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Tutela Provisória de Urgência e Evidencia - Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa

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Tutela Provisória de Urgência e Evidencia/Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa. 
8º semestre.
Das tutelas de urgência e evidencia. 
1- No que consiste a tutela de urgência?
Tutela de urgência é uma proteção garantida a direito provável passível de sofrer dano no decorrer do processo e se subdivide tutela antecipada e tutela cautelar.
Obs.1:§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
Obs.2: § 2ºA tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
Obs.3: § 3ºA tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
2- Qual a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar?
a- tutela antecipada: neste caso o que se antecipa não é a tutela, ou seja, declaração, a constituição, a condenação, etc, mas sim os efeitos que a futura concessão desta tutela poderia produzir, face o perigo de dano/perecimento do direito objeto da lide.
ex.: numa ação de conhecimento com pedido de despejo, a tutela é a execução lato sensu e o efeito desta tutela é despejo, a desocupação.
b- Tutela cautelar: se presta, face o fundado perigo de dano, apenas a proteger, cautelar o direito, objeto do processo, evitando o seu perecimento.
ex.: no sentido de evitar que o devedor dilapide o seu patrimônio com o intuito de prejudicar o credor.
Obs.: a tutela cautelar garante para satisfazer e a tutela antecipada satisfaz para garantir. 
3- Qual a diferença de tutela antecipada e julgamento antecipado do mérito?
No julgamento antecipado do mérito em face da presença de alguns requisitos (não haja a necessidade de produzir provas, quando houver revelia com efeito da confissão ficta e o revel não requerer provas), autoriza o juiz julgar, mediante uma cognição exauriente e profunda, o mérito da causa, concedendo a tutela de forma definitiva e não meramente os seus efeitos, como na tutela antecipada. Na resolução antecipada do mérito há extinção do processo com resolução do mérito, sendo o ato do juiz uma sentença.
4- Quando se dará a fungibilidade entre as tutelas provisórias de urgência?
Se o autor requerer tutela cautelar em caráter antecedente, caso o juiz entenda se tratar de tutela antecipada satisfativa, poderá assim recebê-la da chamada fungibilidade progressiva, uma vez parte-se da tutela menor (cautelar) para maior (antecipada).
5- Quando as tutelas de urgência terão caráter liminar?
Tanto na tutela de urgência de natureza cautelar, quanto na tutela de caráter antecipada, é possível que a decisão seja proferida antes de citar o réu (inaudita altera parte), ou seja, no início do processo. Se isso acontecer, diz-se que tal decisão foi dada em caráter liminar ou liminarmente ( ‘initio litis’/no limiar do processo). Sendo assim, não importa se proferida a título de tutela antecipada ou de natureza cautelar. Se concedida no início, antes de citar o réu, ou seja, no início da lide posta em juízo, a decisão será liminar.
6- No que consiste a tutela provisória de evidencia?
A concessão da tutela provisória de evidência depende da prova das alegações de fato e da demonstração de probabilidade do acolhimento do pedido formulado pela parte. As afirmações de fato e de direito põem-se em estado de evidência, justificando-se a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional postulada, com concretização do princípio da duração razoável. O ônus do tempo do processo é melhor avaliado, beneficiando a parte que aparenta ter razão, por ser muito evidente a probabilidade de acolhimento de sua pretensão. 
7- Quando poderá ser arguida a tutela de evidência?
Conforme o art. 311, do CPC:
a- ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; 
b- as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
c- se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
d- a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
8- Quais são as formas de requerimento de tutela de urgência e evidencia?
a- As tutelas de urgência poderão ser requeridas tanto em caráter antecedente ao pedido principal, como em caráter incidental a este. 
Obs.1: tutela provisória antecedente é aquela concebida para aqueles casos em que a situação de urgência já é presente no momento da propositura da ação e, em razão disso, a parte não dispõe de tempo hábil para levantar os elementos necessários para formular o pedido de tutela definitiva de modo completo e acabado, reservando-se a fazê-lo posteriormente. 
b- as tutelas de evidencia só pode ser requerida em caráter incidental, uma vez que não há urgência que justifique o seu requerimento antes da formulação do pedido principal. 
9- O que ocorre no caso de o juiz aceitar a tutela de urgência em caráter antecedente?
a- concedida a tutela antecipada o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.
Obs.1: não havendo o aditamento o processo será extinto sem resolução do mérito. 
Obs.2: caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
b- o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334.
c- não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
10- O que deve conter na tutela cautelar de urgência de caráter antecipada?
A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Dos procedimentos especiais.
11- No que consistem os procedimentos especiais?
Os procedimentos especiais são aqueles “destinados a orientar a tramitação judicial de certas pretensões que não encontrariam tratamento processual condizente dentro dos parâmetros do procedimento ordinário” (Humberto Theodoro Jr.).
12- Quais são as espécies de procedimentos especiais?
a- de jurisdição contenciosa: arts. 567 a 718, NCPC;
 a1- ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549);
	 a2- ação de exigir contas (arts. 550 a 553);
 a3- ações possessórias (arts. 554 a 568);
 a4- ação de divisão e da demarcação de terras particulares (arts. 569 a 598);
 a5- ação de dissolução parcial de sociedade (arts. 599 a 609);
	 a6- inventário e partilha (arts. 610 a 673);
 a7- embargos de terceiro (arts. 674 a 681);
 a8- oposição (arts. 682 a 686);
 a9- habilitação (arts. 687 a 692);
 a10- ações de família (arts. 693 a 699);
 a11- ação monitória (arts. 700 a 702);
 a12- homologação de penhor legal (arts. 703 a 706);
 a13- regulação de avaria grossa (arts. 707 a 711);
 a14- restauração de autos (arts. 712 a 718);
b- jurisdição voluntária: arts. 719 a 770, NCPC;
 b1- notificação e interpelação (arts. 726 a 729);
	 b2- alienações judiciais (art. 730)
 b3- divórcio e separação consensuais, extinção consensual de união estável e da alteração do regime de bens do matrimônio (arts. 731 a 734);
 b4- testamentos e codicilos (arts. 735 a 737);
 b5- herança jacente (arts. 738 a 743);
 b6- bens do ausente (arts. 744 e 745);
 b7- coisas vagas (art. 746);
 b8- interdição (arts. 747 a 758);
 b9- tutela e curatela (arts. 759 a 763);
 b10-organização e fiscalização das fundações (arts. 764 e 765);
 b11- ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo (arts. 766 a 770);
c- em legislação especial: mandado de segurança (Lei n. 12.016/09); procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais (Leis n. 9.099/95; 10.259/01; 12.153/09); etc.
13- Quais são as medidas utilizadas para que os procedimentos especiais alcancem o seu objetivo?
a- alteração de prazos;
b- alteração da sequência de atos;
c- eliminação de atos;
d- fusão de atos cognitivos e executivos;
e- delimitação do tema a ser deduzido na inicial ou na contestação; etc.
Obs.: Todavia, aplica-se, subsidiariamente, aos procedimentos especiais as regras do procedimento comum (art. 318, parágrafo único, CPC).
Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa.
1º Ação de Consignação e Pagamento (arts. 539 a 549 do NCPC e 334 a 345 do CC).
14- No que consiste?
A lei (art. 304, CC) denominou de consignação, consistente no depósito judicial ou em estabelecimento bancário da quantia ou coisa devida (portanto, objeto será obrigação de dar).
15- Qual o cabimento da ação de consignação em pagamento?
Segundo o art. 335 do CC: 
a- se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; 
obs.: quando a dívida for portável.
b- se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
obs.: quando a dívida for quesível.
c- se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
d- se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
e- se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
15- Quais são as modalidades de depósito em consignação em pagamento?
a- extrajudicial: Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa
b- judicial: tem lugar quando a prestação for coisa, ou quando não for possível a via extrajudicial.
16- o que o credor poderá fazer após o depósito em consignação?
a- credor poderá levantar deposito: extinção com resolução do mérito. 
b- oferecer resposta no prazo de 15 dias: caso não aceite o depósito. A resposta poderá ser nas modalidades da contestação, reconvenção ou execução. Se for contestação, nos termos do art. 544 do CPC o réu poderá alegar, além das preliminares:
 b1- incorrência de recusa;
 b2- recusa justa;
 b3- não realização do depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
 b4- não integralidade do depósito (deverá indicar o montante devido). Lembrando que, neste último caso, a consignação ganhará feição de ação dúplice, ou seja, rejeitado o pedido do autor, o juiz o condenará a satisfazer o montante devido (art. 545).
c- permanecer inerte: quando então será decretada a sua revelia e haverá o julgamento antecipado da lide.
17- O que ocorre após a contestação?
