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Proposições Matemáticas, Conectivos e Condicionais Chamamos de proposição toda oração declarativa que pode ser classificada como verdadeira ou falsa. Sendo assim, uma proposição: • Possui sujeito e predicado; • Não é uma oração interrogativa ou exclamativa. Além disto, toda proposição satisfaz os seguintes princípios: • Princípio da Não Contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. • Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não há uma terceira possibilidade. São exemplos de proposições: • Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. • Onze é maior do que sete. (11>7) • Buenos Aires é a capital do Brasil. E não são proposições: • X elevado ao quadrado mais um. (x2+1) • O número Pi é um número irracional? • O dobro de um número somado com dois é igual a doze (2x+2=12) Na primeira temos que a sentença não possui um predicado, a segunda é uma oração interrogativa, e na terceira não temos como classificar a sentença como verdadeira ou falsa, pois depende do valor de x. A partir de uma proposição p podemos construir uma nova proposição, chamada de negação de p, denotada por ~p, cujo valor lógico é sempre o oposto da proposição original p. Exemplos de negação: p: Buenos Aires é a capital do Brasil. (Falso) ~p: Buenos Aires não é a capital do Brasil. (Verdadeiro) p: Cinco vezes sete é igual a trinta e cinco (7⋅5=35) (Verdadeiro) ~p: Cinco vezes sete é diferente de trinca e cinco (7⋅5≠35) (Falso) p: Sete é um número inteiro (7∈ Z). (Verdadeiro) ~p: Sete não é um número inteiro (7∉ Z) (Falso) Conectivos são símbolos lógicos utilizados para gerar novas proposições a partir de uma proposição inicial. Conectivo de conjunção: ∧ (lê-se “e”) Exemplo: p: O número 7 é primo. q: O número 2 é par. p ∧ q: O número 7 é primo e o número 2 é par. p: 5>7 q: 5≠2 p ∧ q: 5>7 e 5≠2. Uma conjunção p ∧ q é verdadeira somente se p e q são ambas verdadeiras. Se pelo menos uma destas sentenças possuem o valor lógico como falso, então a conjunção é falsa. Com isto, a conjunção do primeiro exemplo é verdadeira, enquanto a do segundo exemplo, é falsa. Conectivo de disjunção: ∨ (lê-se “ou”) Exemplo: p: 2 é um número primo. q: 2 é um número composto. p ∨ q: 2 é um número primo ou um número composto. p: 10 é um número ímpar. q: 4 é um número primo. p ∨ q: 10 é um número ímpar ou 4 é um número primo. Uma disjunção p ∨ q só será falsa se ambas as proposições p e q forem falsas. Se pelo menos uma delas for verdadeira, então o valor lógico da disjunção é verdadeiro. No exemplo anterior, temos que a primeira disjunção é verdadeira, enquanto a segunda disjunção é falsa. Existe outro modo de gerar novas proposições a partir de duas proposições iniciais, utilizando os símbolos lógicos condicionais. Condicional → (lê-se: “se p, então q”) Exemplo: p: Cinco é divisor de vinte (5|20) q: Vinte é divisor de 100 (20|100) p q: Se cinco é divisor de vinte, então vinte é divisor de 100 (5|20→20|100) p: Um quadrado possui todos os lados com a mesma medida. q: Todo quadrilátero é um paralelogramo. p q: Se um quadrado possui todos os lados com a mesma medida, então todo quadrilátero é um paralelogramo. A condicional p q terá o valor lógico como sendo falso somente quando p é uma proposição verdadeira e q é uma proposição falsa. Do contrário, a condicional será verdadeira. No exemplo anterior, a primeira condicional é verdadeira, e a segunda, falsa. Condicional (lê-se: “p, se e somente se, q”) p: Cinco é divisor de vinte (5|20) q: Vinte é divisor de 100 (20|100) p q: Cinco é divisor de vinte, se e somente se, vinte é divisor de 100. (5|20↔20|100) p: Um quadrado possui todos os lados com a mesma medida. q: Todo quadrilátero é um paralelogramo. p ↔ q: Um quadrado possui todos os lados com a mesma medida, se e somente se, todo quadrilátero é um paralelogramo. A condicional p ↔ q será verdadeira se p e q tiverem o mesmo valor lógico, isto é, ou p e q são ambas verdadeiras, ou ambas falsas. Se p e q tiverem valores lógicos distintos, então a condicional será falsa. No exemplo anterior, a primeira condicional é verdadeira, enquanto a segunda é falsa. Podemos resumir as relações de valores lógicos na seguinte tabela: 01 Observe as sentenças abaixo: I. João e Maria. II. Um quadrado é um polígono de quatro lados. III. x+5=2. IV. 8 divide 72 (8 | 72). As sentenças que são proposições são: 1. I e II 2. II e III 3. I e IV 4. II e IV 5. I e III 02 Observe as proposições abaixo: I. 5 é um número primo. II. 2+5=9. III. Todo quadrilátero é um paralelogramo ou 2 divide 8. IV. 10-3=6, se e somente se, Buenos Aires é a capital do Brasil. Com relação aos seus valores lógicos, podemos classificá-las, respectivamente, como: 1. Verdadeira, falsa, verdadeira, verdadeira 2. Verdadeira, verdadeira, falsa, verdadeira 3. Falsa, falsa, verdadeira, falsa 4. Verdadeira, falsa, verdadeira, falsa 5. Verdadeira, falsa, falsa, falsa 03 Se a proposição p possui valor lógico verdadeiro e q o valor lógico falso, assinale a alternativa cuja proposição tenha valor lógico verdadeiro. 1. ~p 2. p ∧ q 3. p ∨ q 4. p → q 5. p ↔ q 04 Sobre a proposição composta “1/2 é menor do que 3/4 ou 5 divide 11”, podemos afirmar que: 1. A sentença é falsa, pois em uma disjunção basta que uma das sentenças seja falsa para que a proposição composta seja falsa, o que ocorre neste caso 2. A sentença é verdadeira, pois em uma conjunção é necessário que ambas as sentenças sejam verdadeiras para que a proposição composta seja verdadeira, o que ocorre neste caso 3. A sentença é verdadeira, pois em uma disjunção basta que uma sentença seja verdadeira para que a proposição composta seja verdadeira, o que ocorre neste caso 4. A sentença é falsa, pois em uma conjunção basta que pelo menos uma das sentenças seja falsa para que a proposição composta seja falsa, o que ocorre neste caso 05 Na sentença “Todo retângulo é um paralelogramo se e somente se todo número primo diferente de 2 é um número ímpar”, podemos afirmar que: 1. A sentença é falsa, pois em uma condicional “se, e somente se” os valores-lógicos das sentenças envolvidas precisam ser iguais para que a proposição composta seja verdadeira, o que não é o caso 2. A sentença é verdadeira, pois em uma condicional “se, e somente se” os valores-lógicos das sentenças envolvidas precisam ser iguais para que a proposição composta seja verdadeira, o que é o caso 3. A sentença é falsa, pois em uma condicional “se, e somente se” os valores-lógicos das sentenças envolvidas precisam ser diferentes para que a proposição composta seja verdadeira, o que não é o caso 4. A sentença é verdadeira, pois em uma condicional “se, e somente 06 Na sentença “dois que multiplica quatro é igual a vinte e um”, podemos afirmar que: 1. A sentença possui valor-lógico falso, e a sua negação é “dois que multiplica quatro é igual a vinte”, que possui valor-lógico verdadeiro 2. A sentença possui valor-lógico verdadeiro, e a sua negação é “dois que multiplica quatro é diferente de vinte e um”, que possui valor- lógico falso 3. A sentença possui valor-lógico falso, e a sua negação é “dois que multiplica quatro é diferente de vinte e um”, que possui valor- lógico verdadeiro 4. A sentença possui valor-lógico verdadeiro, e a sua negação é “dois que multiplica quatro é igual a vinte”, que possui valor-lógico falso 5. Tautologia e Relações Lógicas 6. Uma tautologia é uma proposição composta logicamente verdadeira, isto é, quando seu valor lógicoé sempre verdadeiro. 7. 8. Exemplo: p∨~(p ∧ q) 9. 10. Exemplo: p∨~(p ∧ q) 11. 12. Uma contradição é uma proposição composta logicamente falsa, isto é, é aquela que seu valor lógico é sempre falso. 13. 14. Exemplo: q∧~q 15. 16. Exemplo: (p ∧ q) ∧ ~(p ∨ q) 17. 