determinado através da seguinte expressão: Vu = Q . t 4 Onde: Q é a capacidade da bomba, em m3/min, determinada em função da vazão afluente de esgotos à Caixa Coletora; t é o intervalo de tempo entre duas partidas consecutivas do motor, em min; O tempo de detenção do esgoto na caixa coletora (d) pode ser determinado a partir da seguinte equação: d = Vt q Onde: d é o tempo de detenção, em min; Vt = volume total da caixa coletora, em m3; q é a vazão média de esgoto afluente, em m3/min. O tempo de detenção do esgoto nacaixa não deve ultrapassar 30 minutos. Quando receber efluentes de bacias sanitárias, a caixa coletora, deve possuir uma profundidade mínima de 0,90 m, a contar do nível da geratriz inferior da tubulação afluente mais baixa. O fundo deve ser suficientemente inclinado para impedir a deposição de materiais sólidos quando a caixa for esvaziada completamente. A caixa coletora também deve ser ventilada por um tubo ventilador primário, independentemente de qualquer outra ventilação utilizada no edifício. Por outro lado, caso a caixa coletora não receba efluentes de bacias sanitárias, a profundidade mínima a ser considerada é de 0,60 m. As tubulações de sucção devem ser uma para cada bomba e possuir diâmetro uniforme e nunca inferior aos das tubulações de recalque. Já as tubulações de recalque devem atingir um nível superior ao da rede de maneira que impossibilite o refluxo dos esgotos, devendo ser providas de dispositivos para este fim. Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 40 É recomendável que a capacidade da bomba seja considerada como sendo igual a duas vezes a vazão afluente de esgotos sanitários e que o intervalo entre duas partidas consecutivas do motor não seja inferior a 10 minutos, no sentido de se preservar os equipamentos eletromecânicos de frequentes esforços de partida. 1.2. Componentes do Subsistema de Ventilação São apresentados a seguir os critérios a serem coletados para o dimensionamento do sistema de ventilação secundária. • Ramal de Ventilação: os diâmetros mínimos a serem utilizados constam na Tabela 8; • Coluna de Ventilação: Os diâmetros nominais mínimos são apresentados na Tabela 9, em função das UHC e do comprimento. Este comprimento é medido desde a extremidade superior da coluna, que se encontra em contato a com atmosfera até sua base, no encontro com o tubo de queda; • Barrilete de Ventilação: Os diâmetros nominais mínimos são apresentados na Tabela 9. O número de UHC de cada trecho é a soma das unidades de todos os tubos de queda servidos pelo trecho e o comprimento a considerar é o mais extenso, da base da coluna de ventilação mais distante da extremidade aberta do barrilete até essa extremidade; Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 41 2. Dimensionamento Racional O dimensionamento racional visa flexibilizar a atuação do projetista do SPES, outorgando ao mesmo um poder de decisão maior do que aquele proporcionado pela metodologia convencional. Acredita-se que tal flexibilização auxilie substancialmente as emergentes necessidades de racionalização e otimização na Construção Civil. Este dimensionamento racional consta basicamente em estabelecer, em princípio, uma configuração inicial para o SPES apenas com ventilação primária; na sequência, segue- se com a determinação probabilística das vazões de projeto, caracterização das vazões de Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 42 descarga dos aparelhos sanitários, dimensionamento das tubulações e a verificação da suficiência da ventilação primária. Caso esta não seja suficiente, altera-se a geometria da configuração inicial proposta ou concebe-se para a mesma a ventilação secundária. Caberá ao projetista a definição da melhor solução. A idéia é que esta metodologia racional seja suficientemente abrangente, oferecendo ao projetista condições de trabalhar as diversas variáveis de projeto, isto é, flexibilidade. A escolha do tipo de bacia sanitária, por exemplo, poderá estar definindo o nível da ventilação necessária. 2.1. Apresentação do Dimensionamento Racional A seguir será abordada a determinação probabilística da vazão de projeto e o equacionamento racional propriamente dito, onde equações básicas da hidráulica e algumas de suas variantes são utilizadas. Diversas formulações específicas desenvolvidas por pesquisadores do assunto são consideradas como, por exemplo, a determinação da velocidade e comprimento terminais, a capacidade do tubo de queda, entre outras. Por último será apresentada a idéia básica do modelo matemático para verificar a necessidade da ventilação secundária. 