Oferecida contestação: a ação segue o procedimento comum, com instrução, se necessário, culminando na sentença, que, se julgar o pedido procedente, declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios (art. 546, NCPC). O juiz fará o mesmo se o credor receber e der quitação (parágrafo único art. 546).
18- O que ocorre no caso de consignação de coisa indeterminada ou incerta?
se a coisa for indeterminada ou incerta, e a escolha couber ao réu (credor), este será, antes, citado para exercer o direito de escolha, no prazo de 5 dias (salvo outro prazo na lei ou no contrato), e comparecer para receber a prestação. Caso o credor não faça a escolha no prazo legal, a faculdade é devolvida ao devedor, que deve proceder ao depósito da coisa (art. 543, CPC).
19- O que ocorre no caso de ação consignatória como ação dúplice?
Como visto, a ação consignatória pode se revelar como uma ação dúplice na medida em que o réu, independentemente de reconvenção, poderá alegar na contestação a insuficiência do depósito, ocasião em que o autor poderá complementá-lo em 10 dias, salvo se o inadimplemento der causa à rescisão contratual.
Assim, o réu pode levantar desde logo a quantia ou coisa depositada, o que acarreta liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida (§1º).
Se a sentença concluir que o depósito foi insuficiente, ela determina, sempre que possível, o montante devido, podendo o réu executar o autor nos mesmos autos (a sentença valerá como título executivo e poderá desde já ser cumprida) - §2º.
Caso o contrário, não sendo possível, na sentença, fixar o montante devido, deverá antes ser apurado em liquidação de sentença (§2º).
20- O que ocorre quando há dúvida a quem se deve pagar?
Nos termos do art. 547 do NCPC, se houver dúvida sobre quem deverá legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
21- Quais são as formas de consignação no caso de dúvida a quem se deve pagar?
a- se, citados, ninguém comparece: opera-se a revelia deles, o juiz libera o devedor julgando antecipadamente a lide, e o depósito converte-se em coisas vagas, ou seja, é arrecadado como bem de ausente, perdurando indefinidamente, até que um interessado provoque o seu levantamento;
b- se comparece apenas um deles: o juiz decidirá de plano, julgando extinta a obrigação, e o credor, demonstrando o seu direito à prestação, levantará o depósito a seu favor.
c- se comparece mais de um pretendente: do mesmo modo o juiz declara efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando, porém, o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, pelo procedimento comum, para se apurar quem é o verdadeiro titular do 
22- O que ocorre no caso de consignação incidental?
a- ocorre quando outros pedidos são cumulados ao pedido consignatório (ex.: revisional);
b- é cabível, desde que se observe o procedimento comum (requisitos do art. 327);
obs.: atenção ao art. 328, §3º, NCPC, antigo art. 285-B, CPC/73.
2º Ação de exigir contas no NCPC (arts. 550 a 553, NCPC).
23- No que consiste?
Refere-se ao dever contratual de prestar contas por aquele que administra bens ou direitos alheios. 
Ex: síndico de condomínio.
Obs.: A ação de exigir de contas tem seu procedimento delineado pelo artigo 550 do NCPC e seus parágrafos, em que se vislumbra a ocorrência de duas fases distintas (bifásico), com objetos distintos.
24- Quais são as fazes da ação de prestação de contas?
a- Nos termos do caput e §1º do art. 550, na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem, requerendo a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 dias.
b- Como já dito, esta 2ª fase será para analisar as contas, determinar a existência de saldo e apurá-lo, condenando o réu ao pagamento da referida quantia. 
25- Qual o comportamento que o réu poderá adotar depois de citado?
a- prestar as contas (§2º) => tendo o autor, então, o prazo de 15 dias para se manifestar, prosseguindo-se o processo para as demais fases do rito comum (saneamento, instrução e decisão).
b- contestá-las (§3º) => de modo fundamentado e específico, com referência expressa ao lançamento questionado. O código não diz, mas naturalmente, neste caso, o processo também prosseguirá para as próximas fases.
c- não contestá-las (§4º) => o juiz decreta a revelia e julga antecipadamente o mérito reconhecendo a existência das contas.
Obs.1: Em qualquer caso, a 1ª fase será encerrada pela decisão2 que julgar procedente ou improcedente o pedido.
Obs.2: No caso de improcedência, não há que se falar numa 2ª fase, pois que não foram reconhecidas as contas exigidas pelo autor.
Obs.3: Mas, havendo a condenação do réu a prestar as contas, este deverá apresentá-las em 15 dias,o que marca o início da 2ª fase.
26- O que ocorre na segunda faze?
a- Caso o réu não apresente as contas em 15 dias após a decisão que as reconheceu na 1ª fase, perderá o direito a impugnar aquelas que ainda serão, em seguida, apresentadas pelo autor num prazo de 15 dias, podendo o juiz determinar realização de exame pericial, se necessário (§§5º e 6º, in fine).
b- Mas, do contrário, se o réu apresentá-las dentro do referido prazo (o qual deverá ser na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver), o juiz abrirá prazo para o autor impugná-las (art. 551).
c- Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável pra que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados (§1º do art. 551), seguindo o processo para as próximas fases do procedimento comum (saneamento, instrução e decisão - §6º, 1ª parte, do art. 550).
Obs.1: Aqui, a decisão, que será uma sentença, analisará 3 questões: se as contas foram corretamente apresentadas; a existência de saldo ou inexistência de saldo; e, havendo saldo, a quantia sobre a qual recairá a condenação.
Obs.2: Desta sentença caberá apelação e, após o trânsito em julgado, terá início a fase de cumprimento de sentença, uma vez que ela se constituirá em título executivo judicial (art. 552). 
3º Ações Possessórias (arts. 554 a 568, NCPC)
27- Qual a diferença entre juiz petitório e juízo possessório?
a- petitório (ius possidendi): a pretensão diz respeito ao direito de propriedade. O fundamento é a posse decorrente da propriedade, e o pedido é o domínio. Ex:. reivindicatória, imissão na posse, embargos de terceiro etc. O art. 557 do NCPC veda, na pendência da ação possessória, que o réu ou o autor ajuízem ação visando o reconhecimento do domínio. A tutela da posse seria inútil se fosse possível ao proprietário responder ao possuidor com a ação petitória.
b- possessório (“ius possessionis”): a pretensão diz respeito à posse em si mesma, sem cogitar qualquer outra relação jurídica. O fundamento da pretensão e o pedido são a posse. Portanto, instruir tais causas com prova da titularidade do domínio é irrelevante, uma vez que basta demonstrar a posse anterior e a ofensa a esta. Seguindo o mesmo raciocínio, mas em situação diversa, é o proprietário que nunca foi possuidor do seu bem, o qual será carecedor da ação possessória, cabendo-lhe, na verdade, a imissão na posse.
Obs.1: nas ações possessórias a parte legitima para a sua propositura é aquele que detêm a posse e não necessariamente a propriedade. 
Obs.2: nas ações possessórias só é permitida a discussão sobre a posse, a propriedade é discutida em ações petitórias.
Obs.3: por outro lado, nas ações que versam sobre o domínio é possível discutir a posse. 
Obs.4: Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. § 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. 
28- Quais são as espécies de possessórias?
a- ação de reintegração de posse: cabível quando há o esbulho da posse (perda violenta, clandestina ou precária da posse);
b- ação de manutenção de posse: cabível quando há turbação na posse (efetivo embaraço ao exercício da posse); e
c- interdito proibitório: cabível, preventivamente, quando há ameaça ao exercício da posse, ou seja, ameaça iminente de turbação ou esbulho.
29- Quando existe fungibilidade entre as ações possessórias?
pela dificuldade em distinguir uma situação de esbulho e turbação; ou entre esta e simples ameaça a posse, o legislador previu, no art. 554, a aplicação do princípio da fungibilidade ou conversibilidade dos interditos, segundo o qual o juiz poderá conhecer de um pedido possessório, diverso do requerido pelo autor, desde que os requisitos estejam provados, outorgando-lhe a proteção adequada. Isso ocorre muito em caso da alteração da situação fática depois do ajuizamento da demanda possessória.
30- Qual a diferença entre ação de força nova e ação de força velha?
a- ação de força nova: a ação é proposta dentro de 1 ano e 1 dia da ofensa da posse; o rito será especial do Capítulo. A concessão liminar será com base nos arts. 561 e 562, NCPC, ou seja, basta que o autor comprove a posse, o esbulho ou a turbação, a perda ou continuação na posse, principalmente a data do ato espoliativo, independentemente de demonstração de periculum in mora, que, nas possessórias, é presumido – in re ipsa.
