Buscar

PROCESSO CIVIL - NP1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Processo Civil
Tutela Provisória de Urgência e 
Evidência/Procedimentos Especiais de 
Jurisdição Contenciosa
Prof. Guilherme Loria Leoni
@prof_guilherme_leoni 
- DR 7/8A - Noturno (quarta e quinta-feira)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1. Tutela provisória 
1.1 Tutela de urgência 
1.2 Tutela de evidência 
2. Noções de Procedimentos Especiais 
1. Técnicas legislativas de construção dos procedimentos especiais 
2. Jurisdição contenciosa e voluntária 
3. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e o CPC 
3.1. Ação de consignação em pagamento 
3.2. Ação de exigir contas 
3.3 Ações possessórias 
3.4. Manutenção e reintegração de posse 
3.5. Interdito proibitório 
3.6. Ação de usucapião 
3.7. Ação de divisão e demarcação de terras particulares 
3.8. Inventário e partilha 
3.9. Embargos de terceiro 
3.10. Habilitação 
3.11. Restauração de autos 
3.12. Ação monitória 
3.13. Dissolução parcial de sociedade 
3.14. Oposição 
3.15. Ações de família 
3.16. Homologação de penhor legal 
3.17. Regulação de avaria grossa
- Marcus Rios (Direito processual civil esquematizado) explica que:
“Grande inovação foi introduzida em nosso ordenamento jurídico pela Lei n. 8.952/94, que deu nova redação ao art. 273 do CPC. Dentre as
inúmeras pequenas reformas pelas quais passou o CPC de 1973 durante o seu período de vigência, talvez tenha sido essa a de maior
impacto.
Com ela, passou-se a admitir a possibilidade de deferimento de tutelas antecipadas genéricas, em praticamente todos os tipos de processos e
procedimentos, desde que preenchidos os requisitos gerais estabelecidos naquele dispositivo. Desde então, passaram a coexistir em nosso
ordenamento dois tipos de tutelas diferenciadas, a cautelar e a antecipada (satisfativa).
Esse convívio entre as duas espécies nem sempre foi muito tranquilo: de início, pareceu fundamental distinguir uma da outra, e houve casos
de decisões judiciais que negaram uma medida de urgência apenas porque o requerente denominou-a de antecipada, quando ela tinha
natureza cautelar, ou vice-versa.
A razão para tamanho esforço de distinção só podia ser que, de início, o deferimento de medidas cautelares exigia o ajuizamento de um 
processo cautelar autônomo, próprio, já que era esse o lugar adequado, o habitat natural das providências acautelatórias; ao passo que as 
tutelas satisfativas eram postuladas já no bojo do processo principal, sem necessidade de ajuizamento de processo autônomo. ...
Sensível a essas mudanças, o legislador atual se deu conta de que não se justificava mais a persistência do processo cautelar em nosso
ordenamento jurídico. Permanece, à evidência, a tutela cautelar, como uma das espécies de tutela provisória de urgência, mas não o processo
cautelar. Mesmo nos casos em que ela é deferida em caráter antecedente, não haverá um processo cautelar autônomo, mas um 
momento antecedente do processo principal. ...
No sistema atual, nem era preciso considerá-las fungíveis, já que ambas passaram a compor o gênero único das tutelas provisórias de
urgência, ficando o juiz autorizado a conceder a medida que entender mais adequada no caso concreto (art. 297 do CPC).”
DA TUTELA PROVISÓRIA
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter 
antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser
revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período 
de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório 
da sentença, no que couber.
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu
convencimento de modo claro e preciso.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para 
conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos
a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
TUTELA PROVISÓRIA 
- naturalmente, quando se ingressa com uma ação judicial, é de se esperar uma celeridade ou, ao menos, que os prazos 
processuais sejam cumpridos pelo ente jurisdicional
- sabe-se que isso não é a prática nos meios forenses atualmente, salvo raríííííssimas exceções
- Assim, a demora no andamento do processo pode comprometer gravemente o direito da parte, ou mesmo de forma 
inócua, sem que o jurisdicionado receba o que espera, ao menos o resultado
- Para se ter uma análise prévia, antes dos demais andamentos do feito, é possível pedir uma verificação “liminar”, do 
que efetivamente se pede ao final
- Presta-se a tentar garantir seu pretenso direito, de modo que não venha se tornar impossível seu recebimento caso 
tenha sucesso na demanda
- pode ser pleiteada no processo de conhecimento: no início ou no curso, observando os requisitos que a lei impuser
- Há previsões específicas: como nas ações possessórias, por exemplo
- Em não havendo previsão específica é possível pleitear a tutela provisória de urgência (cautelar ou antecipatória de 
tutela)
- Exemplo: Exibição de documento ou coisa é meio de prova - pode ser pedido na fase probatória ou por meio de tutela 
provisória. 
