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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA CURSO DE AGRONOMIA FÍSICA DO SOLO PROF.: EMANUEL GOMES DE MOURA LUIS ALBERTO ROCHA RODRIGUES JUNIOR ESTRATÉGIAS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE SANTA RITA – MA São Luís – MA 2021 2 LUIS ALBERTO ROCHA RODRIGUES JUNIOR ESTRATÉGIAS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE SANTA RITA – MA Trabalho apresentado na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA como requisito para compor a 2ª nota avaliativa pela disciplina de Física do Solo no curso de Agronomia. Prof.º: Emanuel Gomes de Moura São Luís – MA 2021 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4 2. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 5 3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 5 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................. 6 5.1. Preparo da área .................................................................................................... 6 5.2. Estratégias para garantia de sustentabilidade .................................................. 6 5.3. Estratégia para garantir a produção continuada de biomassa ........................ 7 5.4. Estratégia para inverter o fluxo de carbono...................................................... 7 5.5. Estratégia para aumentar a fração estável da matéria orgânica .................... 7 5.6. Estratégias para manter os níveis adequados de soma de base ....................... 8 5.7. Estratégias para aumentar a disponibilidade de N via fixação biológica ....... 8 5.8. Estratégias para aumentar o uso de N biologicamente mediado ..................... 8 6. INTERPRETAÇÃO DE ANALISE DE SOLO E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO E CALAGEM.......................................................................................... 9 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 10 4 1. INTRODUÇÃO Agricultura e meio ambiente precisam caminhar juntos. Essa é uma máxima da qual não podemos nos desvencilhar. Com o crescimento populacional e o aumento da demanda por alimento e outros recursos naturais, a agricultura sustentável torna-se um tema que merece destaque na política ambiental. Agricultura sustentável envolve, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), fatores como conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, conservação ambiental e uso de técnicas apropriadas, economicamente viáveis e socialmente aceitáveis (SÃO PAULO, 2014). Com o advento da agroecologia, uma ciência relativamente recente, foram lançadas as bases para os estudos dos processos ecológicos no meio agrícola, levando em consideração todo o ambiente e não apenas partes do mesmo. De forma holística, a agroecologia traz para a agronomia os conceitos da ecologia, não só aplicados a pragas e doenças ou a quaisquer outros tópicos isolados, e sim ao que se pode chamar de agroecossistema. Dentre os princípios agroecológicos está a valorização do solo como um dos pilares da manutenção da vida, juntamente com a água e com a agrobiodiversidade. Quando um desses pilares é, de alguma forma, deteriorado, dá-se o empobrecimento e a insustentabilidade de um ambiente e, consequentemente, dos seres humanos que dele dependem. Por isso, a manutenção e a melhoria da fertilidade do solo são uma das prioridades da pesquisa em agroecologia. Nos sistemas agroecológicos, o manejo do solo prioriza práticas de rotação, sucessão e consórcio de culturas que adicionem matéria orgânica, por meio do uso de plantas de cobertura ou adubos verdes, associando-se essas práticas ao uso de fertilizantes orgânicos, ou mesmo organominerais, que forneçam nutrientes de forma adequada aos cultivos (ALCÂNTARA, 2017). Determinadas práticas de manejo do solo podem resultar na degradação dos sistemas agrícolas em médio e longo prazo (COSTA, 2016). O sistema de cultivo utilizado por pequenos agricultores, chamado de pousio, roça-de-toco ou coivara, constitui uma tradição milenar da maioria das populações indígenas, sendo assimilada pelas populações remanescentes de processos de colonização (SIMINSKI & FANTINI, 2007). O lado negativo e degradante da agricultura itinerante é intimamente associado aos efeitos deletérios da queima da vegetação nativa. Benéfica no curto prazo como anteriormente delineado, a queima causa perdas elevadas de nutrientes, notavelmente os 5 mais voláteis como N e S além disso, as emissões de CO2 e de N2O contribuem significantemente para o ‘efeito estufa’. No Maranhão, o uso intensivo do solo não pode ser recomendado, por causa de sua baixa capacidade de suportar cultivos intensivos e que, portanto, não são adequados para a instalação de projetos de Agricultura Familiar baseados na produção de culturas anuais, muito porque a população da região não dispõe de recursos financeiros e tecnológicos para substituir as práticas responsáveis pela degradação resultante da atividade agrícola (SILVA JUNIOR, 2009). 2. OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo apresentar alternativas para elevação da produção de maneira mais sustentável, aplicando práticas agroecológicas envolvendo conservação da fertilidade do solo e ciclagem de nutrientes em uma área no município de Santa Rita – MA. 3. METODOLOGIA O presente trabalho tem como campo experimental uma área de 1000 m2 com classe de solo caracterizada como ARGISSOLO VERMELHO AMARELO distrocoeso, originário de sedimentos da formação Itapecuru e localizada no município de Santa Rita – MA, com latitude 03º08'37" sul e a uma longitude 44º19'33" oeste, estando a uma altitude de 28 metros. Os resultados foram divididos em tópicos a fim de discutir e explanar estratégias de produção e desenvolvimento sustentável da área em questão, para isso, foi feito um prévio levantamento bibliográfico a fim de estruturar a discussão e abordar cada ponto em especifico. A Figura 1 apresenta o local em que o foi aplicado o experimento e baseado a discussão dos tópicos que serão posteriormente apresentados. https://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude https://pt.wikipedia.org/wiki/Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Longitude https://pt.wikipedia.org/wiki/Oeste https://pt.wikipedia.org/wiki/Altitude https://pt.wikipedia.org/wiki/Metros 6 Figura 1: Área para aplicação do experimento, Santa Rita - MA FONTE: PIMENTEL, 2021. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Preparo da área Á área em questão (Figura 1), apresenta uma vegetação em estágio primário de reconstrução, indicando que a mesma teria passado por um recém uso. Diante disso, o preparo da área tem início com retirada da vegetação utilizando a roçadeira ou fação, após isso, houve destocamento para facilitar a utilização e manejo no plantio. Os arbustos mais lenhosos tiveram o corte feito rente ao solo com posterior destoca. As leguminosas identificadas na área tiveram suas folhas e galhos picotados e depositados na área a fim de aumentar a biomassa no solo. A aplicação de calcário e recomendação de adubação na área foi feita seguindo as recomendações de análise de solo, além disso, antes do incremento da biomassa de alta e baixa qualidade no solo, foi feito a aplicação de gesso para ajudar na estabilização de matéria orgânica. O plantio foi disposto em aleias visandoa distribuição mais equilibrada na aplicação da biomassa e no plantio da cultura de interesse econômico. 5.2. Estratégias para garantia de sustentabilidade Para que a área possa se habituar a sustentabilidade, buscou-se pôr em pratica ao decorrer do experimento o uso de conceitos agroecológicos a fim de aumentar o tempo de uso da área com utilização de adubos verdes e consorciação de culturas para que se mantenha com altas taxas de ciclagem de nutrientes. Além disso, se entendeu que a não utilização do fogo poderia ser a melhor alternativa a fim de garantir maior taxa de 7 biomassa para a área no ato da roçagem e também, para diminuir a perca de carbono. Tais praticas visam estabilizar os níveis de matéria orgânica no solo afim de prolongar o tempo de uso do mesmo, com níveis maiores de soma de bases, umidade, baixo nível de resistência do solo e aumento da fertilidade do solo. 5.3. Estratégia para garantir a produção continuada de biomassa A estratégia para garantia de contínua aplicação de biomassa no solo foi a utilização de leguminosas com alta e baixa relação C/N, isso garanti um equilíbrio no fornecimento de níveis de N e C orgânico além de que, junto com o Ca disponibilizado pela anterior aplicação de gesso, ajuda na estabilidade de matéria orgânica. As leguminosas que apresentam alta qualidade e baixa qualidade, foram dispostas no sentido em que pudesse combinar os resíduos em matéria seca para melhor incorporar na área do plantio de interesse econômico, esta metodologia relacionada a combinação de leguminosas pode ser vista no trabalho de Sena et al. (2013). Esta pratica foi feita anualmente e no momento do plantio, afim de promover no solo uma incorporação de biomassa a longo e curto prazo. Além disso, com aplicação de adubação N mineral (Ureia) mais o auxílio do Ca, espera-se que os níveis de MO do solo se mantenham estáveis. 5.4. Estratégia para inverter o fluxo de carbono A decisão de não usar a queima para limpeza da área amostral junto com o deposito de palhada resultante do corte da vegetação que se fazia presente, já foi um ponto de partida para inversão do fluxo de Carbono. O uso de leguminosas de baixa qualidade que fornecem mais conteúdo lenhoso ao solo, ou seja, uma relação C:N elevada para aplicação de biomassa no solo combinado com o cálcio, também foi uma alternativa para que este fluxo desejado de carbono não seja perdido em forma de CO2 e favoreça o seu sequestro da atmosfera. Este novo manejo em uma área em estado de degradação, evitará a perca de carbono muito vista no manejo convencional, esta mudança traz consigo alternativas para que o fluxo de carbono se inverta e inicia-se então uma nova fase de recuperação, aumentando sua deposição no solo e elevando a produtividade da área. 5.5. Estratégia para aumentar a fração estável da matéria orgânica Consiste na incorporação