Obs:. O interdito proibitório é sempre ação de força nova, porque a ameaça é constante e deve ser sempre atual.
b- ação de forca velha: a ação é proposta após esse prazo; o rito a ser observado será o comum (o pedido liminar submeterá aos requisitos previstos no art. 300, NCPC, ou seja, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo), sem retirar o caráter possessório.
31- Qual o objeto da ação possessória?
Só é cabível ação possessória para bens e direitos capazes de serem apreendidos fisicamente, isto é, para bens materiais (bens moveis, semoventes e imóveis) 
obs.1: não é cabível ações possessórias para direitos autorais.
Obs.2: cabe ação possessória para proteger servidão de passagem.
32- Qual será a competência para o ajuizamento da ação possessória?
a- foro do domicílio do réu, para bens móveis e semoventes
b- foro da situação da coisa, quando se tratar de bem imóvel
Obs.: Neste último caso, ainda que se trate de ação fundada em direito pessoal, não se aplica o art. 46 do NCPC, que prevê a competência do foro do domicílio do réu, por haver previsão específica para as ações possessórias no art. 47, §2º, do mesmo diploma legal, segundo o qual a competência para a ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa, cujo critério territorial, ali estabelecido, se reveste excepcionalmente de caráter absoluto.
33- Quais são as partes legitimas para o requerimento de reintegração de posse?
a- Será autor o possuidor esbulhado, turbado ou ameaçado, irrelevante se também detentor de direito real.
Obs.1: Os compossuidores têm a faculdade de promover a ação em conjunto ou isoladamente, sendo que, no primeiro caso, formar-se-á um litisconsórcio facultativo unitário, e, no segundo, ainda que não tenham os demais figurados como partes, serão alcançados pelos efeitos da coisa julgada, atuando o autor em legitimidade extraordinária.
Obs.2: Em se tratando de pessoas casadas compossuidoras, a regra é a mesma, com a diferença que, se formarem litisconsórcio facultativo, será necessária a outorga uxória/marital (art. 73, §2º, NCPC). 
b- Já o legitimado passivo é o autor do esbulho, turbação ou ameaça, ainda que seja possuidor da coisa.
Obs.1: A ação pode ser tanto contra o autor do ato como contra o seu mandante, podendo o primeiro requerer a sua substituição por este (art. 339, NCPC).
Obs.2: sucessor a título universal ou causa mortis é também legitimado, ativa ou passivamente, porque continua na posse de seu antecessor (art. 1.207, Código Civil - CC), e o sucessor a título singular responderá pelo vício apenas se recebeu por má fé a coisa esbulhada (art. 1.212, CC). 
Obs.3: possuidores diretos e indiretos têm legitimidade um em face do outro, como também ambos em face de terceiros em litisconsórcio ativo facultativo.
34- Qual será a causa de pedir?
No caso da manutenção e reintegração de posse, segundo o art. 561, o autor deve provar:
a- a posse anterior (e não o domínio4. Exemplos de documentos que demonstram a posse: contas de luz, correspondências, fotografias e outros);
b- a ofensa ou o ato espoliativo, ou seja, turbação ou o esbulho;
c- a data da turbação ou do esbulho (define o rito) – difícil de ser provada por prova documental, o que poderá ensejar a concessão da liminar por meio de audiência de justificaçãoprévia (coleta de prova oral);
d- a continuação ou a perda da posse (se manutenção ou reintegração, respectivamente).
Obs.: Já no caso do interdito proibitório, conforme o art. 567, além da posse anterior, basta provar a iminência da turbação ou do esbulho, ou seja, a fundada e grave ameaça de tais atos consumarem (se ameaça for consumada, é caso de manutenção ou reintegração de posse).
35- Como se dá o pedido?
a- Mediante expedição do competente mandado (de manutenção, de reintegração ou de proibição do esbulho ou turbação). 
35-É permitido a cumulação de pedido nas ações possessórias?
b- Além do pedido principal, o art. 555 do NCPC permite a cumulação de outros pedidos sem prejuízo do rito especial, desde que tenham por fundamento a turbação ou o esbulho, como a cumulação com o pedido de condenação em perdas e danos e indenização dos frutos. Ademais, para efetivar a tutela relativa à posse, prevê o parágrafo único do art. 555 que o autor poderá requerer também a imposição de medida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho e para cumprir tutela provisória ou final.
c- Se o autor cumular outros pedidos, além dos previstos no art. 555, aí o rito será o ordinário. O pedido de concessão da liminar é possível, como já visto, se tratar de ação de força nova (art. 558 c/c art. 562, CPC), afastando, nesse caso, a aplicação da antecipação dos efeitos da tutela genericamente prevista no art. 300, NCPC, pertinente apenas se a ação de força velha (art. 558, parágrafo único).
36- Qual será o valor da causa?
Aplicação por analogia do art. 292, IV, NCPC (o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido).
37- Como se dará as provas?
Todos os meios de prova hábeis a demonstrar a posse (no caso de manutenção de posse e do interdito proibitório, a atualidade da posse), a ofensa e o tempo de sua ocorrência.
38- Como é o requerimento de citação do réu?
Se o local for inacessível, não permitindo a aproximação do oficial de justiça, a citação será por edital. Lembrando que o art. 554, §1º, do NCPC, prevê, na ação em que figure no pólo passivo grande número de pessoas, a citação será pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e dos demais, por edital.
39- No que consiste a apreciação liminar antecipatória?
Provado o esbulho ou a turbação em menos de ano e dia, o mandado de reintegração ou de manutenção é deferido liminarmente (sem ouvir o réu), conforme o art. 562, ou em audiência de justificação prévia, consoante o art. 563. No caso do interdito proibitório, o juiz determinará ao réu uma obrigação de não fazer, proibindo-o de molestar a posse do autor, sob pena de incorrer em multa pecuniária.
Mas se o ato espoliativo for mais de ano e dia (apenas se turbação ou esbulho, pois que, como visto, a ameaça é sempre nova), então, a liminar só será deferida se os requisitos do art. 300 (tutela de urgência antecipada genérica) estiverem satisfeitos.
Obs.: Sendo o réu for ente público, não é cabível liminar inaudita altera pars, ou seja, depende da oitiva dos seus representantes legais (art. 562, parágrafo único).
40- Qual a natureza da liminar na ação possessória?
A liminar na ação possessória tem natureza antecipatória posto que satisfativa, em nada se assemelhando com a cautelar, vez que não objetiva assegurar processo, mas restabelecer o mais rápido possível o status quo ante alterado pela ofensa à posse.
Obs.1: Todavia, poderá ser deferida com ou sem audiência de justificação prévia, a depender se os seus requisitos (posse anterior e o tempo da ofensa há menos de ano e dia) forem comprovados por documentos ou por provas orais.
Obs.2:O juiz pode condicionar a manutenção da liminar à prestação de caução real ou fidejussória pelo autor, se réu provar que o autor carece de idoneidade financeira para responder eventuais perdas e danos caso venha a sucumbir na ação, dispensada se tratar de parte economicamente hipossuficiente (art. 559).
41- Como se dará a resposta do réu?
Concedido ou não o mandado liminar, o autor promoverá, nos 5 dias subseqüentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15.
obs.: Obviamente que se houve audiência de justificação prévia, o prazo será contado da intimação (e não citação) da decisão que deferir ou não a liminar (parágrafo único do art. 564).
42- Como se dará a contestação?
O réu pode arguir quaisquer das preliminares do art. 337, CPC
(inclusive, incompetência absoluta caso a regra do art. 47, §2º, aplicada às possessórias imobiliárias, não for observada, ou incompetência relativa se a regra do art. 46, aplicada às possessórias de bens móveis, não for observada); e, no mérito, pode alegar a ausência dos requisitos do art. 561; opor, como fato extintivo ao direito do autor, o usucapião (Sum. 237, STF – não se trata de defesa petitória, porque a discussão sobre prescrição aquisitiva se assenta na posse; ademais, o objetivo na possessória não é uma sentença declaratória do domínio); e a indenização por benfeitorias feitas na coisa.
43- Como se dará a resposta do réu?
Em razão do art. 556 prever a possibilidade de o réu formular pedido contraposto na própria contestação (por se tratar de ação dúplice), sustentou-se por muito tempo a impossibilidade de manejo da reconvenção nas possessórias por falta de interesse de agir. Porém, a jurisprudência afastou tal entendimento sob o argumento de que o pedido contraposto cinge-se às hipóteses tipificadas no art. 556 do CPC, sendo cabível a reconvenção para outras hipóteses.
Obs.: Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
44- O que ocorre após o prazo de resposta?
Todas as ações possessórias seguem o procedimento ordinário (art. 566), o qual culmina na sentença.
