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1 Materiais e Reciclagem 11 – Cerâmicas Professor Sandro Donnini Mancini Sorocaba, Outubro de 2022. Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba Definição : Keramos = coisa queimada. Normalmente óxidos covalentes ou iônicos. Materiais inorgânicos, não metálicos, processados ou consolidados a altas temperaturas (pelo menos > 800oC). Podem apresentar-se em óxidos ou não. Tipos Cerâmicas Eletro-eletrônicas Refratárias Estruturais Biocerâmicas Vidros, etc. 2 Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers – 3aEd. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p. Resistência mecânica – depende de como é aplicada a força; geralmente alta a compressão e baixa ao cisalhamento, mas mantida em altas T. Alta fragilidade (trincam facilmente); Alta Rigidez; Alta temperatura de uso; Baixa condução térmica e elétrica (utilização em isolantes); Inércia química; Baixa Densidade (em comparação com metais); Porosidade alta. Propriedades Típicas 3 Tensão de tração (σ) = Força / Área inicial Deformação (ε )= ΔL / Lo deformação 21 ) θ Lo Lf ΔL Tração – puxando um corpo de prova Área inicial = Largura x espessura medida antes do ensaio tensão 1 = limite de elasticidade 2 = ponto de tensão e deformação máximos nesse caso: ruptura tg θ = Módulo de Elasticidade = E Na região elástica (reta) →σ = E.ε N Propriedades Mecânicas Comportamento plástico: típico de metais e polímeros Tensão de compressão = Força / Área inicial Deformação (ε )= ΔL / Lo deformação 1 ) θ Compressão – empurrando um corpo de prova tensão 1 = ponto de tensão e deformação máximos nesse caso: ruptura tg θ = Módulo de Elasticidade = E Tensão = E.ε N Comportamento Mecânico típico de cerâmicas https://www.portaldoconcreto.com.br/ controle-tecnologico (*) Área inicial = da seção transversal .r2 medida antes do ensaio 4 Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers – 3aEd. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p. Módulo de Rigidez Típico Médio (GPa) Porcelana de alumínio-silicato 69 Alumina 270-370 Magnesia 170-270 Espinélio (aluminato de Mg) 230 Zircônia 250 Berília 380 Carbeto de Silício 470 Carbeto de Boro 290 Nitreto de Boro 83 Vidro de Sílica 72 Vidro de Borosilicato (Pyrex) 69 Carbeto de Tungstênio (metal duro) 450-650 Diamante 1.000 Osso Humano 17-35 Papel 1-3 Aço para concreto Armado 220 Alumínio 75 Latão e Bronze 103-124 Cobre 118 Liga Nb-Zr-Ti 79-90 Garrafa de PET Reciclada 1,3-1,8 5 http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html 6 Material Temperatura Máxima de Uso (oC) (aproximadamente) Ligas de Al 400 Cobre 500 Ferro Fundido 800 Si3N4 1200 SiC 1400 Alumina 1600 Acrílico 90 PVC 70 Kevlar 200 PET 70 Material Resistividade Elétrica à Temperatura Ambiente (Ω.cm) Prata 1,6.10-8 Cobre 1,7.10-8 Ferro 10.10-8 Si 6,4.104 SiC 10 B4C 0,5 Ge 40 SiO2 > 1014 Porcelana 1012 – 1014 Borracha, Nylon > 1014 PET, PS, Teflon > 1016 Gregório Filho, R. e Rodrigues, J.A. Introdução às Propriedades Eletrônicas dos Materiais (notas de aula). UFSCar, 1988. 7 http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html Matérias-primas Naturais, composta de materiais inorgânicos e formadas por processos geológicos complexos. São constituídas principalmente de O, Al e Si, que representam cerca de 90% da crosta terrestre. As propriedades da matéria-prima são determinadas pela: estrutura cristalina; composição química; tipo e quantidade de minerais acessórios presentes. 