Buscar

11-ceramicas

Prévia do material em texto

1
Materiais e Reciclagem
11 – Cerâmicas
Professor Sandro Donnini Mancini 
Sorocaba, Outubro de 2022.
Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba
Definição : Keramos = coisa queimada. Normalmente óxidos
covalentes ou iônicos. Materiais inorgânicos, não metálicos,
processados ou consolidados a altas temperaturas (pelo menos >
800oC). Podem apresentar-se em óxidos ou não.
Tipos
Cerâmicas Eletro-eletrônicas
Refratárias
Estruturais
Biocerâmicas
Vidros, etc.
2
Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers – 3aEd. McMillan Publishing Company. 
Nova Iorque, 1992. 793p.
Resistência mecânica – depende de como é aplicada a força;
geralmente alta a compressão e baixa ao cisalhamento, mas mantida em 
altas T.
Alta fragilidade (trincam facilmente);
Alta Rigidez;
Alta temperatura de uso;
Baixa condução térmica e elétrica (utilização em isolantes);
Inércia química;
Baixa Densidade (em comparação com metais);
Porosidade alta.
Propriedades Típicas
3
Tensão de tração (σ) = Força / Área inicial
Deformação (ε )= ΔL / Lo
deformação
21
) θ
Lo
Lf
ΔL
Tração – puxando um corpo de 
prova
Área inicial = Largura x espessura 
medida antes do ensaio
tensão
1 = limite de elasticidade
2 = ponto de tensão e deformação máximos
nesse caso: ruptura 
tg θ = Módulo de Elasticidade = E
Na região elástica (reta) →σ = E.ε
N
Propriedades Mecânicas
Comportamento 
plástico: típico de 
metais e polímeros
Tensão de compressão = Força / Área inicial
Deformação (ε )= ΔL / Lo
deformação
1
) θ
Compressão – empurrando um
corpo de prova
tensão
1 = ponto de tensão e deformação máximos
nesse caso: ruptura 
tg θ = Módulo de Elasticidade = E
Tensão = E.ε
N
Comportamento Mecânico típico de cerâmicas
https://www.portaldoconcreto.com.br/
controle-tecnologico
(*)
Área inicial = da seção transversal
.r2
medida antes do ensaio
4
Shackelford, J.F. Introduction to Materials 
Science for Engineers – 3aEd. McMillan 
Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 
793p.
Módulo de Rigidez Típico Médio (GPa)
Porcelana de alumínio-silicato 69
Alumina 270-370
Magnesia 170-270
Espinélio (aluminato de Mg) 230
Zircônia 250
Berília 380
Carbeto de Silício 470
Carbeto de Boro 290
Nitreto de Boro 83
Vidro de Sílica 72
Vidro de Borosilicato (Pyrex) 69
Carbeto de Tungstênio (metal duro) 450-650
Diamante 1.000
Osso Humano 17-35
Papel 1-3
Aço para concreto Armado 220
Alumínio 75
Latão e Bronze 103-124
Cobre 118
Liga Nb-Zr-Ti 79-90
Garrafa de PET Reciclada 1,3-1,8
5
http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html
http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html
6
Material Temperatura Máxima de Uso (oC)
(aproximadamente)
Ligas de Al 400
Cobre 500
Ferro Fundido 800
Si3N4 1200
SiC 1400
Alumina 1600
Acrílico 90
PVC 70
Kevlar 200
PET 70
Material Resistividade Elétrica à Temperatura Ambiente
(Ω.cm)
Prata 1,6.10-8
Cobre 1,7.10-8
Ferro 10.10-8
Si 6,4.104
SiC 10
B4C 0,5
Ge 40
SiO2 > 1014
Porcelana 1012 – 1014
Borracha, Nylon > 1014
PET, PS, Teflon > 1016
Gregório Filho, R. e 
Rodrigues, J.A. 
Introdução às 
Propriedades 
Eletrônicas dos 
Materiais (notas de 
aula). UFSCar, 1988.