18. Exemplo: (p ∨ ~q) ↔ (~p ∧ q) 19. 20. Uma proposição p implica em uma proposição q se q é verdadeira todas as vezes que p é verdadeira, isto é, quando a condicional p → q é verdadeira. Neste caso, indicamos p ⇒ q. 21. Toda proposição implica em uma tautologia e somente uma contradição implica em uma contradição. 22. Exemplo: (p → q) ∧ p ⇒ q 23. 24. Dizemos que p é equivalente a q quando p e q tem os mesmos valores lógicos, isto é, quando a condicional p < - > q é verdadeira. Neste caso, indicamos p < = > q. 25. Se p e q são ambas tautologias ou ambas contradições, então p e q são equivalentes. 26. Exemplo: p < = > ~(~p) 27. 28. Exemplo: p - > (p ∧ q) < = > p - > q 29. 01 Observe as seguintes proposições: I. p → (q → (q → p)) II. (p → q) → (p ∧ q) III. p → (~p → q) IV. (p ∨ ~q) ↔ (~p ∧ q) Podemos afirmar que: 1. São tautologias as proposições I e IV, apenas 2. São contradições as proposições III e IV, apenas 3. São tautologias as proposições I e III, apenas 4. São contradições as proposições I e II, apenas 5. As proposições II e IV não são nem tautologias e nem contradições 02 Observe a seguinte tabela-verdade: A alternativa que preenche corretamente as lacunas (1), (2) e (3), respectivamente, é: 1. Falso, Verdadeiro, Verdadeiro 2. Verdadeiro, Falso, Verdadeiro 3. Verdadeiro, Falso, Falso 4. Verdadeiro, Falso, Falso 5. Falso, Falso, Verdadeiro 03 Observe as sentenças abaixo: I. p ∧ q ⇔ p II. p ∧ (p ∨ q) ⇔ p III. ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q IV. ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q Estão corretas as relações: 1. I e II, apenas 2. I, II e III, apenas 3. I e IV, apenas 4. II, III e IV, apenas 5. I, II e IV, apenas 04 Considere as sentenças abaixo com valores-lógicos verdadeiros: p: Roberto é advogado. q: Andreza é engenheira. r: Lucas é carpinteiro. Então a proposição composta (p ∧ q) ⇔ r é lida como: 1. Roberto ser advogado ou Andreza ser engenheira é equivalente a Lucas ser carpinteiro 2. Roberto ser advogado e ou Andreza ser engenheira implica em Lucas ser carpinteiro 3. Roberto ser advogado e Andreza ser engenheira implica em Lucas ser carpinteiro 4. Roberto ser advogado e Andreza ser engenheira equivale a Lucas ser carpinteiro 5. Roberto é advogado e Andreza é engenheira se e somente se 05 Considere as sentenças abaixo com valores-lógicos verdadeiros: p: Hoje está chovendo. q: Amanhã irei trabalhar. r: Comprei um café. Então a proposição composta (p ∨ r) ⇒ q ∧ r é lida como: 1. Hoje está chovendo ou comprei um café implica em que amanhã irei trabalhar e irei comprar um café 2. Hoje está chovendo e comprei um café implica em que amanhã irei trabalhar ou irei comprar um café 3. Hoje está chovendo ou comprei um café é equivalente a amanhã irei trabalhar e irei comprar um café 4. Hoje está chovendo e comprei um café é equivalente a amanhã irei trabalhar ou irei comprar um café 5. Se hoje está chovendo e comprei um café então amanhã irei trabalhar e irei comprar um café 06 Considere as sentenças abaixo com valores-lógicos verdadeiros: p: A seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso. q: Neymar já jogou pela seleção brasileira. Então a proposição composta ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q é lida como: 1. A negação de que a seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso ou que o Neymar já jogou pela seleção brasileira é equivalente a seleção brasileira não ter ganho o último jogo amistoso e o Neymar nunca ter jogado pela seleção brasileira 2. A negação de que a seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso e que o Neymar já jogou pela seleção brasileira é equivalente a seleção brasileira não ter ganho o último jogo amistoso ou o Neymar nunca ter jogado pela seleção brasileira 3. A negação de que a seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso e que o Neymar já jogou pela seleção brasileira é equivalente a seleção brasileira não ter ganho o último jogo amistoso e o Neymar nunca ter jogado pela seleção brasileira 4. A negação de que a seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso ou que o Neymar já jogou pela seleção brasileira é equivalente a seleção brasileira não ter ganho o último jogo amistoso ou o Neymar nunca ter jogado pela seleção brasileira 5. A seleção brasileira ganhou o último jogo amistoso ou o Neymar já jogou pela seleção brasileira é equivalente a seleção brasileira ter ganho o último jogo amistoso e o Neymar já ter jogado pela seleção brasileira Sentenças Abertas e Quantificadores Uma sentença aberta p(x) é aquela cujo valor lógico depende de uma variável x (ou mais de uma). Por exemplo: • p(x): x + 1 = 7 Para x = 6 é verdadeira, mas para x = 5 é falsa. • p(y): y é um número natural e y > 2 Para y = 5 é verdadeira, mas para y = 1 é falsa. • p(Q): Q é um polígono que possui um ângulo interno de 90º. Se Q é um triângulo retângulo, um quadrado... é verdadeira, mas se Q for um triângulo equilátero, então a sentença é falsa. • p(x,y): x, y ∈ R e x > y Para (x, y) = (2, 1) é verdadeira, mas para (x, y) = (0, 5) é falsa. O conjunto-verdade Vₚ de uma sentença aberta p(x) é o conjunto de todos os elementos/valores/objetos a tais que p(a) é uma proposição verdadeira. Nos exemplos anteriores temos que os conjuntos-verdade são, respectivamente, V p= {6}, V p= {y ∈ N ; y > 2} = {3, 4, 5, 6...}, Vₚ = polígonos que possuem um ângulo interno reto , Vₚ = {(x, y) ∈ R²; x > y} Sendo A o conjunto de todos os possíveis valores/objetos da variável x da sentença aberta p(x), temos três possibilidades: • p(x) é verdadeira para todo x ∈ A. Neste caso Vₚ = A e p(x) é uma propriedade universal no conjunto A. • p(x) é verdadeira somente para alguns x ∈ A. Neste caso Vₚ é um subconjunto próprio de A e p(x) é uma propriedade possível no conjunto A. • p(x) é falsa para todo x ∈ A. Neste caso, Vₚ = Ø e p(x) é uma propriedade impossível no conjunto A. Para atribuir um valor-lógico às sentenças abertas, usamos os quantificadores. O quantificador universal é indicado pelo símbolo e lê-se: “para todo”, ou “qualquer que seja”. Por exemplo: • (∀x ∈ N) (x + 5 = 7) “Para todo número natural x, temos que x + 5 = 7.” Valor-lógico: Falso. • ∀y ∈ R, y² + 1 > 0 “Para todo número real y, temos que y² + 1 > 0.” Valor-lógico: Verdadeiro. • 2z > z, ∀z∈N “O dobro de z é maior do que z, para todo número natural z.” Valor-lógico: Verdadeiro. Se p(x) é uma sentença aberta em A, então o quantificador a torna uma proposição (∀x ∈ A) (p(x)). • Se Vₚ = A, a proposição é verdadeira; • Se Vₚ ≠ A, a proposição é falsa. O quantificador existencial é indicado pelo símbolo ∃! e lê-se: “existe”, ou “existe pelo menos um”. • (∃ x ∈ N) (x + 5 = 7) “Existe um número natural x tal que x + 1 = 7.” Valor-lógico: Verdadeiro. • ∃ y ∈ R; y² + 1 < 0 “Existe um número real y tal que y² + 1 < 0.” Valor-lógico: Falso • ∃ z ∈ Z; 2z < z “Existe um número inteiro z tal que o dobro de z é menor do que z” Valor-lógico: Falso Se p(x) é uma sentença aberta em A, então o quantificador ∃ a torna uma proposição (∃ x ∈ A) (p(x)). • Se Vₚ ≠ Ø, a proposição é verdadeira; • Se Vₚ = Ø, a proposição é falsa. Quando o quantificador existencial é escrito ∃! significa que além da existência, é garantida a unicidade, e lê-se “existe e é único” ou “existe apenas um”. • (∃! x ∈ N) (x + 5 = 7) “Existe um único número natural x tal que x + 1 = 7.” Valor-lógico: Verdadeiro • ∃! y ∈ R; y² + 1 < 0 “Existe um único número real y tal que y² + 1 < 0.” Valor-lógico: Falso• ∃! z ∈ Z; 2z < z “Existe apenas um número inteiro z tal que o dobro de z é menor do que z." Valor-lógico: Falso Se p(x) é uma sentença aberta em A, então o quantificador ∃! a torna uma proposição (∃x! ∈ A) (p(x)). • Se Vₚ = {a} a proposição é verdadeira; • Se Vₚ ≠ {a} , a proposição é falsa. 