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Intoxicação por antissépticos em animais (1)

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Intoxicação por antissépticos em animais
O uso indiscriminado de agentes químico pode causar intoxicações nos animais e isso está bastante atrelado a dose que o animal recebe de determinada substância de forma iatrogênica intencional ou acidental.
O uso de antissépticos e desinfetante são bastante comuns em leitos hospitalares e domiciliares, onde são utilizados para acabar ou minimizar a carga de microrganismos patogênicos. Os antissépticos são muito utilizados em momentos que antecede a cirurgia e nos tratamentos de feridas para diminuição da carga microbiana. Já o uso dos desinfetantes, é utilizados usualmente na tentativa de diminuição da carga microbiana presente em materiais ou equipamentos e no ambiente.
· Conceitos gerais
Antissepsia é conceituada como eliminação de microrganismos existentes nas camadas superficiais e profundas da pele, mediante a aplicação de um germicida hipoalergênico, que é passível de aplicação em um tecido vivo.
Há dois tipos de microrganismo no tecido cutâneo, aqueles que vivem de modo transitório e os que vivem de modo residentes. 
Antissépticos: são substâncias capazes de destruir todos os microrganismos transitórios e diminuir aqueles considerados residentes no tecido cutâneo (TRAJANO et al., 2019)
Desinfetantes: substâncias utilizadas para destruir as formas vegetativas de micro-organismos em superfícies, objetos, no ambiente e etc.
· Objetivos
Informar os riscos que determinados substâncias químicas podem causar quadros de intoxicação em animais em contato com produtos antissépticos, desinfetante e o praguicida aldicarb;
Medidas para minimizar os casos e o que se deve fazer quando o animal estiver apresentado um quadro de intoxicação;
Informação de local de armazenamento correto para esses tipos de produtos químicos.
· Antissépticos que podem causar intoxicação em animais
· Gluconato de Clorexidina (COPPOCK et al., 1988)
Geral:
- Muito utilizado em limpeza de feridas e assepsia pré-cirúrgica;
- Apresenta-se comercialmente nas formas alcoólicas e degermantenas concentrações entre 0,5 a 4%
	
	Clorexidina
	
	Toxicologia
	Sinais clínicos
	Tratamento
	Baixa toxicidade pela via oral
	
	
	Contém baixa solubilidade, por isso muitas formulações contêm detergentes aniônicos e catiônicos para aumentar sua solubilidade
	Hemoglobinúria
	Em caso de hemoglobinúria, induzir o animal a diurese com diuréticos, para evitar danos ao tecido renal
	É pouco absorvido pelo trato gastrointestinal ou pela pele intacta (por isso é bastante utilizada em antissepsia pré-cirúrgica
	
	
	É um antisséptico facilmente absorvido através de membranas serosas, da vesícula urinária e do útero
	Hemoglobinemia
	
	Quantidades suficientes podem ser absorvidas e induzir hemólise IV, devido a um efeito direto na membrana dos glóbulos vermelhos
	
	
	Administração direta ou acidental de clorexidina no líquido cefalorraquidiano, pode resultar em neurotoxicidade grave
	
	
	Pode causar surdez em animais, resultando do uso de tintura de clorexidina para tratar infecções do canal auditivo. A ototóxidade pode ser observada em cães. Deve-se evitar o contato com os olhos e tecidos nervoso
	
Surdez
	
· Fenol e compostos fenólicos (COPPOCK et al., 1988)
Geral:
- Foram uns dos primeiros antissépticos utilizados na medicina.
- Felinos, algumas aves e répteis apresentam diferenças na biotransformação desses compostos, causando a intoxicação.
	