7
http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html
Matérias-primas
Naturais, composta de materiais inorgânicos e formadas por 
processos geológicos complexos.
São constituídas principalmente de O, Al e Si, que representam 
cerca de 90% da crosta terrestre.
As propriedades da matéria-prima são determinadas pela:
estrutura cristalina;
composição química;
tipo e quantidade de minerais acessórios presentes.
8
Os elementos 
mais 
abundantes 
da crosta 
terrestre
http://www.profpc.com.br/Qu%
C3%ADmica_descritiva.htm
Argilas – qualquer material do solo constituído por partículas
de diâmetro inferior a 2m, isto é, mais finas que a areia.
Torna-se moldável quando umedecida. Sua composição
mineralógica é altamente variável, sendo constituída
principalmente de argilo-minerais.
Principais Argilominerais
Caulinita – Al2O3.2SiO2.2H2O - caulim: rocha com, ppalmente, caulinita
Montmorilonita – Al1,67Mg0,33.Si4O10(OH)2
Mica – [Al4K2(Si6Al2)O20 (OH)4]
Outros minerais encontrados nas argilas comuns:
Talco – Mg3(SiO5)(OH2), Quartzo – SiO2
Feldspato – silicato de Al contendo Na, K ou Cu (fundente)
9
Fabricação de Produtos Cerâmicos
Problema: possuem temperaturas de fusão altíssimas
Al2O3: 2220oC
ZrO2: 2400oC
MgO : 2800oC
E para fundir? 
E misturar dois materiais cerâmicos? 
Que molde usar? Que forno usar?
Na base da fusão, como os metais, fica muito caro, quando não 
impossível. Por isso, são normalmente convertidos a forma de 
pó ( tamanho de partícula,  energia superficial/kg)
Fabricação de Produtos Cerâmicos (etapas mais comuns)
Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. 
Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John 
Wiley & Sons, 1976.
1) Preparação do pó (moagem, peneiramento da 
argila...)
3) Sinterização
Aquecimento seca o líquido e aglomera as partículas, formando um produto 
utilizável.
2) Conformação do pó
Partículas + líquido ligante (geralmente água), formam uma “pasta” com 
propriedades reológicas (de fluxo) suficientes para a conformação.
10
Seqüência de processamento para a fabricação de 
produtos de vidro, argamassa e de outros materiais 
cerâmicos (cerâmica)
Tipos Seqüência de processamento
Argila
Vidro
Cimento
pó forma calor
pó calor forma
calor pó forma
Adaptado dos slides do prof. Dachamir Hotza em http://www.materiais.ufsc.br/Disciplinas/EQA5745/
Exemplos de Conformação
Extrusão – massas é forçada através de um molde para formar 
uma coluna contínua, a qual pode ser cortada em comprimentos 
apropriados. A operação é feita em marombas. Utilizado para 
fabricação de tijolos e manilhas.
https://www.youtube.com/watch?v=JW0iE90xX3o (*)
Torneamento – baseada na rotação da massa e na moldagem 
manual ou automatizada de vasos, cerâmica artística, pratos, 
xícaras, etc. 
https://www.youtube.com/watch?v=SvaezbLgrws (*)
Colagem – Moldes geralmente de gesso “chupam” o excesso de 
água, permitindo a obtenção de peças grandes.
https://www.youtube.com/watch?v=ilXsThRJTAo (*)
11
Extrusão
Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. 
Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p.
Colagem
12
Secagem e Queima
A secagem (realizada em secadores) consiste na retirada de 
água em excesso e a queima (em fornos) produz a sinterização 
dos materiais cerâmicos. 
A queima se divide em três estágios:
Reações preliminares;
Sinterização;
Resfriamento. 
N
orton, F.H
. Introdução à Tecnologia Cerâm
ica. Ed. 
Edgard Blucher, S
ão Paulo-SP, 1973, 347p.
FORNOS PERIÓDICOS OU DE BATELADA
13
FORNOS CONTÍNUOS
Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. 
Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p.