A sentença possessória é objetivamente complexa, uma vez que pode conter, a par do mandado possessório, o pleito cominatório e até condenatório de indenização. Desta feita, ao julgar procedente o pedido principal e os cumulados, a sentença faz nascer obrigação de entregar coisa bem como de dar quantia.
45- Como será a execução na ação possessória?
No primeiro caso, a execução dar-se-á segundo a disciplina das tutelas específicas das obrigações de entrega de coisa, prevista no art. 498 (antigo art. 461-A), onde o juiz fixará prazo para a entrega da coisa, que, se desobedecido, ensejará a expedição de mandado de busca e apreensão, se coisa móvel, ou de manutenção ou reintegração na posse, se coisa imóvel.
Por outro lado, no que tange ao capítulo da sentença que condenou na obrigação de dar quantia (indenização, p.ex.), transitada esta em julgado e não cumprida voluntariamente pelo réu, o credor elaborará memória de cálculo atualizada e requererá a intimação do devedor para efetuar o pagamento no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10% sobre a dívida e expedição de mandado de penhora (art. 523; a que correspondia no CPC de 73 o art. 475-J).
46- Qual será o recurso cabível da sentença 
Por fim, salienta-se que da sentença das ações possessórias caberá apelação em ambos efeitos se for de improcedência, pois que, se de procedência, confirmando a liminar, obviamente se aplica a exceção do art. 1.012, V, segundo a qual a apelação será recebida apenas no efeito devolutivo se a sentença confirmar a tutela antecipada.
4º Inventário ou partilha (arts. 610 a 673).
47- No que consiste o procedimento de inventário e partilha?
Conforme art. 1784 do Código Civil, falecida a pessoa natural, a herança transmite-se, desde logo, aos sucessores. Entretanto, é necessário identificar quem são eles e, havendo mais de um, definir como será feita a divisão da herança. Para essa finalidade, existe o 6543651’
Obs.: Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. 
48- Noque consiste o inventário?
Inventário significa relacionar, catalogar, enumerar. No CPC, inventário consiste no procedimento especial de jurisdição contenciosa, pelo qual se procede à descrição e à avaliação do patrimônio (bens, direitos e obrigações) deixado por alguém em virtude de seu falecimento.
49- No que consiste a partilha?
Já a partilha, por sua vez, constitui o segundo estágio do procedimento e vem a ser a atividade desenvolvida para dividir o acervo patrimonial entre os sucessores. Importante notar que não existe partilha sem inventário (até a partilha feita por testamento não dispensa futuro inventário), mas pode ocorrer inventário sem partilha (ex: inventário negativo ou quando houver apenas um herdeiro).
50- Quais são as espécies de inventários?
a- inventário judicial: que divide em inventário tradicional (ou solene) e arrolamento, que, por sua vez, pode ser sumário (art. 659 – independente do valor da herança, desde que todos os herdeiros sejam maiores, capazes e de acordo com a partilha amigável) ou comum (art. 664 – independente se capazes ou não os herdeiros, desde que o valor dos bens for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos). O inventário tradicional ou solene tem aplicação residual (art. 610 “havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial”).
b- inventário extrajudicial: se todos forem capazes e concordes quanto à partilha, procede-se ao inventário e à partilha, administrativamente, em Cartório, valendo a escritura pública como título hábil para qualquer ato de registro bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeira (art. 610, §1º).
obs.: só poderá ser feito o inventário extrajudicial se não existir testamento.
51- Quem deve fazer o inventário extrajudicial?
O inventário extrajudicial deverá ser feito necessariamente por meio de advogado (ou por defensor público, se os interessados não tiverem condições financeiras), o qual redigirá a minuta, devendo constar a qualificação completa do autor da herança, dia e local do falecimento, a qual será levada ao Tabelionato de Notas. O tabelião poderá exigir, para lavrar a respectiva escritura, documentos tais como: certidão de óbito; documento de identificação de todas as partes; certidão comprobatória do vínculo de parentesco com o autor da herança; certidão de casamento do cônjuge sobrevivente; e documentos comprobatórios da propriedade dos bens e seu valor.
52- Como será a petição inicial ao inventário judicial?
A petição inicial observará normalmente os requisitos do art. 319, com as peculiaridades próprias do procedimento do inventário, porém trata-se de uma petição bem menos burocratizada, não havendo necessidade de ampla exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido, do pedido com suas especificações e do protesto pela ampla produção de provas (MONTENEGRO FILHO, 2006, p. 449). Basta noticiar a morte do autor da herança (com a certidão de óbito em anexo à exordial), a existência de bens e herdeiros, sem necessariamente identificá-los (salvo no arrolamento sumário, que, pela celeridade própria do rito, impõe a apresentação do esboço de partilha já na petição inicial).
53- Qual será o foro competente?
Pelo critério territorial, previsto no art. 48 do NCPC, é competente para o processo de inventário e partilha o foro do domicílio do autor da herança. Todavia, o referido artigo estabelece foros subsidiários. Assim, se o autor da herança não tinha domicílio certo, será competente o foro da situação dos bens imóveis. Todavia, se o de cujus possuía bens imóveis em foros diferentes, será competente qualquer destes. Não havendo bens imóveis, a ação deverá ser ajuizada no foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Obs.1: Pelo critério material, a ação será aforada na Vara Especializada em Sucessões, onde houver; do contrário, será competente a Vara Cível.
Obs.2: Vale lembrar que cabe à autoridade brasileira, com exclusividade, proceder ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, independentemente da nacionalidade ou domicílio do de cujus (art. 23, II, NCPC). 
54- Quem pode abrir um inventário?
Quanto à legitimidade, a abertura do inventário deverá ser requerida, primeiramente, pelo administrador provisório no prazo de 2 meses após o falecimento do autor da herança. Duas observações merecem ser feitas quanto à eventual inércia dos interessados na abertura do processo de inventário:
1ª) o NCPC não mais ressalva a hipótese da iniciativa de ofício do juiz (o art. 989 não tem um correspondente na nova lei processual);
2ª) a multa pela inércia depende de previsão por lei estadual. Em Goiás, a Lei n. 13.772/00 foi alterada pela Lei n. 16.169/07, passando a ser devida não em caso de atraso na abertura do inventário, e sim na demora da expedição da declaração do ITCMD.
55- Quem mais pode pedir a abertura do inventário além do administrador provisório?
Segundo o art. 616, CPC: 
a- o cônjuge ou companheiro supérstite: independentemente do regime de bens.
b- herdeiro.
c- legatário (beneficiado pelo testamento)
d- testamenteiro.
e- cessionário do herdeiro ou do legatário
f- credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança: seu crédito deve ser líquido e certo.
g- administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário ou do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.
h- Ministério Público, se houver herdeiro incapaz e forem omissos os outros legitimados (é residual). Se a iniciativa não for do MP, este deverá, da mesma forma, ser intimado para intervir no feito como fiscal da lei se o herdeiro for incapaz ou ausente, ou houver testamento.
i- Fazenda Pública, por ter interesse em apurar e receber o ITCMD.
56- o que faz o inventariante?
Iniciado o inventário e até que haja a partilha, o encargo de administrar a massa hereditária é do inventariante.
57- Quem pode ser o inventariante?
Recebida a petição inicial, o juiz nomeará então o inventariante, que, segundo o art. 617 do NCPC, poderá ser (ordem relativa):
a- cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
b- o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio;
c- qualquer herdeiro, quando nenhum estiver na posse ou administração do espólio;
d- o herdeiro menor, por seu representante legal (novidade do NCPC);
e- o testamenteiro, se lhe foi confiada a administração do espólio do toda a herança estiver distribuída em legados;
f- o inventariante judicial, se houver;
g- pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Obs.: Intimado da nomeação, o inventariante prestará em 5 dias o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função (parágrafo único, art. 617).
58- Qual a função do inventariante?
Incumbe ao inventariante, além de representar judicial e extrajudicialmente o espólio até a partilha, as atribuições previstas nos arts. 618 e 619, NCPC (ex: administrar o espólio com diligência; prestar as primeiras e últimas declarações; trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente; alienar bens de qualquer espécie; pagar dívidas do espólio; fazer despesas para a conservação dos bens do espólio; etc), sob pena de remoção (art. 622), mediante incidente instaurado de ofício ou a requerimento de qualquer dos interessados, com observância ao contraditório, em autos apensos ao inventário, sem suspendê-lo, de cuja decisão caberá agravo. Removido que seja, o juiz nomeará outro, observada da ordem do art. 617.