01 Qual das alternativas a seguir é uma sentença aberta? 1. Existem números reais que são soluções da equação x3-1=0 2. Vinte é máximo divisor comum de quarenta e sessenta 3. x2+1=0 4. Brasília é a capital do Brasil 5. x2+1=0, para x=1 e x=-1 02 Considerando o conjunto dos números reais, observe as sentenças abertas abaixo: I. x2-1=0 II. y<y+1 III. √z2=z IV. x-1=0 Para transformá-las corretamente em proposições lógicas cujo valor- lógico é verdadeiro, podemos usar, respectivamente, os seguintes quantificadores: 1. ∃,∀,∀,∃ 2. ∃!,∃,∀,∃ 3. ∀,∃,∀,∀ 4. ∃,∀ ,∃,∃! 5. ∃,∀,∃!,∀ 03 Observe as sentenças abaixo: I. Existe pelo menos um professor de matemática na escola. II. Todo brasileiro tem direito à saúde pública de qualidade. III. Um único estudante irá passar em 1º lugar no vestibular de medicina. IV. Qualquer estudante pode participar da assembleia estudantil. Foram empregadas nas sentenças acima, respectivamente, os seguintes quantificadores: 1. Existencial, existencial, existencial, universal 2. Universal, existencial, universal, existencial 3. Existencial, universal, existencial, universal 4. Universal, Existencial, existencial, universal 5. Existencial, universal, existencial, existencial 04 Observe as sentenças quantificadas a seguir: (∀ x ∈ R) (x2+7=56) Existe um único número real x tal que x+7=14. Todo retângulo é um paralelogramo. (∃ x∈ N ) (x2-x=0) Podemos classificar o valor-lógico das sentenças como sendo, respectivamente: 1. Verdadeiro, verdadeiro, falso, verdadeiro 2. Falso, verdadeiro, verdadeiro, falso 3. Falso, falso, verdadeiro, verdadeiro 4. Verdadeiro, falso, falso, verdadeiro 5. Falso, verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro 05 Observe as sentenças abertas a seguir, onde em todas elas x∈ R: I. x2+1=7 II. x<2 III. x3=3x² A única alternativa que possui os quantificadores necessários para transformar as sentenças em proposições lógicas com valores-lógicos falsos é: 1. Universal, existencial, existencial 2. Existencial, universal, universal 3. Existencial com unicidade, existencial, existencial 4. Universal, existencial com unicidade, universal 5. Universal, existencial, existencial com unicidade 06 A única sentença aberta que se torna uma proposição lógica com valor- lógico verdadeiro através do quantificador existencial com unicidade (∃!) é: 1. 2x2 - 10x + 8 = 0 2. 18 < x < 21 3. 6 n + 4 ≤ 34 4. (y-1) . (y+1) = y2 - 1 5. 3z - 3 = 9 Negação de Proposições Lógicas Sendo p, q proposições, a negação de uma conjugação é a dada por: ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q Exemplos: p: 2 é um número par. q: 2 é um número primo. (p ∧ q): 2 é um número par e 2 é um número primo. ~(p ∧ q): 2 não é um número par ou 2 não é um número primo. p: Usar roupa preta. q: Ir ao cinema. (p ∧ q): Usar roupa preta e ir ao cinema. ~(p ∧ q): Não usar roupa preta ou não ir ao cinema. Sendo p, q proposições, a negação de uma disjunção é dada por: ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q Exemplos: p: 2 é um número par. q: 2 é um número primo. (p ∧ q): 2 é um número par ou 2 é um número primo. ~(p ∧ q): 2 não é um número par e 2 não é um número primo. p: Usar roupa preta. q: Ir ao cinema. (p ∨ q): Usar roupa preta ou ir ao cinema. ~(p ∨ q): Não usar roupa preta e não ir ao cinema. Sendo p, q proposições, a negação de uma condicional simples é dada por: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q Exemplos: p: 7 é um número racional. (7∈ Q) q: 7 é um número real. (7∈ R) (p → q): Se 7 é um número racional então 7 é um número real. (7∈ Q →7∈ R) ~(p → q): 7 é um número racional e 7 não é um número real. (7∈ Q e 7∉ R) p: Usar roupa preta. q: Ir ao cinema. (p → q): Se usar roupa preta então irá ao cinema. ~(p → q): Usar roupa preta e não ir ao cinema. Sendo p uma proposição, a negação do quantificador universal é dada por: ~(∀x)(p(x)) ⇔ (∃x)(~p(x)) Exemplos: p(x): x fala alemão. (∀x)(p(x)): Toda pessoa fala alemão. ~(∀x)(p(x)): Existe pelo menos uma pessoa fala que alemão. p(x): x+7=1. (∀x∈ R)(p(x)): Para todo x ∈ R, x+7=1 ~(∀x)(p(x)): Existe pelo menos um x∈ R tal que x+7≠1. Sendo p uma proposição, a negação do quantificador existencial é dada por: ~(∃x)(p(x)) ⇔ (∀x)(~p(x)) Exemplos: p(x): x foi a Marte. (∃x)(p(x)): Existe uma pessoa que foi a Marte. ~(∃x)(p(x)): Todas as pessoas não foram a Marte. p(x): x+7=1. (∃x∈ R)(p(x)): Existe um x ∈ R tal que x+7=1. ~(∃x)(p(x)): Para todo x ∈ R, x+7≠1. Sendo p uma proposição, a negação do quantificador existencial com unicidade é dada por: ~(∃!L)(p(L)) ⇔ (∀L)(~p(L)) ∨ (∃L ₁,L₂)(p(L ₁) ∧ p(L₂)) Exemplos: p(L): O losango L é um quadrado. (∃!L∈ R)(p(L)): Existe um único losango L que é um quadrado. ~(∃!L)(p(L)): Para todo losango L temos que L não é um quadrado, ou existem pelo menos dois losangos L ₁ e L₂ que não são quadrados. 01 A negação de “Se m é ímpar e n é par, então m + n é par” é: 1. Se m é par e n é ímpar, então m + n é ímpar 2. Se m é ímpar e n é par, então m + n é ímpar 3. Se m + n é ímpar, então m é par ou n é par 4. m é ímpar, n é par e m + n é ímpar 5. m é par, n é ímpar e m + n é par 02 A negação para a proposição “existe um losango que não é quadrado e todo número primo é ímpar” é dada por: 1. “Todo losango é um quadrado e todo número primo é par” 2. “Todo losango não é um quadrado ou todo número par é par” 3. “Existe um único losango que não é um quadrado e existe um número primo que é par” 4. “Todo losango é um quadrado ou existe um número primo que é par” 5. “Existe um losango que não é quadrado ou todo número primo é ímpar” 03 Em uma vaga de emprego, as exigências mínimas eram que “o candidato tivesse fluência em inglês ou espanhol, e além disto, também tivesse pelo menos 5 anos de experiência na função”. Se um candidato foi descartado do processo seletivo por não cumprir as exigências mínimas então podemos afirmar com toda a certeza que: 1. O candidato tinha fluência em inglês e não tinha fluência em espanhol, ou não tinha pelo menos 5 anos de experiência na função 2. O candidato tinha fluência em inglês e espanhol, e não tinha pelo menos 5 anos de experiência no cargo 3. O candidato não tinha fluência em inglês ou em espanhol, mas tinha pelo menos 5 anos de experiência no cargo 4. O candidato tinha fluência em inglês e em espanhol, mas não tinha pelo menos 5 anos de experiência no cargo 5. O candidato não tinha fluência em inglês e não tinha fluência em espanhol, ou não tinha pelo menos 5 anos de experiência no cargo 04 A negação correta da sentença “existe apenas um único número real x tal que x2-1=0”, assim como o valor-lógico desta negação, é: 1. Para todo número real x vale que x2-1≠0, com valor-lógico falso 2. Existem dois números reais x1 , x2 tais que x2-1=0, com valor-lógico verdadeiro 3. Para todo número real x vale que x2 - 1 ≠ 0 ou existem pelo menos dois números reais x1, x2 tais que x2 - 1 = 0, com valor-lógico verdadeiro. 4. Para todo número real x vale que x2 - 1 ≠ 0 ou existem pelo menos dois números reais x1, x2 tais que x2 - 1 = 0, com valor-falso. 5. Para todo número real x vale que x2 - 1 = 0 ou existem pelo menos dois números reais x1, x2 tais que x2 - 1 ≠ 0, com valor-falso. 