Temperatura típica de secagem: 110oC
Temperaturas típicas de queima:
950oC – cerâmicas vermelhas (tijolos, telhas, manilhas, etc.)
1250oC – cerâmica branca (louças de mesa e sanitária, porcelana,
pisos, azulejos)
1450oC – refratários (sílico-aluminosos, aluminosos e especiais)
14
Algumas cerâmicas importantes
Urânio
RESERVAS PRODUÇÃO
País t U3O8 País t U / ano
Cazaquistão 957.000 Canadá 10.922
Austrália 910.000 Austrália 4.910
África do Sul 369.000 Nigéria 3.714
Estados Unidos 355.000 Namíbia 2.780
Canadá 332.000 Rússia 2.530
Brasil 309.000 Total Mundial 34.986
Namíbia 287.000
Total Mundial 4.416.000
Jazidas Brasileiras – só 30% do território prospectado
ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. Brasília, 2003. Disponível em http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 2004.
15
Mineração e tratamento de Urânio – 1ª etapa - Mineração (a 
céu aberto ou no subsolo) de rochas que contenham U3O8 
Lagoa Real / Caetité – mineração e beneficiamento do minério 
quantidade é suficiente para abastecer 
Angra I, II e III por 100 anos
Ocorrência
Depósito / Jazida
Medidas e Indicadas
t U3O8Inferidas
t U3O8
Total
< U$ 4/kg U < U$ 8/kg U < U$ 8/kg U
Caldas (MG) 500 4000 4500
Lagoa Real / Caetité (BA) 24200 69800 6770 100770
Itataia (CE) 42000 41000 59500 142500
Outras 61600
Total 309370
ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. Brasília, 2003. Disponível em http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 2004.
http://www.inb.gov.br/Nossas-Atividades/Ur%C3%A2nio/Reservas (*)
Caldas – reservas já não são mais viáveis 
Itataia – U3O8 em rochas fosfatadas (11% de P2O5 e 998ppm de U3O8)
Há ainda depósitos no Pará e no Amazonas
INB (Indústria Nucleares do Brasil) Caetité 
Capacidade de 400 t de concentrados de urânio / ano
Em 2006 a produção foi de 230 t e o Brasil importou mais 196 t.
2ª Etapa – Beneficiamento do Minério para produção do bolo 
amarelo
Processo: 
Britagem + lixiviação com H2SO4
Bolo Amarelo (mínimo de 65% de U3O8)
Fonte: www.inb.gov.br
Extração do U3O8 por solventes
orgânicos e posterior precipitação.
Finalizando: secagem
acondicionamento
16
3ª Etapa – Conversão do Bolo Amarelo em UF6
Bolo amarelo é enviado ao exterior. Urânio é dissolvido e 
purificado, obtendo-se o urânio em nível nuclear. O tratamento 
deste com HF gera o UF6.
Fonte: www.inb.gov.br
4ª Etapa – Enriquecimento do UF6 – também no exterior
O urânio natural contém apenas 0,7% de 235U, que é físsil. O 
restante, 99,3% é 238U. A idéia do enriquecimento é obter até 
3% de 235U em meio a 238U por ultracentrifugação do gás UF6.
5ª Etapa – Reconversão: de UF6 a UO2
O UF6 enriquecido será aquecido a 100oC para tornar-se gás e ser 
misturado com CO2 e NH3 num tanque com água. Forma-se então o TCAU 
(tricarbonato de amônio e uranila) sólido amarelo insolúvel em água: 
precipita. Por filtração rotativa à vácuo obtém-se o pó de TCAU que é 
posteriormente seco e direcionado a um forno de leito fluidizado a 600oC 
onde reage com H2 e vapor d’água, formando UO2 em pó depois estabilizado 
com N2 e ar. Em homogeinizadores (caixas giratórias) o UO2 é misturado 
com o U3O8, também em pó. Essa mistura é prensada na forma de pastilhas 
e sinterizada a 1750oC.
