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1 Disciplina: Resíduos Sólidos Graduação em Engenharia Ambiental 4 – Tipos de Resíduos Professor: Sandro Donnini Mancini Sorocaba, Março de 2022. Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba Domiciliar ou Doméstico considerado não inerte, mas contém perigosos. Comercial geralmente considerado semelhante ao domiciliar. Público geralmente considerado semelhante ao domiciliar. Serviço de Saúde contém principalmente perigosos e não inertes. Industrial Pode conter perigosos, não inertes e inertes. Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários Pode conter perigosos, não inertes e inertes. Agrícola Principalmente não inertes (muita matéria orgânica) Resíduos da Construção Civil (RCC) ou Resíduos de Construção e Demolição ou Entulho Principalmente inertes. 2 Por Popucciolino - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=32392478 https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_s%C3%B3lido#/media/File:Diagrama_Res%C3%ADduos_S%C3%B3lidos.png Tipos de resíduos Responsável Domiciliar Prefeitura Comercial Prefeitura* Público Prefeitura Serviços de Saúde Gerador (hospitais etc.) Industrial Gerador (indústrias) Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários Gerador (portos etc.) Agrícola Gerador (agricultor) Entulho Gerador* *a prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg) e de acordo com a legislação municipal específica ou oferece alternativas como eco-pontos. http://agencia.sorocaba.sp.gov.br/taxa-de-coleta-de-lixo-considera-volume-produzido/ (*) 3 https://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2017/02/taxa- de-lixo-aumenta-mais-de-150-e-gera-reclamacoes-em-sorocaba.html CONAMA 358/2005 e ANVISA RDC 222/2018 (não só sólidos) RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Obrigatoriedade de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde pelos geradores que pode constar do licenciamento ambiental. O PGRSS deve prever separação na fonte, acondicionamento, transporte, transferência, tratamento e disposição final. A – risco biológico - agentes que podem apresentar risco de infecção B – risco químico - inflamáveis, corrosivos, reativos ou tóxicos C – radioativos D – equiparáveis aos domiciliares, exceção a doentes do isolamento e alguns casos de UTI (grupo A1.2) E – perfurocortantes ou escarificantes 4 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Obrigatoriedade do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que preveja a responsabilidade de todos os geradores e do Poder Público Municipal, o manejo e a disposição adequados de resíduos e o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou recicláveis no ciclo produtivo. Resolução CONAMA 307 de 2002 Classe A - tijolos, telhas, azulejos, argamassa, concreto etc. Classe B – Recicláveis – metais, plásticos, papéis e gesso* Classe C - ?* Classe D – Perigosos, incluindo telhas com amianto** * Resolução 431/2011 ; ** Resolução 348/2004 Resíduos Classe A – Cerâmicos Devem ser separados e moídos e utilizados como agregados na própria indústria da construção civil. Caso não seja possível, devem ser aterrados em aterros de resíduos inertes. Gesso (forros, molduras, acartonados) Também é material cerâmico (CaSO4 . ½ H2O), porém não é inerte. Calcinado após extraído, é umedecido na obra. Para reciclagem, desidratação é possível, mas improvável. Contaminantes e preço baixo complicam possibilidades de reaproveitamento (reciclagem, agricultura, cimento, moagem com classe A...). 5 Resíduos da construção civil são gerados Durante a obra (perdas de materiais ~ 20%); Demolição; Reforma. Reciclagem de Entulho em Belo Horizonte. Para enterrar, a Prefeitura cobra por caçamba. Se dentro da caçamba só tiver resíduo classe A, o caçambeiro podia deixar na usina de graça. Isso estimulou a separação dos resíduos, não necessariamente na obra. 6 ENTRADA DO BRITADOR INICIAL BRITADOR INICIAL 7 ACÚMULO DE MATERIAL BRITADO ENVIO AO CONJUNTO DE PENEIRAS 8 SÃO 4 PENEIRAS PARA A OBTENÇÃO DE MATERIAIS COM 4 GRANULOMETRIAS DIFERENTES 1 2 3 4 9 10 REJEITOS RADIOATIVOS CNEN-167/2014 “rejeitos” sólidos, líquidos e gasosos. (*) Obrigatoriedade de uma Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas que preveja o