59- Quais serão as primeiras declarações do inventariante?
a- qualificação completa do de cujus;
b- a data e o lugar do óbito;
c- a qualificação completa dos herdeiros (incluindo email), a qualidade e seu grau de parentesco com o falecido;
d- a qualificação completa do cônjuge ou companheiro supérstite e o regime de bens do casamento ou da união estável;
e- relação completa e individualizada de todos os bens do espólio, inclusive aqueles que devem ser conferidos à colação, e dos bens alheios que nele forem encontrados, fazendo uma descriçãominuciosa dos bens imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, jóias, títulos da dívida pública, ações, quotas, dívidas ativas e passivas, direitos e ações, e, por fim, o valor corrente de cada um dos bens.
60- O que significa trazer um bem a colação?
O herdeiro descendente, que recebeu doação ou dote do ascendente, é obrigado, no prazo de que dispõe para impugnar as primeiras declarações, a fazer colação dos bens recebidos (a título gratuito), a fim de reconstituir o acervo hereditário, sob pena de ser considerado sonegador (a sonegação será argüida por meio de ação própria no prazo de 10 anos). A colação será feita conferindo os bens por termo aos autos, ou, se o herdeiro já os não possuir, trar-lhes-á o valor. 
Obs.: Caso o herdeiro negue o recebimento da doação, abre-se vista às partes e, instaurada a controvérsia, remetem-se a via ordinária, não podendo o herdeiro receber o seu quinhão enquanto pender a demanda, salvo se prestar caução correspondente ao valor dos bens sujeitos à conferência (§2º, art. 641).
61- Como se dará a citação após as primeiras declarações?
Feitas as primeiras declarações, cita-se o cônjuge/companheiro, os herdeiros e legatários, por correio ou por edital (se estiverem em lugar incerto ou desconhecido), e intima-se a Fazenda Pública, o Ministério Público, havendo herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver testamento.
Obs.: O objetivo é para, num prazo comum de 15 dias, impugnar as primeiras declarações, cuja cópia lhes são entregue no momento da citação ou intimação (art. 626, §3º, §4º).
62- Como se dará a impugnação das primeiras declarações?
De acordo com o art. 627, a impugnação pode versar sobre:
a- erros, omissões e sonegação de bens: quando então o juiz mandará retificá-los (§1º, art. 627);
b- reclamação contra a nomeação do inventariante (não confundir com remoção): em razão da preterição na ordem do art. 617, quando então o juiz nomeará herdeiro mais bem situado na ordem preferencial (§2º, art. 627);
c- a qualidade de quem foi incluído como herdeiro: o juiz, verificando a ausência de condição de herdeiro, determinará a sua exclusão do feito.
Obs.1: Por outro lado, aquele que, se julga herdeiro, não for contemplado nas primeiras declarações, deverá pleitear a sua inclusão antes da partilha. Nesse caso, ouvidas as partes em 15 dias, o juiz decidirá (art. 628).
Obs.2: Em ambos os casos, se a disputa da qualidade de herdeiro demandar produção prova que não a documental, o juiz remeterá a parte para as vias ordinárias, sobrestando ou reservando, acautelatoriamente, o seu quinhão até decisão do litígio (§3º, at. 627 e §2º, art. 628). No caso do herdeiro preterido, tal medida perderá a sua eficácia se ele não promover, no prazo de 30 dias após a sua efetivação, a ação de petição de herança.
63- Como se dará a avaliação dos bens?
Após o prazo para a impugnação, não oferecida ou decidida se oferecida, o juiz nomeará perito, se não houver avaliador judicial, para avaliar os bens do espólio (inclusive quotas sociais e apuração de haveres), a fim de preparar a partilha e estimar a base de cálculo do imposto causa mortis.
Obs.1: A avaliação será dispensada se a Fazenda Pública e os herdeiros (é necessário que todos sejam capazes) concordarem com o valor atribuído nas primeiras declarações (art. 633).
Obs.2: Do contrário, será oferecido um laudo, do qual as partes poderão se manifestar no prazo de 15 dias (art. 635). Se impugnado, o juiz, acolhendo, determinará a retificação ou repetição da perícia.
 
64- Como se dará as últimas declarações?
Por outro lado, se aceito o laudo ou resolvidas as impugnações a seu respeito, será lavrado o termo das últimas declarações, que nada mais são do que o ato processual pelo qual se põe fim à fase do inventário dos bens (no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou completar as primeiras), sobre as quais serão ouvidas as partes também num prazo de 15 dias, cabendo ao juiz decidir sobre eventuais impugnações (art. 637).
Obs.: Em seguida, não manifestando as partes, ou decidindo o juiz sobre as impugnações, procede-se ao cálculo do imposto causa mortis (ITCMD), sobre o qual também serão ouvidas todas as partes no prazo comum de 5 dias, e, em seguida, a Fazenda Pública, decidindo o juiz eventuais impugnações (art. 638).
65- Como se dará o pagamento de dívidas do falecido?
Antes de se proceder à partilha, devem ser pagas as dívidas do falecido. Para tanto, o credor deverá se habilitar mediante petição acompanhada de prova literal da dívida, a qual será distribuída em dependência e autuada em apenso ao processo de inventário.
Obs.1: Se os herdeiros concordarem, o credor será habilitado e os bens, suficientes à satisfação o crédito, separados para imediata alienação ou adjudicação, de acordo com as regras de expropriação previstas no código.
Obs.2: Mas, se surgir qualquer controvérsia, a habilitação deverá ser resolvida pelas vias ordinárias, resguardando eventual direito do credor pela reserva cautelar dos bens (art. 643, caput e parágrafo único). Contudo, passados 30 dias da efetivação de tal reserva, sem que o credor promova ação cabível (cobrança ou execução), a medida perderá eficácia.
Obs.3: credor de dívida líquida e certa, porém não vencida, poderá também requerer habilitação no inventário (conforme art. 644 do CPC). Todavia, havendo concordância das partes, a reserva dos bens será feita para futuro pagamento (conforme art. 644, parágrafo único). 
66- Como se dará a partilha?
Superadas todas as etapas anteriores, proceder-se-á a partilha, que poderá ser amigável ou judicial.
Se amigável, as partes, que deverão ser maiores e capazes, apresentarão negócio jurídico que será homologado pelo juiz por meio de sentença. Atenção: a partilha amigável, que ocorre no bojo do inventário judicial, não se confunde com a apresentada em Cartório de Notas no inventário extrajudicial, que dispensa homologação.
Não sendo amigável, dar-se-á vista às partes para que, no prazo comum de 15 dias, formulem o pedido de quinhão (cota parte que cabe a cada um), o qual será decidido pelo juiz, deliberando a partilha e designando os bens que deverão constituir o quinhão de cada herdeiro e legatário. 
Obs.1:Lembrando que, se houver um só sucessor, não haverá partilha, mas sim adjudicação.
Obs.2: O quinhão destinado ao nascituro será reservado e ficará em poder do inventariante até o seu nascimento (Art. 650,CPC).
67- No que consiste o arrolamento sumário?
Conforme art. 659, trata-se de um inventário simplificado, por serem os herdeiros maiores, capazes e concordes com a partilha, ou herdeiro único, independente dos valores dos bens, cujo procedimento é concentrado, suprimindo algumas fases e atos do inventário tradicional:
a- petição inicial: apresentada por todos os herdeiros, onde indicarão os dados do falecido, relação dos seus bens e o plano de partilha, além de já elegerem um inventariante;
b- o juiz recebe a petição e nomeia o inventariante indicado na inicial;
c- o juiz homologa a partilha (o cálculo e o pagamento do imposto são feitos administrativamente, perante a secretaria da fazenda estadual).
Obs.: mesmo neste caso, sem o recolhimento do imposto (ITCMD) os quinhões não serão distribuídos.
68- No que consiste o arrolamento comum?
Conforme o art. 664, cabível quando o valor dos bens deixados pelo falecido for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos. Todavia, o procedimento já não é tão simplificado quanto o do sumário, senão vejamos:
a- petição inicial, instruída com a certidão de óbito;
b- nomeação do inventariante (segundo a ordem legal)
c- primeiras declarações, com atribuição de valores aos bens e plano de partilha;
d- citação dos herdeiros (intimação do MP, se houver herdeiros incapazes, ou testamento);
e- havendo acordo sobre a partilha e apresentadas as quitações fiscais, o juiz homologa;
g- havendo impugnação à avaliação feita pelo inventariante por qualquer das partes ou pelo MP, é necessária avaliação judicial, de cujo laudo serão ouvidas as partes;
h- impugnações serão decididas na audiênciaa ser designada, determinando o juiz o pagamento de eventuais dívidas;
i- pagamento do imposto;
j- juiz julga a partilha.
5º Embargos de terceiro (arts. 674 a 680, NCPC).