17
5ª Etapa (continuação) – Reconversão: de UF6 a UO2 (fotos)
Fonte: www.inb.gov.br
Pó de UO2
Pastilhas prontas para serem 
colocadas nas varetas
Fábrica de Combustíveis Nucleares
INB – Resende-RJ
Capacidade - 160 t/ano de pó de UO2
120 t/ano de pastilhas
6ª Etapa – Montagem do Elemento Combustível
INB - Resende-RJ
18
Ciclo do Combustível Nuclear no Brasil
ATLAS de Energia Elétrica do Brasil. Agência 
Nacional de Elétrica do Brasil. 1a Edição. 
Brasília, 2003. Disponível em 
http://www.aneel.gov.br. Acesso em 23 jan 
2004.
ELETRONUCLEAR
Central
Nuclear 
Almirante 
Álvaro 
Alberto
CNAAA
Duas usinas termonucleares em Angra dos Reis-RJ, na Praia de 
Itaorna. Vantagens do local: proximidade com centros 
consumidores e portos e bom lugar para captação e despejo de 
água de resfriamento.
50% da capacidade instalada de geração de eletricidade do RJ 
47% da geração de eletricidade do RJ
Angra I – 657 MW
Início da construção: 1972
Início da operação comercial: 1985
Angra II – 1350 MW
Início da construção: 1976
Início da operação comercial: 2001
Maior gerador elétrico do hemisfério sul
19
Angra II Angra I
Angra III
20
Angra 3 – “espelho” de Angra 2 – custo R$ 7 bilhões
Reator PWR – Fabricante alemã – GHH gmbh;
Potência: 3765 MWt e 1350 MWe (eficiência térmica de 40%);
Vida útil: 40 anos;
Água é aquecida a 320oC e mantém-se líquida por 150 atm;
Energia gerada em 60Hz e 25kV, transformada para 500 kV;
Atualmente há 3 linhões – 2 para o RJ e 1 para SP;
Com Angra 3 haverá um quarto, também para o RJ;
Queima de diesel para Caldeira Auxiliar e de dois geradores 
de emergência – não serão operados continuamente;
Captação de 60 m3/s de água do mar para refrigeração do 
circuito secundário;
Despejo de 60m3/s de água 3-6oC mais quente que o rio no 
rio Piraquara de Fora.
Cerâmicas Refratárias
Material sólido, policristalino e/ou vítreo (podendo ter adições 
metálicas) capaz de, em condições específicas de uso, a altas 
T, suportar: carga, erosão e corrosão sem se deformar.
Perfil de consumo: > 70% - siderurgia
14-20% - indústrias de celulose, petroquímica,
metais não ferrosos, outras cerâmicas
6 – 10% - cimenteiras
2 - 4% - indústrias de vidro
Tipos de Refratário – de Sílica (97% de SiO2)
Sílico-Aluminosos - 15% a 45% de Al2O3
Aluminosos - 45% e 75% de Al2O3
Altamente aluminosos, magnesianos, magnésia-cromo, forsterita, etc.
21
Cimento e Concreto
Cimento branco – calcita e argila branca, e com utilização semelhante ao da argamassa.
Cimento dentário – ionômeros de vidro, produzidos normalmente à base de polímero solúvel em 
água, como o ácido poliacríclico, misturado à vidro de aluminossilicato pulverizado. 
Cimento – também chamado de cimento Portland, devido a 
semelhança com uma pedra extraída em Portland, Inglaterra. É 
considerado o mais importante dos materiais de construção 
modernos.
Argamassa – mistura de cimento portland, cal hidratada 
(Ca(OH)2) e areia, usado na fixação de revestimentos 
cerâmicos, reboque, etc.
Concreto – mistura de cimento, areia e pedra. Só perde para a 
água em termos de utilização (~1 ton/hab.ano). 
