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FILOSOFIA-E-POLÍTICAS-EDUCACIONAIS-Adriana-WORD

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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO	5
1	ASPECTOS INTRODUTÓRIOS	6
2	CONCEPÇÕES DE HOMEM	9
2.1	Concepção metafísica	10
2.2	Concepção naturalista	11
2.3	Concepção histórico-social	12
3	A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM ATRAVÉS DA FILOSOFIA	12
4	PERÍODOS DA FILOSOFIA	16
4.1	Filosofia Antiga	17
4.1.1	Pré-socráticos	18
4.1.2	A Grécia clássica	18
4.1.3	Platão e Aristóteles	19
4.2	Filosofia Medieval	19
4.3	Filosofia Moderna	22
4.4	Filosofia Contemporânea	23
5	ÉTICA	25
5.1	A Ética na Filosofia	25
6	MORAL	26
7	LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO – LDB	27
8	POLÍTICAS EDUCACIONAIS	31
9	INCLUSÃO ESCOLAR	34
9.1	Atenção às pessoas com necessidades educacionais especiais	37
10	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	39
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
 
Fonte: https://bit.ly/3Q2EAQk 
A filosofia lida com a realidade não em termos de excisão, mas de totalidade. O ponto de vista filosófico é holista, não entendido de forma isolada ou isoladamente, mas relacionam cada aspecto filosófico a todos os outros no contexto em que está inserido. 
A filosofia não faz julgamentos sobre a realidade como a ciência, mas julgamentos de valores. Isso significa que a filosofia vai além da realidade, buscando entender o que ela deve ser, valorizando a ação e buscando o sentido. A própria filosofia nasce quando o pensamento se torna objeto de reflexão. Podemos conceituar a filosofia como um reflexo das questões pela realidade. 
A filosofia não é, de modo algum, uma simples abstração independente da vida. Ao contrário ela é a própria manifestação humana e sua mais alta expressão(...) A filosofia traduz o sentir, o pensar e o agir do homem. Evidentemente, o homem não se alimenta da filosofia, mas sem dúvida nenhuma, com a ajuda da filosofia (BRANGATTI,1993. apud SCARIOTTO, 2007). 
Esse ramo do pode se caracterizar de algumas formas: pelo conteúdo ou temas abordados; pelo seu papel na cultura; ou pela forma como esses temas são tratados. A filosofia no que se refere a conteúdo, lida com conceitos como beleza, justiça e verdade. Mas nem sempre trata de temas selecionados, como os apontados acima. Originalmente, na Grécia, a filosofia abrangia todas as disciplinas, considerando que até o século XIX não existia distinção entre filosofia e ciência, integrava-se todos os conhecimentos. 
 
 
A trajetória histórica da filosofia procura respostas para questões cognitivas, e cada uma dessas são respondidas a partir de diferentes reflexões, formando assim correntes de pensamento. Aristóteles (384 - 322 a.C) e Platão (427 - 347 a.C) ofereceram à filosofia uma de suas melhores definições. 
Para eles, a filosofia é um discurso que o mundo inteiro admira e se maravilha. A filosofia, segundo a visão tradicional de Platão e Aristóteles, faz exatamente isso, ou seja, levanta certas questões que nos obrigam a pensar que o trivial deixou de ser trivial. Então filosofia é a palavra que usamos para desvalorizar coisas triviais. 
Tudo a que estamos acostumados torna-se questionável, tudo o que é mundano cai aos olhos de uma expressão de raiva, e então não nos aceitamos mais como acostumados às coisas a que nos acostumamos. 
A maioria das definições de filosofia são razoavelmente controversas, em particular quando são interessantes ou profundas. Esta situação deve-se em parte ao fato de a filosofia ter alterado de forma radical o seu âmbito no decurso da história e de muitas das investigações nela originalmente incluídas terem sido mais tarde excluídas (ARANHA, 1996. apud SCARIOTTO, 2007). 
 