- tutela provisória – classificação
- Natureza: antecipada ou cautelar - CPC, art. 294, parágrafo único – (MVRG, DPCEsq) 
“As duas são provisórias e têm requisitos muito assemelhados, relacionados à urgência. Mas somente a 
primeira tem natureza satisfativa, permitindo ao juiz que já defira os efeitos que, sem ela, só poderia 
conceder no final. Na cautelar, o juiz não defere, ainda, os efeitos pedidos, mas apenas determina uma 
medida protetiva, assecurativa, que preserva o direito do autor, em risco pela demora no processo. ... 
diferem quanto à maneira pela qual alcançam esse resultado: enquanto a primeira afasta o perigo 
atendendo ao que foi postulado, a segunda o afasta tomando alguma providência de proteção. 
Imagine-se, por exemplo, que o autor corra um grave risco de não receber determinado valor. A tutela 
satisfativa lhe concederá a possibilidade de, desde logo, promover a execução do valor, em caráter 
provisório, alcançando-se os efeitos almejados, que normalmente só seriam obtidos com a sentença 
condenatória. Já por meio de tutela cautelar, o autor pode arrestar bens do devedor, preservandoos em 
mãos de um depositário para, quando obtiver sentença condenatória e não houver recurso com efeito 
suspensivo, poder executar a quantia que lhe é devida. A tutela cautelar não antecipa os efeitos da 
sentença, mas determina uma providência que protege o provimento, cujos efeitos serão alcançados 
ao final. ”.
- Fundamentação: urgência ou da evidência (MVRG, DPCEsq) 
“... fundamentos pelos quais o juiz pode deferir a tutela provisória. Ao concedê-la, ele deverá 
fundamentar a decisão na urgência ou evidência. A tutela será de urgência quando houver
“elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo” (CPC, art. 300,caput). Os requisitos são o fumus boni juris, isto é, a probabilidade do
direito, e o periculum in mora, isto é, risco de que sem a medida o litigante possa sofrer perigo de
prejuízo irreparável ou de difícil reparação. De que forma o perigo poderá ser arredado? Ou pela
satisfação antecipada do direito, ou pelo deferimento de medida protetiva. Mas há também a
possibilidade de a tutela provisória estar fundada em evidência, caso em que ela será sempre
satisfativa. É o legislador quem define quais sãoas situações consideradas indispensáveis para que o
juiz defira a tutela da evidência. Elas estão enumeradas nos quatro incisos do art. 311 do CPC, e são 
muito diferentes daquelas exigidas na tutela de urgência. A da evidência não tem por fim afastar um 
perigo, e será deferida mesmo que ele não exista. Para compreender a sua finalidade, é preciso
lembrar que é normalmente o autor quem sofre com a demora no processo, pois é ele quem formula a
pretensão, que permanece não atendida até o final (ou até determinada fase). Cabe ao autor, em
regra, suportar os ônus da demora. A tutela da evidência inverte esse ônus, seja quando o réu age de 
forma abusiva ou com intuito protelatório, seja quando o direito cuja proteção o autor postula revista-
se da evidência, o que ocorre nas hipóteses dos incisos II e IV do art. 311, seja, ainda, quando se tratar
de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada de contrato de depósito.
- momento do requerimento/concessão: antecedente ou incidental - (MVRG, DPCEsq) 
“Em nenhuma hipótese haverá a formação de processo autônomo para a concessão de tutela provisória. Não existem
mais os processos cautelares preparatórios ou incidentes. ...