Síntese do cimento
FARINHA  CLÍNQUER  CIMENTO
calcário + Fe + argila moídos 1500oC + gesso + escória de alto forno
+ calcário moídos
Ao calcário (basicamente CaCO3) moído são adicionados várias 
argilas, rochas esmagadas e até minério de ferro, de modo a 
fornecer a quantidade de sílica (~25%) e alumina (~10%) 
necessária. 
No forno acontecem reações de eliminação do CO2 do calcário 
e formação do cal (CaO) e posteriormente de uma série de 
compostos, sendo os principais o silicato tricálcio [(CaO)3SiO2], 
o silicato dicálcico [(CaO)2SiO2], ferroaluminato tetracálcico 
[(CaO)4Al2O3.Fe2O3] e aluminato tricálcico [(CaO)3Al2O3].
22
Votoran Cimentos
Salto de Pirapora-SP
Mineração de Calcário
Entrada do Forno
23
Forno
Água nos compostos de cimento gera cristais de aluminatos 
hidratados, os grandes responsáveis pela rigidez do cimento 
após a pega (ou cura). A hidratação dos silicatos forma uma 
espécie de gel que formará uma espécie de rede “aprisionando” 
os cristais formados, a brita e a areia.
Essa hidratação, tanto dos silicatos quanto dos aluminatos é 
irreversível, dificultando a reciclagem e o reaproveitamento 
dos materiais derivados de cimento.
24
https://www.gov.br/mme/pt-
br/assuntos/secretarias/geologia-
mineracao-e-transformacao-
mineral/publicacoes-1/anuario-
estatistico-do-setor-metalurgico-e-do-
setor-de-transformacao-de-nao-
metalicos/anuario-estatitico-2021-
setor-de-transformacao-de-nao-
metalicos-ano-base-2020.pdf/view
Definição (ASTM) – produto inorgânico obtido por fusão, que 
adquire rigidez durante o resfriamento controlado e não se 
cristaliza.
Vidros
Sílica (SiO2)
cristaliza
Vidro 
não cristaliza
Geralmente, os vidros são misturas de vários óxidos, sendo que 
alguns estão presentes nas matérias primas (geralmente de Si, 
Al e Na) e outros são adicionados intencionalmente. Exemplos:
B – formam os boro-silicatos, de caráter refratário (Pyrex)
Pb – facilitam a solda a baixas T – microeletrônica
25
Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John Wiley & 
Sons, 1976.
Fusão 
~1400oC (virgem)
~1200oC (cacos)
Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, 
São Paulo-SP, 1973, 347p.
Vantagem !!!
26
Conformação de Fibras
Prensagem
Sopro
27
Fabricação de Vidros Planos
Processo Float 
Vidro fundido flutua e solidifica em banho de estanho fundido
Têmpera de Vidros
Van Vlack, L.H. Princípios de Ciência dos Materiais. Trad. L.P.C.Ferrão. Ed. 
Edgard Blucher. São Paulo, 1985. 470p. 
Aquecimento acima da 
Temperatura de transição vítrea 
(Tv) e posterior resfriamento 
brusco (geralmente jatos de ar na 
superfície) faz com que a 
superfície resfrie imediatamente e 
o centro demore mais. 
Essa diferença no resfriamento geradiferenças de tensões 
entre centro e superfície, fazendo com que o vidro ganhe 
resistência mecânica.
28
Têmpera de Vidros (continuação)
A têmpera química normalmente ocorre pela substituição de 
íons Na+ da superfície do vidro por íons de K+ de um banho de 
sal no qual o vidro foi mergulhado. Como trata-se de um íon 
maior, comprime a superfície, gerando o mesmo efeito que a 
têmpera térmica. 
Centro - tracionado
Superfície – comprimida (“tampa” defeitos)
http://www.prelco.ca/pdf/fiches/Prel-Gard_A.pdf
Tipos de vidros tecnológicos
Fibras de Vidro – utilizadas para isolamento térmico e para reforço 
de plásticos, normalmente a base de SiO2 – Al2O3 – CaO – MgO.