05 A negação da sentença “existe um único gerente responsável por este assunto, e nenhum outro funcionário pode resolver esta questão” é:1. Existe pelo menos dois gerentes responsáveis por este assunto ou existe um outro funcionário que pode resolver esta questão 2. Nenhum gerente é responsável por este assunto, mas outro funcionário pode resolver esta questão 3. Nenhum gerente é responsável por este assunto, ou pelo menos existem dois gerentes responsáveis por este assunto, ou existe um outro funcionário que pode resolver esta questão 4. Nenhum gerente é responsável por este assunto, ou pelo menos existem dois gerentes responsáveis por este assunto, e existe um outro funcionário que pode resolver esta questão 5. Nenhum gerente é responsável por este assunto, ou pelo menos existem dois gerentes responsáveis por este assunto, ou qualquer outro funcionário que pode resolver esta questão 06 A negação da sentença lógica (p ∧ q) → (∀ x)(r(x)) é dada por: 1. (p ∨ q) → (∃ x)(~r(x)) 2. (p ∨ q) → (∀ x)(~r(x)) 3. (p ∧ q) ∧ (∃ x)(~r(x)) 4. (p ∨ q) ∧ (∃ x)(~r(x)) 5. (p ∨ q) ∨ (∀ x)(~r(x)) Postulados, Teoremas e Conjecturas Uma definição é um nome que damos para uma classe de objetos com características em comum, ou para abreviar a escrita de um objeto. Por exemplo: • Chamamos de número primo os números naturais que são divisíveis por exatamente dois números: pelo 1 e por ele mesmo. • Um número é composto quando ele não é um número primo. • Um triângulo é uma figura plana formada por três segmentos de reta que se intersectam dois a dois em suas extremidades. Observe que um mesmo objeto pode ser definido segundo duas regras diferentes, mas que são equivalentes para descrever o mesmo tipo de objeto: • Um triângulo isósceles é um triângulo onde pelo menos dois de seus lados possuem a mesma medida. • Um triângulo isósceles é um triângulo onde pelo menos dois de seus ângulos internos possuem a mesma medida. Em uma definição não estamos interessados em garantir que a família de objetos definida exista ou seja útil, apenas que a definição é clara e sem ambiguidades. Por exemplo, se B é o conjunto dos números primos e pares maiores do que 10, como o único número primo e par é o número 2, o conjunto B não possui nenhum elemento, é um conjunto vazio. Postulados e axiomas são as regras iniciais de uma teoria, que não são provadas ou demonstradas. São consideradas “verdades absolutas”, e deles que derivam os primeiros teoremas e resultados demonstráveis. • Axiomas são obrigatoriamente independentes entre si, um axioma não pode ser demonstrável a partir dos demais axiomas e postulados. • Postulados não são obrigatoriamente independentes entre si, um postulado pode ser demonstrável a partir dos demais axiomas e postulados. Lemas, proposições, teoremas e corolários são resultados demonstráveis a partir de postulados, axiomas e resultados previamente demonstrados. Existe a seguinte hierarquia entre estes conceitos: • Proposições: São resultados de relevância “padrão”, úteis, porém não possuem destaque. • Teoremas: São resultados de maior relevância na teoria estudada. • Lemas: São resultados prévios, normalmente técnicos, para a demonstração de uma proposição ou teorema. • Corolário: Resultado cuja demonstração utiliza um resultado provado logo antes. • Escólio: Resultado imediato de um resultado anterior, de demonstração imediata. Conjecturas são candidatas a proposições/teoremas que ainda não foram provadas como verdadeiras ou falsas. São suposições não verificadas. Também podem ser chamadas de hipóteses. Proposta pelo matemático prussiano Christian Goldbach, a Conjectura de Goldbach é um dos problemas mais antigos não resolvidos na matemática, com origem em 1742. Conjectura de Goldbach (1742): Todo número par maior do que 2 pode ser representado pela soma de dois números primos. 4 = 2 + 2 6 = 3 + 3 12 = 5 + 7 Melhor versão provada (Ramaré, 1995): Todo número par é a soma de no máximo 6 números primos. Atividade Extra A demonstração de um teorema pode levar vários anos, e envolver diversas áreas distintas da matemática. O Último Teorema de Fermat é um resultado que envolveu desde o Teorema de Pitágoras até equações elípticas. A atividade extra é a leitura do livro O Último Teorema de Fermat: A história do enigma que confundiu as mais brilhantes mentes do mundo durante 358 anos, de Simon Singh, onde o autor relata a história deste teorema, de forma lúdica, intrigante e acessível ao público leigo. 01 É correto afirmar que: 1. Ao desenvolver uma teoria matemática, um pesquisador pode estabelecer um postulado que é demonstrável, porém por sua complexidade ou desconhecimento à priori de uma demonstração, faz parte do rol das “regras iniciais” da teoria 2. Todo postulado é também um axioma, mas nem todo axioma é um postulado 3. Uma definição pode ser ambígua, isto é, com a mesma redação podemos definir duas classes de objetos diferentes, sem que tenham quaisquer propriedades em comum 4. Uma hipótese que ainda não foi demonstrada pode ser considerada como um escólio, até que se encontre um contraexemplo ou uma demonstração válida, passando a ser chamada de conjectura 5. Lemas e proposições são resultados menores de uma teoria, e sempre podem ser descartados, pois não são necessários para demonstrar nenhum teorema ou outro resultado 02 Um dos mais famosos teoremas matemáticos, o Último Teorema de Fermat é uma generalização do Teorema de Pitágoras. Em seu teorema, escrito como uma nota de canto em suas anotações, Fermat afirmava que não existia uma trinca de números naturais tais que a equação an = bn + cn, para n > 2. Apesar de Fermat afirmar que possuía uma demonstração para tal resultado, ele nunca a divulgou. Levaram-se 358 anos até que o matemático Andrew Wiles em 1995 encontrasse uma demonstração válida, utilizando métodos matemáticos extremamente modernos e complexos. Com respeito ao Último Teorema de Fermat, podemos afirmar que: 1. Tal resultado sempre foi considerado um teorema, pois Fermat já havia informado que tinha uma prova, apesar de nunca ter sido divulgada 2. Tal resultado é atualmente um teorema, porém durante 358 anos foi considerado como uma conjectura, pois sua demonstração não havia sido divulgada até 1995 3. Tal resultado é atualmente um teorema, porém durante 358 anos foi considerado como um postulado, pois era uma sentença considerada válida para o desenvolvimento da geometria, e não contradizia nenhum dos demais postulados de Euclides 4. Apesar do nome de teorema, tal resultado é na verdade um escólio do Teorema de Pitágoras, pois é um resultado imediato do teorema pitagórico 5. Tal resultado é atualmente um teorema, porém durante 358 anos foi considerado como um axioma, pois era uma sentença considerada válida para o desenvolvimento da geometria, e é independente dos demais postulados de Euclides 03 O Teorema Fundamental do Cálculo estabelece condições para se calcular a integral de uma função através da derivada de sua primitiva. Sobre tal teorema, podemos afirmar que: 1. Apesar do nome de teorema, tal resultado é na verdade um postulado, pois é fundamental nos estudos das funções, e não possui uma demonstração comprovada 2. Por ser fundamental, tal sentença não é demonstrável, mas sim assumida como verdade inicial, sendo assim um axioma 3. Apesar de ser um resultado fundamental, tal sentença é um teorema, logo possui uma demonstração 4. Por ser fundamental, tal sentença é considerada uma definição matemática 5. Tal resultado não possui uma demonstração, e por conta disto, é uma conjectura, e não possui aplicações na engenharia, medicina ou estatística 04 Considere a seguinte questão matemática: Pedro comprou 5 bananas e 7 laranjas, onde o total da compra foi de R$ 8,90. Sabendo que o custo total das bananas foi 3 reais a menos que o das laranjas, calcule o preçode cada unidade de banana e cada unidade de laranja. Para resolver tal questão, Pedro escreveu: Seja B o preço de uma banana e L o preço de uma laranja, então: {5�+7�=8,90�=�−3{5B+7L=8,90B=L−3 Sobre as incógnitas B e L, podemos afirmar que: 1. Dizer que B é o preço de uma banana e L é o preço de uma laranja é definir o que são as incógnitas B e L, isto é, são definições, que valem em qualquer contexto, problema, teorema ou teoria matemática 