2.1.1. Vazão de Projeto Uma postura adequada para determinar a vazão de projeto é considerá-la como função da simultaneidade de uso e da tipologia dos aparelhos sanitários. Há diversos métodos probabilísticos desenvolvidos para determinar a simultaneidade de uso, muitos deles baseados nas distribuições normal, binomial e multionomial. Entre estes métodos, pode-se citar os trabalhos de Hunter, Webster, Courtney, Konen e Murakawa. Este autor também desenvolveu um modelo probabilístico o qual é aberto para a entrada de diversos dados específicos da realidade de cada projeto. É importante também salientar que tais métodos estatísticos permitem ao projetista estabelecer qual o nível de confiança que o mesmo deseja trabalhar. Quanto ao levantamento da tipologia dos aparelhos sanitários, mais especificamente as bacias sanitárias, cresce em importância a escolhas de bacias eficientes, mas se reduzido consumo de água. 2.1.2. Equacionamento 2.1.2.1. DIMENSIONAMENTO DO SUBSISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO SANITÁRIO O escoamento no tubo de queda é considerado anular, isto é, o esgoto escoando pelas paredes do tubo de queda na forma de um cilindro oco onde circula ar. Em qualquer seção transversal deste escoamento, a razão entre a seção de água e a seção de ar deve situar-se entre 1/4 e 1/3, de maneira a evitar que o escoamento preencha totalmente a seção Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 43 transversal, condição esta que perturbaria sensivelmente as pressões de ar no interior do sistema. O diâmetro do tubo de queda pode ser determinado a partir da seguinte equação: dtq = 0,116 . n3/8 . Qtq 3/8 to 5/8 Onde: dtq é o diâmetro interno do tubo de queda, em m; Qtq é a vazão de projeto no tubo de queda, em l/s; n é o coeficiente de Manning, em s/m1/3; to é a taxa de ocupação de água durante o escoamento no tubo de queda. Esta equação é uma variante da equação de Manning para escoamento anular e permanente, onde o valor de Qtq é aquele onde ocorre a velocidade terminal. Sendo o escoamento no tubo de queda anular, o valor do to pode ser expresso da seguinte forma: to = Se Stq Onde: Se é a área da seção transversal da coroa circular por onde escoa a água no tubo de queda; Stq é a área da seção transversal do tubo de queda. A fim de se garantir a manutenção do escoamento anular no tubo de queda, recomenda-se utilizar to entre 1/4 e 1/3 conforme, comentado anteriormente. A velocidade terminal tem a seguinte formulação: vt = 13 . ( Qtq dtq ) 2/5 Onde: vt = velocidade terminal, em m/s; dtq = diâmetro interno do tubo de queda, em mm. Com relação à vazão de projeto, a mesma pode ser obtida através das diversas metodologias citadas no item 3.4 da Norma. Utilizando-se, por exemplo, a distribuição binomial, a qual foi incorporada no texto da NBR, tem-se a seguinte formulação básica: Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 44 Qtq = ∑ mi . qi n n=1 Onde: Qtq é a a vazão de projeto no trecho considerado (l/s); i é o índice representativo do tipo de aparelho sanitário; n é o número de tipos de aparelhos sanitários no trecho considerado; mi é o número de aparelhos sanitários do tipo i a serem considerados em uso simultâneo, entre J aparelhos instalados, para um dado fator de falha; J é o número de aparelhos sanitários do tipo i instalados no trecho considerado; qi é a vazão unitária do aparelho sanitário do tipo i(l/s). A distribuição binomial estabelece, para um dado nível de confiança a ser estipulado pelo projetista, o número de aparelhos sanitários do tipo i em uso simultâneo (mi) entre o total instalado ao trecho considerado (J). O tipo de aparelho sanitário em questão determinará as respectivas vazões a serem fornecidas pelos fabricantes, assim como as frequências de uso e durações das descargas, as quais são dados de campo. O diâmetro dos ramais de descarga, ramais de esgoto, subcoletores e coletor predial pode ser calculado a partir da seguinte equação, considerando-se escoamento à meia seção: de = n3/8 . Qe 3/8 . 