8 Os elementos mais abundantes da crosta terrestre http://www.profpc.com.br/Qu% C3%ADmica_descritiva.htm Argilas – qualquer material do solo constituído por partículas de diâmetro inferior a 2m, isto é, mais finas que a areia. Torna-se moldável quando umedecida. Sua composição mineralógica é altamente variável, sendo constituída principalmente de argilo-minerais. Principais Argilominerais Caulinita – Al2O3.2SiO2.2H2O - caulim: rocha com, ppalmente, caulinita Montmorilonita – Al1,67Mg0,33.Si4O10(OH)2 Mica – [Al4K2(Si6Al2)O20 (OH)4] Outros minerais encontrados nas argilas comuns: Talco – Mg3(SiO5)(OH2), Quartzo – SiO2 Feldspato – silicato de Al contendo Na, K ou Cu (fundente) 9 Fabricação de Produtos Cerâmicos Problema: possuem temperaturas de fusão altíssimas Al2O3: 2220oC ZrO2: 2400oC MgO : 2800oC E para fundir? E misturar dois materiais cerâmicos? Que molde usar? Que forno usar? Na base da fusão, como os metais, fica muito caro, quando não impossível. Por isso, são normalmente convertidos a forma de pó ( tamanho de partícula, energia superficial/kg) Fabricação de Produtos Cerâmicos (etapas mais comuns) Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1976. 1) Preparação do pó (moagem, peneiramento da argila...) 3) Sinterização Aquecimento seca o líquido e aglomera as partículas, formando um produto utilizável. 2) Conformação do pó Partículas + líquido ligante (geralmente água), formam uma “pasta” com propriedades reológicas (de fluxo) suficientes para a conformação. 10 Seqüência de processamento para a fabricação de produtos de vidro, argamassa e de outros materiais cerâmicos (cerâmica) Tipos Seqüência de processamento Argila Vidro Cimento pó forma calor pó calor forma calor pó forma Adaptado dos slides do prof. Dachamir Hotza em http://www.materiais.ufsc.br/Disciplinas/EQA5745/ Exemplos de Conformação Extrusão – massas é forçada através de um molde para formar uma coluna contínua, a qual pode ser cortada em comprimentos apropriados. A operação é feita em marombas. Utilizado para fabricação de tijolos e manilhas. https://www.youtube.com/watch?v=JW0iE90xX3o (*) Torneamento – baseada na rotação da massa e na moldagem manual ou automatizada de vasos, cerâmica artística, pratos, xícaras, etc. https://www.youtube.com/watch?v=SvaezbLgrws (*) Colagem – Moldes geralmente de gesso “chupam” o excesso de água, permitindo a obtenção de peças grandes. https://www.youtube.com/watch?v=ilXsThRJTAo (*) 11 Extrusão Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p. Colagem 12 Secagem e Queima A secagem (realizada em secadores) consiste na retirada de água em excesso e a queima (em fornos) produz a sinterização dos materiais cerâmicos. A queima se divide em três estágios: Reações preliminares; Sinterização; Resfriamento. N orton, F.H . Introdução à Tecnologia Cerâm ica. Ed. Edgard Blucher, S ão Paulo-SP, 1973, 347p. FORNOS PERIÓDICOS OU DE BATELADA 13 FORNOS CONTÍNUOS Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p. Temperatura típica de secagem: 110oC Temperaturas típicas de queima: 950oC – cerâmicas vermelhas (tijolos, telhas, manilhas, etc.) 1250oC – cerâmica branca (louças de mesa e sanitária, porcelana, pisos, azulejos) 1450oC – refratários (sílico-aluminosos, aluminosos e especiais) 14 Algumas cerâmicas importantes Urânio RESERVAS PRODUÇÃO País t U3O8 País t U / ano Cazaquistão 957.000 Canadá 10.922 Austrália 910.000 Austrália 4.910 África do Sul 369.000 Nigéria 3.714 Estados Unidos 355.000 Namíbia 2.780 Canadá 332.000 Rússia 2.530 Brasil 309.000 Total Mundial 34.986 Namíbia 287.000 Total Mundial 4.416.000 Jazidas Brasileiras – só 30% do território prospectado ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. Brasília, 2003. Disponível em http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 2004. 