2. Dizer que B é o preço de uma banana e L é o preço de uma laranja é definir o que são as incógnitas B e L, porém é um tipo de definição restrita ao problema proposto, isto é, em outro contexto uma incógnita B ou L provavelmente terá outro significado 3. Como B e L são preços de frutas em uma situação-problema, não são definições, pois suas propriedades e características se restringem somente a uma situação-problema em específico, não sendo uma característica geral em uma teoria matemática 4. As incógnitas B e L foram definidas de modo inválido, pois obrigatoriamente qualquer incógnita deve ser definida utilizando somente letras minúsculas 5. Como B e L são, ao final das contas, apenas números, B e L não são definições, e sim apenas incógnitas de uma situação-problema 05 A Hipótese de Goldbach (1742) estabelece que todo número par maior do que 2 pode ser escrito como a soma de dois números primos. Em 1995 o matemático Ramaré demonstrou que todo número par maior do que 2 pode escrito como a soma de no máximo seis números primos. Com isto, podemos afirmar que: 1. A Hipótese de Goldbach foi refutada por Ramaré, pois o resultado de Ramaré estabelece uma quantidade de números primos maior do que a conjecturada por Goldbach 2. Apesar do resultado de Ramaré, em nada ele contribui para a Hipótese de Goldbach, pois é um resultado menos preciso que o de Goldbach, logo descartável e sem valor na matemática 3. Apesar do resultado de Ramaré não demonstrar a Hipótese de Goldbach, ela embasa intuitivamente que a Conjectura de Goldbach deve ser verdadeira, porém ainda precisa de uma demonstração formal 4. O resultado de Ramaré prova parcialmente a Hipótese de Goldbach, logo intuitivamente podemos considerar a Hipótese de Goldbach válida, logo sendo um teorema fundamental para a Teoria dos Números 5. O resultado de Ramaré e a Hipótese de Goldbach não possuem nenhuma relação em comum, se tratando de áreas completamente distintas da matemática 06 Uma proposição é estruturada em uma hipótese (ou pré-requisitos) que resultam em uma tese (ou resultado da proposição). Apesar de, ao utilizarmos uma proposição, estarmos mais interessados em sua tese, é importante verificar se os pré-requisitos são todos satisfeitos. Por exemplo, na proposição “Se n é um número natural, então n2 ≥ n” é válida, porém se tentarmos utilizar esta proposição em um número que não é natural, ela pode não ser válida (para q sendo um número racional entre 0 e 1, temos que q2 < q). Tendo em vista a importância da hipótese e da tese de uma proposição (ou teorema, lema...), podemos afirmar que: 1. Um teorema só é válido, a princípio, quando todas as condições de sua hipótese são verificadas. Caso alguma delas não seja verificada, a tese pode ser válida ou não 2. Ao modificarmos a hipótese de um teorema, temos um novo resultado, que é automaticamente válido, pois se trata de uma pequena modificação de um teorema de já demonstrado, portanto matematicamente validado 3. Se uma proposição é válida para um conjunto numérico, podemos sempre considerar que ela é válida para um conjunto numérico maior (isto é, que contém o conjunto numérico original) 4. Se uma proposição é válida para um conjunto numérico, e restringimos para um conjunto de números menor (isto é, contido no conjunto numérico original), a proposição automaticamente se torna inválida, por modificarmos suas hipóteses 5. Existe um nível de tolerância na matemática para que um resultado seja considerado automaticamente válido, caso ele seja uma variação de um resultado previamente demonstrado e validado Tipos de Provas Matemáticas I Uma prova (demonstração) matemática é uma cadeia de argumentos lógicos que tem, como premissa, os axiomas, postulados e resultados previamente provados. Toda demonstração segue uma lógica dedutiva: Hipótese ⇒ Tese Observe que testar apenas para alguns casos não significa que a tese é válida para o todo. A Intuição não substitui a dedução. Por exemplo, temos a Conjectura de Euler: Conjectura de Euler - Caso particular (1769): Não existem números naturais que satisfaçam: x⁴+y⁴+z⁴=w⁴ Testando diversos números, a conjectura de Euler parece ser válida, porém após dois séculos, em 1986, Noam Elkies encontrou um contraexemplo que provava que a conjectura de Euler era falsa: 2.862.440 ⁴ +15.365.639⁴+18.796.760⁴=20.615.673⁴ Este é um exemplo que mostra a necessidade de que, uma prova matemática, deve ser um encadeamento de argumentos lógico- matemáticos que cobrem todos os casos possíveis, e não somente uma (grande) quantidade de casos particulares. Uma prova (demonstração) direta é uma prova que se baseia na relação lógica “se p então q” (p⇒q). Por exemplo: Se x e y são números reais não-negativos, então: �⋅�=�−�2x⋅y=2x−y Prova: “Sejam x, y ∈ R não-negativos, temos que: (�−�)2(x−y)2≥0 Desenvolvendo o produto notável: �2−2�.�+�2x2−2x.y+y2 ≥ 0 →→ �2+2�.�+�2x2+2x.y+y2 ≥ 4�.�4x.y (�+�)2(x+y)2 ≥ 4�.�4x.y (�+�)(x+y) ≥ 2�.�2x.y �+�22x+y ≥ �.�x.y Obtendo assim o resultado desejado. C.Q.D. A sigla “C.Q.D. significa “como queríamos demonstrar”, e é comum que uma demonstração matemática termine com esta sigla, ou com o símbolo ◼️, indicando que a demonstração está finalizada. Uma prova (demonstração) indireta, ou por contradição, é baseada em se negar a tese e manter válida a hipótese, a fim de encontrar uma contradição lógica. Por exemplo, para provar a inequação anterior através de uma prova indireta: Prova: Suponha por absurdo que existem x, y ∈ R tais que: �.�x.y > �+�22x+y →→ �.�x.y >(�+�)244(x+y)2 →→ 4�.�>�2+2�.�+�24x.y>x2+2x.y+y2 →→ 0 > �2−2�.�+�2x2−2x.y+y2 →→ 0 > (�−�)2(x−y)2 ≥ 0 O que é um absurdo pois zero não é maior do que zero. Logo a inequação é válida. ◼️ Uma prova (demonstração) por indução, ou por recorrência, é baseada em duas etapas: 1. Base da indução: provar que o enunciado é válido para um primeiro caso; 2. Passo Indutivo: Provar que, se o resultado vale para um n = k, então também será valido para o n = k +1. Por exemplo, para todo número n ∈ N vale que: 1+2+3+...+�=�⋅(�+1)21+2+3+...+n=2n⋅(n+1) Prova: Base da indução: Para n = 1 temos que: 1=1⋅(1+1)2=11=21⋅(1+1)=1 Isto é, o enunciado é válido para este caso. Hipótese de Indução: Suponha que a igualdade seja válida para algum n = k, provamos que também é válida para: 1+2+...+(�+1)=(�+1).(�+2)21+2+...+(k+1)=2(k+1).(k+2) Indução: Temos que: 1+...+�+(�+1)=�.(�+1)2+(�+1)=�.(�+1)+2(�+1)2=( �+1).(�+2)21+...+k+(k+1)=2k.(k+1) +(k+1)=2k.(k+1)+2(k+1)=2(k+1).(k+2) Logo, pelo Princípio da Indução, temos que a igualdade é válida para todo n ∈ N. ∎ 01 Sobre demonstrações matemáticas, podemos afirmar que: 1. Uma demonstração pode ser feita testando casos particulares até um número satisfatório e, se não encontrarmos nenhuma contradição, o resultado é considerado válido. Esta é a prova intuitiva 2. Uma demonstração por indução pode ser feita verificando o resultado para os primeiros 100 casos, e sendo válida nestes casos, estende-se a validade para todos os números naturais 3. Uma demonstração não pode ser pautada somente em testes de casos particulares, porém um caso particular pode verificar que a implicação hipótese-tese é falsa, como é o caso da Conjectura de Euler 4. Em uma prova direta, supomos a hipótese e negamos a tese, afim de encontrar uma falha lógica 5. Em uma demonstração indireta, utilizamos a relação lógica “p ⇨ q" 02 Sobre demonstrações matemáticas, podemos afirmar que: 1. Em uma prova por indução não é necessário verificar a base da indução, pois ele serve apenas de intuição para o argumento de indução, e não possui importância no argumento lógico- matemático 2. Uma prova direta consiste em duas etapas: a base da prova e o passo indutivo 3. A prova indireta é pouco utilizada pois