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O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA MOBILIZAÇÃO DOS PROFESSORES DO PARANÁ Fábio Alves Silveira Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Sheila Luana Sales Abrantes Aluna Especial do Programa de Pós-Graduação de Comunicação da FAAC-UNESP GT 02 – Cidadania, movimentos sociais e ativismo online Durante a implantação do programa de ajuste fiscal pelo governo do Paraná, em 2015, os professores da rede estadual de ensino tomaram as ruas do centro político do Estado em Curitiba, para protestar contra as medidas que previam alterações no regime de previdência do funcionalismo público. Os manifestantes foram “recebidos” pela Polícia Militar com violência a ponto do evento ser de “Massacre do Centro Cívico”. Entre as entidades que participaram da mobilização e organização dos protestos, a APP – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná utilizou as redes sociais, com destaque para o Facebook. O objetivo do presente resumo é apresentar os resultados da análise descritiva das postagens na fanpage da App no Facebook durante o período de 27 de abril a 29 de maio. Através da análise de conteúdo, serão apresentados os posts com maior repercussão. A partir de proposta, pretende-se discutir o uso das redes sociais por entidades sindicais não apenas como forma de divulgação suas ações, mas também para mobilizar e dar visibilidade às suas atividades. A proposta também procura verificar, a partir do interesse dos seguidores da página através das postagens com maior número de curtidas e compartilhamentos qual é o assunto que incentiva a maior mobilização. Os resultados indicam que as redes sociais são importantes ferramentas para o resgate do papel das entidades sindicais na mobilização e divulgação de suas ações, conquistando espaço nos meios de comunicação hegemônicos. Palavras-chave: Redes sociais, movimento sindical, comunicação 1 – Introdução O primeiro semestre de 2015 foi marcado por acontecimentos fora do comum no Paraná. A necessidade do governo do Estado de fazer um ajuste fiscal, mexendo com as regras da aposentadoria do funcionalismo teve desdobramentos inusitados. O primeiro sinal de que algo diferente acontecia foi dado em 10 de fevereiro, quando um grupo de servidores públicos, formado majoritariamente por professores, invadiu o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), impedindo a votação do projeto que fazia alterações na ParanáPrevidência. Esses acontecimentos foram o embrião para o episódio de 29 de abril, que foi marcado por um conflito no Centro Cívico de Curitiba, local onde ficam as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estaduais. O conflito, chamado pelos professores de “massacre do Centro Cívico”, deixou 213 pessoas feridas. O presente trabalho analisa a atuação da APP-Sindicato nas redes sociais, particularmente no Facebook, no período de 32 dias, que vai de 27 de abril a 29 de maio, quando o episódio completou 30 dias. O método usado foi a análise exploratória e descritiva das ações da APP Sindicato através das redes sociais e do seu site institucional no período estudado. Para a análise dos dados coletados, utilizamos a metodologia de Análise de Conteúdo para avaliar principalmente as postagens na página oficial da entidade no Facebook. O trabalho sustenta-se teoricamente em conceitos como os de domínio público, encontrado na obra de Hannah Arendt, na análise dos movimentos sociais do século XXI, feita por Manuel Castells e na análise de Maria da Glória Gohn acerca dos movimentos sociais. A conclusão é de que a APP-Sindicato foi vitoriosa na batalha pela opinião pública, travada principalmente por meio do Facebook. É o que mostram os números do levantamento da Paraná Pesquisas, divulgada pelo jornal Gazeta do Povo, em 29 de junho: 84,7% dos paranaenses desaprovaram o governador Beto Richa (PSDB) na oportunidade. Reeleito no primeiro turno da eleição de 2014, com 55% dos votos, Richa tinha 65,4% de aprovação em dezembro, como mostra levantamento feito pelo mesmo instituto de divulgado pela Gazeta do Povo. 2 – Movimentos sociais, domínio público e redes sociais A compreensão dos domínios público e privado é importante para que se faça uma reflexão a respeito dos movimentos sociais. Para embasar o debate sobre o domínio público na modernidade, recorremos à pensadora alemã Hannah Arendt. Ela entende que o domínio público é o espaço do discurso e da ação, no qual prevalece a persuasão – e não a violência. É uma contraposição ao domínio privado, que é governado pela necessidade e no qual são aplicadas a força e a violência, com o objetivo de superá-la. Por outro lado, na esfera pública são realizadas as atividades relativas a um mundo comum. A relação