15 Mineração e tratamento de Urânio – 1ª etapa - Mineração (a céu aberto ou no subsolo) de rochas que contenham U3O8 Lagoa Real / Caetité – mineração e beneficiamento do minério quantidade é suficiente para abastecer Angra I, II e III por 100 anos Ocorrência Depósito / Jazida Medidas e Indicadas t U3O8Inferidas t U3O8 Total < U$ 4/kg U < U$ 8/kg U < U$ 8/kg U Caldas (MG) 500 4000 4500 Lagoa Real / Caetité (BA) 24200 69800 6770 100770 Itataia (CE) 42000 41000 59500 142500 Outras 61600 Total 309370 ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. Brasília, 2003. Disponível em http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 2004. http://www.inb.gov.br/Nossas-Atividades/Ur%C3%A2nio/Reservas (*) Caldas – reservas já não são mais viáveis Itataia – U3O8 em rochas fosfatadas (11% de P2O5 e 998ppm de U3O8) Há ainda depósitos no Pará e no Amazonas INB (Indústria Nucleares do Brasil) Caetité Capacidade de 400 t de concentrados de urânio / ano Em 2006 a produção foi de 230 t e o Brasil importou mais 196 t. 2ª Etapa – Beneficiamento do Minério para produção do bolo amarelo Processo: Britagem + lixiviação com H2SO4 Bolo Amarelo (mínimo de 65% de U3O8) Fonte: www.inb.gov.br Extração do U3O8 por solventes orgânicos e posterior precipitação. Finalizando: secagem acondicionamento 16 3ª Etapa – Conversão do Bolo Amarelo em UF6 Bolo amarelo é enviado ao exterior. Urânio é dissolvido e purificado, obtendo-se o urânio em nível nuclear. O tratamento deste com HF gera o UF6. Fonte: www.inb.gov.br 4ª Etapa – Enriquecimento do UF6 – também no exterior O urânio natural contém apenas 0,7% de 235U, que é físsil. O restante, 99,3% é 238U. A idéia do enriquecimento é obter até 3% de 235U em meio a 238U por ultracentrifugação do gás UF6. 5ª Etapa – Reconversão: de UF6 a UO2 O UF6 enriquecido será aquecido a 100oC para tornar-se gás e ser misturado com CO2 e NH3 num tanque com água. Forma-se então o TCAU (tricarbonato de amônio e uranila) sólido amarelo insolúvel em água: precipita. Por filtração rotativa à vácuo obtém-se o pó de TCAU que é posteriormente seco e direcionado a um forno de leito fluidizado a 600oC onde reage com H2 e vapor d’água, formando UO2 em pó depois estabilizado com N2 e ar. Em homogeinizadores (caixas giratórias) o UO2 é misturado com o U3O8, também em pó. Essa mistura é prensada na forma de pastilhas e sinterizada a 1750oC. 17 5ª Etapa (continuação) – Reconversão: de UF6 a UO2 (fotos) Fonte: www.inb.gov.br Pó de UO2 Pastilhas prontas para serem colocadas nas varetas Fábrica de Combustíveis Nucleares INB – Resende-RJ Capacidade - 160 t/ano de pó de UO2 120 t/ano de pastilhas 6ª Etapa – Montagem do Elemento Combustível INB - Resende-RJ 18 Ciclo do Combustível Nuclear no Brasil ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. Brasília, 2003. Disponível em http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 2004. ELETRONUCLEAR Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto CNAAA Duas usinas termonucleares em Angra dos Reis-RJ, na Praia de Itaorna. Vantagens do local: proximidade com centros consumidores e portos e bom lugar para captação e despejo de água de resfriamento. 50% da capacidade instalada de geração de eletricidade do RJ 47% da geração de eletricidade do RJ Angra I – 657 MW Início da construção: 1972 Início da operação comercial: 1985 Angra II – 1350 MW Início da construção: 1976 Início da operação comercial: 2001 Maior gerador elétrico do hemisfério sul 19 Angra II Angra I Angra III 20 Angra 3 – “espelho” de Angra 2 – custo R$ 7 bilhões Reator PWR – Fabricante alemã – GHH gmbh; Potência: 3765 MWt e 1350 MWe (eficiência térmica de 40%); Vida útil: 40 anos; Água é aquecida a 320oC e mantém-se líquida por 150 atm; Energia gerada em 60Hz e 25kV, transformada para 500 kV; Atualmente há 3 linhões – 2 para o RJ e 1 para SP; Com Angra 3 haverá um quarto, também para o RJ; Queima de diesel para Caldeira Auxiliar e de dois geradores de emergência – não serão operados continuamente; Captação de 60 m3/s de água do mar para refrigeração do circuito secundário; Despejo de 60m3/s de água 3-6oC mais quente que