𝐼−3/16 6,644 Onde: de é o diâmetro do trecho considerado, em m; n é o coeficiente de Manning, em s/m1/3; Qe é a vazão no trecho considerado, em l/s; I é a declividade do trecho considerado em m/m. A vazão em cada trecho, no caso do ramal de descarga, será dada por: Qe = qi A vazão em cada trecho, no caso do ramal de esgoto, será dada por: Qe = ∑ mi . qi n n=1 Onde: Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 45 n é o número de tipos de aparelhos sanitários no trecho considerado; mi é o número de aparelhos sanitários do tipo i a serem considerados em uso, simultâneo, para um dado fator de falha; qi é a vazão de contribuição do aparelho sanitário do tipo i. A vazão em cada trecho, no caso dos subcoletores, será dada por: Qe = Qtq A vazão em cada trecho, no caso do coletor predial, será dada por: Qe = ∑ mi . qi n n=1 A declividade I adotada na equação 05 para o dimensionamento dos subcoletores e coletores deve ser testada quanto as condições de arraste do material sólido através do princípio da tensão trativa: Tr = γ . Rh . I ≥ 1,0 Pa Onde: Rh é o raio hidráulico, em m; Tr é a tensão trativa, em Pa; γ é o peso específico, em N/m2; 2.1.2.2. DIMENSIONAMENTO DO SUBSISTEMA DE VENTILAÇÃO O subsistema de ventilação pode ser composto por tubulações ou dispositivos de ventilação ou, ainda, uma combinação de ambos. O equacionamento da ventilação primária, isto é, o valor do diâmetro do tubo de queda que propicie uma vazão de ar que equilibre as pressões pneumáticas, no interior do sistema, em torno da pressão atmosférica, é dado pela seguinte equação: Qar = c . Qtq2/5 - 1,5 Qtq Onde: Qar é a vazão de ar que escoa pelo núcleo de ar no tubo de queda, em l/s; C é o coeficiente adimensional; Qtq é a vazão de projeto no tubo de queda, em l/s. Aula 3 - Dimensionamento INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ESGOTO E DRENAGEM 46 Já para o dimensionamento das tubulações da ventilação secundária, a seguinte equação é utilizada considerando-se uma perda de carga máxima de 25 mm.c.a e desconsiderando-se a perda de carga nas singularidades: Dv = 4,06 [f . Lv (Qar')2 ]1/5 Onde: Dv é o diâmetro da tubulação de ventilação, em mm; Lv é o comprimento da tubulação de ventilação, em mm; f é o coeficiente de perda de carga distribuída, adimensional; Qar’ é a vazão de ar na tubulação de ventilação, em l/s. A vazão de ar na coluna de ventilação é estimada como sendo igual a 2/3 da vazão de ar no interior do tubo de queda, chegando-se, então, a seguinte relação: Qar' = 40 Qar Onde: Qar neste caso é a vazão de ar na coluna de ventilação, sendo obtida em l/min. Caso a ventilação secundária seja composta por dispositivos de ventilação, serão necessárias as especificações dos fabricantes. 2.1.2.3. MODELO PARA VERIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DA VENTILAÇÃO SECUNDÁRIA A verificação da necessidade da ventilação secundária em um SPES com tubo de queda único (sistema sem ramais e colunas de ventilação) é possível através da utilização de um equacionamento desenvolvido por GRAÇA (1985), onde são determinadas, a partir do conhecimento das características geométricas do sistema e das condições climáticas do ambiente , as magnitudes estimadas e admissíveis das variáveis referentes às perdas de altura do fecho hídrico assim como as pressões desenvolvidas no interior do sistema. O conjunto de inequações a seguir, se obedecido, indica não ser necessária a ventilação secundária: a) Ha,i ≥ Hr,i b) Da,s ≥ Dr c) Sa,s ≥ Sr Onde: Ha,i = perda de altura do fecho hídrico admissível para o desconector i (mm); Hr,i = perda de altura do fecho hídrico provocada por auto-sifonagem (mm); Da,s = depressão admissível no sistema (N/m2); Aula 3 – Dimensionamento UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS 47 Dr é a depressão máxima provocada pelos efeitos de sifonagem induzida, tiragem térmica; ação do vento e das variações da pressão ambiental (N/m2); Sa,s é a sobrepressão admissível no sistema (N/m2); Sr é a sobrepressão máxima no sistema (N/m2). As variáveis Ha,i , Da,s e Sa,s dependem das características geométricas do sistema, enquanto as variáveis Hr,i , Dr e Sr dependem das condições ambientais dos fenômenos associados ao escoamento. Todas as equações envolvendo estas variáveis, as quais formam um equacionamento bastante extenso e complexo, e não será apresentado. Como pode-se perceber, a metodologia de Dimensionamento Racional é mais complexa e entra nesta aula a título de informação, apenas, como alternativa ao método Hunter. Baseado e adaptado de ABNT, GONÇALVES (2000), GRAÇA (1985). Edições sem prejuízo de conteúdo.
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