entre as duas esferas – a pública e a privada – é que a vitória sobre a necessidade da vida no lar é a condição óbvia para que o homem grego exerça a liberdade na polis (ARENDT, 2010, p. 36). Essa liberdade, que significa estar livre das necessidades e situa-se exclusivamente no domínio público. Nela, o homem vive em discurso e ação entre os seus pares. O que iguala os cidadãos que vão ao domínio público na Grécia Antiga para viver em discurso e ação é o fato deles terem superado a necessidade, condição primeira para que exerçam a liberdade na polis. Os movimentos sociais procuram o domínio público para debater suas demandas, tornar públicas suas reivindicações. No mundo contemporâneo esses movimentos precisam dos meios de comunicação para dialogar com a sociedade, já que parte importante do domínio público se constitui com a mediação dos veículos de comunicação. A comunicação é um ponto importante para os movimentos sociais do Século XXI, estudados por Castells. A partir da análise das explosões de descontentamento surgidos na Islândia, em outubro de 2008, Tunísia, em dezembro de 2010 (o marco inaugural da “primavera árabe”), Estados Unidos, fevereiro de 2011 e Espanha, em maio de 2011, Castells (2013, p. 28) identifica “novas vias de mudança social, mediante a capacidade autônoma de comunicar-se e organizar-se”. Segundo o autor, a novidade trazida por esses movimentos é a conexão entre as redes sociais, que ganharam força ainda na primeira década do Século XXI e a ocupação de espaços públicos. Essa conexão cria um “espaço de autonomia”, estabelecendo novas formas de mobilizações usadas em diversos países, de democracias ocidentais às ditaduras do mundo árabe, e em condições conjunturais diferentes. As transformações tecnológicas e organizacionais sofridas pela comunicação “em ampla escala” nos últimos anos dão uma grande contribuição para os movimentos sociais contemporâneos. As novas tecnologias propiciam o surgimento de um fenômeno que Castells chama de “autocomunicação de massa, baseada em redes horizontais de comunicação de comunicação multidirecional, interativa, na internet e mais ainda, nas redes de comunicação sem fio” (CASTELLS, 2013, p. 162). Essas tecnologias permitem que os movimentos sociais tenham a oportunidade de fazer a sua própria mídia, já que a mídia comercial, assim como os governos e outras instituições, também são objeto de desconfiança desses movimentos. As tecnologias contribuem para a busca de mudanças, que caracteriza os movimentos sociais. De acordo com Gohn, “Movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil.” (2006, p. 251) A autora aponta que suas ações são estruturadas conforme repertórios criados sobre temas e problemas vivenciados pelo grupo na sociedade, desenvolvendo um processo social e político-cultural no qual se cria uma identidadecoletiva para o movimento. “Esta identidade é amalgamada pela força do princípio da solidariedade e construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo, em espaços coletivos não-institucionalizados” (GOHN, 2006, p. 251). 3 – Batalha Centro Cívico – a conjuntura Para compreender o episódio ocorrido no Centro Cívico de Curitiba, em 29 de abril de 2015, que é chamado pela APP-Sindicato e pelas entidades representativas do funcionalismo público estadual do Paraná de “Massacre do Centro Cívico” e por alguns veículos de imprensa como a “Batalha do Centro Cívico”, é preciso voltar um pouco no tempo. Mais exatamente, no primeiro mandato do governador Beto Richa (PSDB), entre 2011 e 2014. Em outubro de 2013, quando o então secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly 1 , que ocupava o cargo desde janeiro de 2011, Beto Richa disse em entrevista coletiva que era preciso “colocar a casa em ordem”. O Estado acabou o ano que antecedia a disputa eleitoral devendo R$ 1 bilhão a fornecedores, pagamentos que estavam atrasados. Em dezembro de 2014, o jornal Gazeta do Povo publicou 1 Em 2013, Luiz Carlos Hauly era deputado federal licenciado pelo PSDB do Paraná. Deixou a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefa) e reassumiu a cadeira na Câmara Federal. Foi reeleito para o cargo em 2014. reportagem mostrando que a Receita Corrente líquida aumentou em 56% durante o primeiro mandato de Richa, enquanto a inflação acumulada no período foi de 24% 2 . Em dezembro, dois meses depois de encerrado o processo eleitoral, o governador enviou para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) um conjunto de medidas batizado pela imprensa como “tarifaço”, que elevou as alíquotas de impostos estaduais, como o ICMS e IPVA. A medida foi aprovada em poucos dias e sem muita discussão pelo Legislativo, onde o governo tinha maioria folgada. E sem grandes resistências por parte da sociedade. Era