manejo e a disposição adequados dos rejeitos. São REJEITOS. Após tratamento, tornam-se RESÍDUOS. E qual o tratamento para rejeitos radioativos? AGUARDAR O DECAIMENTO RADIOATIVO https://mundoeducacao.bol.uol.com.b r/quimica/decaimento-radioativo- idade-terra.htm Meia-Vida Física (T1/2f) Tempo que uma substância radioativa leva para sofrer metade da desintegração possível Meia-Vida Biológica (T1/2f) Tempo para que metade da radioatividade absorvida por uma pessoa seja eliminada 11 Fellenberg, G. Introdução aos Problemas da Poluição Ambiental. São Paulo, Editora da USP, 1980, 195p. Isótopo Meia-Vida Física Tipo de Radiação Hidrogênio 3H (trítio) 12,3 anos β Carbono 14C 5.570 anos β Sódio 24Na 15 horas β e γ Fósforo 32P 14,2 dias β Enxofre 35S 87 dias β Potássio 42K 12,5 horas β e γ Cáclio 45Ca 153 dias β Estrôncio 90Sr 28 anos β Iodo 131I 8 dias β e γ Césio 137Cs 30 anos β Bário 137Ba 2,6 minutos γ Rádio 226Ra 1.620 anos α e γ Plutônio 239Pu 24.300 anos α e γ Urânio 235U 713.106 anos α e γ Urânio 238U 4,5.109 anos α e γ Isótopo Meia-Vida Física Meia Vida Biológica Estrôncio 90Sr 28 anos 50 anos Tecnécio 99mTc 6 horas 1 dia Iodo 131I 8 dias 140 dias Césio 137Cs 30 anos 200 dias Bário 140Ba 13 dias 200 dias Fe lle nb er g, G . I nt ro du çã o ao s Pr ob le m as d a Po lu iç ão A m bi en ta l. Sã o Pa ul o, E di to ra d a U SP , 19 80 , 1 95 p . Órgão Crítico Ossos Nenhum Tireoide Músculos Ossos https://www.chemistrylearner.com/technetium-99m.html (*) 12 Onde são gerados rejeitos radioativos? 1) Diagnósticos Utiliza radiofármacos como traçadores, emissores de raios Normalmente 99Tc-m, 131I, 67Ga – ossos, miocárdio, tireóide e pulmões 2) Tratamento – radioterapia Bombardeio externo (teleterapia) ou interno (braquiterapia) de tumores Raios X de alta energia, Raios (60Co) Próstata (125I, 103Pd), Mama (192Ir) Usinas nucleares; Centros de Pesquisa Relacionados; Hospitais e Clínicas que tenham atividades de Medicina Nuclear, para duas finalidades: Usinas nucleares https://w w w .researchgate.net/publication/281268922_M icrostructures_of_nickel- base_alloy_dissim ilar_m etal_w elds/figures?lo= 1& utm _source= google& utm _m edium = organic 13 Angra III Reator PWR – Fabricante alemã – GHH gmbh; Potência: 3765 MWt e 1350 MWe (eficiência térmica de 40%); Vida útil: 40 anos; Água é aquecida a 320oC e mantém-se líquida por 150 atm; Energia gerada em 60Hz e 25kV, transformada para 500 kV; Atualmente há 3 linhões – 2 para o RJ e 1 para SP; Com Angra 3 haverá um quarto, também para o RJ; Queima de diesel para Caldeira Auxiliar e de dois geradores de emergência – não serão operados continuamente; Captação de 60 m3/s de água do mar para refrigeração do circuito secundário; Despejo de 60m3/s de água 3-6oC mais quente que o rio no rio Piraquara de Fora. Usina de Angra III 14 Fonte: www.inb.gov.br Pastilhas de UO2 prontas Montagem do Elemento Combustível Rejeitos Radioativos Tratamento – esperar o decaimento (normalmente dez meias vidas). O que fazer? Encapsulamento do combustível sem serventia em vidro e/ou concreto, colocação em tambores de aço e depositados em geleiras, minas de sal abandonadas e no fundo dos oceanos (~6.000m). Rejeitos Sólidos – o grande problema (2.000 t/ano nos EUA) Um ano de funcionamento de usina de 1MWe - 2 m3 de “lixo“ nuclear ~4% do combustível exaurido contém elementos indesejáveis como Pu, Am e Cs. Disposição deve ser muito segura, pois tem que durar milênios. Decaimento gera calor (pode facilitar entrada de líquidos) 15 Decaimento inicial dos rejeitos do reator – piscina - resfriamento Encapsulamento em concreto e estocagem – rejeitos debaixo potencial radiativo (roupas, luvas...) Rejeitos de alto potencial radioativo (combustível exaurido) de Angra estão dentro da conteção (prédio do reator) Poluição do solo Poluição da Água * Água do reator (com trítio, do bombardeio do LiOH contido na água), quando necessita ser trocada. Adiciona-se LiOH para controlar o pH da água, pois coloca-se ácido bórico como moderador. “Piscinas” revestidas onde aguarda-se decaimento Injeção em poços de petróleo secos * Água de resfriamento – descarte em corpos d’água disposição do resíduo sólido em atividades de beneficiamento do minério
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