A tutela da evidência será sempre incidental, nunca antecedente. Mas a de urgência poderá ser incidental ou 
antecedente. Em relação à incidental, não haverá nenhuma dificuldade: como o processo principal já foi ajuizado, a
medida será requerida no seu bojo quando se apresentar uma situação de urgência. A tutela antecedente é aquela 
formulada antes que o pedido principal tenha sido apresentado ou, ao menos, antes que ele tenha sido apresentado 
com a argumentação completa. No caso da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o autor formulará o pedido
cautelar antes de apresentar o principal. ...
Efetivada a tutela cautelar, deverá ser apresentado, no mesmo processo, e dentro de 30 dias, o pedido principal. Não há,
pois, um processo antecedente a outro, mas um pedido antecedente ao outro no mesmo processo.
A tutela antecipada também pode ser deferida em caráter antecedente, na forma do art. 303 do CPC. O autor formulará
apenas o pedido de antecipação, apresentando uma exposição sumária da lide, do direito que se busca realizar e o perigo
de dano ou risco ao resultado útil do processo. Concedida a tutela antecipada, a inicial deverá ser aditada para
complementação da argumentação, juntada de novos documentos e confirmação do pedido de tutela final, em 15 dias,
ou outro prazo maior que o órgão jurisdicional fixar.”
- tutelas provisórias têm a função de dar maior efetividade ao processo
- Possibilita ao juiz conceder antes o que só poderia conceder ao final 
- Pode, ainda, determinar medidas necessárias para assegurar e garantir a eficácia do pleito principal
- GÊNERO: tutela provisória 
- ESPÉCIES: 
- 1- tutela de urgência 
- 2- tutela de evidência
TUTELA DE URGÊNCIA: 2 subespécies (CPC, art. 294, parágrafo único)
- tutela de urgência cautelar
- tutela de urgência antecipada
- pode ser ANTECEDENTE OU INCIDENTAL
- Antecedente: quando apresentada antes do pedido principal
- Incidental: pleiteada no curso do processo já existente 
- o art. 300 CPC prevê que “a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”
- Requisitos:
- probabilidade do direito – fumus boni juris (permite ao juiz conceder o direito com indício de
provas, eis que nesse caso de tutela, tem-se algo provisório, com probabilidades de provas, deixando a
certeza para o andamento do processo de conhecimento)
- o perigo da demora – periculum in mora (Deve existir um perigo de dano, com pena de perecer
seu Direito pretendido e não conseguir ter ao menos uma decisão, perdendo-se o objeto que
justificou o ingresso da ação)
- não se exige mais a prova inequívoca
- Deve fazer a seguinte pergunta para a tutela de urgência: Como fazer com quem o perigo
de dano irreparável ou de difícil reparação possa ser minimizado?
Resposta: Ou deverá ser satisfeita a pretensão de modo antecipado, ou deferindo judicialmente uma
medida protetiva a se evitar o perecimento do direito.
TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA
- será sempre satisfativa
- Previstas no art. 311 CPC, e diferem da tutela de urgência, pois não tem a finalidade de afastar um perigo, 
podendo ser deferida mesmo que não ocorra nenhum perigo de dano 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
-
- CASUÍSTICA - PEÇA PRÁTICA (OAB/SP, 126º Exame de Ordem, ponto 2)
- A ação ordinária movida por ABC Empreendimentos Ltda. contra Aristides da Silva foi julgada procedente, para
condenar este ao pagamento da quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de perdas e danos causados por
má prestação de serviços. Aristides recorreu, e o recurso aguarda distribuição no Tribunal competente. Enquanto
isso, a ABC Empreendimentos Ltda. descobriu que Aristides pôs à venda os dois únicos imóveis desembaraçados
de sua propriedade – um na cidade de Poá e outro na cidade de Itu – e pretende dilapidar seu patrimônio para
furtar-se ao pagamento da indenização.
QUESTÃO: Como advogado de ABC Empreendimentos Ltda., tome a medida cabível para a defesa de seus interesses.
Considere que a ação tramitou perante a 20ª Vara Cível da Comarca de Santos, domicílio de Aristides e sede da ABC
Empreendimentos Ltda.
Primeira identificação: cerne do pedido – “medida cabível para a defesa de seus interesses”.
Pretende-se evitar a conduta do devedor que “pretende dilapidar seu patrimônio para furtar-se ao pagamento da
indenização”.
Pretende-se a conservação de uma situação.