	Fenol e compostos fenólicos
	
	Toxicologia
	Sinais clínicos
	Tratamento
	- Fenol é penetrante em tecido cutâneo, ocular e tecido lesado, podendo gerar um curto intervalo de dor seguido de anestesia local;
	
- Não são únicos, devendo observar cuidadosamente as membranas orais e faríngeas dos animais;
	- Não induzir o animal ao vômito em caso de lesão esofágica;
	- Compostos fenólicos são absorvidos pelo trato gastrointestinal;
	
	- Realizar lavagem gástrica com óleo mineral com carvão ativado;
	- Os compostos fenólicos são hepatotóxico (danos hepáticos) e neurotóxico (degeneração esponjosa);
	- Êmese (vômito), ptialismo, respiração ofegante e ataxial, geralmente são os primeiros sinais observados;
	- Administração de N-acetilcisteína pode ajudar na prevenção de hepatotoxicidade e nefrotóxicidade;
	
- Podem aumentar a demanda metabólica por oxigênio;
	
- Pode apresentar choque;
	- O menor aporte de oxigênio aos tecidos, pode induzir o animal a uma acidose metabólica e por mecanismos compensatórios uma alcalose respiratória, sendo necessário uma terapia com oxigênio para o animal;
	- Felinos, algumas aves e répteis apresentam diferenças na biotransformação desses compostos, causando a intoxicação.
	- As membranas e mucosas podem apresentar-se mais escuras, devida a oxidação do ferro da hemoglobina, de Fe++ para Fe+++, formando a metahemoglobina, passível de um menor transporte de oxigênio aos tecidos.
	- A metahemoglobinemia pode ser diminuída por meio da administração de azul de metileno. Esse composto reduz o Fe+++ para Fe++, tornando a hemoglobina normal. Tomar cuidado com os felinos, pois o azul de metileno em excesso pode causar a formação de corpúsculos de Heinz nas hemácias, sendo o mais indicado para essa espécie o ácido ascórbico (vitamina C).
 
· Azul de metileno (COSTA et al., 2016)
Geral:
- É um corante tiazínico;
-Utilizado na clínica como antisséptico cutâneo, urinário, antídoto de nitratos e clorados, antineoplásico e no tratamento de metahemoglobinemia;
- Para tratamento urinário é indicado apenas para algumas espécies;
-Pode ser tóxica, causar hiperbilirrubinemia, anemia hemolítica, hemoglobinúria e insuficiência renal aguda;
-É contra indicado para gatos, podendo causar depressão, dispneia, urina e fezes de coloração azulada. Nesses animais a anemia pode ser vista entre 2-15 dias na dose de 16,2mg/gato/dia
-Pode ser utilizado para fins de diagnósticos, como hiperparatireoidismo;
	
	Azul de metileno
	
	Toxicidade
	Sinais clínicos
	Tratamento
	O excesso de azul de metileno e ausência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, pode causar a oxidação da hemoglobina em metahemoglobina
	Anemia hemolítica, causado pela formação dos corpúsculos de Heinz
	Pode-se administrar um anti-oxidante, como o ácido ascórbico (Vitamina C)
Referências:
COPPOCK, R.W; MOSTROM, M.S; LILLIE, L.E. The toxicology of detergentes, bleaches, antiseptics and disinfectants in small animals. Veterinay and Human Toxicology, v.30, n.5, p.463-473, 1988.
COSTA, S.Z.R; CID, G.C; D’AVILA, M.S; FRANÇA, T.N; SANTOS, B.B.N; NOGUEIRA, V.A; SANTOS, A.M; PEIXOTO, T.C. Intoxicação por azul de metileno (cloreto de metiltionínio) em gato. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.30, n.2, p.143-146, 2016.
TRAJANO, S.C; ARAGÃO, B.B; PENAFORTE JUNIOR, M.A; OLIVEIRA, R.P; GALEAS, G.R; CAMARGO, K.S; FERREIRA, M.S.S; ALEIXO, G.A.S. Importância da antissepsia cirúrgica na prevenção de infecção no pós-operatório em pequenos animais. Medicina Veterinária (UFRPE), Recife, v. 13, n.3, p.343-351, 2019.

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