o primeiro passo do que o governador chamou de “ajuste fiscal” para se adequar à expectativa de que 2015 seria uma ano difícil para a economia brasileira. A mudança na previdência e o atraso no pagamento das férias levaram os professores e servidores da rede estadual de ensino, representados pela APP-Sindicato e que segundo a entidade, representam em torno de um terço do funcionalismo estadual paranaense na ativa – cerca de 120 mil trabalhadores – para a linha de frente da reação do funcionalismo. Diante da possibilidade de votação do projeto pela Assembleia Legislativa no regime de Comissão Geral 3 , quando o plenário é transformado numa grande comissão, permitindo que toda a tramitação dos projetos fosse feita em apenas um dia, em 10 de fevereiro cerca de 500 professores que acompanhavam a sessão das galerias pularam para dentro do plenário 4 , impedindo a votação. Eles acamparam no plenário do Legislativo até que o governo retirasse o projeto de pauta, em caráter definitivo. No dia 12 de fevereiro, outra cena histórica. Com o plenário ocupado por professores que decidiram acampar até que o projeto fosse retirado de pauta, 33 deputados da base governista entraram no prédio da Assembleia Legislativa dentro de um ônibus da Tropa 2 A reportagem mostra que o Paraná liderou o ranking de crescimento da Receita Corrente líquida, como mostra a reportagem publicada em 7 de dezembro de 2014 (http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/richa-quer-aumentar-impostos-mas-e-campeao-de- receita-no-pais-eh4dhy5k5cs9jy90aweyni0r2) 3 O regime de comissão geral, apelidado pela imprensa de “tratoraço” foi retirado do regimento interno da Assembleia Legislativa do Paraná em 5 de março, como resultado do movimento. Para mais informações: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/deputados-aprovam-o-fim-do-tratoraco-na- alep-dgvjzw3f0p34bppe5u2l0m8xd 4 Sobre a invasão do plenário: http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1532134&tit=Manifestantes- invadem-plenario-e-impedem-votacao-do-pacote-de-maldades-de-Richa http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/richa-quer-aumentar-impostos-mas-e-campeao-de-receita-no-pais-eh4dhy5k5cs9jy90aweyni0r2 http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/richa-quer-aumentar-impostos-mas-e-campeao-de-receita-no-pais-eh4dhy5k5cs9jy90aweyni0r2 http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/deputados-aprovam-o-fim-do-tratoraco-na-alep-dgvjzw3f0p34bppe5u2l0m8xd http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/deputados-aprovam-o-fim-do-tratoraco-na-alep-dgvjzw3f0p34bppe5u2l0m8xd http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1532134&tit=Manifestantes-invadem-plenario-e-impedem-votacao-do-pacote-de-maldades-de-Richa http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1532134&tit=Manifestantes-invadem-plenario-e-impedem-votacao-do-pacote-de-maldades-de-Richa de Choque, escoltados pelo então secretário de Segurança, Fernando Francischini 5 , numa cena inusitada 6 . Esses episódios de fevereiro ajudam a explicar o clima que cercou os acontecimentos de 29 de abril: quando o governo reenviou os projetos de lei com a segunda fase do ajuste fiscal para a Alep, a Mesa da Casa foi ao Tribunal de Justiça, onde obteve uma liminar impedindo professores e servidores públicos de ocuparem o plenário da Assembleia Legislativa. Em nome dessa liminar é que foi montado o forte aparato policial que fez um cerco ao prédio do Poder Legislativo e que teve como consequência o episódio que deixou 213 feridos. O aparato começou a ser montado no fim de semana de 25 e 26 de abril, logo depois de ser anunciada a inclusão dos projetos na pauta – em particular o 252/2015, que tratava da Paraná Previdência. A liminar foi concedida pelo TJ na sexta-feira, dia 24 de abril. No dia seguinte, em assembleia estadual realizada em Londrina, os professores estaduais aprovaram a deflagração de uma greve enquanto durasse a votação do projeto de lei. Nas primeiras horas do dia 27 de abril, segunda-feira, logo que professores de todo o Estado começaram a chegar a Curitiba para acompanhar a votação, o cerco ao Centro Cívico já estava montado. Todas as pedras já estavam no tabuleiro. O conflito propriamente dito, começou por volta das 15 horas do dia 29 de abril, depois que foi anunciado no carro de som da APP-Sindicato que não haveria mais possibilidade de retirada de pauta do projeto de lei fazendo mudanças na Paraná Previdência. Uma comissão de senadores foi a Curitiba negociar a retirada do projeto de lei de pauta, proposta que não foi aceita pelo governo. Sob o argumento de que poderia haver uma nova invasão do plenário, a Assembleia Legislativa foi ao Tribunal de Justiça, onde obteve uma liminar proibindo os professores de assistir a sessão. Em nome dessa liminar, o governo do Paraná montou um cerco com cerca de 1.100 policiais 5 Deputado federal eleito pelo PSD, Fernando Francischini, que era delegado da Polícia Federal, fez carreira na política se apresentando como o delegado que comandou a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia. Ele é conhecido por fazer parte da chamada “bancada da bala”, no Congresso Nacional, grupo de parlamentares que recebem doações de fabricantes de armas e que defende a ampliação do acesso ao porte de armas. Francischini deixou a secretaria depois do episódio de 29 de abril. 