O processo não é de conhecimento nem de execução, porque não se busca uma solução definitiva da lide, mas
apenas uma medida conservativa.
Portanto, é pertinente o requerimento de tutela provisória cautelar fundada na urgência.
Verificar se há previsão específica de procedimento.
GABARITO OAB/SP:
- Propositura de tutela provisória de urgência cautelar mediante arresto, com fundamento no art. 301
do Código de Processo Civil (Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de
bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito).
- A ação deverá ser proposta diretamente no Tribunal de Justiça de São Paulo (CPC/2015, art. 299,
parágrafo único) e endereçada ao seu presidente, na falta de relator designado.
- O candidato deverá arguir a existência dos pressupostos da tutela provisória, quais sejam, a
presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito* (sentença condenatória) e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC/2015*), representado
pela necessidade de obstar as alienações dos imóveis antes de consumadas.
AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Proc. Nº ............
Distribuição com urgência
Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob n. ... e com
RG n. ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na cidade de ...., no endereço ...,por seu advogado descrito
no instrumento de mandato anexo, vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 305 e seguintes
do Código de Processo Civil, requerer TUTELA CAUTELAR EM CARÁTER ANTECEDENTE em face de ..., nacionalidade...,
estado civil..., profissão..., inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob n. ... e com RG n. ..., endereço eletrônico...,
residente e domiciliada na Rua ..., n. ..., Bairro..., nesta Capital, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe:
I – DOS FATOS
O autor é credor do réu, em virtude da celebração de contrato de prestação de serviços no valor de R$ .......,
devidamente já sentenciado de forma procedente e pendente de distribuição de apelação pelo réu/recorrente.
No entanto, o autor tomou conhecimento que a ré pôs à venda os dois únicos imóveis desembaraçados de sua
propriedade, situados em .......... consoante fazem prova as certidões anexas.
Tais vendas representam a pretensão da requerida de dilapidar seu patrimônio para furtar-se ao pagamento da
indenização.
Por ser assim, tendo em vista que a dilapidação do patrimônio da ré poderá comprometer sua solvibilidade, não
restou alternativa ao autor senão requerer a presente tutela cautelar de arresto, em caráter antecedente.
II – DA PROBABILIDADE DO DIREITO
Os negócios de transmissão onerosa do devedor insolvente ou por eles reduzidos à insolvência caracterizam a
fraude contra credores, nos termos do artigo 159 do Código Civil.
No caso dos autos, a tentativa da ré de alienar seus bens para levar-se à situação de insolvência evidencia a
ação fraudulenta levada a efeito para prejudicar o autor, impondo-se a concessão da tutela jurisdicional para a
preservação dos interesses do requerente.
Por conseguinte, justifica-se a concessão da tutela cautelar de arresto ante os evidentes atos de insolvência que
vem praticando a ré e sua manifesta intenção de furtar-se ao pagamento da quantia de R$ ........ devidas ao autor.
Comprovam-se, assim, os requisitos para a obtenção da mencionada tutela cautelar, em razão da prova literal
da dívida da ré e da tentativa de alienar seu patrimônio, levando-se à situação de insolvência.
III – DO PERIGO DA DEMORA
A demora da prestação da atividade jurisdicional poderá causar graves danos ao autor que não conseguirá obter a
satisfação de sua pretensão, em virtude da possível insolvência da ré, fazendo com que a ação de cobrança a ser ajuizada
pelo requerente no prazo de 30 dias não tenha um resultado útil.
Por ser assim, imperiosa se faz a concessão da liminar inaudita altera parte para que sejam arrestados os bens
imóveis da requerida, indicados para garantia do provimento jurisdicional.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, é a presente para requerer a Vossa Excelência que se digne em:
a) a concessão da tutela cautelar, liminarmente, para o fim de ____. Caso Vossa Excelência não esteja convencido, requer a
concessão de prazo para prestação de caução ou designação de audiência de justificação prévia;
b) a citação do réu pelo correio para, querendo, apresentar defesa no prazo de 5 dias sob pena de revelia;
c) efetivada a tutela cautelar, o autor formulará o pedido principal de cobrança no valor de R$ .... no prazo de 30 (trinta)
dias;
d) a aplicação da fungibilidade do artigo 305, parágrafo único, do Código de Processo Civil, caso assim entenda o juízo;
e) a condenação do réu nas custas e honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência;
f) a juntada da inclusa guia de custas devidamente recolhida;
g) que as intimações sejam dirigidas ao advogado... no endereço...;
h) manifesta o autor o interesse na designação de audiência de conciliação ou mediação.
i) Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Termos em que Pede deferimento.