não possui base lógica para validar teoremas e proposições 4. Em uma prova por indução é necessário verificar a base de indução, pois sem ela não é possível garantir que o resultado é válido 5. Uma prova indireta consiste em duas etapas: a base da prova e o passo dedutivo, porém este tipo de prova só funciona para demonstrações geométricas 03 Um matemático adota a seguinte estratégia para demonstrar um teorema: partindo da hipótese inicial, demonstra para um caso particular inicial indexado pelos Naturais, e supondo válido para algum número natural genérico, verifica que a tese é válida para o sucessor deste número. A estratégia de demonstração utilizada por este matemático é: 1. Prova direta 2. Prova indireta 3. Prova por contradição 4. Prova por indução 5. Prova por dedução finita 04 Uma demonstração matemática pode envolver diversas técnicas já conhecidas (de fato, esta é uma prática muito comum). Suponha que um matemático adota a seguinte estratégia para demonstrar um lema técnico: partindo da hipótese inicial, demonstra através da estrutura de implicações “p ⇨ q” um resultado particular, e indexado pelos números naturais, demonstra que se o resultado é válido para um número natural genérico, que a tese é válida para o sucessor deste número, utilizando nesta etapa da demonstração um argumento via contradição, chegando ao resultado inicial desejado, e finalizando a demonstração. Podemos dizer que o matemático adotou as seguintes técnicas: 1. Prova por indução, utilizando dentro da indução a prova direta e a prova intuitiva 2. Prova direta, utilizando a prova por indução e prova inversa 3. Prova por indução, utilizando dentro da indução a prova indireta e a prova por contradição 4. Prova por indução, utilizando dentro da indução a prova direta e a prova indireta 5. Prova indireta, utilizando dentro da contradição um argumento de indução e de contradição 05 Um estudante de matemática adotou a seguinte estratégia para demonstrar um teorema: indexando pelos números inteiros, demonstrou que se o resultado é válido para os números 1, 2 e 3, concluindo diretamente que ele seria válido para todos os números naturais. A demonstração para o número 1 foi via prova direta, e dos casos 2 e 3, utilizando a argumento da contradição. A demonstração apresentada pelo estudante possui erros, que são: 1. O estudante tentou aplicar o conceito da demonstração por indução, porém provou apenas a base da indução, não demonstrando o passo indutivo. Além disto, ele indexou a indução nos números inteiros ao invés dos naturais 2. O estudante tentou aplicar o conceito da demonstração por indução, porém provou apenas o passo indutivo, não demonstrando a base da indução 3. A demonstração por indução, utilizada pelo estudante, não pode ser usada junto da técnica da demonstração por contradição, pois invalida o resultado demonstrado 4. O estudante tentou aplicar o conceito da demonstração por dedução, deduzindo que se o resultado é válido para os primeiros casos, então automaticamente ele é válido para qualquer número inteiro. O erro consiste que para isto ele deveria ter demonstrado todos os casos utilizando somente a prova direta 5. O estudante tentou aplicar o conceito da demonstração por dedução, porém esqueceu de fazer o passo dedutivo 6 Uma das fórmulas mais famosas do ensino básico é a Fórmula Resolutiva da Equação Quadrática (conhecida no Brasil como “Fórmula de Bhaskara”). Dada uma equação do segundo grau na forma ��2+��+�=0;ax2+bx+c=0; �,�,�∈a,b,c∈ R e �≠0a =0 temos que a fórmula resolutiva é dada por: �=−�±�2−4.�.�2.�x=2.a−b±b2−4.a.c Sua demonstração consiste na seguinte manipulação algébrica: ��2+��+�=0ax2+bx+c=0 →→ �2+���+��=0x2+ abx+ac=0 →→ (�+�2�)2−�24�2+��=0(x+2ab)2−4a2b2+ac=0 →→ (�+�2�)2=�24�2−��(x+2ab)2=4a2b2−ac →→ (�+�2�)2=�2−4.�.�4�2(x+2ab)2=4a2b2−4.a.c →→ �+�2�=±�2−4.�.�2�x+2ab=±2ab2−4.a.c →→ �=−�±�2−4⋅�⋅�2.�x=2.a−b±b2−4⋅a⋅c Este tipo de demonstração pode ser classificada como: 1. Prova direta 2. Prova indireta 3. Prova por contradição 4. Prova por indução 5. Prova por dedução finita Tipos de Provas Matemáticas II Uma prova (demonstração) por contraposição se baseia em na relação lógica (p→ q) ⇔ ~q → ~p, isto é, nega-se a tese e conclui-se que a hipótese também é negada. Exemplo: Se x² é um número par, então x é par. Prova: Iremos provar que se x não é um número par, então x² não é um número par. Se x não é par, então é um número ímpar, logo como o produto de dois números ímpares é um número ímpar, então x⋅x = x² é ímpar.∎ Observe que as provas por contradição e por contraposição são parecidas, pois ambas negam a tese. Entretanto, na demonstração por contradição assumimos a hipótese, para chegar em uma contradição, enquanto na pôr contraposição procuramos negar a hipótese. Uma prova (demonstração) por construção demonstra a existência de um objeto matemático através de um algoritmo para a construção dele. Exemplo: Todo segmento de reta ��‾AB possui um ponto médio. Prova: Do ponto A, traça-se um segmento de reta ��‾AC com direção e sentido ao interior de um dos semiplanos definidos por ��↔AB↔. Do ponto B, traça-se um segmento de reta ��‾BD com mesmo tamanho, direção e sentido contrário à ��‾AC. Traça-se o segmento ��‾CD. Os segmentos ��‾AB e ��‾CD intersectam-se em um ponto M. A imagem abaixo ilustra a situação. Afirmamos que o ponto M é o ponto médio de ��‾AB. De fato, traçando os segmentos ��‾AB e ��‾BC temos que os triângulos CAB e DBA são congruentes por LAL. Com isto, temos que os triângulos CAD e DBC são congruentes por LLL e os triângulos AMD e BMC são congruentes por ALA. Logo, os segmentos ��‾AM e ��‾MB têm a mesma medida, donde M é ponto médio de ��‾AB. ∎ Observe que o ponto M foi construído, assim como os triângulos que foram utilizados na demonstração. Apesar da construção neste exemplo ser geométrica, uma prova por construção pode ser realizada em outros contextos. Por exemplo, as demonstrações dos Teoremas de Picard-Lindelöf e do Ponto Fixo de Banach se baseiam na construção de uma função através de uma sequência de funções com propriedades específicas, e a demonstração do Teorema do Elipsóide de John baseia-se na construção de um conjunto que satisfaz as condições impostas pelo teorema. Por se tratarem de demonstrações avançadas e complexas, elas não serão abordadas neste material. Uma prova (demonstração) por exaustão ou por casos consiste em dividir a demonstração em um número finito de casos, e provar cada um separadamente. Exemplo: Para todo n ∈ N, vale que n³+2n é divisível por 3. Prova: Iremos dividir em três casos: n = 3k : Neste caso temos que: n³ + 2n = 27k³ + 6k = 3 ⋅ (9k³ + 2k) Logo é divisível por 3. n = 3k + 1 : Neste caso observe a seguinte equivalência: n³ + 2n = n ⋅ (n² + 2) = (3k + 1) ⋅ ((3k + 1)² + 2) Logo: (3k + 1)² + 2= 9k² + 3k + 1 + 2 = 3 (3k² + k + 1) n = 3k + 2: Neste caso observe a seguinte equivalência: n³ + 2n = (3k + 2) ⋅ ((3k + 2)² + 2) Logo: (3k+2)² + 2 = 9k² + 12k + 6 = 3 (3k² + 4k +2) Sendo assim divisível por 3. C.Q.D. Observe ainda que abrangemos uma quantidade infinita de números, porém divididos em um número finito de casos (3 casos). Em uma demonstração por exaustão, é comum dividirmos em 2 ou 3 casos, porém é possível haver milhares oumilhões de casos. A primeira demonstração do Teorema das Quatro Cores foi uma prova dividida em 1.936 casos, e a versão mais refinada, dividida em 600 casos. Uma prova (demonstração) por força bruta consiste em demonstrar o resultado para todos os casos possíveis. Exemplo: Existem apenas 5 poliedros regulares convexos. Ideia da prova: Um poliedro regular satisfaz as seguintes relações: 2A = n ⋅ F e 2A = p ⋅ V Logo: �=�⋅�2;A=2n⋅F; �=�⋅��V=pn⋅F Como o poliedro é convexo, vale a Relação de Euler: �=�−�=2→�⋅��−=�⋅�2+�=2V=F−A=2→pn⋅F −=2n⋅F+F=2 Fazendo algumas manipulações e considerações, chega-se que n<6 e que 3≤ p <6. Testando cada possível combinação por força-bruta, temos que: • n = 3 e p = 3: tetraedro regular • n = 3 e p = 4: octaedro regular • n = 3 e p = 5: icosaedro regular • n = 4 e p = 3: Cubo (hexaedro regular) • n = 5 e p = 3: Dodecaedro regular As demais combinações não geram poliedros, logo, por força bruta, temos que existem apenas 5 poliedros regulares. ∎ Observe que desta vez foi apresentado apenas a ideia da prova, pois alguns detalhes foram subtraídos, pois fogem do escopo deste material. Todavia, a demonstração completa pode ser encontrada em qualquer livro de geometria espacial. É importante salientar que uma prova por força-bruta não consiste em tentar um número finito de casos para um resultado com infinitas possibilidades, entretanto, o método da força-bruta pode ser utilizado para encontrar contraexemplos e demonstrar que uma conjectura é falsa. Um exemplo desta estratégia foi adotado para resolver o problema booleano dos trios pitagóricos, em 2016. 