6 Os deputados governistas que entraram no prédio do Legislativo escoltados pelo ônibus da Polícia Militar ficaram ironicamente conhecidos como “bancada do camburão”. Mais informações: http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?tl=1&id=1532649&tit=Assembleia-tomada-e- confronto-levam-a-retirada-de-pacotaco- http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?tl=1&id=1532649&tit=Assembleia-tomada-e-confronto-levam-a-retirada-de-pacotaco-http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?tl=1&id=1532649&tit=Assembleia-tomada-e-confronto-levam-a-retirada-de-pacotaco- militares 7 (quase o mesmo efetivo policial da cidade de Londrina, que tem 1.200 PMs, segundo informações publicadas na imprensa). Durante cerca de duas horas os policiais bombardearam os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, mesmo depois deles terem recuado. Ainda durante o bombardeio os deputados aprovaram as mudanças na ParanáPrevidência. 4 – APP-Sindicato O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná foi fundado como Associação dos Professores do Paraná (daí a sigla APP) em 26 de abril de 1947. Em 1989, um ano depois da promulgação da Constituição de 1988, que permitiu a organização sindical de servidores públicos, tornou-se sindicato, representando exclusivamente os professores. Em 1997, professores e servidores se unificam sob a mesma entidade, a APP-Sindicato 8 . Segundo a direção da entidade, a APP-Sindicato representa cerca de um terço do funcionalismo público paranaense, algo em torno de 120 mil professores e servidores na ativa. Além de professores e servidores, a APP- Sindicato representa profissionais da educação de prefeituras de cerca de 200 cidades paranaenses, a metade dos 399 municípios do Estado. O presente trabalho analisou o uso da internet pela direção estadual da APP- Sindicato no trabalho de comunicação da entidade. Para tocar todos os seus projetos de comunicação, a entidade conta com cinco jornalistas que trabalham na assessoria de imprensa. De acordo com Elizamara Goulart Araújo 9 , secretária de Gênero, Relações étnico-raciais e Direitos LBGT da entidade, não há uma hierarquia entre os jornalistas, que estão sob o comando da Secretaria de Comunicação. Esses jornalistas produzem, além do jornal impresso 30 de Agosto 10 , informativos especiais para as secretarias, também impressos, boletins, além do trabalho nos veículos e perfis que a APP-Sindicato tem nas redes sociais. 7 Sobre o cerco ao prédio da Assembleia Legislativa: http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1537432&tit=Com-cerco- policial-Estado-quer-manter-a-ordem-para-votacao-na-Alep 8 Fonte: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/quem-somos.aspx 9 Elizamara Goulart foi entrevistada no dia 9 de julho, em Londrina. 10 Referência a 30 de agosto de 1988, quando professores em greve foram agredidos pela Polícia Militar em ato público realizado em Curitiba, durante a gestão do ex-governador Álvaro Dias, então filiado ao PMDB e hoje senador em terceiro mandato pelo PSDB. http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1537432&tit=Com-cerco-policial-Estado-quer-manter-a-ordem-para-votacao-na-Alep http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1537432&tit=Com-cerco-policial-Estado-quer-manter-a-ordem-para-votacao-na-Alep http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/quem-somos.aspx A APP-Sindicato conta com uma página na internet (http://www.appsindicato.org.br/), uma webrádio (webrádio APP), um canal no youtube chamado TV APP, além de perfis no twitter e no Facebook. O site da entidade é o espaço virtual que procura concentrar todos os canais. Nele é possível encontrar links para os perfis nas redes sociais, além das informações sobre a diretoria, as versões em PDF dos boletins. As redes não dialogam obrigatoriamente entre si. Na rádio, mesmo durante o período da greve de 2015 só foi possível encontrar programação musical. Este trabalho analisa a movimentação da fanpage da APP-Sindicato durante 32 dias, entre 27 de abril e 29 de maio, quando o conflito ocorrido no Centro Cívico de Curitiba completou o seu