Fibras ópticas – geralmente 2 vidros: 
transmissão (a base de sílica vítrea –
Na2O-CuO e SiO2) e de blindagem, este 
último, com índice de refração menor, o 
que permite a reflexão na interface 
https://www.youtube.com/watch?v=AS95A8pvclk (*)
Vidro de Segurança e à Prova de Bala – podem ser fabricados a 
partir de lâminas de vidro (temperado ou endurecido) interligadas 
por filme(s) de polivinil butiral, poliuretano e policarbonato
https://www.youtube.com/watch?v=Nm54csau-6g (*)
Espelhos https://www.youtube.com/watch?v=S3vSiv5J5Dc
29
Camadas muito finas de carbono (espessura de poucos 
diâmetros atômicos), obtido a partir da extração de camadas 
de grafite. 
Excelentes condutividades térmica e elétrica;
temperatura de fusão: ~3900oC
propriedades mecânicas: rigidez e elasticidade;
Densidade baixíssima;
Transparente.
Grafeno
http://energiainteligenteufjf.com/como-
funciona/como-funciona-grafeno/
IMPACTOS AMBIENTAIS DAS CERÂMICAS
Doenças ocupacionais – silicose;
Acidentes – cortes;
Impermeabilização do solo;
Efeito estufa – 5% do CO2 mundial provém da indústria do 
cimento;
Extração de Recursos Naturais utilizados como matéria-
prima e na obtenção de energia para a fabricação.
30
Sinopse da Mineração e Transformação 
Mineral - 2019 base 2018
http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/geologia-mineracao-
e-transformacao-mineral/publicacoes
Produção de Plásticos em 
2019 no Brasil
7,1.106 toneladas 
http://www.abiplast.org.br/wp-
content/uploads/2020/09/Perfil_2019_web_a
biplast.pdf
www.comgeres.com.br
www.blog.simbiosebrasil.com.br
www.gacc.com.br
A Reciclagem de Materiais é um Negócio.
31
Reciclagem de Materiais é Oportunidade de Negócio
quando existe :
Sucata Valorizada;
Mercado Demandando;
Abundância de Matéria-Prima;
Legislações que auxiliam;
Cobre, Alumínio
Aço e outras ferrosos
PET
Pneus
61
Educação.
Todos os resíduos
Qualquer que seja a força motriz da reciclagem, o material 
reciclado tem que ter propriedades finais competitivas, não 
necessariamente com o material virgem.
Essa competitividade possível em termos de propriedades se 
soma à vantagens ambientais, propaladas ou não por 
estratégias de marketing.
Reciclagem, porém, é uma atividade industrial que gera 
impactos ambientais, normalmente menores que os envolvidos 
na fabricação de materiais virgens.
Separação de Resíduos é Importante, senão fundamental !
Quanto melhor a separação, + puro o reciclado ↑ valor agregado
32
E A RECICLAGEM DE MATERIAIS CERÂMICOS ?
Diversidade de composições;
Maioria dos produtos são duráveis;
Mercado ruim - sucata pouco valorizada;
Reaproveitamento energético inviável, assim como os metais. 
Resíduos Industriais;
Embalagens de Vidros;
Resíduos da Construção Civil.
MUITA 
MATÉRIA-
PRIMA!
Lei ajuda.
Apesar dos problemas, a reciclagem de materiais cerâmicos é 
interessante em casos onde há excesso de matéria-prima.
Onde há isso?
33
Mesmo com matéria prima abundando e leis para resíduos da 
construção civl, reciclar cerâmicas continua difícil.
Vidros: diversidade de composições, matéria-prima barata,
formato da sucata (cacos) complica separação;
Argilosos: sinterização é irreversível. Mesmo se moer, nova
adição de água não permite moldagem de nova sinterização;
Cimentícios: hidratação realizada na obra é irreversível.
Mesmo se moer, nova adição de água não permite moldagem e
nova cura.
Como então reciclar produtos cerâmicos descartados ?