69- No que consiste o embargo de terceiro?
nos termos do art. 674, é o instrumento processual para aquele que, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, requerer o seu desfazimento ou sua inibição.
70- Quando ocorrerá o embargos de terceiros?
a- constrição ou ameaça de constrição judicial: ou seja, pressupõe um ato de constrição realizado, como penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha etc, ou ameaçado de ser praticado, ocasião em que os embargos serão preventivos. Ex: simples descrição, em inventário, do acervo patrimonial que irá compor o espólio;
b- ser o proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor do bem ou do direito apreendido ou ameaçado de apreensão (§1º art. 674): portanto, tem por finalidade a defesa não só da posse ou da propriedade de bens, mas também de qualquer direito (real ou pessoal) atingido ou ameaçado de ser atingido indevidamente por ato judicial de apreensão, como, por exemplo, quotas de sociedade, créditos e outros direitos patrimoniais, etc. Na verdade, os embargos de terceiro são um instrumento de proteção à posse, uma vez que o ato de constrição ou a sua ameaça não passam de um esbulho ou turbação, porém realizados por ato judicial.
c- qualidade de terceiro em relação ao processo do qual emanou a ordem judicial: ou seja, não ter participado de conhecimento ou de execução, processo penal, trabalhista, ou falimentar.
Obs.: conceito de intervenção de terceiro: nos termos do art. 674, é o instrumento processual para aquele que, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, requerer o seu desfazimento ou sua inibição.
71- De quem é a legitimidade ativa no caso de intervenção de terceiro ?
Nos termos do at. 674, §1º, o embargante pode ser terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou o possuidor. Equipara-se a terceiro para ajuizamento dos embargos (§2º):
a- o cônjuge ou companheiro quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação (Sum. 134, STJ). Importante lembrar que se o cônjuge é co-executado, ou seja, é responsável pela dívida porque foi contraída a bem da família (art. 73, §1º, III), deve utilizar os embargos à execução, pois não será terceiro, mas executado.
b- o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução: por meio dos embargos, caso a presunção do conluio fraudulento for relativa, admitindo prova em contrário. Se tratar de fraude contra credores, não caberão embargos de terceiro, pois tal matéria deverá ser veiculada por ação própria, a saber, ação pauliana ou revocatória (Súmula 195 do STJ).
Obs.: para haver fraudes contra credores deve-se provar a má-fé do vendedor e do comprador. Para se configurar a fraude a execução deve existir a averbação do bem, caso contrário, deverá se comprovar a fraude ao credor através da ação pauliana.
c- quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte.
d- o credor com garantia real para obstar expropriação judicial objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais (art. 804), dos atos expropriatórios respectivo: isso porque, caso tenha sido intimado, de acordo com o art. 799, então seria o caso de o credor com garantia real exercer o protesto pela preferência, ingressando na execução, e não embargar de terceiro.
Obs.: conforme a jurisprudência e a doutrina: 
a- o assistente que figura no processo, mas defende direito do assistido;
b- o adquirente que não registrou o compromisso de compra e venda (Sum. 84, STJ). Todavia terá que arcar com os ônus sucumbenciais por ter, face à ausência do registro, possibilitado a penhora do bem (Súm. 303, STJ - em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios - princípio da causalidade);
c- cônjuge ou filhos do devedor para defender bem de família, na omissão deste;
72- Qual é a legitimidade passiva do embargo de terceiro?
È o embargado, tanto aquele que se aproveita do ato de constrição quanto o seu adversário no processo principal caso a iniciativa pela constrição tenha sido deste (art. 677,§4º). Então, por exemplo, se, numa execução, quem indicou o bem à penhora foi o próprio executado, deverão figurar no polo passivo dos embargos, em litisconsórcio necessário, tanto o exequente, que se beneficia da penhora, como o executado que indicou o bem. 
73- Quais são os prazos para os embargos de terceiro?
Se decorre de processo de conhecimento, os embargos podem ser opostos enquanto a sentença não tiver transitado em julgado.
Todavia, com o advento da Lei 11.232/05, o trânsito em julgado não representa mais o fim do processo de conhecimento, vez ser possível o início da fase de cumprimento de sentença quando houver condenação em obrigação de pagar quantia. Dessa forma, deve-se admitir a oposição dos embargos de terceiro após o trânsito em julgado da sentença.
Obs.1: se decorre do cumprimento de sentença e de processo de execução: os embargos poderão ser opostos até 5 dias da lavratura do auto de arrematação, adjudicação ou da alienação por iniciativa particular, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Obs.2: Deve-se, na verdade, fazer uma interpretação extensiva a contar o prazo a partir da inequívoca ciência do terceiro acerca do ato de constrição judicial, que não necessário coincidirá com o dia da arrematação ou adjudicação.
Obs.3: Aliás, o NCPC inova ao estabelecer, no art. 675, parágrafo único, a possibilidade de o juiz determinar a intimação pessoal do terceiro que seja identificado como titular do interesse em embargar o ato.
Obs.4: A não observância do prazo implicará apenas na perda da faculdade do terceiro se valer do procedimento especial, não o impedindo de buscar o direito material pela via ordinária. 
74- De quem será a competência?
a- Será competente para o procedimento especial dos embargos de terceiro o juízo que ordenou a constrição do bem (art. 676). Portanto, trata-se de competência funcional, logo, absoluta. Assim, serão distribuídos por dependência aos autos do processo principal, que deu origem à constrição, mas formalizados em autos apartados.
b- Todavia, se os embargos forem opostos pela União, autarquias ou empresas públicas federais, a competência será da Justiça Federal, ainda que a ação principal tramite na Justiça Estadual, prevalecendo o critério pessoal previsto no art. 109, I, da CF.
c- Por outro lado, estando os autos do processo principal no segundo grau, ante a pendência de recurso, e a constrição decorrer da execução provisória da decisão, os embargos deverão ser ajuizados perante o juízo de primeiro grau. Só serão opostos diretamente no tribunal, se a ação principal for de sua competência originária.
d- Por fim, vale lembrar o disposto na Sumula 33 do extinto TRF quanto às execuções por carta: “o juízo deprecado, na execução por carta, é o competente para julgar os embargos de terceiro, salvo se o bem apreendido foi indicado pelo juízo deprecante” ou se já devolvida a carta. Este entendimento foi absorvido pelo NCPC que previu o parágrafo único no art. 676. 
75- Como será o procedimento do embargos de terceiro?
a- Petição inicial (art. 319 e art. 677, NCPC):
 a1- o pedido é para desfazer o ato constritivo (reintegrando na posse) ou inibir a sua prática (mantendo-se na posse);
 a2- deve estar instruída com a prova sumária da posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro no processo;
 a3- deve conter o rol de testemunhas (se for necessária a prova testemunhal);
 a4- valor da causa: em princípio, é o valor do bem apreendido.Segundo entendimento jurisprudencial, se o valor do bem for maior que o valor da execução, este último será o valor dos embargos de terceiro.
b- Liminar:
 b1- provado o domínio ou a posse (basta verossimilhança), é possível a concessão de liminar possessória;
 b2- não havendo prova documental da posse é possível designação de audiência preliminar (art. 677, §1º).
 b3- consiste na suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos (se proprietário), bem como na expedição de mandado de manutenção ou de reintegração provisória da coisa, se o embargante tiver requerido (se possuidor) - art. 678, caput;
a ordem de manutenção ou reintegração poderá estar condicionada pelo juiz à prestação de caução, salvo se a parte for economicamente hipossuficiente (art. 678, parágrafo único).
c- Citação: 
 c1- nos termos do art. 677, §3º, NCPC, a citação nos embargos será pessoal, se o embargado não tiver advogado constituído na ação principal; do contrário, será citado na pessoa do advogado mediante publicação do despacho no órgão oficial;
 
d- Resposta do réu:
 d1-citado, o embargado terá um prazo de 15 dias (art. 679, NCPC) para oferecer defesa (contestação), findo o qual seguirá o procedimento comum.
 d2- O embargado poderá deduzir qualquer matéria de defesa, salvo nos embargos opostos por credor com garantia real, cujas matérias limitam-se às previstas no art. 680 (só poderá alegar que o devedor comum é insolvente; que o título é nulo ou não obriga a terceiro; ou que outra é a coisa dada em garantia).
 
e- Após o prazo da resposta, segue-se o procedimento comum:
 e1- julgamento antecipado da lide em caso de revelia (com aplicação da presunção de veracidade). Caso contrário, contestando o embargado no prazo, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, se houver necessidade de produção de provas orais.
f- Sentença (art. 681):
 f1- acolhido o pedido principal, o ato de constrição é cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante, liberando a caução eventualmente prestada;
 f2- da sentença caberá apelação, em ambos os efeitos (há quem faça analogia com o art. 1.012, III;
 f3- apelação só no devolutivo se tratar de sentença de improcedência nos embargos à execução).