o rio no rio Piraquara de Fora. Cerâmicas Refratárias Material sólido, policristalino e/ou vítreo (podendo ter adições metálicas) capaz de, em condições específicas de uso, a altas T, suportar: carga, erosão e corrosão sem se deformar. Perfil de consumo: > 70% - siderurgia 14-20% - indústrias de celulose, petroquímica, metais não ferrosos, outras cerâmicas 6 – 10% - cimenteiras 2 - 4% - indústrias de vidro Tipos de Refratário – de Sílica (97% de SiO2) Sílico-Aluminosos - 15% a 45% de Al2O3 Aluminosos - 45% e 75% de Al2O3 Altamente aluminosos, magnesianos, magnésia-cromo, forsterita, etc. 21 Cimento e Concreto Cimento branco – calcita e argila branca, e com utilização semelhante ao da argamassa. Cimento dentário – ionômeros de vidro, produzidos normalmente à base de polímero solúvel em água, como o ácido poliacríclico, misturado à vidro de aluminossilicato pulverizado. Cimento – também chamado de cimento Portland, devido a semelhança com uma pedra extraída em Portland, Inglaterra. É considerado o mais importante dos materiais de construção modernos. Argamassa – mistura de cimento portland, cal hidratada (Ca(OH)2) e areia, usado na fixação de revestimentos cerâmicos, reboque, etc. Concreto – mistura de cimento, areia e pedra. Só perde para a água em termos de utilização (~1 ton/hab.ano). Síntese do cimento FARINHA CLÍNQUER CIMENTO calcário + Fe + argila moídos 1500oC + gesso + escória de alto forno + calcário moídos Ao calcário (basicamente CaCO3) moído são adicionados várias argilas, rochas esmagadas e até minério de ferro, de modo a fornecer a quantidade de sílica (~25%) e alumina (~10%) necessária. No forno acontecem reações de eliminação do CO2 do calcário e formação do cal (CaO) e posteriormente de uma série de compostos, sendo os principais o silicato tricálcio [(CaO)3SiO2], o silicato dicálcico [(CaO)2SiO2], ferroaluminato tetracálcico [(CaO)4Al2O3.Fe2O3] e aluminato tricálcico [(CaO)3Al2O3]. 22 Votoran Cimentos Salto de Pirapora-SP Mineração de Calcário Entrada do Forno 23 Forno Água nos compostos de cimento gera cristais de aluminatos hidratados, os grandes responsáveis pela rigidez do cimento após a pega (ou cura). A hidratação dos silicatos forma uma espécie de gel que formará uma espécie de rede “aprisionando” os cristais formados, a brita e a areia. Essa hidratação, tanto dos silicatos quanto dos aluminatos é irreversível, dificultando a reciclagem e o reaproveitamento dos materiais derivados de cimento. 24 https://www.gov.br/mme/pt- br/assuntos/secretarias/geologia- mineracao-e-transformacao- mineral/publicacoes-1/anuario- estatistico-do-setor-metalurgico-e-do- setor-de-transformacao-de-nao- metalicos/anuario-estatitico-2021- setor-de-transformacao-de-nao- metalicos-ano-base-2020.pdf/view Definição (ASTM) – produto inorgânico obtido por fusão, que adquire rigidez durante o resfriamento controlado e não se cristaliza. Vidros Sílica (SiO2) cristaliza Vidro não cristaliza Geralmente, os vidros são misturas de vários óxidos, sendo que alguns estão presentes nas matérias primas (geralmente de Si, Al e Na) e outros são adicionados intencionalmente. Exemplos: B – formam os boro-silicatos, de caráter refratário (Pyrex) Pb – facilitam a solda a baixas T – microeletrônica 25 Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1976. Fusão ~1400oC (virgem) ~1200oC (cacos) Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p. Vantagem !!! 26 Conformação de Fibras Prensagem Sopro 27 Fabricação de Vidros Planos Processo Float Vidro fundido flutua e solidifica em banho de estanho fundido Têmpera de Vidros Van Vlack, L.H. Princípios de Ciência dos Materiais. Trad. L.P.C.Ferrão. Ed. Edgard Blucher. São Paulo, 1985. 