Local e data Advogado... OAB...
Jurisdição contenciosa e voluntária 
- contenciosa: - uma parte que entende lesada por alguém busca uma ação para obter determinação judicial que 
obrigue a parte contrária
- Ao decidir o conflito de interesses, a sentença favorecerá uma das partes em detrimento da outra
- pede-se ao juízo uma decisão para a solução do conflito de interesses
- Voluntária: - busca resolver uma situação que tenha resolução para a própria parte 
- é possível que a sentença beneficie as duas partes
- não é busca uma apreciação judicial para dizer quem tem Direito, mas a validação de uma situação
que dependa de uma homologação judicial
- A análise judicial pode determinar providências necessárias para a proteção de um ou ambos as 
partes da relação processual
- Há corrente doutrinária que trata de administração pública de interesses privados, mas a dominante 
entende que o juízo deve analisar a questão e determinar a correção legal de fatos a se evitar 
perecimento de Direitos das partes e/ou terceiros, ainda que não haja um conflito, é ato de jurisdição
DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária
as disposições constantes desta Seção.
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública,
cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da 
providência judicial.
Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que
se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse.
Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução
que considerar mais conveniente ou oportuna.
Art. 724. Da sentença caberá apelação.
Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:
I - emancipação;
II - sub-rogação;
III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos;
IV - alienação, locação e administração da coisa comum;
V - alienação de quinhão em coisa comum;
VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e
de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória;
VII - expedição de alvará judicial;
VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor.
Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos procedimentos regulados nas seções seguintes.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação
da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde
houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo
de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-
se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) 
mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os 
juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no 
mesmo processo e sem mais formalidades, as que se foremvencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias
contados da data do respectivo vencimento.
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento,
ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ;
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para 
exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o 
devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena
de depósito.
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende 
devido.
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se
corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
§ 1º No caso do caput , poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a 
consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante
devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos,
após liquidação, se necessária.
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao 
pagamento de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o
depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
Art. 548. No caso do art. 547 :
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em
arrecadação de coisas vagas;
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta 
a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os 
presuntivos credores, observado o procedimento comum.
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que
couber, ao resgate do aforamento.
CÓDIGO CIVIL
Do Pagamento em Consignação
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma 
legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os 
requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for 
julgado improcedente.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas 
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e 
fiadores.
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe 
competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou 
mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a 
coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo 
conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: CPC arts. 539/549 e CC arts. 334/345
- tem cabimento quando o devedor de uma obrigação busca meios de se desobrigar mas encontra 
dificuldades para isso
- ocorre quando o credor se recusa receber ou dar quitação de seu crédito (MORA DO CREDOR)
- ou porque está em local inacessível ou desconhecido 
- ou quando ocorra dúvidas de quem deve legitimamente receber o cumprimento da obrigação
- hipóteses de consignação: Art. 335 CC
- recusa do credor em receber ou dar quitação: 
exemplos: - devedor procura credor para pagar, e este se recuse a receber, alegando que o 
depósito é insuficiente, ou qualquer outro motivo
- obrigação quesível: o credor tem a obrigação de buscar o pagamento em mãos do 
devedor, mas não vai tendo o devedor interesse em pedir a consignação
- correspondem aos incisos I e II, do art. 335, do CC: 
“I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação, na forma devida; 
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos”; 
O rol do art. 335 CC não é taxativo, e a consignação será possível sempre que o devedor quiser cumprir sua obeigação e 
encontrar algum obstáculo que o impeça
POSSIBILIDADES DE CONSIGNAÇÃO
- Pode ocorrer quando a obrigação for em DINHEIRO, por entrega de COISA MÓVEL OU IMÓVEL 
(chaves de imóvel locado)
- A forma de cumprimento especial pode ser por: - depósito judicial ou extrajudicial, - da quantia ou coisa 
devida; - o credor deve ser citado para vir receber o dinheiro ou o a coisa
- Exoneração: quando o depósito é aceito pelo credor ou se o juízo reconhecer como válido e suficiente,
haverá a extinção da obrigação, desvinculando o devedor da obrigação ou da parcela.