6º Ação Monitória (arts. 700 a 702, CPC/15).
75- No que consiste a ação monitória?
A ação monitória é considerada uma tutela diferenciada: para o legislador, pareceu injusto que o credor que tivesse prova escrita da obrigação tivesse que se submeter ao mesmo procedimento dos credores sem prova escrita. Por isto, criou o procedimento monitório, para permitir que o juiz pudesse, com cognição sumária formada a partir da prova escrita, determinar o cumprimento da obrigação antes da sentença final.
76- Qual o cabimento da ação monitória?
Segundo determina o art. 700 do NCPC, “a ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter o direito de exigir do devedor capaz:
a- pagamento de quantia em dinheiro;
b– a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III – o inadimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer”.
77- Quais os tipos de prova escrita é admitido?
Prova escrita: a jurisprudência brasileira é bastante liberal quanto à admissão da prova escrita para fins de ação monitória. O que importa é que o documento ofertado pelo credor sinalize, de modo verossímil, a existência da obrigação, carecendo-lhe, no entanto, de força executiva.
Exemplos: contrato sem assinatura de duas testemunhas; título de crédito prescrito (sum. 299 STJ); documentos unilaterais emitidos pelo credor (sum. 384 STJ); duplicata mercantil sem comprovante de entrega da mercadoria; contrato de cartão de crédito.
Obs.: O novo CPC, no art. 700, §1º, amplia a possibilidade de a prova escrita consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381 (por arrolamento de bens sem finalidade de apreensão, por produção antecipada de provas e por justificação).
78- Qual a diferença entre a ação de cobrança, ação monitória e execução?
	AÇÃO DE COBRANÇA
	AÇÃO MONITÓRIA
	EXECUÇÃO
	Cabível quando o credor
não tiver nenhuma prova escrita da obrigação.
	Cabível quando o credor possui
prova escrita da obrigação, sem eficácia de título executivo.
	Cabível quanto o credor
possui título executivo.
	Processo de conhecimento,
pelo procedimento comum.
	Processo de conhecimento, por
procedimento especial.
	Processo de execução.
	CUIDADO: o ajuizamento da ação monitória é uma faculdade do
credor. Se ele quiser, pode ajuizar ação de cobrança.
	Facultativo tbm(art.785)
79- Qual o objeto da ação monitória?
A ação monitória tem por objeto o cumprimento de qualquer obrigação, seja de dar quantia/pagar, seja de entregar coisa, móvel ou imóvel, fungível ou infungível, e até mesmo obrigação de fazer ou não fazer.
Procedimento.
80- Como será a petição inicial ?
a- petição inicial: deve observar os requisitos genéricos dos arts. 319 e 320 do NCPC, ou seja, deve conter:
 a1- endereçamento (competência): foro do local do cumprimento da obrigação (art. 53, III, d, NCPC), salvo se houver cláusula de eleição de foro no documento firmado entre as partes.
 a2- legitimidade: ativa - o credor da obrigação; e passiva - o devedor da obrigação, desde que capaz, inclusive a Fazenda Pública (Sum. 339, STJ e art. 700, §6º, NCPC).
 a3- causa de pedir: além de narrar a lide, consistente na obrigação inadimplida, nos termos do §2º do art. 700, NCPC, o autor deverá explicitar: a importância devida, instruindo-a com a memória de cálculo (o que já estava consagrado na doutrina), se tratar de obrigação da pagar; o valor atual da coisa reclamada, em caso de obrigação de entrega de coisa; ou o conteúdo patrimonial em discussão ou proveito econômico perseguido, no caso de obrigação de fazer ou não fazer.
Obs: segundo o STJ, é desnecessário constar da petição inicial a origem da obrigação (causa debendi). Todavia, é obrigatório que a petição esteja acompanhada da prova escrita sem força executiva que prova a existência da obrigação, pois é por ela que o direito do autor restará evidenciado (cognição sumária do juiz para expedição do mandado monitório).
b- Pedido:
 b1- expedição do mandado monitório, consistente no pagamento, na entrega da coisa ou na execução de obrigação de fazer ou não fazer;
 b2- citação do réu para cumprir o mandado monitório, bem como pagar o valor de 5% sobre o valor da causa à título de honorários advocatícios, no prazo de 15 dias, ou oferecer embargos nos termos do art. 702, NCPC, sob pena de constituir-se de pleno direito o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em executivo e prosseguindo na forma dos artigos 513 e seguintes do Novo Código de Processo Civil;
 b3- produção de provas, em especial a juntada da prova escrita sem força executiva, que deverá instruir a inicial.
c- Valor da causa:
 c1- corresponderá ao valor da obrigação cujo adimplemento se busca (§3º, art. 700, NCPC).
81- como será o juízo de admissibilidade:
 a- Proposta a ação, o juiz proferirá um juízo de admissibilidade, verificando a existência ou não de prova escrita que evidencie o direito ao crédito, ocasião em que receberá ou indeferirá a petição inicial:
 b- Havendo dúvida quanto à idoneidade da prova documental, o juiz intimará o autor para emendar a inicial, adaptando-a ao rito comum (art. 700, §5º, NCPC), não obstante nada impede o juiz que determine a emenda por outro motivo (art. 321, NCPC).
 c- Caso o autor não emende a petição inicial ou não observe as regras do §2º (explicitação do valor da obrigação), o juiz indeferirá a petição inicial (§4º do art. 700).
 d- Mas, recebida que seja a petição inicial, o juiz, mediante cognição sumária, analisará se há ou não verossimilhança na alegação. Sendo evidente o direito, ele deferirá a expedição do mandado monitório, determinando a citação do réu. 
Obs.: ATENÇÃO: a decisão do juiz que admite a monitória é irrecorrível, uma vez que o devedorpoderá se defender na ocasião dos embargos à monitória. Ademais, o NCPC previu apenas o cabimento de ação rescisória como meio de impugnação contra tal decisão (art.701, §3º, NCPC).
82 – Como será a citação?
Nos termos do §7º do art. 700 do NCPC, a citação do réu no procedimento monitório poderá ser por qualquer dos meios permitidos no rito comum (inclusive, por edital, conforme enunciava a Súmula 282 do STJ).
Como já dito, o devedor é citado para, no prazo de 15 dias, cumprir a obrigação contida no mandado monitório, bem como pagar 5% sobre o valor da causa à título de honorários advocatícios, ou para oferecer embargos.
83- Quais são as possibilidades de reação do devedor?
a-cumprimento da obrigação (art. 701, §1º): haverá sanção premial, com isenção das custas e honorários advocatícios, pondo fim ao procedimento;
b- inércia (não cumprir a obrigação E não embargar- art. 701, §2º): conversão do mandado monitório em título executivo judicial, prosseguindo o processo em sua fase de cumprimento de sentença (arts. 513 e seguintes do NCPC), contra a qual caberá ação rescisória, e não recurso, como já dito anteriormente.
c- oferecimento de embargos: a ação prossegue pelo rito comum com a suspensão do mandado monitório até o julgamento final em 1º grau.
84- Como se dará os embargos a ação monitória?
a- é o meio de defesa do devedor (não cabe contestação);
b- não há necessidade de garantia do juízo;
c- tem efeito suspensivo: fica suspensa a conversão do mandado monitório em título judicial até o julgamento dos embargos em primeiro grau (§4º);
d- a matéria de defesa é ampla (as mesmas do rito comum, ou seja, aplicam-se as mesmas regras dos embargos à execução – ex: excesso de execução – demonstrativo de débito, 
e- sob pena de rejeição liminar dos embargos se for o único fundamento de defesa; ou não examinados, caso haja outro fundamento -§3º);
f- são processados nos próprios autos (mas poderão, a critério do juiz, ser autuados em apartado se parciais - §7º, convertendo em título judicial em relação à parcela não embargada);
g- o autor será intimado para responder aos embargos em 15 dias (§5º);
h- como, no caso de oposição de embargos a ação monitória segue o procedimento comum, é cabível reconvenção (Sum. 292 do STJ; art.702, §6º, NCPC);
i- se rejeitados, também constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, seguindo as regras do cumprimento de sentença, no que for cabível;
l- cabe apelação da decisão que acolhe ou rejeita os embargos (§9º);
m- os §§10 e 11 do art. 702 prevêem a possibilidade de aplicação de multas ao autor que, de má- fé, valeu-se indevidamente da ação monitória ou ao réu que, de má-fé, tenha apresentado embargos. Tal multa é de 10% sobre o valor da causa, a qual reverterá a favor da parte contrária.