470p. Aquecimento acima da Temperatura de transição vítrea (Tv) e posterior resfriamento brusco (geralmente jatos de ar na superfície) faz com que a superfície resfrie imediatamente e o centro demore mais. Essa diferença no resfriamento geradiferenças de tensões entre centro e superfície, fazendo com que o vidro ganhe resistência mecânica. 28 Têmpera de Vidros (continuação) A têmpera química normalmente ocorre pela substituição de íons Na+ da superfície do vidro por íons de K+ de um banho de sal no qual o vidro foi mergulhado. Como trata-se de um íon maior, comprime a superfície, gerando o mesmo efeito que a têmpera térmica. Centro - tracionado Superfície – comprimida (“tampa” defeitos) http://www.prelco.ca/pdf/fiches/Prel-Gard_A.pdf Tipos de vidros tecnológicos Fibras de Vidro – utilizadas para isolamento térmico e para reforço de plásticos, normalmente a base de SiO2 – Al2O3 – CaO – MgO. Fibras ópticas – geralmente 2 vidros: transmissão (a base de sílica vítrea – Na2O-CuO e SiO2) e de blindagem, este último, com índice de refração menor, o que permite a reflexão na interface https://www.youtube.com/watch?v=AS95A8pvclk (*) Vidro de Segurança e à Prova de Bala – podem ser fabricados a partir de lâminas de vidro (temperado ou endurecido) interligadas por filme(s) de polivinil butiral, poliuretano e policarbonato https://www.youtube.com/watch?v=Nm54csau-6g (*) Espelhos https://www.youtube.com/watch?v=S3vSiv5J5Dc 29 Camadas muito finas de carbono (espessura de poucos diâmetros atômicos), obtido a partir da extração de camadas de grafite. Excelentes condutividades térmica e elétrica; temperatura de fusão: ~3900oC propriedades mecânicas: rigidez e elasticidade; Densidade baixíssima; Transparente. Grafeno http://energiainteligenteufjf.com/como- funciona/como-funciona-grafeno/ IMPACTOS AMBIENTAIS DAS CERÂMICAS Doenças ocupacionais – silicose; Acidentes – cortes; Impermeabilização do solo; Efeito estufa – 5% do CO2 mundial provém da indústria do cimento; Extração de Recursos Naturais utilizados como matéria- prima e na obtenção de energia para a fabricação. 30 Sinopse da Mineração e Transformação Mineral - 2019 base 2018 http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/geologia-mineracao- e-transformacao-mineral/publicacoes Produção de Plásticos em 2019 no Brasil 7,1.106 toneladas http://www.abiplast.org.br/wp- content/uploads/2020/09/Perfil_2019_web_a biplast.pdf www.comgeres.com.br www.blog.simbiosebrasil.com.br www.gacc.com.br A Reciclagem de Materiais é um Negócio. 31 Reciclagem de Materiais é Oportunidade de Negócio quando existe : Sucata Valorizada; Mercado Demandando; Abundância de Matéria-Prima; Legislações que auxiliam; Cobre, Alumínio Aço e outras ferrosos PET Pneus 61 Educação. Todos os resíduos Qualquer que seja a força motriz da reciclagem, o material reciclado tem que ter propriedades finais competitivas, não necessariamente com o material virgem. Essa competitividade possível em termos de propriedades se soma à vantagens ambientais, propaladas ou não por estratégias de marketing. Reciclagem, porém, é uma atividade industrial que gera impactos ambientais, normalmente menores que os envolvidos na fabricação de materiais virgens. Separação de Resíduos é Importante, senão fundamental ! Quanto melhor a separação, + puro o reciclado ↑ valor agregado 32 E A RECICLAGEM DE MATERIAIS CERÂMICOS ? Diversidade de composições; Maioria dos produtos são duráveis; Mercado ruim - sucata pouco valorizada; Reaproveitamento energético inviável, assim como os metais. Resíduos Industriais; Embalagens de Vidros; Resíduos da Construção Civil. MUITA MATÉRIA- PRIMA! Lei ajuda. Apesar dos problemas, a reciclagem de materiais cerâmicos é interessante em casos onde há excesso de matéria-prima. Onde há isso? 33 Mesmo com matéria prima abundando e leis para resíduos da construção civl, reciclar cerâmicas continua difícil. Vidros: diversidade de composições, matéria-prima barata, formato da sucata (cacos) complica separação; Argilosos: sinterização é irreversível. Mesmo se moer, nova adição de água não permite moldagem de nova sinterização; Cimentícios: hidratação realizada na obra é irreversível. Mesmo se moer, nova adição de água não permite moldagem e nova cura. Como então reciclar produtos cerâmicos descartados ? Vidros: fusão; Argilosos: se resíduo for gerado antes da sinterização: moagem e mistura com matéria-prima virgem; Argilosos: se resíduo for gerado após a sinterização: moagem e utilização como carga, agregados etc; Cimentícios: se resíduo for gerado antes da hidratação: moagem e mistura com matéria-prima virgem; Cimentícios: se resíduo for gerado após a hidratação: moagem e utilização como carga, agregados etc. 34 Embalagens de Vidros; Resíduos da Construção Civil. Embalagens de vidros (garrafas, principalmente) Embalagens possuem composição mais ou menos semelhante; Alto índice de quebra x reutilização; Reenvase clandestino; Demanda do mercado por descartáveis (perda de espaço para plásticos principalmente): 0,5 kg/habitante.mês; Teoricamente, reciclável infinitas vezes; Sem restrição ao uso em contato direto com alimentos; Problema: preço muito baixo! Mesmo assim, estima-se que 47% das embalagens de vidros sejam recicladas no Brasil. Alguns tipos de vidros, devido à composição específica, presença de revestimentos ou camadas internas de outros materiais bem como de outras características, apresentam dificuldades técnicas de reciclagem, que mesmo uma separação muito bem feita pode não ser suficiente para tornar compensatória. Dessa forma são considerados não-recicláveis ou de reciclabilidade difícil: vidros de lâmpadas incandescentes, espelhos, vidros temperados, cristal, de janela, de automóvel etc . Não devem ser misturados aos vidros de embalagem. 35 Separação; Impurezas (tampas metálicas ou canudos, p.ex.) – podem causar bolhas e/ou inclusões → diminuem transparência e são núcleo de formação de trincas. O controle de impurezas metálicas é bem mais rigoroso (resistem a altas temperaturas). Moagem; Reprocessamento (fusão). MATÉRIA-PRIMA Garrafas de Coca-Cola Telhas refugadas 36 Moagem Parte da Matéria-Prima Virgem Mistura 37 Forno Molde Recozimento 38 Peça Final Embalagens de Vidros; Resíduos da Construção Civil. 39 Durante a obra (perdas de materiais ~ 20%); Demolição; Reforma. Resolução CONAMA 307 de 2002 Classe A - tijolos, telhas, azulejos, argamassa, concreto etc. Classe B – Recicláveis – metais, plásticos, papéis e gesso* Classe C - ?* Classe D – Perigosos, incluindo telhas com amianto** * Resolução 431/2011 ; ** Resolução 348/2004 Indústria da construção civil Resíduos Classe A – Cerâmicos Devem ser separados e moídos e utilizados como agregados na própria indústria da construção civil. Caso não seja possível, devem ser aterrados em aterros de resíduos inertes. Gesso (forros, molduras, acartonados) Também é material cerâmico (CaSO4 . ½ H2O), porém não é inerte. Calcinado após extraído, é umedecido na obra. Para reciclagem, desidratação é possível, mas improvável. Contaminantes e preço baixo complicam possibilidades de reaproveitamento (reciclagem, agricultura, cimento, moagem com classe A...). 40 Reciclagem de Entulho em Belo Horizonte. Para enterrar, a Prefeitura cobrava, em 2007, R$ 15,00 por caçamba. Se dentro da caçamba só tiver resíduo classe A, o caçambeiro pode deixar na usina de graça. Isso estimulou a separação dos resíduos, não necessariamente na obra. BRITADOR INICIAL 41 BRITADOR INICIAL ACÚMULO DE MATERIAL BRITADO ENVIO AO CONJUNTO DE PENEIRAS CONJUNTO DE PENEIRAS 42 SÃO 4 PENEIRAS PARA A OBTENÇÃO DE MATERIAIS COM 4 GRANULOMETRIAS DIFERENTES 1 2 3 4 43
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