Vidros: fusão;
Argilosos: se resíduo for gerado antes da sinterização: 
moagem e mistura com matéria-prima virgem;
Argilosos: se resíduo for gerado após a sinterização: moagem 
e utilização como carga, agregados etc;
Cimentícios: se resíduo for gerado antes da hidratação: 
moagem e mistura com matéria-prima virgem;
Cimentícios: se resíduo for gerado após a hidratação: 
moagem e utilização como carga, agregados etc.
34
Embalagens de Vidros;
Resíduos da Construção Civil.
Embalagens de vidros (garrafas, principalmente)
Embalagens possuem composição mais ou menos semelhante;
Alto índice de quebra x reutilização;
Reenvase clandestino;
Demanda do mercado por descartáveis (perda de espaço para 
plásticos principalmente): 0,5 kg/habitante.mês;
Teoricamente, reciclável infinitas vezes;
Sem restrição ao uso em contato direto com alimentos;
Problema: preço muito baixo! Mesmo assim, estima-se que 47% 
das embalagens de vidros sejam recicladas no Brasil.
Alguns tipos de vidros, devido à composição específica, presença de revestimentos 
ou camadas internas de outros materiais bem como de outras características, 
apresentam dificuldades técnicas de reciclagem, que mesmo uma separação muito 
bem feita pode não ser suficiente para tornar compensatória.
Dessa forma são considerados não-recicláveis ou de reciclabilidade difícil: vidros 
de lâmpadas incandescentes, espelhos, vidros temperados, cristal, de janela, de 
automóvel etc . Não devem ser misturados aos vidros de embalagem.
35
Separação;
Impurezas (tampas metálicas 
ou canudos, p.ex.) – podem 
causar bolhas e/ou inclusões 
→ diminuem transparência e 
são núcleo de formação de 
trincas. O controle de 
impurezas metálicas é bem 
mais rigoroso (resistem a 
altas temperaturas).
Moagem;
Reprocessamento 
(fusão).
MATÉRIA-PRIMA
Garrafas de Coca-Cola
Telhas refugadas
36
Moagem
Parte da Matéria-Prima Virgem
Mistura
37
Forno
Molde
Recozimento
38
Peça Final
Embalagens de Vidros;
Resíduos da Construção Civil.
39
Durante a obra (perdas de materiais ~ 20%);
Demolição;
Reforma.
Resolução CONAMA 307 de 2002
Classe A - tijolos, telhas, azulejos, argamassa, concreto etc.
Classe B – Recicláveis – metais, plásticos, papéis e gesso*
Classe C - ?*
Classe D – Perigosos, incluindo telhas com amianto**
* Resolução 431/2011 ; ** Resolução 348/2004
Indústria da construção civil
Resíduos Classe A – Cerâmicos
Devem ser separados e moídos e utilizados como agregados na 
própria indústria da construção civil. Caso não seja possível, 
devem ser aterrados em aterros de resíduos inertes.
Gesso (forros, molduras, acartonados)
Também é material cerâmico (CaSO4 . ½ H2O), porém não é 
inerte. Calcinado após extraído, é umedecido na obra.
Para reciclagem, desidratação é possível, mas improvável.
Contaminantes e preço baixo complicam possibilidades de 
reaproveitamento (reciclagem, agricultura, cimento, moagem com classe A...).
40
Reciclagem de Entulho em Belo Horizonte. Para enterrar, a Prefeitura 
cobrava, em 2007, R$ 15,00 por caçamba. Se dentro da caçamba só 
tiver resíduo classe A, o caçambeiro pode deixar na usina de graça. 
Isso estimulou a separação dos resíduos, não necessariamente na obra.
BRITADOR INICIAL
41
BRITADOR
INICIAL
ACÚMULO DE MATERIAL 
BRITADO
ENVIO AO CONJUNTO 
DE PENEIRAS
CONJUNTO DE PENEIRAS
42
SÃO 4 PENEIRAS PARA A 
OBTENÇÃO DE 
MATERIAIS COM 4 
GRANULOMETRIAS 
DIFERENTES
1
2
3
4
43

Continue navegando