01 Sobre demonstrações matemáticas, podemos afirmar que: 1. As demonstrações por contradição e por contraposição são o mesmo método e não possuem qualquer distinção entre elas 2. Apesar de semelhantes, as demonstrações por contraposição e contradição se diferem no fato da segunda se basear na negação da hipótese, enquanto a primeira, a negação da tese 3. O método da demonstração por construção só pode ser utilizado no contexto da geometria, pois é pautada essencialmente nas técnicas de construções geométricas 4. Se quisermos demonstrar uma hipótese para um número infinito de possibilidades divididas em uma quantidade finita de casos, devemos usar obrigatoriamente o método da força-bruta 5. O método da demonstração por exaustão só pode usar utilizada se tivermos uma quantidade finita de casos, mesmo que a quantidade de possibilidades seja infinita 02 É comum que em demonstrações mais elaboradas um matemático utilize diversas técnicas ao longo da demonstração, dividindo-a em etapas. Para a demonstração do teorema de existência e unicidade de soluções das equações ordinárias lineares de primeira ordem, utiliza-se a seguinte estratégia: i. A partir de uma função inicial, inicia-se um processo de iteração, a fim de construir uma função específica que satisfaz a hipótese e a tese do teorema, provando a sua existência; ii. Para provar a unicidade, supõe-se que existem duas funções que satisfazem a hipótese e a tese do teorema, a fim de encontrar uma falha lógica nesta suposição. Dentre as técnicas de demonstração estudadas, podemos afirmar que: 1. A primeira etapa (existência) utiliza a prova por construção, e a segunda etapa (unicidade), a prova por exaustão. 2. A primeira etapa (existência) utiliza a prova por contraposição, e a segunda etapa (unicidade), a prova indireta 3. A primeira etapa (existência) utiliza a prova direta, e a segunda etapa (unicidade), a prova por força bruta 4. A primeira etapa (existência) utiliza a prova por construção, e a segunda etapa (unicidade), a prova por absurdo 5. A primeira etapa (existência) utiliza a prova por contraposição, e a segunda etapa (unicidade), a prova por construção 03 Observe a seguinte proposição e a sua demonstração: Proposição: Se n∈ N é tal que n!>(n+1), então n>2. Prova: Provaremos que n ≤ 2 ⇒ n!≤ n + 1. De fato, se n=1 então 1! = 1 ≤ 1 + 1 = 2, e se n = 2 então 2! = 2 ≤ 2 + 1 = 3. Logo n! > (n + 1) implica em n > 2. ∎ Podemos afirmar que: 1. A demonstração utilizou o método da prova direta 2. A demonstração utilizou o método da contraposição e da força- bruta 3. A demonstração utilizou o método da contradição e da exaustão 4. A demonstração utilizou o método da indução e da força-bruta 5. A demonstração utilizou o método da contraposição e da indução 04 Para demonstrar uma proposição, um estudante de matemática fez a seguinte argumentação: Proposição: Se x é um número inteiro e par, então x+5 é um número ímpar. Prova: Suponha que (x+5) é um número par, isto é, (x+5)=2k para algum k∈ Z. Logo temos que: �+5=2�x+5=2k ⇒ �=2�−5x=2k−5 ⇒ �=2�−2.2−1x=2k− 2.2−1 ⇒ �=2(�−2)−1x=2(k−2)−1 Isto é, x é um número ímpar, e a proposição é válida. C.Q.D. A demonstração feita pelo estudante pode ser classificada como: 1. Prova direta 2. Prova indireta 3. Prova por contraposição 4. Prova por construção 5. Prova por exaustão 05 Em um exercício sobre demonstrações matemáticas, um estudante deveria provar, via contraposição, a seguinte proposição: se x e y são dois inteiros cujo produto é par, então pelo menos um deles precisa ser um número par. O estudante deu a seguinte argumentação: “Suponha que x e y são ambos números inteiros e ímpares, então temos que: x ⋅ y = (2k + 1) ⋅ (2p + 1) = 4k ⋅ p +2k + 2p + 1 = 2 (2k ⋅ p +k + p) +1 Como por hipótese x⋅y é um número par, temos então um erro lógico, e sendo assim, a proposição não é válida, e existem inteiros pares tal que o produto entre eles é um número ímpar.” Sobre a argumentação do estudante, podemos dizer que: 1. O estudante está correto, pois sua demonstração por contraposição foi feita corretamente 2. Apesar da demonstração por contraposição estar correta, o estudante estava equivocado em sua conclusão final, pois a proposição é de fato válida 3. O estudante não fez a demonstração utilizando o método de modo correto, pois ele partiu da negação da tese, mas supôs a hipótese, o que seria uma demonstração indireta. Além disto, a sua conclusão final estava equivocada, pois a proposição é de fato válida 4. O estudante não fez a demonstração utilizando o método solicitado, pois ele realizou uma demonstração indireta. Todavia, a sua conclusão final está correta, pois a proposição de fato possui exceções 5. Uma vez que a demonstração foi realizada com incógnitas x e y representando números, não podemos afirmar nada sobre a paridade dos mesmos ou do produto entre eles, e por conta exclusivamente deste fato, a demonstração para tal proposição não é válida 06 Em todo triângulo temos que a soma dos ângulos internos é igual a 180º. Observe a seguir a demonstração deste fato da geometria euclidiana: “Seja ABC um triângulo qualquer. Prolongando os lados B e C pelo vértice A, e traçando uma reta r paralela ao lado BC passando por A. Pelo postulado das retas paralelas, temos que os ângulos transportados em �^B ̂e �^C ̂formam, junto de �^A ,̂ um ângulo raso, logo a soma dos ângulos internos do triângulo é igual a 180º. C.Q.D.” Temos que esta demonstração utiliza a técnica de: 1. Prova indireta 2. Prova por construção 3. Prova por contraposição 4. Prova por força-bruta 5. Prova por exaustão Paradoxos, Sofismas e Falácias Um paradoxo é uma sentença aparentemente verdadeira, mas que possui uma contradição lógica ou contradiz o senso-comum. Podemos classificar os paradoxos em subtipos: • Paradoxos verídicos: dão resultados contra o senso-comum, mas logicamente corretos. • Paradoxos falsídicos: dão resultados incorretos, utilizando um raciocínio lógico falso. • Antinomias: são aqueles que possuem falhas no raciocínio, axiomas ou definições. Paradoxo Verídico - Paradoxo do Aniversário: Dado um grupo de 23 pessoasaleatórias, a probabilidade de que pelo menos duas delas farão aniversário no mesmo dia é maior do que 50%. Acima de 57 pessoas, a probabilidade é maior do que 99%. O paradoxo consiste em contradizer a intuição de que se não temos pelo menos 183 pessoas (metade da quantidade de dias em um ano), então a probabilidade deveria ser inferior à 50%. Todavia, supondo um ano de 365 dias, a probabilidade de que n pessoas façam aniversário em dias distintos: �1(�)=365365.364365.363365.P1(n)=365365.365364 .365363. ...... . (1−�−1365)=(1−365n−1 )= 365365�⋅(365−�)!365n⋅(365−n)!365 Logo a probabilidade de pelo menos duas pessoas fazerem aniversário no mesmo dia é: p(n)=1-p'(n), e para n=23, p(23)≈50,7%. A tabela a seguir mostra a relação da quantidade de pessoas versus a probabilidade de duas pessoas fazerem aniversário no mesmo dia. Paradoxo Verídico – O Hotel de Hilbert: Um dos mais clássicos paradoxos da matemática. Um hotel possui infinitos quartos, um quarto para cada número natural, com todos ocupados. Um novo hóspede chega. Como acomodá-lo em um quarto do hotel? O gerente do hotel pede para que o hóspede do quarto 1 vá para o quarto 2; o hóspede do quarto 2 vai para o quarto 3, o hóspede do quarto 3 para o quarto 4, e assim por diante. O hóspede do quarto n vai para o quarto n + 1, e como são infinitos quartos, todos estes hóspedes são acomodados em um novo quarto. Agora, o quarto 1 está livre, e o novo hóspede pode se hospedar no hotel. E se agora, chegam-se infinitos ônibus (enumeráveis) com infinitos passageiros (enumeráveis), como podemos acomodá-los? O gerente do hotel pede para que os quartos ímpares sejam esvaziados. Os hóspedes destes quartos são acomodados nos quartos com número 3 n(o primeiro hóspede no quarto 3¹, o segundo no 3² = 9, e assim por diante). Os passageiros do 1º ônibus são acomodados nos quartos com número 5ⁿ. Os passageiros do 2º ônibus são acomodados nos quartos com número 7ⁿ. Os passageiros do -ésimo ônibus são acomodados nos quartos ��+1�pi+1n onde, ��+1pi+1 é o (- +1) -ésimo número primo O paradoxo do Hotel de Hilbert mostra que quando estamos tratando de quantidades infinitas (os números naturais), as propriedades não são tão intuitivas. As propriedades de conjuntos infinitos são diferentes dos conjuntos finitos. Paradoxo Falsídico – O Paradoxo do Mentiroso: Se uma pessoa diz “estou mentindo agora”. Ela é mentirosa ou está falando a verdade? Se a frase for verdadeira, então ele está mentindo, logo é um mentiroso, e a frase é falsa. Mas se a frase for falsa, então a pessoa não está mentindo, porém a frase é falsa, então ele está mentindo. Uma falácia é um erro lógico, consistente ou não, que forma juízo equivocado sobre o assunto em pauta, conduzindo a formulação de conceitos ilegítimos. Uma pessoa pode cometer uma falácia sem intenção ou sem consciência do erro que está cometendo. Um paralogismo ocorre quando o locutor comete a falácia de modo involuntário, sem a intenção de enganar o interlocutor. Já um sofisma ocorre quando o locutor comete a falácia de modo proposital, com a intenção de enganar o interlocutor. Sofismas matemáticos, ou falácias matemáticas, são argumentos falsos para ludibriar o interlocutor. São muito comuns nas redes sociais, como uma espécie de desafio “encontre o erro”. Exemplo: Onde está o erro? �−�=5�−5�a−a=5a−5a (�−�)=5.(�−�)(a−a)=5.(a−a) (�−�)(�−�)=5(a−a)(a−a)=5 1=51=5 O erro está na penúltima linha, onde efetua-se, erroneamente, uma divisão por zero. Exemplo: Onde está o erro? 1=(−1)⋅(−1)1=(−1)⋅(−1) 1=−1⋅−11=−1⋅−1 1=�1=i ⋅ �i 1=�21=i2 1=−11=−1 O erro está na segunda linha. A raiz quadrada não pode ser quebrada pelo produto quando se trata de números negativos. Exemplo: Na figura abaixo temos que a área do quadrado é igual à 21² = 441 u.a. Porém, na figura abaixo, composta pelos mesmos polígonos da figura acima, temos que a área do retângulo é dada por (21+13) ⋅13=442 u.a. Neste sofisma o erro é mais sutil: na verdade não temos um retângulo perfeito, pois as peças não se encaixam perfeitamente, gerando a área adicional. 01 Observe a falácia matemática abaixo: �=�a=b �+�=�+�a+a=a+b 2�=�+�2a=a+b 2�−2�=�+�−2�2a−2b=a+b−2b 2(�−�)=�−�2(a−b)=a−b 2.(�−�)�−�=�−��−�a−b2.(a−b)=a−ba−b 2=12=1 Temos que o erro está: 1. Na primeira linha, pois não sabemos quais são os valores de a e b para poder validar ou não as linhas seguintes 2. Na segunda linha, pois adicionamos a do lado esquerdo e b do lado direito, perdendo a relação de igualdade entre o 1º e 2º membro da equação 3. Na quarta linha, pois não podemos subtrair 2b dos dois lados de uma equação sem saber o valor de b 4. Na quinta linha, pois não podemos colocar (a-b) em evidência, uma vez que a=b 5. Na sexta linha, pois não podemos dividir ambos os lados da equação por (a-b), uma vez que a=b 02 Observe a falácia matemática abaixo: �=−2x=−2 �x ⋅ �x=-2�2x �2=−2�x2=−2x �2=−2�x2=−2x �=−2�x=−2x �=(−2).(−2)x=(−2).(−2) �=4x=4 �=2x=2 −2=2−2=2 Temos que o erro está: 1. Na terceira linha, pois para escrever que �.�=�2x.x=x2, estamos assumindo que x é positivo 2. Na quarta linha, pois não podemos extrair a raiz quadrada do número negativo −2�−2x 3. Na quinta linha, pois para escrever que �2=�x2=x, estamos assumindo que x é não-negativo 4. Na sexta linha, pois para substituir �=−2x=−2, obrigatoriamente devemos substituir todos os x’, incluindo o do 1º membro da equação 5. Na oitava linha, pois ao extrair a raiz quadrada 44, não consideramos o caso 4=−24=−2 03 Está correto afirmar que: 1. Paradoxos e sofismas têm como objetivo ludibriar o interlocutor, fazendo-o acreditar em argumentos com falhas lógicas 2. Um argumento matemático pautado em paradoxos sempre possui um valor lógico falso 3. Paradoxos falsídicos e sofismas possuem a característica comum de trazerem um argumento com uma ou mais falhas lógicas, porém com a diferença de que o primeiro tem como objetivo expor a falha, enquanto o segundo, escondê-la 4. Antinomias e falácias possuem a característica comum de trazerem um argumento com falhas lógicas, porém com a diferença de que o primeiro tem o objetivo de esconder a falha, enquanto o segundo, exibi-la 5. Paradoxos e sofismas sempre possuem valores-lógicos falsos 04 Uma argumentação pode ser analisada segundo a lógica matemática, a fim de se verificar se é um silogismo (argumento válido) ou um sofisma. Observe as seguintes sentenças: I. Se o jardineiro cometeu o crime, suas mãos terão resquícios de sangue. Todavia, as mãos do jardineiro não contém nenhum traço de sangue, logo conclui-se que o jardineiro não cometeu o crime. II. Se o jardineiro cometeu o crime, então ele fornecerá detalhes que somente o próprio assassino saberia. O jardineiro não forneceu detalhes que somente o próprio assassino saberia durante o interrogatório, logo ele não cometeu o crime. Com relação às sentenças I e II, podemos afirmar que: 1. Ambas as sentenças são silogismos 2. Ambos as sentenças são sofismas 3. A sentença (I) é um silogismo e a sentença (II) um sofisma 4. A sentença (II) é um sofisma e a sentença (I) é um silogismo 5. Ambas as sentenças são falácias 05 Observe as seguintes sentenças: I. Se o funcionário for eficiente, ele receberá uma promoção. O funcionário não é competente, logo não será promovido. II. Se o funcionário receber uma promoção, então alguém terá de ser demitido. O funcionário foi promovido, logo alguém foi demitido. 1. Ambas as sentenças são silogismos 2. Ambos as sentenças são sofismas 3. A sentença (I) é um silogismo e a sentença (II) um sofisma 4. A sentença (II) é um sofisma e a sentença (I) é um silogismo 5. Ambas as sentenças não são silogismos 06 Observe as seguintes sentenças: I. Se os acionistas aceitarema oferta da direção, a empresa não irá à falência. Os acionistas não aceitaram a oferta da direção, logo a empresa foi à falência. II. Se a direção da empresa fizer uma boa proposta, os acionistas irão aprová-la. A direção da empresa não fez uma boa proposta, logo os acionistas reprovaram-na. 1. Ambas as sentenças são silogismos 2. Ambas as sentenças são sofismas 3. A sentença (I) é um silogismo e a sentença (II) um sofisma 4. A sentença (II) é um sofisma e a sentença (I) é um silogismo 5. Ambas as sentenças são falácias
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