Obs.: Vale registrar que, estranhamente, o NCPC, que proibiu o direito ao parcelamento de dívida no cumprimento de sentença, o admite na monitória (art. 701, §7º).
7º Ação de divisão e demarcação de terras particulares.
84- No que consiste?
Dentre os poderes do proprietário, inclui-se o de forçar a demarcação de sua terra e de dividir o prédio comum, pois a incerteza quanto aos limites e a comunhão geram embaraços ao exercício do direito de propriedade.
85- Quando será cabível a ação de demarcação e de divisão?
a- A ação de demarcação é cabível para que o proprietário obrigue o confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados.
b- Já a ação de divisão é cabível para que qualquer condômino obrigue os demais consortes a partilhar a coisa comum, intimando os demais para, querendo, intervir no feito.
Obs.: para interpor a ação de divisão e demarcação não basta a posse, tem que ter também o domínio.
86- É possível a divisão e demarcação extrajudicial?
a- Quanto à demarcação, o NCPC inova ao admitir a versão extrajudicial por escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados. Outra novidade é a sentença que não se limita mais declarar a demarcação, mas pode também determinar a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado.
b- Quanto à divisão, poucas também foram as novidades trazidas pela nova lei processual: desnecessidade de o perito, nomeado pelo juiz para proceder à divisão, prestar compromisso; pequenas alterações de prazos.
87- É possível a cumulação de pedidos de divisão e demarcação?
Segundo o art 570.: É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e os condôminos. 
 
88- Qual o procedimento da ação de demarcação?
a-O autor da ação de demarcação precisa instruir a petição inicial com o título de domínio ou condomínio, determinar o imóvel por sua situação e denominação, descrever os seus limites, requerer a citação de todos os confinantes e a intimação dos condôminos, se houver. 
b-A seguir, citam-se os réus, pelo correio e os interessados incertos, por edital.  
c- Feitas as citações, segue-se o prazo comum de 15 dias para os réus contestarem a ação, após o que se observa o procedimento comum. 
d- Salvo em se tratando de prédio com georreferências constantes do registro de imóvel, o juiz nomeia um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. 
e-Concluídos os estudos, os peritos apresentam laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem. 
f- Realizada a audiência de instrução e julgamento, o juiz profere sentença, em que determina o traçado da linha demarcanda e a restituição de área invadida, se houver. 
g- Transitada em julgado a sentença, o perito efetua a demarcação, colocando os marcos necessários, com observância das regras constantes dos artigos 582 a 585. 
h-Feitas as alterações determinadas pelo juiz, lavra-se o auto de demarcação. 
i-Finalmente, o juiz profere sentença homologatória da demarcação. 
90- Qual o procedimento da ação de divisão?
a- O autor da ação de divisão precisa instruir a inicial com o título de domínio e indicar: 
 a1- I – a origem da comunhão, a denominação, situação, limites e características do imóvel; 
 a2- II – o nome, o estado civil, a profissão e residência dos condomínios, especificando os estabelecidos no imóvel com benfeitorias ou culturas; 
 a3- III – as benfeitorias comuns. 
b- Citam-se os condôminos pelo correio, para contestar, no prazo comum de 15 dias,  observando-se, a seguir, o procedimento comum. 
c- A seguir, o juiz nomeia perito para promover a medição do imóvel e para descrevê-lo, indicando as vias de comunicação existentes, as construções e as benfeitorias, com indicação dos seus valores, as águas que banham o imóvel e outras informações relevantes respeitadas as benfeitorias permanentes feitas pelos confinantes há mais de 1 anos, que não se computarão na área dividenda.  
d- A seguir, os condôminos são intimados a apresentar, no prazo comum de 10 dias, os seus títulos, bem como a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.  
e- Segue-se nova intimação das partes, agora com prazo de 15 dias, para manifestarem-se sobre os documentos e pretensões uns dos outros. Não havendo impugnação, o juiz determina a divisão do imóvel. Havendo impugnação, o juiz profere decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos. 
f-Na sequência, cabe ao perito apresentar laudo, propondo a forma da divisão, observando o disposto no artigo 595.
g- Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 dias, o juiz profere decisão sobre a partilha. 
h- Segue-se o cumprimento da decisão, procedendo o perito à demarcação dos quinhões e à apresentação do memorial descritivo. O escrivão lavra, então, o auto de divisão e o juiz profere sentença homologatória da divisão. 
i- Transitando em julgado essa decisão, cada condômino recebe a respectiva folha de pagamento. 
8º Habilitação.
90- No que consiste?
Procedimento através do qualos sucessores da parte que faleceu ingressam em juízo para recompor a relação processual afetada pela morte.
Obs.: nem toda morte da parte, entretanto, admite a sucessão processual, hipótese na qual o processo de habilitação será inadmissível. Tendo o processo como objeto um direito material intransmissível, com a morte de uma das partes o processo deve ser extinto se a resolução do mérito. 
91- Qual é o procedimento?
a- Art. 688. A habilitação pode ser requerida:
I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido;
II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte.
b- Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo. 
c- Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias. 
d- Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que determinará que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução. 
e- Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos. 
9º Restauração de autos. 
91- No que consiste a restauração de autos?
Procedimento cabível quando os autos de um processo desaparecem, visando recompor os atos processuais.
Obs.1:Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
Obs.2:Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo. 
92- Qual é o procedimento de restauração de autos?
a- Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo:
I - certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório por onde haja corrido o processo;
II - cópia das peças que tenha em seu poder;
III - qualquer outro documento que facilite a restauração.
b- Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder.
§ 1º Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo desaparecido.
§ 2º Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-se-á o procedimento comum.
c- Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.
§ 1º Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de impossibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a requerimento.
§ 2º Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que possível pelo mesmo perito.
§ 3º Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.
§ 4º Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido.
§ 5º Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da original.
d- Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos.
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sendo-lhes apensados os autos da restauração.
e- Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o processo de restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do processo.
§ 1º A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele realizados.
§ 2º Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e proceder-se-á ao julgamento.
f- Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer. 
10º Ação de oposição.
93- No que consiste a ação de oposição?
O objeto da ação de oposição, com procedimento especial previsto nos arts. 682 do CPC, que determina ser a oposição a ação por meio da qual um terceiro ingressa com processo pleiteando o direito ou coisa sobre que controvertem autor e réu. Significa dizer que por meio da oposição o autor busca obter para si o direito ou a coisa objeto de disputa entre as partes em processo já instaurado. 
Obs.: a oposição não é mais uma modalidade de intervenção de terceiros no novo CPC desde o CPC/2015
94- Qual o procedimento da ação de oposição?
a- Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
Obs.1: a ação de oposição deve ser interposta contra o autor e o réu da ação original (na pessoa do advogado).
Obs.2: a ação deve ser interposta antes da sentença.
b- Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da ação.
Obs.: Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias.
c- Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
d- Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.
Obs.: Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
 e- Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. 
11º Homologação do penhor legal
95- No que consiste?
No CPC atual está disciplinada como medida cautelar típica, apesar de a doutrina sempre tê-la considerado uma medida satisfativa consistente em homologar penhor legal em favor de hoteleiros, fornecedores de alimentos/pouso e locadores de imóvel. Inova o CPC ao prever tal procedimento extrajudicialmente perante o cartório, mediante escritura pública.
Obs.: trata-se de um dos raros exemplos de autotutela permitido pela nossa legislação. 
96- Qual o procedimento?
Conforme art. 703 do CPC: Tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o credor, ato contínuo, a homologação. 
a- § 1º Na petição inicial, instruída com o contrato de locação ou a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos retidos, o credor pedirá a citação do devedor para pagar ou contestar na audiência preliminar que for designada.
§ 2º A homologação do penhor legal poderá ser promovida pela via extrajudicial mediante requerimento, que conterá os requisitos previstos no § 1º deste artigo, do credor a notário de sua livre escolha.
§ 3º Recebido o requerimento, o notário promoverá a notificação extrajudicial do devedor para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar o débito ou impugnar sua cobrança, alegando por escrito uma das causas previstas no art. 704 , hipótese em que o procedimento será encaminhado ao juízo competente para decisão.
§ 4º Transcorrido o prazo sem manifestação do devedor, o notário formalizará a homologação do penhor legal por escritura pública.
Obs.: hipóteses de penhor legal contido no art. 1467
b- Art. 704. A defesa só pode consistir em:
I - nulidade do processo;
II - extinção da obrigação;
III - não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não estarem os bens sujeitos a penhor legal;
IV - alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada pelo credor.
c- Art. 705. A partir da audiência preliminar, observar-se-á o procedimento comum. 
d- Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal,

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