primeiro mês. Apesar de o fato mais relevante do período ser o episódio de 29 de abril 11 , quando policiais militares bombardearam por cerca de duas horas professores e servidores públicos desarmados, mantendo o bombardeio mesmo com o recuo, voltar a 27 de abril é importante para compreender o contexto e entender como foi sendo criado o clima que acabou no conflito. O método usado foi a análise exploratória das postagens. No período pesquisado foram observadas todas as postagens, sendo destacadas as que obtiveram maior repercussão, considerando para tanto o número de curtidas, comentários e compartilhamentos. Recuero (2014) descreve o significado das ações dos internautas no Facebook: o botão “curtir” parece ser percebido como uma forma de tomar parte na conversação, tornando-se visível. Primeiro, seria uma forma menos comprometida de expor a face na situação, pois não há a elaboração de um enunciado para explicitar a participação do ator. Segundo, seria visto como uma forma de apoio e visibilidade, no sentido de mostrar para a rede que se está ali. São duas formas de capital social, focadas na difusão da informação para a rede social e na difusão do apoio/ contato entre os dois participantes da conversação (RECUERO, 2014, p. 119). Já a decisão de compartilhar a publicação teria como objetivo, segundo a autora, dá visibilidade à conversação ou postagem, o que amplia o seu alcance (RECUERO, 2014, p. 120). A autora pontua também que o compartilhamento contribui para a reputação do compartilhado e valorização da informação. 11 O episódio, que é objeto de uma ação proposta pelo Ministério Público do Paraná, no qual o governador Beto Richa (PSDB) e o ex-secretário de Segurança, Fernando Francischini (PR), que deixou o cargo dias depois do ocorrido para reassumir uma cadeira na Câmara Federal, são responsabilizados e acusados de terem cometido improbidade administrativa. http://www.appsindicato.org.br/ A escolha do Facebook deve-se ao fato de ser a rede social mais usada pelo sindicato. Há uma explicação para isso: o perfil da entidade no Twitter conta 1.915 seguidores, ao passo que a fanpage tem 71 mil curtidas – ao curtir, esses internautas acompanham as informações ali veiculadas. 5 – O “massacre” do Centro Cívico e a batalha da APP-Sindicato na internet No dia 27 de abril, quando os professores começaram a chegar ao Centro Cívico de Curitiba para acompanhar a votação do projeto de lei que tratava das alterações na Paraná Previdência. Lá eles encontram o prédio do Poder Legislativo cercado por policiais militares convocados de todas as partes do Estado. Impedidos pelo bloqueio de acampar na praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Centro Cívico – como tinham feito em fevereiro –, os professores se instalaram em outra praça próxima ao Centro Cívico, a 19 de Dezembro. É sobre essa chegada que aparece a primeira postagem do período pesquisado – e a primeira entre as 15 que foram feitas no dia, às 8h02: “E o formigueiro começa a se agitar” é o título da postagem, que conta com uma foto mostrando o desembarque dos professores recém chegados do interior do Estado. A postagem teve 166 compartilhamentos e 447 curtidas. A tônica das postagens da manhã é essa: informações com fotos sobre a chegada e as movimentações de professores para acompanhar a semana de votações na Assembleia Legislativa. Também nessa manhã aparece um recurso bastante usado pela APP-Sindicato: um vídeo com uma diretora da entidade convocando os professores para a concentração. O vídeo teve 12.607 visualizações até a primeira semana de junho, quando o levantamento foi feito. A rede social é usada em todas as suas potencialidades. Nos comentários, professores do interior dão notícias sobre as mobilizações em suas cidades, já que a categoria está em greve. O dia segue com a fanpage cumprindo basicamente duas funções: a de informar, relatando todos os eventos da mobilização, como a passeata até a chegada no Centro Cívico e o andamento da votação, dentroda Assembleia Legislativa (ao final do dia o projeto de lei é retirado de pauta); e de mobilização. A postagem das 12h57 foi a campeã de curtidas, com 1.658. O número de compartilhamentos ficou em 1.762. Trata-se de um texto, sem foto, nos quais a entidade critica tanto a convocação de policiais militares do Estado inteiro para fazer o cerco à Assembleia Legislativa, quanto as condições em que os policiais estão trabalhando, sem água, sem banheiro e com muitas horas em pé, sob o sol. As postagens feitas nesse dia acumularam 12.259 curtidas e 7.810 compartilhamentos feitos pelos seus seguidores. O dia 28 de abril começa mais agitado e as primeiras postagens aparecem no começo da madrugada. A 1h37 da terça-feira a entidade posta fotos de policiais empurrando