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Programa minha EmPrEsa rural agroPEcuária sustEntávEl Neste curso, você conhecerá as principais questões relacionadas às bases conceituais da agropecuária sustentável, para que possa aplicar diferentes técnicas de desenvolvimento sustentável no seu negócio rural e conhecer os debates contemporâneos sobre o tema, no âmbito nacional e internacional. Bons estudos! Este curso tem 20 horas SENAR-GO 2016 Programa minha EmPrEsa rural AgropecuáriA SuStentável 2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR Informações e Contato Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar – Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093- 300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 – E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/ Programa minha EmPrEsa rural PresIdente do Conselho admInIstratIvo José Mário Schreiner tItulares do Conselho admInIstratIvo Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. suPlentes do Conselho admInIstratIvo Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. suPerIntendente Eurípedes Bassamurfo da Costa Gestora Rosilene Jaber Alves COORDENAÇÃO Fernando Couto de Araújo e Stella Miranda Menezes Corrêa Ficha técnica Iea - InstItuto de estudos avançados s/s Conteudista: Prof. Eng. Agro. Ms. Leonardo Diogo Ehle Dias tratamento de lInGuaGem e revIsão IEA – INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S dIaGramação e Projeto GráfICo IEA – INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 5 Agropecuária Sustentável módulo 3 SiStemAS de produção SuStentável O avanço da tecnologia no campo vem proporcionando maior aumento na produção agrícola mundial, seja ela voltada para o manejo das culturas, adubos, defensivos agrícolas, bioengenharia ou mesmo para a utilização de máquinas e implementos cada vez mais sofisticados. No entanto, a principal questão que permeia essa evolução no cenário é a maneira como essa tecnologia é desenvolvida, devido à utilização de insumos não renováveis. Surgem, então, discussões e estudos para compreender os problemas causados pelo modelo capitalista de agropecuária praticado no mundo. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 6 Agropecuária Sustentável Fonte: Shutterstock. O objetivo deste módulo é apresentar sistemas de produção sustentáveis, embasados em insumos renováveis e práticas integradas de manejo com menor potencial de dano ecológico e social. Para isso, ele é composto das aulas: • Aula 1 – Manejo sustentável do solo e técnicas de plantio • Aula 2 – Conservação e controle da produção agropecuária sustentável • Aula 3 – Recuperação de pastagens e mecanismo de desenvolvimento limpo Siga em frente e bons estudos! Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 7 Agropecuária Sustentável aula 1 mAnejo SuStentável do Solo e técnicAS de plAntio O solo e a água são os bens mais preciosos para a humanidade com os quais não seria possível a sobrevivência no planeta. O solo é nossa base de sobrevivência, onde vivemos, pisamos, moramos e também construímos nossas casas, estradas etc. Ele também é a base para a produção de grande parte dos nossos alimentos (cereais, frutíferas, verduras e legumes e animais). A água, não menos importante, faz parte de mais de 70% no nosso corpo e se caracteriza como solvente universal. Sem ela não existiríamos, não produziríamos nem comeríamos. Esses recursos são fundamentais para a sobrevivência humana e é necessário que desenvolvamos uma percepção da importância de utilizar, manejar e conservar esses recursos nas atividades agropecuárias. Ao final desta aula, você será capaz de: • Identificar e aplicar perante as situações as práticas mais indicadas para o manejo e a conservação do solo e da água, assim como direcionar sistemas de irrigação mais eficientes no uso da água. • Analisar a situação do solo quanto a suas características físicas e químicas e seu estado de conservação e uso. • Aplicar técnicas de preparo mínimo, plantio direto, cobertura, rotação, integração de culturas. Siga em frente e boa aula! Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 8 Agropecuária Sustentável téCnICas adequadas no manejo e uso do solo e da áGua Existem diversas práticas que podem ser implementadas no uso e manejo correto do solo e da água, visando à maior produtividade dos agroecossistemas e à preservação dos recursos naturais. Primeiramente, a cobertura do solo constitui a forma mais simples e uma das mais eficientes de preservar o solo e a água, visto que, em condições naturais, não observamos a degradação dos ambientes devido à presença de vegetação sobre o solo. Fonte: Shutterstock. Após a supressão da vegetação nativa pelo uso do fogo e derrubadas, ocorre então a degradação do ambiente, primeiramente o solo e consequentemente a água. Essa cobertura evita os efeitos negativos, principalmente da erosão. Podemos assim, em áreas ocupadas com atividade agropecuária, manter sempre o solo coberto por plantas de cobertura que pode ser a pastagem, no caso de criação de animais, por exemplo, cuidando sempre para que haja boa produção de biomassa para a cobertura do solo. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 9 Agropecuária Sustentável ExEmPlo No caso das áreas agrícolas, por exemplo, podemos utilizar os chamados adubos verdes caracterizados, principalmente, por leguminosas. Esses adubos, além de proteger o solo da erosão, realizam a ciclagem dos nutrientes por apresentarem raiz pivotante, que ocupa porções mais profundas do solo e ainda realiza a fixação biológica do nitrogênio atmosférico fornecendo para as futuras culturas implantadas. Além destas vantagens, as plantas de cobertura evitam o aumento da temperatura do solo, servem de alimento para o homem e os animais, evitam a perda de água no solo e favorecem a microbiologia do solo, ou seja, aumentam a vida no solo. Para que as plantas de cobertura possam ser produtivas e exercer a conservação do solo da maneira desejada, outras técnicas devem ser aliadas, como correção do solo com calagem e adubação (preferencialmente orgânica), para que as plantas se desenvolvam bem. Construção de curvas de nível e terraços também são importantes na conservação do solo e da água, evitando o escorrimento da água, que pode evoluir para erosões. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 10 Agropecuária Sustentável Você percebeu como tudo parte da análise inicial do ambiente em questão? Essa avaliação é fundamental para que seja feita a escolha correta das espécies e a época certa de implantação, sejam elas de interesse agropecuário ou não. Este seria apenas o primeiro passo no manejo sustentável dos recursos, manter sempre o solo coberto para evitar a degradação. Diversas outras práticas de cultivo ainda podem ser empregadas, visando à produção sustentável, como plantio direto, cultivo mínimo, rotação de cultura, consórcios, integração entre agricultura, pecuária e floresta e irrigação que veremos a seguir. Até logo, Lúcia. Projetos de IrrIGação e análIse do PerfIl do solo A irrigação é uma prática de suma importância no aumento da produtividade das culturas, principalmente nas regiões mais secas. No entanto, apesar de gerar renda para o produtor, deve-se fazer o uso racional da água destinada à irrigação e contribuir para a preservação do meio ambiente, tornando essa técnica sustentável e rentável. Existem vários métodos de irrigação, desde os mais sofisticados, como o controle de automação, até as mais rudimentares. Entre os tipos de irrigação, confira a seguir os três mais importantes. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 11 Agropecuária Sustentável Aspersão É realizada pela impulsão de jatos de água em direçãoà cultura, imitando a ação da chuva. É um dos tipos de irrigação mais utilizados para várias culturas e pastagens. Para ser utilizado, deve-se ter disponível um local de captação de água (córrego, poço, açude etc.), conjunto de motobombas que impulsionará a água, tubos que conduzirão a água e os conjuntos de aspersores. Fonte: Shutterstock. Esse sistema é vantajoso pela possibilidade de utilizar água “suja”, desde que não tenha material em suspensão, como areia. No entanto, é um processo que tem como desvantagem a utilização excessiva e a perda de água por evaporação e o molhamento das folhas das plantas, favorecendo a instalação e a proliferação de patógenos (fungos e bactérias causadores de doenças). Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 12 Agropecuária Sustentável Gotejamento Na irrigação por gotejamento a água é direcionada em pequenas porções na base da planta, próximo às raízes, o que favorece a economia de água, pois ela é fornecida no local certo e em quantidades mais precisas. Fonte: Shutterstock. É um sistema que permite ainda o uso da fertirrigação (adubação via irrigação). Ele é implantado em superfície, mas que pode ser feito de forma subterrânea, abaixo da superfície do solo. No entanto, exige maior investimento inicial, mão de obra qualificada e água de qualidade. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 13 Agropecuária Sustentável Sulcos Temos também o mais rudimentar sistema, realizado por sulcos que conduzem a água pela ação da gravidade. É uma técnica limitada às diferenças de altitude no local e que requer grandes quantidades de água para sua alimentação. Assim como o sistema aspersão, gera menor aproveitamento da água. Fonte: Shutterstock. Para que um sistema seja eficiente, cabe ao produtor buscar informações relacionadas ao cultivo e às condições edafoclimáticas, pois clima e solo são fatores de extrema importância quando se trata de analisar o método mais apropriado para realizar a irrigação. AnAliSAndo o perfil do Solo O solo é a base para a produção de alimentos no mundo. Para tanto, é necessário conhecer essa estrutura da qual o produtor agropecuário tira seu sustento. Ele é formado a partir da degradação da rocha matriz Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 14 Agropecuária Sustentável pelos agentes intempéricos, como vento, água e microrganismos. Esse processo de formação é constante e varia de região para região, em relação à clima, ao tempo, ao relevo, ao material de origem e aos microrganismos. Após essa degradação, a porção intemperizada da rocha, juntamente com a matéria orgânica, inicia a formação do perfil do solo. À medida que esse processo ocorre, o perfil do solo fica cada vez mais profundo e definido em camadas. O solo é formado por três minerais: areia, silte e argila. E é essa composição que define e classifica os solos, juntamente com outras características. Esses três minerais ocupam de 45 a 50% do solo aproximadamente, o restante se constitui de água (25%), ar (25%) e matéria orgânica. O perfil do solo é dividido em horizontes, conforme imagem a seguir. É o horizonte com predominância de restos orgânicos.O É o horizonte mineralógico escurecido pela matéria orgânica.A É o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é formado pela acumulação de argila e também de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio. B É a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado também de saprólito. C Rocha Mãe Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 15 Agropecuária Sustentável Conhecer essas informações básicas, entre outras a respeito do solo, é de suma importância para a produção agropecuária, visto que elas definem características como a resistência aos processos erosivos, a capacidade produtiva, a retenção de água e a profundidade. Elas também determinam a melhor forma de manejo a ser adotada. Portanto, identificar o tipo de solo e as suas características mineralógicas (quantidade de areia, silte e argila) são parâmetros importantíssimos na adequação do manejo a ser implantado. téCnICas de PreParo mínImo, PlantIo dIreto, Cobertura, rotação, InteGração de Culturas Até este momento, você estudou algumas estratégias que podem auxiliar o agricultor a implementar em sua propriedade modelos de agropecuária sustentável, muitos deles embasados na agroecologia. Entre essas técnicas, temos o cultivo ou o preparo mínimo, que consiste em um sistema no qual se utiliza menor mobilização do solo quando comparado ao sistema convencional. Os trabalhos de preparo do solo tanto podem ser realizados no verão quanto no final do inverno e início da primavera, desde que ocorram com uma antecedência mínima que permita a formação de uma cobertura vegetal. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 16 Agropecuária Sustentável Temos também o plantio direto, que é um sistema de semeadura no qual a semente é colocada diretamente no solo não revolvido. Abre- se um pequeno sulco (ou cova) de profundidade e largura suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o solo. O controle de plantas daninhas antes e depois do plantio direto é geralmente feito com herbicidas. O desenvolvimento inicial do plantio direto se fundamenta em três princípios básicos: • a mínima movimentação do solo; • a permanente cobertura do solo; • a prática de rotação de culturas. Esses fundamentos viabilizam o objetivo principal do plantio direto, que é a conservação do solo, pois protegem o mesmo da ação das chuvas, evitam o aquecimento do solo e impedem a perda excessiva de água para o ambiente como já vimos anteriormente ao falarmos de plantas de cobertura. Fonte: Shutterstock. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 17 Agropecuária Sustentável A técnica da rotação de culturas, que faz parte do sistema plantio direto, é uma aliada do agricultor, pois auxilia diretamente no controle de pragas, doenças e plantas daninhas nos ambientes agrícolas. O rotacionamento de plantas de famílias diferentes “quebra” o ciclo dos patógenos e pragas que, na ausência da planta hospedeira, reduz ou paralisa sua reprodução. No caso das plantas daninhas, o solo sempre ocupado por culturas reduz os espaços para seu crescimento além do que ocorre também a rotação dos herbicidas utilizados, fazendo o controle das variadas plantas encontradas no local. Outro benefício dessa prática é adoção de plantas que exploram diferentes profundidades de solo, realizando a ciclagem e o melhor aproveitamento dos nutrientes. Outro sistema que vem ganhando espaço na agropecuária, por seu potencial de conservação e produção sustentável, é a integração de culturas. Um exemplo é a adoção de consórcios, culturas intercalares e também integração de culturas e animais. No caso da integração lavoura-pecuária, por exemplo, estão sendo abordados seus benefícios em relação ao seu potencial de ‘sequestro de carbono’, ou seja, prática que retira o carbono da atmosfera e o transforma em matéria orgânica no solo. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 18 Agropecuária Sustentável Chegamos ao final da Aula 1 do Módulo 3. Nesta aula, você identificou as situações práticas mais indicadas para o manejo e conservação do solo e da água, assim como os sistemas de irrigação mais eficientes no uso da água. Analisou a situação do solo em relação às suas características físicas e químicas e ao seu estado de conservação e uso. Por fim, identificou técnicas de preparo mínimo, plantio direto, cobertura, rotação, integração de culturas. Até logo, Lúcia. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 19 Agropecuária Sustentável aula 2 conServAção e controle dA produção AgropecuáriA SuStentável Você sabia que a maioria das práticas de produção e tratamento de resíduos que são utilizadas pelo ser humano ferem os princípios ecológicos da natureza? E cabe a nósobservarmos, refletirmos e tomarmos a decisão a respeito do futuro da produção e do consumo no mundo. É possível aliar tecnologia, desenvolvimento econômico e preservação dos ecossistemas, convivendo em sintonia e cooperação, utilizando menos e reaproveitando mais os recursos disponíveis. Ao final desta aula, você será capaz de: • Identificar as características da agricultura orgânica e compostagem. • Analisar os 8 Rs: refletir, reduzir, reutilizar, reciclar, respeitar, reparar, responsabilizar-se e repassar. • Utilizar técnicas de controle natural de pragas e doenças. • Comparar técnicas de tratamento de resíduos e de geração de energia sustentável. • Aplicar noções de permacultura e das ecovilas. Siga em frente e boa aula! Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 20 Agropecuária Sustentável CaraCterístICas da aGrICultura orGânICa e ComPostaGem A agricultura orgânica é uma das alternativas para a produção de alimentos de maneira sustentável. Ela é um sistema de produção agrícola caracterizado pelo emprego de técnicas totalmente naturais de cultivo, sem o uso de produtos químicos, como fertilizantes, defensivos agrícolas e outros. O objetivo é garantir uma produção eficiente de alimentos sem comprometer a saúde de quem os consome e manter a conservação dos solos e da natureza em geral. Existem quatro princípios básicos da agricultura orgânica, sendo eles: respeito à natureza; diversificação de culturas; independência entre os sistemas produtivos; e o solo como um organismo vivo. A seguir, analise o que diz cada um desses princípios. Respeito à natureza Respeito à natureza, considerando a necessidade de se preservar os solos, os recursos naturais, os animais etc. Diversificação de culturas Diversificação de culturas com a preocupação de desenvolver a diversidade de produtos cultivados, tanto para equilibrar o solo quanto para garantir variedade. Independência entre os sistemas produtivos Independência entre os sistemas produtivos de modo a separar a produção agrícola dos sistemas industriais e comerciais, ao contrário da agricultura mecanizada. O solo é um organismo vivo O entendimento de que o solo deve ser preservado, incluindo a manutenção de seus nutrientes, micro- organismos e seres vivos em geral. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 21 Agropecuária Sustentável A seguir, analise os principais procedimentos utilizados na agricultura orgânica. Adubação verde, técnica de enriquecimento do solo pelo uso de leguminosas sobre a superfície, onde elas entram em decomposição e fornecem compostos naturais que ajudam na fertilidade, principalmente o nitrogênio. Adubação orgânica, o uso de materiais, como esterco de origem animal e outros. Utilização de chorume e estercos líquidos curtidos, desde que estes não sejam tratados quimicamente. Emprego da técnica da minhocultura, que permite maior nutrição e enriquecimento do solo, além de sua porosidade. Uso comedido e racional da água. Emprego de rochas e minerais moídos para obter enriquecimento de nutrientes ou para correção da acidez dos solos. Uma das técnicas utilizadas na agricultura orgânica é a compostagem, a qual consiste no processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 22 Agropecuária Sustentável Fonte:Shutterstock A compostagem é um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, gerando um composto orgânico, que é um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita e evitando o uso de fertilizantes sintéticos. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 23 Agropecuária Sustentável A seguir, analise o passo a passo da compostagem. Escolha um lugar sombreado, de fácil acesso e, preferencialmente, sobre a terra, de modo a manter contato mais íntimo com a vida do solo. Coloque primeiro o material graúdo (o mais adequeado é o de poda de árvores e cercas vivas, devidamente picado) até uma altura de 20 cm. Reduza o tamanho do material, picando ou rasgando. Acrescente outros resíduos de jardim e de cozinha, evitando porém, a formação de camadas nitidamente diferenciadas de um único tipo de material. Depois de colocar o material, recubra com uma camada de grama, palha, folhas de bananeira, de palmeira ou folhagem para protegê-lo tanto do ressecamento quanto de chuvas fortes, conservando-lhe a umidade e o calor. Mantenha o material solto e fofo. Molhe sempre que necessário para manter a umidade, mas lembre-se que não deve ficar muito úmido. Avalie a temperatura usando um termômetro de haste longa, uma barra de ferro ou colocando a mão no interior do monte. Se for possível suportar o calor da barra ou do composto, a temperatura está boa, mas se é praticamente impossível segurar a barra ou manter a mão no monte, é preciso resfriá-la. Fonte: Recicloteca (2016). Atenção São necessários cuidados especiais com os fatores umidade, temperatura e aeração do composto. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 24 Agropecuária Sustentável Siga em frente para conhecer os 8 Rs da sustentabilidade. 8 rs: refletIr, reduzIr, reutIlIzar, reCIClar, resPeItar, reParar, resPonsabIlIzar-se e rePassar Atualmente, existem oito conceitos sobre a sustentabilidade que nos levam a pensar e agir mediante às ideias de convivência, respeito e preservação. Esses conceitos são conhecidos como os “8 Rs da Sustentabilidade”. A seguir, analise o que diz cada um deles. Reflita antes de agir, pois qualquer ato de consumo causa impactos no planeta. Procure potencializa os impactos positivos e minimizar os negativos. 