- Consignação Extrajudicial: Quando a obrigação for em dinheiro, o devedor pode
consignar extrajudicialmente, depositando o valor devido em banco oficial ou em banco que saiba ter o
credor uma conta corrente; o credor deverá ser cientificado por carta com A.R. e terá prazo de 10 dias 
para informar sua recusa por escrito ao estabelecimento bancário; em sendo aceito pelo credor o
depósito, ou não o recusar, ou a recusa for intempestiva, o devedor ficará desonerado de
sua obrigação, ficando o valor/coisa à disposição do credor.
Havendo recusa do credor, o devedor ou terceiro legitimado deve propor ação de consignação no prazo 
de 30 dias, instruindo a inicial com a cópia do depósito e da recusa, e se a ação não for proposta no 
prazo, o depósito será considerado sem efeito e o dinheiro restituído ao devedor (que continuará 
podendo ajuizar a ação).
MVRG (DPCEsq):
“Pode o credorlicitamente recusá-lo, alegando que o devedor está em mora?
Havendo tal recusa, pode o devedor liberar-se, por meio da consignação?
Mesmo em mora, o devedor poderá consignar.
É preciso que ofereça ao credor o valor da dívida, acrescido dos encargos decorrentes de sua mora, como juros,
correção monetária e eventual multa contratual.
Se assim for, o credor não pode recusar o pagamento, salvo em duas hipóteses:
■ se ele não for mais útil ao credor.
Por exemplo: o devedor comprometeu-se a entregar ao credor vários folhetos de publicidade para determinado
evento. O material não foi entregue no prazo. Não caberá a consignação, se na data em que for feita a oferta, o evento 
já tiver sido realizado, pois terá perdido a utilidade para o credor;
■ quando ele já tiver ajuizado ação em decorrência da mora.
Por exemplo: não cabe mais a consignação se o devedor não pagou prestação de um contrato e o credor já ajuizou 
ação de rescisão desse contrato.
No entanto, é preciso fazer a ressalva de que, em alguns tipos específicos de ação, permite-se a purgação da mora,
com o pagamento feito no próprio processo.
Por exemplo, nas ações de despejo por falta de pagamento.
PRÁTICA - EXAME XXX OAB - https://oab.fgv.br/arq/633/419152_GABARITO%20JUSTIFICADO%20-
%20DIREITO%20CIVIL.pdf
Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais).
Para tanto Priscila pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove
parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias.
As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não
conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes.
Priscila entrou em contato com Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o
valor restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e que aguardaria o
pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor à compradora por
mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um
empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde 
comumente dava-se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade de São
Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava impossibilitada de trabalhar em uma
sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência
de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito 
de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária de 
estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia após a ciência, 
recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário.
Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a compradora obtenha a quitação do
seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do cadastro do SPC.
GABARITO COMENTADO
Priscila deverá ajuizar uma ação de consignação em pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes do CPC.
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo dirigida a uma das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo,
de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no polo ativo, Priscila, e, no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as
partes.
Deve ser arguida a tempestividade da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da recusa de recebimento do valor depositado,
conforme Art. 539, § 3º, do CPC.
O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas decorreu da impossibilidade de localização do réu, no
mesmo modus operandi que foi utilizado para a realização de todos os pagamentos desde o início.
Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Prisicila, que efetuou o pagamento integral das parcelas
remanescentes na data acordada com Wagner.
Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial, tendo o réu além de recusado o pagamento,
inserido o nome da autora nos cadastros restritivos de crédito, o que a impossibilitou de conseguir um novo emprego.
Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos cadastros restritivos de crédito, eis que o
valor do débito já se encontra depositado, bem como a negativação está impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando
presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora.
Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósito ou contestar, conforme Art. 542, inciso II, do CPC, e
a confirmação da quitação do débito, uma vez que o valor já se encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a
confirmação da tutela antecipada.
Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda, documento do veículo, comprovante do depósito
e manifestação por escrito da recusa de recebimento do valor depositado assinada por Wagner.
O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00 cada.
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.

Continue navegando