professores, minutos depois de o fato ter acontecido. É a informação em “tempo real”, no mesmo formato em que ela é usada pelos veículos de comunicação em suas edições online. A segunda postagem é feita três minutos depois, só com texto e a terceira, á 1h43, seis minutos depois da primeira informação, já traz um vídeo de 19 segundos mostrando a confusão. No vídeo, uma pessoa pergunta o motivo da retirada do caminhão – a Polícia Militar tentava ampliar o cerco, mas os manifestantes resistiam. Esse vídeo tem 25.447 visualizações, 466 curtidas e 641 compartilhamentos. No período que vai até às 5h50 são feitas 8 das 21 postagens do dia (mais de um terço) e cinco delas são de vídeos, quase todos mostrando a confusão. Todos esses vídeos têm grande número de acessos. Às 2h36, uma hora depois da primeira postagem, o vídeo que mostra um policial militar tirando o carro de som teve 52.509 visualizações; dois minutos depois é postado outro vídeo, que alcançou 59.216 visualizações; em outro vídeo postado às 5h48 – o penúltimo da madrugada – um policial, ao ser questionado sobre qual lei é usada para forçar o recuo, responde: “eu faço a lei”. E depois se corrige: “eu cumpro a lei. 50.596 pessoas assistiram. Fechando a madrugada, uma diretora da APP aparece num vídeo contando o que aconteceu. O vídeo é visualizado 80.268 vezes e é compartilhado 2.983 vezes. Um detalhe importante é que durante esse período da madrugada não havia nenhum jornalista que trabalha para a APP-Sindicato participando ou fazendo a cobertura do acampamento. Isso significa que todo esse material postado durante a madrugada foi produzido e veiculado pelos próprios ativistas que participavam da vigília. Depois disso as postagens são retomadas às 9h50. A calmaria que marcou o começou da manhã seria quebrada novamente. A Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes por volta das 11h e depois, ao meio dia. Durante uma entrada ao vivo, no Paraná TV, telejornal da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada da Rede Globo no Paraná, uma bomba de gás lacrimogêneo explodiu perto da repórter Andressa Almeida, que também foi atingida por um jato de água. A APP veiculou em sua página o link da reportagem telejornal em sua página, conteúdo que obteve 228.907 visualizações. Era a véspera da votação do projeto que mudaria na previdência do funcionalismo e apesar dos ataques da PM, a APP mantinha o tomo de mobilização. Um exemplo disso foi um vídeo postado no final da tarde, com uma fala do presidente da entidade, Hermes Leão, explicando os motivos da greve. Leão fala do forte aparato policial montado pelo governo para garantir a votação e convoca os professores a comparecerem na mobilização do dia seguinte. O vídeo teve 71.332 visualizações. A postagem recebeu 1.637 curtidas e 3.202 compartilhamentos. As 21 postagens feitas na véspera do massacre do Centro Cívico receberam 18.734 curtidas e 17.790 compartilhamentos. A movimentação da fanpage da APP-Sindicato no dia 29 de abril é tão intensa quanto os acontecimentos da data, chamada pelos professores de “massacre do Centro Cívico”. Nesse dia foram feitas 53 postagens (média de 2,2 postagens por hora), que receberam 58.173 curtidas e 43.486 compartilhamentos. As primeiras oito postagens foram feitas entre as 7h29 e as 14h56. Até ali era um dia normal. Os textos, as fotos e os vídeos informam sobre as movimentações de bastidores em torno da votação. Uma das informações é sobre a presença de senadores paranaenses, que tentaram negociar a retirada do projeto. A primeira postagem que fala do ataque da polícia aparece às 15h. A foto não é anterior à ação da PM, mostra policiais enfileirados. Ao lado, uma charge do governador caracterizado como o vilão de desenho animado Dick Vigarista. O texto é curto e afirma que “o ataque começou”. “A polícia dispara bombas, bala de borracha e spray de pimenta. A situação é caótica. Os primeiros feridos estão sendo atendidos por ambulância atrás do caminhão de som da APP-Sindicato”, diz o texto. A essa altura a fanpage ganha um perfil mais informativo, disparando 13 postagens entre as 15h e as 16h, algumas com intervalos de dois minutos. Note-se que a APP-Sindicato transmitia a manifestação em vídeo, ao vivo, pelo youtube 12 . Todos os esforços de comunicação e de informação da entidade se concentram no Facebook. Tanto que o site da APP-Sindicato só vai tratar do assunto às 18h15, publicando uma nota de repúdio. No Facebook, as postagens são com textos curtos informando sobre o 12 A íntegra desse vídeo está no perfil da APP-Sindicato no Youtube, chamado “TV APP”. Esse vídeo teve 17.547 acessos, uma repercussão bem menor que a das postagens feitas da fanpage da entidade no Facebook. Ele tem 2h48min24s de duração. O ataque dos