01 Refletir Reduza o consumo, principalmente daquilo que é desnecessário. Evite desperdícios de produtos, serviços, água e energia. 02 Reduzir Extraia o máximo dos recursos que você já tem. Não compre por impulso e reutilize o que ainda pode ser reutilizado. Invente, inove, encontre outra finalidade para itens já adquiridos. Este atua em conjunto com o Reutilizar. Não jogue itens que podem ser consertados fora. Tente recuperá-los e reutilizá-los. 03 Reutilizar 06Reparar Exercite a sua responsa- bilidade em relação à conservação do planeta. Em relação à agropecuá- ria, produza com responsabilidade econômica, social e ambiental. 07 Responsa- bilizar-se Você sabia que mais de 800 mil famílias brasileiras vivem da reciclagem? Separe o seu lixo, descarte o lixo corretamente, entregue em pontos de coleta seletiva etc. 04 Reciclar O respeito é a base para convivência. Respeite a si mesmo, o seu trabalho, as pessoas, os animais e o meio ambiente. 05Respeitar Compartilhe informações sobre práticas de consumo consciente e de preservação do ambiente. Na agropecuária, a capacitação e o conhecimento são fundamentais para a produção sustentável. Sendo assim, compartilhe o conhecimento. 08Repassar Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 25 Agropecuária Sustentável Siga em frente para conhecer técnicas utilizadas na agropecuária sustentável. téCnICas utIlIzadas na aGroPeCuárIa sustentável Até o presente momento, estudamos várias técnicas voltadas à produção agropecuária sustentável, principalmente para o manejo do solo e conservação dos agroecossistemas. Neste tópico, você estudará algumas práticas a serem adotadas no controle de pragas e doenças de forma natural/biológica, visto que pragas e doenças causam grandes perdas na produção. Também estudará algumas técnicas para tratamento de resíduos e de geração de energia sustentável, assim como o funcionamento da permaculturae de ecovilas. téCnICas de Controle natural de PraGas e doenças O Manejo Integrado de Pragas (MIP) vem sendo implantado com sucesso, assim como o Manejo Integrado de Doenças (MID). Esses modelos constituem de um plano de medidas voltado para diminuir o uso de defensivos agrícolas na produção convencional, buscando otimizar a utilização desses produtos no sistema. No entanto, os defensivos agrícolas ainda fazem parte desses modelos de manejo. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 26 Agropecuária Sustentável Fonte: Shutterstock. Os métodos agroecológicos buscam aplicar o princípio da prevenção, que fortalece o solo e as plantas por meio da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente, promovendo assim o controle natural das pragas e doenças. Seguindo essa lógica, o controle é realizado com medidas preventivas, tais como: • plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região; • uso da adubação orgânica; • consorciação de culturas e manejo seletivo do mato; • rotação de culturas e adubação verde; • cobertura morta e plantio direto, • plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e às doenças; • diminuição da erosão do solo; • uso de adubos minerais pouco solúveis admitidos pela Instrução Normativa; Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 27 Agropecuária Sustentável • uso de plantas que atuem como “quebra ventos” ou como “faixas protetoras”; • nutrição equilibrada das plantas com macronutrientes e micronutrientes; • conservação dos fragmentos florestais existentes na região. As práticas aplicadas de manejo devem seguir alguns cuidados, como: Reconhecimento das pragas-chave da cultura Consiste em identificar qual o organismo que causa maior dano à cultura. Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura Diversos insetos, fungos e bactérias podem atuar beneficamente como agentes de controle biológico das principais pragas e doenças, auxiliando no manejo. Amostragem da população dos organismos prejudiciais Monitorar a presença das pragas por meio da contagem de ovos, larvas e organismos adultos (no caso de insetos), ou da vistoria das plantas (% de dano em caso de doenças fúngicas ou bacterianas). É uma atividade obrigatória para que o produtor saiba quando agir e o faça de modo a promover o equilíbrio ecológico de todo o sistema de produção. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 28 Agropecuária Sustentável Escolher e utilizar as táticas de controle O controle biológico de insetos é definido como a ação de inimigos naturais sobre uma população de praga, a fim de mantê-la em uma densidade populacional que não cause danos econômicos à cultura. Esta pode ser por meio dos seguintes controles: • Controle biológico natural – visa tornar o agroecossistema mais parecido com o meio ecológico possível, onde o equilíbrio entre as espécies de inimigos naturais e organismos-praga irão proporcionar o controle da população. Busca-se também favorecer o inimigo natural na relação. • Controle biológico aplicado – envolve a interferência do homem e funciona no sentido de incrementar as interações antagônicas que ocorrem entre os seres vivos na natureza. Nesse caso, são inseridos inimigos naturais nos ambientes agropecuários, visando reduzir a população de organismos pragas. Entre eles, temos insetos predadores e patogênicos (causam doença nos organismos-praga). São organismos que reduzem a produção das culturas ao atacá-las, são transmissores de doenças (principalmente viroses) e reduzem a qualidade dos produtos agrícolas. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 29 Agropecuária Sustentável Atenção Existe também a aplicação de produtos naturais, produzidos industrialmente (ex: os inseticidas a base de Bacillus thuringiensis) ou produzidos artesanalmente (ex: extratos de plantas como nim, fumo etc.). Podemos concluir então que o controle natural de pragas e doenças pode ser feito tanto de forma preventiva quanto curativa. téCnICas de tratamento de resíduos e de Geração de enerGIa sustentável Energia sustentável é aquela que é gerada e fornecida de modo a atender as necessidades atuais, porém sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas necessidades. As principais fontes de energia sustentável são as renováveis e limpas, com nenhum ou muito pouco índice de geração de CO2 (dióxido de carbono) e outros gases do efeito estufa. Com os problemas associados à crise energética e ao aquecimento global, vários países têm investido montantes significativos em tecnologias e projetos para o aproveitamento do biogás produzido em estações de tratamento de esgotos. Resíduos poluidores podem ser utilizados como fonte de energia em estações de tratamento e geração de energia renovável. Considerando- se a geração de energia, aliado ao tratamento destes resíduos, soma- se dois fatores importantes: a energia gerada e o grande volume de resíduos que foram tratados, evitando-se assim a poluição. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 30 Agropecuária Sustentável Um terceiro produto a ser mencionado de interesse agropecuário é o substrato resultante do processo de biodigestão, o biofertilizante. Podemos dizer que a biodigestão é uma reciclagem natural, onde as moléculas maiores serão quebradas até se tornarem moléculas menores se apresentando então como fase líquida e fase gasosa. ExEmPlo Com uma biodigestão controlada obtém-se um excelente biofertilizante agrícola que pode contribuir com a produção de alimentos, considerando-se o grande volume produzido. Além desta tecnologia mais voltada ao campo, temos também diversas formas de produzir energia. A seguir, conheça algumas delas. Hidroeletricidade (gerada em usinas hidrelétricas) – energia gerada por meio da força que a água impõe sobre as turbinas ligadas a geradores. Tem como desvantagem o represamento de grandes áreas, gerando impactos ambientais. Energia das marés – as águas do mar movimentam uma turbina que aciona um gerador de eletricidade, em um processo similar ao da energia eólica. Não existe tecnologia para exploração comercial. França, Inglaterra e Japão são os pioneiros na produção. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 31 Agropecuária Sustentável Energia solar – proveniente do sol, é captada por painéis solares e transformada em energia elétrica ou mecânica. É utilizada, principalmente, em residências para o aquecimento da água. Energia eólica – é aquela gerada pelo vento. Para sua captação, grandes turbinas (aerogeradores), em formato de catavento, são colocadas em locais abertos e com boa quantidade de vento. Pode ser utilizada em residências, indústrias, fazendas etc. Energia geotermal – é aquela gerada pelo calor proveniente do interior da Terra. Na usina geotérmica, esse calor é transformado em eletricidade. Sua produção deve ser feita por meio de rigoroso controle técnico, pois pode provocar instabilidade geológica caso seja realizada de forma inadequada. Biomassa – é a energia proveniente da matéria orgânica (esterco, madeira, resíduos agrícolas, restos de alimentos) produzida em determinada área de um terreno. Essa matéria orgânica gera gases que são transformados em energia nas usinas específicas. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 32 Agropecuária Sustentável noções de PermaCultura e das eCovIlas A permacultura, também denominada cultura ou agricultura permanente, é constituída pelo desenvolvimento harmonioso da paisagem e das pessoas. A filosofia da permacultura é trabalhar em prol da natureza, cuidar da terra, das pessoas e da partilha. É uma ciência que visa estabelecer conexões entre os elementos, semelhante ao que acontece nos ecossistemas, ciclando e reaproveitando todos os recursos. A seguir, conheça a representação da flor da permacultura. PERMA- CULTURA ESPAÇO CONSTRUÍDO FERRAMENTAS E TECNOLOGIACULTURA E EDUCAÇÃO SAÚDE E BEM-ESTAR ECONOMIA E FINANÇAS POSSE DA TERRA E COMUNIDADE MANEJO DA TERRA E DA NATUREZA Fonte: Os fundamentos da permacultura (2007). Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 33 Agropecuária Sustentável Essa ciência traz os conceitos de observar e interagir, captar e armazenar energia, obter rendimento, praticar a autorregulação, utilizar recursos renováveis, não produzir desperdícios, integrar em vez de segregar, usar soluções pequenas e lentas, valorizar a diversidade e adaptar-se ao meio e não mudá-lo para a nossa conveniência. Geralmente, a permacultura é uma técnica praticada dentro das ecovilas. O conceito das ecovilas é baseado na ideia de convívio ecológico, ou seja, intervir o mínimo possível no ciclo natural do ambiente. Consiste em valorizar os recursos locais, produzir o próprio alimento, consumir o mínimo possível e apenas o necessário. Chegamos ao final da Aula 2 do Módulo 3. Nesta aula, você estudou as características da agricultura orgânica e da compostagem; analisou os 8 Rs da sustentabilidade; identificou as técnicas de controle natural de pragas e doenças; comparou as técnicas de tratamento de resíduos e de geração de energia sustentável; e adquiriu noções sobre permacultura e ecovilas. Até logo, Lúcia. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 34 Agropecuária Sustentável aula 3 recuperAção de pAStAgenS e mecAniSmo de deSenvolvimento limpo Como vimos anteriormente, o Brasil possui grande parte de suas áreas de pastagem em estágio de degradação (do moderado ao grave), o que reduz substancialmente a produção animal no país. Para sanar esses problemas, o governo investe em incentivos e as instituições de ensino e pesquisa em conhecimento técnico, visando implantar modelos de produção que viabilizem a recuperação dessas áreas e/ou aumentem a viabilidade das pastagens no país. Fonte: Shutterstock. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 35 Agropecuária Sustentável Além da recuperação dessas áreas, busca-se implantar modelos com aptidão variada de renda, aumentando a eficiência econômica da agropecuária brasileira. Ao final desta aula, você será capaz de: • Identificar e aplicar técnicas para recuperação de pastagens degradadas. • Avaliar sistemas de integração pecuária-lavoura e integração pecuária, lavoura floresta e pastejo rotacionado. • Identificar técnicas para recuperação de áreas degradadas. • Analisar a relação entre o plantio de florestas e o mercado de créditos de carbono, papel, energia etc. • Identificar as características dos projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) para o mercado internacional. Siga em frente e boa aula! téCnICas Para reCuPeração de PastaGens deGradadas O Brasil tem aproximadamente 180 milhões de hectares de pastagens, dos quais mais da metade está em algum estágio de degradação, sendo uma boa parte já em estágio avançado. Esse fato ocorre devido aos sérios erros de manejo de plantas forrageiras, ao abuso da frequência e da intensidade de pastejos e à utilização de superpastejo. Quando a atividade atinge esse estágio, as pastagens se encontram degradadas, caracterizadas por grandes áreas de solos expostos, plantas daninhas, erosão no solo, sinais evidentes de deficiência nutricional nas plantas e nos animais, menor taxa de crescimento das plantas, mudança do hábito de crescimento das plantas e baixa produtividade. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 36 Agropecuária Sustentável Fique atento, pois quando as áreas de pastejo estão degradadas é necessária uma tomada de decisão para reversão do problema. Para isso, você pode escolher a reforma ou a recuperação dos pastos degradados. Em muitas ocasiões, a tomada de decisão sobre os caminhos de um processo é muito mais importante do que a sua própria execução. Até logo, Lúcia. Reformar uma pastagem consiste em eliminar a população de plantas existentes em determinada área, por meio de preparo do solo ou de herbicidas dessecantes, quando se visa implantar nova espécie forrageira, quer via plantio direto, semeadura convencional ou mesmo plantio por mudas. Recuperar uma pastagem consiste em “aproveitar” a população de plantas existentes e empregar técnicas que promovam a recuperação daquela pastagem degradada, processo que elimina os gastos com preparo do solo e aquisição de sementes, fato que explica o menor custo da recuperação. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 37 Agropecuária Sustentável A recuperação das pastagens, quando for possível adotá-la, é uma prática viável, tanto técnica quanto economicamente. Infelizmente, não é toda pastagem degradada que aceita a recuperação, uma regra prática adotada é que, na pastagem, não devem existir áreas com mais de 2 m2 sem a presença da forrageira principal. Algumas técnicas têm sido indicadas para a recuperação dos pastos degradados, como a utilização do sistema de pastejo rotacionado, calagem e recomposição de fertilidade, o plantio de leguminosas nas áreas degradadas, a utilização de grade pesada, a ressemeadura da planta forrageira associada com plantio de uma cultura anual, a vedação por longos períodos de tempo, a integração lavoura-pecuária, entre outras. InteGração lavoura-PeCuárIa (IlP) A integração lavoura-pecuária é a diversificação, rotação, consorciação ou sucessão das atividades agrícolas e pecuárias dentro da propriedade rural de forma planejada, constituindo um mesmo sistema, de tal maneira que há benefícios para ambas. Viabiliza a intensificação no uso do solo, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de fibras, de lã, de carne, de leite e de agroenergia a custos mais baixos devido ao sinergismo que se cria entre a lavoura e a pastagem. Por sua vez, o agricultor demandará investimentos consideráveis em cercas e animais. Durante as etapas de conversão da propriedade ou parte dela para o sistema de integração lavoura-pecuária (SILP), o proprietário deverá ir se qualificando, pois o gerenciamento se torna mais complexo. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 38 Agropecuária Sustentável Fonte: Shutterstock / Vaca na plantação de milho colhido. O sistema se fundamenta na produção consorciada de culturas de grãos, especialmente o milho, o sorgo ou o milheto com forrageiras tropicais, principalmente as do gênero Brachiaria e Panicum, no sistema de plantio direto, em áreas de lavoura com solo parcial ou devidamente corrigido. Ex E m p lo Um exemplo de utilização desse sistema é a cultura do milho. Ela apresenta grande performance de desenvolvimento inicial, exercendo, com isso, alta competição sobre as forrageiras e evitando redução significativa nas suas capacidades produtivas de grãos. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 39 Agropecuária Sustentável As espécies forrageiras comumente utilizadas apresentam elevadas taxas de crescimento. Por isso, a redução do crescimento das forrageiras deve ser considerada para que o consórcio tenha êxito, com produtividades de grãos equivalentes ao sistema solteiro. Estratégias como retardar a emergência da forrageira, uso de doses reduzidas de herbicidas e populações adequadas das espécies em consórcio são fundamentais para que a área foliar da cultura do milho se sobreponha à das forrageiras ao longo do ciclo. InteGração lavoura-PeCuárIa-floresta (IlPf) Aliar adequação ambiental com a valorização do homem, aumento da produção e viabilidade econômica da atividade agropecuária. Essa é a proposta da integração lavoura-pecuária-floresta, conhecida como ILPF, uma das mais importantes estratégias de produção agropecuária sustentável. A tecnologia consiste na diversificação e integração dos diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro de uma mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação, de forma que haja benefícios para todas as atividades.A ILPF pode ser adotada por produtores rurais de todo o país, independentemente do tamanho de suas propriedades. Ela pode ser dividida em quatro modalidades de integração: lavoura-pecuária ou agropastoril; pecuária-floresta ou silvipastoril; lavoura- floresta ou silviagrícola e lavoura-pecuária-floresta ou agrossilvipastoril, a mais completa de todas. Geralmente, nos dois primeiros anos são cultivadas lavouras intercalares às árvores, estabelecendo um sistema lavoura-floresta (agroflorestal). Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 40 Agropecuária Sustentável No segundo ano, o pasto já pode ser implantado consorciado com a lavoura. Nesse caso, a lavoura deve ser de milho ou de sorgo, que suportam bem esse consórcio. Fonte: Shutterstock / Imagem representando integração lavoura-pecuária-floresta. À frente, pecuária. Ao fundo, lavoura e floresta. A utilização do pasto implantado juntamente com lavoura no segundo ano deve ter início após a recuperação do mesmo, depois da colheita do cereal. Como as árvores ainda não estão suficientemente desenvolvidas, até o segundo ano após o plantio, é recomendável usar animais mais leves, especialmente no caso de bovinos para pastejo, pois animais maiores podem ocasionar quebra de árvores. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 41 Agropecuária Sustentável Pastejo rotaCIonado O pastejo rotacionado é um sistema racional de manejo de pastagem que preconiza a divisão da área de pasto em várias parcelas, no qual são fornecidos água, sal mineral e pastagem de qualidade. Além disso, os pastos são manejados de tal forma que aumentam sua produtividade. Também conhecido como pastoreio racional Voisin, nome dado em homenagem ao pesquisador francês André Voisin, falecido em janeiro de 1965. A seguir, confira as vantagens do pastejo rotacionado: • Melhora a qualidade ambiental, pois isola o gado das áreas de proteção permanente, permitindo ao mesmo que tenha acesso à água em bebedouros adequados. • Melhora a qualidade e a produtividade do pasto. • Aumenta a disponibilidade do pasto na escala do tempo e com regularidade durante o ano todo. • Produz carne e leite a baixo custo. Atenção Para que todos esses benefícios sejam potencializados, é necessário seguir à risca o cronograma das atividades planejadas. Improvisações sempre contribuem para baixar a qualidade dos resultados. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 42 Agropecuária Sustentável • Melhora a fertilidade biológica do sistema e, principalmente, a do solo. • Reduz a erosão e evita caminhos sem vegetação ou carreadores. • Aumenta o bem-estar animal, pois fornece água, pasto de qualidade, sombra e diminui infestação de parasitas internos e externos. • Melhora a sanidade geral do rebanho. • Melhora os pastos ao introduzir novas espécies por meio da sobressemeadura, ressemeadura e plantio nos dejetos do gado. • Permite usar uma maior carga animal por área. • Reduz os efeitos da dominância entre os animais. Agora que você já conhece as principais vantagens do pastejo rotacionado, conheça as quatro leis fundamentais dele: Lei do repouso Para que um pasto cortado pelo dente do animal possa dar a sua máxima produtividade, é necessário que, entre dois cortes sucessivos, faça uma pausa suficiente para que ele rebrote e cresça vigorosamente, fazendo fotossíntese e armazenando energia e nutrientes nas raízes, para rebrotar e crescer rapidamente após um novo corte. O período de repouso entre dois cortes varia de acordo com cada espécie vegetal, com o clima, com a temperatura, com a umidade e até mesmo com a fertilidade do solo, então é importante que cada propriedade identifique o período de repouso para seus pastos. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 43 Agropecuária Sustentável Lei de ocupação O tempo de ocupação de uma parcela deve ser o suficientemente curto para que um pasto, cortado a dente no primeiro dia do tempo de ocupação, não seja cortado novamente antes que estes deixem a parcela pastoreada, ou seja, dois cortes em um único período de ocupação. Isso faz com que esgote as reservas da planta armazenada nas raízes e descumpra a primeira lei do pastejo rotacionado. É com períodos curtos de ocupação que fazemos com que o gado não coma o rebrote. Lei do rendimento A lei do rendimento máximo preconiza o favorecimento dos animais de exigências alimentícias mais elevadas para que possam colher a maior quantidade de pasto e que este seja da melhor qualidade possível. Os animais que consomem as partes superiores (pontas) são beneficiados com um pasto de melhor qualidade e têm a possibilidade de apresentarem maior produtividade. Os animais de menor requerimento alimentício, como vacas secas, novilhas e animais para engorda, fazem o repasse, pastando as partes inferiores da forragem. Lei dos rendimentos regulares Para que uma vaca possa dar rendimentos regulares é necessário que não permaneça por mais de três dias em um piquete. Os rendimentos serão máximos se vacão animal não permanecer por mais de um dia em um mesmo piquete. Eles alcançam o máximo rendimento no primeiro dia de pastoreio e vai diminuindo à medida que aumenta os dias de permanência em uma mesma parcela, devido ao consumo de partes da planta com melhor qualidade nutricional. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 44 Agropecuária Sustentável téCnICas de reCuPeração de áreas deGradadas A degradação do meio ambiente é o grande entrave do modelo de desenvolvimento econômico implantado no Brasil e no mundo. Essa deterioração vem ocasionando desequilíbrios ambientais, a exemplo do aquecimento global, que afeta toda a população mundial e o futuro da raça humana. É importante entender que existe o conceito de restauração e recuperação de áreas degradas. Restituição de um ecossistema o mais próximo do original possível. Transformação de uma área degradada em um ambiente novamente produtivo ou em equilíbrio ambiental. Alguns passos a serem seguidos na elaboração implantação de um plano de recuperação de áreas degradadas são: • diagnóstico da área degradada; • histórico local e fatores de degradação; • diagnóstico do entorno imediato; • planejamento da recuperação – escolha da melhor técnica a ser utilizada; • previsão de manutenções. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 45 Agropecuária Sustentável As informações obtidas anteriormente são fundamentais para a implantação do projeto de recuperação de áreas degradadas, que pode ser feita de diversas formas, como: Condução da regeneração natural Indicada para áreas com menor grau de perturbação ou degradação e com presença dos processos ecológicos, banco de sementes, banco de plântulas, chuva de sementes e rebrota. Nesse caso, a atividade a ser realizada é o isolamento da área e o manejo para que a biodiversidade se reestabeleça. Plantio por sementes (semeadura direta) Geralmente utilizado em áreas de difícil acesso, onde qualquer intervenção no solo pode ser problemática. Priorizar sempre a introdução de espécies pioneiras com potencial de atração da fauna local e utilizar sementes com alto poder de germinação. Esse tipo de recuperação é menos oneroso. Enriquecimento Esse método é utilizado em ambientes com baixa diversidade, pois a pouca variedade limita a sustentabilidade de fragmentos. O método visa reintroduzir em remanescentes degradados de floresta, sob as copas das arvores, espécies que foram extintas ou estão em risco de extinção. A implantação é sem alinhamentos ou espaçamentos definidos. Adensamento Método implantado quando há presença de indivíduos espaçados que não conseguem recobrir o solo nem garantir o processo de regeneração natural. Deve-se preencher espaços entre indivíduos remanescentes com o plantio de espécies iniciais. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 46 AgropecuáriaSustentável Plantio total Esse método pode ser utilizado em áreas de extrema degradação, primeiramente com o isolamento dos fatores de degradação e eliminação de espécies exóticas invasoras e, posteriormente, com a incorporação planejada de mudas no campo e utilização de alta diversidade de nativas regionais. relação entre o PlantIo de florestas e o merCado de CrédItos de Carbono, PaPel, enerGIa etC. As atividades humanas que degradam o meio ambiente, como a queima de combustíveis fósseis e a utilização de calcário para a produção de cimento, bem como os diferentes usos da terra, associados ao desmatamento e queimada são as principais causas do rápido aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Fonte: Shutterstock. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 47 Agropecuária Sustentável No entanto, os maiores estoques de carbono não são encontrados na atmosfera, mas sim nos ecossistemas marinho e terrestre (vegetação + solo). Eles são os principais responsáveis pelo processo de sequestro de carbono. Mas você sabe o que é isso? O sequestro de carbono é um processo de remoção de gás carbônico. Tal processo ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio na atmosfera. É o método de captura e estocagem segura de gás carbônico (CO2), evitando-se, assim, sua emissão e permanência na atmosfera terrestre. Assim, o plantio de florestas se tornou uma alternativa viável para reduzir a concentração dos gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera e, consequentemente, para minimizar o aquecimento global. A possibilidade de geração dos chamados créditos de carbono, por meio da atividade florestal, é um mecanismo de interesse tanto dos países desenvolvidos quanto de países em desenvolvimento. Somente as atividades de florestamento e de reflorestamento foram aprovadas como modalidades de projetos florestais, visando ao sequestro de carbono. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 48 Agropecuária Sustentável Produtores rurais, independentemente do tamanho da propriedade, são incentivados na recuperação de áreas degradas e no plantio florestal para fins industriais. O estímulo é proveniente de linhas de créditos oferecidos pelo Mapa. A primeira linha de crédito é o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (PropFlora), que oferece recursos de até 200 mil reais ao ano para cada agricultor. Com relação à produção de energia, muitos outros projetos poderão ser contemplados, como as usinas de açúcar e álcool que estão utilizando o bagaço de cana na cogeração de energia e as indústrias que utilizam resíduos madeireiros. Leitura Complementar Para fazer parte do processo referente aos créditos de carbono é necessário, primeiramente, que se comprove a elegibilidade da terra onde o projeto será implementado. Conforme o acordo de Marrakesh, floresta é definida como um terreno com área mínima de 0,05 a 1,0 hectare, que tenha cobertura de copa de árvore superior ao limite de 10 a 30 por cento e árvores com potencial de altura mínima de 2 a 5 metros na maturidade, in situ. Estandes naturais jovens e todas as plantações que atingiram ou tendem a atingir esses limites são consideradas florestas. Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 49 Agropecuária Sustentável CaraCterístICas dos Projetos de mdl (meCanIsmos de desenvolvImento lImPo) Para o merCado InternaCIonal O mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) é uma das estruturas de flexibilização criada pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) ou de captura de carbono (ou sequestro de carbono). O propósito do MDL é prestar assistência aos países em desenvolvimento para que viabilizem o crescimento sustentável a partir da implantação de tecnologias mais limpas e, por outro lado, dar assistência aos desenvolvidos para que cumpram seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões de gases do efeito estufa. Os projetos podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e conservação de energia ou reflorestamento. Saiba Mais Sabia que se comprar a sua energia diretamente da distribuidora você pode instalar um sistema de energia solar fotovoltaica, conectando-o à rede elétrica, e se beneficiar do esquema de compensação de créditos criado pela Aneel? Praticamente todas as residências e comércios no país compram a sua energia das distribuidoras, portanto, se você é dono de uma casa ou um comércio, pode instalar o sistema de energia solar e aderir ao sistema de créditos. Fonte: Portal Solar (2016). Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 50 Agropecuária Sustentável Setores que podem aderir aos projetos de MDL Etapas que devem seguir para elaboração do projeto • Geração de energia (renovável e não renovável). • Distribuição de energia. • Demanda de energia (projetos de eficiência e conservação de energia). • Indústrias de produção. • Indústrias químicas. • Construção. • Transporte. • Mineração e produção de minerais. • Produção de metais. • Emissões de gases fugitivos de combustíveis. • Emissões de gases fugitivos na produção e consumo de halocarbonos e hexafluorido de enxofre. • Uso de solventes. • Gestão e tratamento de resíduos. • Reflorestamento e florestamento. • Agricultura. • Concepção do projeto (preparo da nota de ideia do projeto). • Reparo do documento de concepção do projeto (DCP). • Validação. • Obtenção da aprovação do país anfitrião. • Registro. • Implementação do projeto. • Monitoramento. • Verificação e certificação. • Emissão dos registros de créditos (créditos de carbono). Módulo 3 - Sistemas de produção sustentável // 51 Agropecuária Sustentável O fator desvantajoso financeiramente referente à comercialização de créditos de carbono pelos países emergentes, inclusive o Brasil, é o fato de as empresas multinacionais comprarem extensas áreas de terra criando reservas ambientais particulares. As organizações, por meio dessas reservas criadas, adquirem crédito de carbono a um custo relativamente baixo se comparado à criação de novas tecnologias para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera. Chegamos ao final da Aula 3 da Módulo 3. Nesta aula, você conheceu algumas técnicas para recuperação de pastagens degradadas; estudou os sistemas de integração pecuária-lavoura, de pecuária-lavoura-floresta e o pastejo rotacionado. Viu também as técnicas para recuperação de áreas degradadas, bem como a relação entre o plantio de florestas e o mercado de créditos de carbono, papel, energia etc. Por fim, conheceu as características dos projetos de MDL (mecanismos de desenvolvimento limpo) para o mercado internacional. Esta foi a última aula do curso! Foi um grande prazer ter você conosco! Lúcia. Finalizando // 52 Agropecuária Sustentável Finalizando o curso Ao longo deste curso você estudou a importância da sustentabilidade para o mundo, o país, o estado, o município e a sua comunidade, assim como para as gerações atuais e as futuras. Viu também que um dos mais importantes aliados da produção sustentável é o modelo de produção agroecológico pelos seus benefícios ambientais, sociais e econômicos. O intensivo modelo de produção de alimentos praticado atualmente surgiu com a introdução de pacotes tecnológicos entregues a produtores habituados com a agricultura tradicional, permitindo hoje altas produtividades. Todavia, esse modelo causa altos impactos ambientais e tem baixa sustentabilidade. Finalizando // 53 Agropecuária Sustentável Com a introdução tecnológica, durante a revolução verde, muitos processos de produção que eram altamente sustentáveis foram deixados para trás. Durante o curso, você conheceu algumas políticaspúblicas de incentivo às atividades agropecuárias sustentáveis e à agroecologia, assim como as suas principais características. Viu que é necessária a manutenção e a elaboração de novas políticas publicas com foco ao desenvolvimento sustentável, além da facilitação de acesso ao recurso pelo público enquadrado. Fonte: Shutterstock. Você também estudou a importância da produção integrada dos sistemas agropecuários, agrícolas e animais do ponto de vista econômico e ambiental, pois gera renda e também preservação. Por exemplo, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que constitui em um mecanismo de desenvolvimento limpo e sustentável. Finalizando // 54 Agropecuária Sustentável Viu também que, independentemente do modelo escolhido pelo agricultor, é fundamental procurar qualificação e aperfeiçoamento técnico para implantar e conduzir da melhor maneira os sistemas apresentados e tornar a propriedade uma empresa rural sustentável. Desejamos sucesso na sua caminhada! Referências // 55 Agropecuária Sustentável BACHA, M. L.; SANTOS, J.; SCHAUNA. Considerações teóricas sobre o conceito de Sustentabilidade. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 2010, Brasília. Anais eletrônicos. Brasília: AEDB, 2010. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/ artigos10/31_cons%20teor%20bacha.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: alguns conceitos e princípios. Brasília, DF: MDA/SAF/DATER-IICA, 2004. DOGERALDINE, D. G. Agricultura familiar goiana: desempenho e inserção. Revista de Economia da UEG, Anápolis, v. 3, n. 1, jan./jun. 2007. 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