de leguminosas de alta qualidade no momento do plantio e, também, com deposições anuais para que os níveis de MO sege maior ao decorrer do uso da área, junto com a aplicação de gesso para disponibilizar maiores níveis de Ca, que por sua vez, irá contribuir com a estabilidade da M.O, retardando o processo de decomposição, garantindo assim sua sustentabilidade, aumentando a estrutura do solo, 8 porosidade e taxa de infiltração da água. Esta estabilização se dá pela decomposição de matéria orgânica, promovendo seu acúmulo e persistência nos solos. Como a adição continuada de biomassa através das leguminosa favorece esse acumulo será necessário o aumento de cátions polivalentes no solo. Esses cátions polivalentes, como Ca (Proveniente da gessagem), Mg e Fe, interagem com grupos funcionais da M.O formando pontes de cátions. As ligações entre cátions polivalentes e grupos funcionais de matéria orgânica carregados negativamente não são facilmente reversíveis, e as superfícies de materiais orgânicos são menos acessíveis para atividade microbiana, facilitando o processo de estabilidade da M.O. 5.6. Estratégias para manter os níveis adequados de soma de base Os níveis de bases no solo que se considera adequados para os parâmetros de fertilidade ideais dependem de fatores que estão diretamente ligados à sustentabilidade e incorporação de práticas ecológicas no plantio, estas visam a estruturação geral do solo no que diz respeito a disponibilidade de nutrientes. Nesse sentido, as estratégias de aumento de MO orgânica com aplicação de biomassa junto com o Ca propicia para o solo maiores níveis de CTC para o sustento e utilização da área por várias vezes. Junto a isso, a aplicação de gesso combinado irá aumentar os níveis de bases disponíveis, isso impõe ao solo valores de soma de bases consideráveis para plantio da cultura principal, além de diminuir o uso de adubações minerais. 5.7. Estratégias para aumentar a disponibilidade de N via fixação biológica A fixação biológica de N vem trazendo grandes proveitos quando se referimos a disponibilidade de N em áreas de cultivo sem o uso de adubações minerais constantes. Dentro da área estudada, a estratégia a ser utilizada para fixar o N se dá justamente com o emprego das leguminosas, que além de exercer o papel de geradoras de biomassa para o solo, aumentam os níveis de N nele por meio da FBN. Com o uso perene destas leguminosas, o nitrogênio disponível perdurará por um bom tempo. 5.8. Estratégias para aumentar o uso de N biologicamente mediado Neste caso, o aumento do nível biológico de N será estreitamente exercido pela utilização das leguminosas que exercem um valor mais baixo na relação C:N, estas irão concentrar em sua região folear maiores níveis de nitrogênio, que por sua vez, ao ser fornecido ao solo por meio da aplicação de biomassa, fornecerá este N para a cultura desejável. 9 6. INTERPRETAÇÃO DE ANALISE DE SOLO E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO E CALAGEM Gessagem 6 t.ha-1 de gesso Calagem CTC potencial T = K + Ca + Mg + (Al+H) T = 1,8+11+4+19 = 35,8 cmolc/dm3 Saturação de bases V% = (1,8+11+4/35,8) * 100 = 47% Recomendação de calagem t.ha-1 de calcário = (V2 – V1)*T/PRNT t.ha-1 de calcário = ((70 – 47)*35,8)/100 = 0,82 t.ha-1 de calcário Adubação (Cultura de Interesse econômico – Milho) Adubação de plantio Produtividade esperada - 2-4 t.ha-1 N = 10 Kg.ha-1 – Ureia (44% de N) 100 Kg Ureia --- 44 Kg N X --- 10 Kg de N X = 23 Kg.ha-1 de Ureia P2O5 = 40 Kg.ha-1 – Super Simples (16% de P) 100 Kg de S.S. --- 16 Kg de P X --- 40 Kg de P X = 250 Kg.ha-1 de Super Simples K2O = 40 Kg.ha-1 – Cloreto de Potássio (58% de K2O) 100 Kg de C.K. --- 58 Kg de K2O X --- 40 Kg de K2O X = 69 Kg.ha-1 de Cloreto de Potássio Adubação de cobertura Produtividade esperada - 2-4 t.ha-1 10 N = 20 Kg.ha-1 – Ureia 100 Kg --- 44 Kg de N X --- 20 Kg de N X = 45 Kg.ha-1 de Ureia REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, F. A. de. Manejo Agroecológico do solo. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 28 p., 2017. COSTA, P.H. dos S. Resistencia do solo à penetração em diferentes sistemas de uso e manejo do solo. Trabalho de conclusão de curso – 2016, 38 p. SÃO PAULO. Cadernos de Educação Ambiental: Agricultura Sustentável. Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Meio Ambiente, 2014. SENA, V.G.L.; GALVÃO, F. dos S.; MARQUES, E.S.; SILVA, T.M.B.; COELHO, M. J.A.; MOURA, E. G. de. Efeito do manejo de um agrossistema do tópico úmido na produtividade da cultura do milho. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, Florianópolis – SC, 2013. SILVA JUNIOR, E. M. da. Eficiência de rizóbios para feijão caupi (Vigna unguiculata (l.) Walp) em áreas de agricultura familiar na pré-amazônia maranhense. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Maranhão, 2009. SIMINSKI, A. & FANTINI, A. C. Roça-no-toco:uso de recursos florestais e dinâmica da paisagem rural no litoral de Santa Catarina. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.3, p. 690-696, 2007.
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