policiais começa a 1h56min03s. Esse vídeo não é de fácil localização. Só foi localizado pelos pesquisadores no perfil da APP no Youtube no final de julho. Outros vídeos importantes, como as assembléias realizadas pela entidade, não estão nessa página. A diretora da entidade, Elizamara Goulart, entrevista em 9 de julho, não soube responder onde estava esse vídeo. ataque. Às 15h37, a entidade informa que o helicóptero do governo lança bombas sobre os manifestantes. Um minuto depois, a entidade informa que a PM rebocou um caminhão da APP, de onde era feita a filmagem. O primeiro vídeo do conflito aparece às 15h45: ele tem 28 segundos – é pequeno provavelmente pela facilidade de ser postado pelo celular para a fanpage – e mostra um cadeirante no meio da confusão. O vídeo teve 75.744 visualizações. O primeiro álbum com fotos só aparece depois das 16h, com cinco fotos. Daí em diante começam a aparecer mais imagens. Os ataques duraram cerca de duas horas e as postagens desse dia, além de informar sobre a agressão da polícia, procuram prestar serviços, como por exemplo, orientar sobre o atendimento jurídico prestado pela entidade, orientação sobre denúncias para o Ministério Público e até o combate a boatos, como o de que o conflito teria gerado vítimas fatais. Em 30 de abril, dia seguinte aos acontecimentos do Centro Cívico, a fanpage da APP-Sindicato atua principalmente na repercussão do episódio, com textos de apoio e fotos de apoio, tanto individuais, quanto de outras entidades. O número de postagens é bem menor que o da véspera e o dos dias anteriores: 11. A postagem que ganhou o maior número de curtidas (3.236) compartilha o editorial do jornal Gazeta do Povo, o mais influente do Paraná. No editorial, o jornal faz críticas à postura do governo e da PM. A postagem com o maior número de compartilhamentos (2.769) traz um vídeo de 2min47s, no qual o presidente da APP, Hermes Leão, fala sobre o conflito com a polícia e os próximos passos da categoria. É um vídeo produzido. Ao fundo aparece o banner da entidade. Nas 21 postagens feitas no dia 1º de maio, o conteúdo vai notícia da intenção do Ministério Público de ouvir vítimas do massacre, nas investigações abertas para apurar responsabilidades pelosacontecimentos à repercussão dos fatos, com manifestações espontâneas de professores tanto da rede pública quanto da particular, vindas de diversas cidades. Também foram divulgados atos públicos marcados para o interior do Estado. Nesse dia são postadas fotos e vídeos das manifestações realizadas em Curitiba. As 21 postagens alcançam a marca de 21.278 curtidas e 6.278 compartilhamentos. Nas semanas seguintes as postagens se ocupam dos desdobramentos do caso, com a mudança na agenda, que passou do debate sobre a previdência, para a data-base dos professores. O episódio do dia 29 deixou feridas e teve como desdobramento uma greve que se estendeu até o dia 9 de junho, consequência da postura do governo de propor uma reposição das perdas salariais abaixo da inflação – a data-base do funcionalismo público paranaense é maio. 6 – Considerações finais Em fevereiro de 2015, quando um grupo de servidores públicos estaduais, majoritariamente formado por professores e servidores da rede estadual de ensino pulou das galerias para o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ficou claro que estava acontecendo algo diferente. Eles literalmente obstruíram a votação das mudanças que o governo do Estado queria implantar na ParanáPrevidência, como parte de um ajuste fiscal para melhorar a situação das finanças públicas, que apesar do aumento da arrecadação estavam em dificuldade. O diferente é que há muito tempo não se via uma manifestação envolvendo tanta gente e tão contundente quanto essa por parte do movimento sindical brasileiro. A institucionalização do sindicalismo tirou o ímpeto que ele tinha nos seus primórdios, na década de 1910, ou mesmo na fase do chamado “novo sindicalismo”, que na década de 1970 fez grandes greves no ABC paulista, contribuindo para fragilizar a já decadente ditadura militar (1964-1985). A invasão e o posterior acampamento no plenário, que dias depois forçou os deputados estaduais governistas a tentar entrar no prédio da Alep num “camburão” (na verdade um ônibus da Tropa de Choque da Polícia Militar, com direito a escolta), tentando furar o cerco formado por milhares de professores e servidores públicos, foi o embrião do que viria a acontecer em 29 de abril, no massacre ou batalha do Centro Cívico de Curitiba. Além das cenas inusitadas, o que chama atenção nesses acontecimentos são algumas práticas e estratégias que se assemelham às dos novos (novíssimos?) movimentos sociais, que a partir dos zapatistas mexicanos, na década de 1990, passando pelos movimentos antiglobalização que tiveram em Seattle, 1999, o seu primeiro marco visível e chegando aos Occupy nos Estados Unidos, os indignados espanhóis, a Primavera Árabe e as jornadas de junho no Brasil, que marcaram a primeira metade desta década. Os fatos de fevereiro e abril de 2015 no Paraná mostram como o tradicional movimento sindical, com suas raízes no início da Revolução Industrial na Europa e no Brasil passa pelo anarcosindicalismo da década de 1910, conseguiu fazer uso da internet, das redes sociais e das novas tecnologias para alcançar seus objetivos de mobilizar e tornar suas reivindicações simpáticas à sociedade. Como ficou demonstrado ao longo desse trabalho, a APP-Sindicato fez uso principalmente do Facebook no enfrentamento do governador Beto Richa (PSDB), reeleito em primeiro turno com 55% dos votos e que em dezembro tinha 65,4% de aprovação, segundo levantamento da Paraná Pesquisas publicado pelo jornal Gazeta do Povo. E a julgar pelos levantamentos do mesmo instituto, a entidade conseguiu vencer a batalha da opinião pública contra o governador. É o que mostra levantamento publicado pelo jornal Gazeta do Povo em 29 de junho, dois meses depois dos acontecimentos do Centro Cívico: 84,7% dos paranaenses desaprovavam Beto Richa nesse momento. O uso das tecnologias é a primeira semelhança das mobilizações paranaenses com os movimentos sociais da primeira metade desta década. Textos, imagens, vídeos – muitos deles produzidos por telefones celulares dos ativistas, durante as manifestações, apesar de a APP-Sindicato contar com uma assessoria de imprensa composta por cinco jornalistas – foram amplamente usados não só pela direção sindical institucionalizada, como também pelos ativistas. Esse material foi usado nas páginas e perfis oficiais da APP-Sindicato e contribuiu para mobilizar a categoria e dialogar com a opinião pública, que se posicionou majoritariamente favorável às reivindicações dos servidores públicos. Pode-se dizer que foi um movimento automediado, a exemplo das outras mobilizações, que produziram seus próprios conteúdos. O movimento se comunicou diretamente com a sociedade, em vários momentos sem a mediação da imprensa, como por exemplo, na transmissão ao vivo pelo Youtube da manifestação de 29 de abril. Foram quase três horas de transmissão, parte dele (em torno de uma hora) do conflito com a polícia especificamente. Outra semelhança é que, como mostra Manuel Castells, o movimento ganhou força por não se restringir às redes sociais: ele se concretizou ao ocupar espaços públicos urbanos. A exemplo dos Ocuppy norte-americanos, o movimento dos professores também montou vigílias e acampamentos em locais públicos – em fevereiro a Praça Nossa Senhora de Salete, onde ficam as sedes dos poderes estaduais e depois o plenário da Alep, e em abril a Praça 19 de Dezembro, mais conhecida pelos curitibanos como Praça do Homem Nú, em decorrência de um monumento. A diferença do movimento dos professores para os movimentos estudados por Castells, é que havia uma liderança institucionalizada e claramente estabelecida, que era a APP-Sindicato. Movimentos como os da Primavera Árabe, os indignados espanhóis, os Ocuppy e as jornadas de junho são marcados pela horizontalidade e o esforço para não permitir o surgimento de líderes. São as pessoas falando individualmente por si, sem representantes de qualquer natureza. No caso da APP-Sindicato, em alguns momentos os ativistas “fugiram” ao controle da direção, como no episódio da invasão do plenário da Alep. Por fim, uma questão que não é possível responder nesse trabalho é se o movimento sindical vai adotar os formatos dos novos movimentos ou se mobilizações sindicais como a do Paraná são fruto do seu tempo. No que diz respeito à tecnologia, parece que sim, os movimentos se esforçam para fazer uso dessas ferramentas. Com relação à horizontalidade parece mais difícil, apesar de, em alguns momentos, a base passar por cima das vontades das lideranças. Por outro lado, a existência de uma direção institucionalizada, que diferencia o sindicalismo dos novos movimentos sociais, é o que garante a continuidade do movimento. Referências Bibliográficas ARENDT, H. A condição humana. 11ª ed. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2010. CASTELLS, M. Redes de Indignação e Esperança – Movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. GOHN, M. G. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. 5ª ed. São Paulo: Loyola, abril de 2006. RECUERO, R. Curtir, compartilhar, comentar: trabalho de face, conversação e redes sociais no Facebook. In: Verso e Reverso, XXVIII(68):114124, maio/agosto 2014. Página 114 a 124. Site consultado APP-Sindicato http://www.appsindicato.org.br/ - Acesso em 12 de agosto de 2015 http://www.appsindicato.org.br/