Uma definição mais detalhada, mas não controversa e abrangente, é que a filosofia compreende a reflexão racional e crítica, de forma mais ou menos sistemática, da natureza do mundo em geral (metafísica), teorias da existência, justificação de crenças (epistemologia ou teoria do conhecimento) e estilos de vida em necessidade (teoria dos valores ou ética). 
Cada um dos três elementos enumerados tem um contraponto não filosófico, do qual se distingue pela sua abordagem claramente racional e crítica, bem como pela sua sistematicidade. Todo indivíduo tem uma compreensão comum da natureza do mundo em que vivemos e do nosso lugar nele. A metafísica provoca as suposições que esteiam irracionalmente essas noções utilizando um conjunto organizado de crenças. 
[...] ocasionalmente, duvidamos e questionamos crenças, não só as nossas como as alheias, e fazemos com mais ou menos sucesso sem possuirmos uma teoria acerca do que fazemos”. (CHAUÍ, 1985. apud SCARIOTTO, 2007). 
Direcionamos também nossas ações para objetivos e fins que valorizamos. A ética, ou filosofia moral, em seu sentido mais amplo, busca apresentar lógica e sistematicamente regras ou princípios subjacentes. 
 Na prática, a ética limita-se aos aspectos éticos do comportamento e, em geral, tende a ignorar a maioria das ações que tomamos por eficiência ou prudência, como se fossem demasiadamente fundamentais para serem consideradas. 
Os primeiros filósofos reconhecidos, os pré-socráticos, eram sobretudo metafísicos preocupados em estabelecer as características essenciais da natureza no seu todo. Platão e Aristóteles escreveram penetrantemente sobre metafísica e ética; Platão sobre o conhecimento; Aristóteles sobre lógica (dedutiva), a técnica mais rigorosa para justificar crenças; estabeleceu as suas regras de uma forma sistemática e manteve intacta a sua autoridade durante mais de 2000 anos. Na Idade Média, ao serviço do cristianismo, a filosofia apoiou-se primeiramente na metafísica de Platão, e em seguida na de Aristóteles, com o propósito de defender crenças religiosas. No Renascimento, a liberdade de especulação metafísica ressurgiu; na sua fase tardia, com Bacon e, de um modo mais influente com Descartes e Locke, dirigiu-se para a epistemologia com o objetivo de ratificar e, tanto quanto possível, acomodar a religião e os novos desenvolvimentos das ciências naturais (CUNHA,1992. apud SCARIOTTO, 2007). 
Os diferentes elementos e partes de nossa filosofia que compõem nossa visão de mundo devem se encaixar. Portanto, conceitos que estão muito distantes no início podem afetar muitos outros conceitos que estão mais intimamente relacionados à vida cotidiana. A filosofia carece de ser apreciada por si mesma e não por seus efeitos práticos indiretamente. Sendo que, a melhor maneira de garantir esses bons efeitos práticos são é tentando encontrar a verdade e procurando-a com imparcialidade. 
CONCEPÇÕES DE HOMEM 
A concepção do homem como um "animal racional" (ou possivelmente um "animal político") segue os requisitos comuns a todas as ciências naturais. O homem tem uma natureza fixa, definida e necessária, porque tem um lugar e é único na natureza. 
O homem é uma unidade e um todo. Portanto, não é apropriado desenvolver doutrinas diferentes sobre o ser humano: uma filosófica e uma científica, uma religiosa e uma secular, uma sociológica e uma psicológica. O homem é uma unidade indivisível, e, todos os métodos contribuem para a criação de uma e mesma imagem do ser humano. 
Todas as formas de agir e moldar o mundo partem deideias humanas. As teorias humanistas baseiam-se na busca de uma concepção do ser humano. Por isso é tão importante na prática educativa que a questão antropológica seja claramente formulada tematicamente. 
 
A semente que germina produz ramos, folhas, flores e frutos. O pensamento que pensa produz conhecimentos e falas diversas. Produz o conhecimento que calcula (as ciências), imagina (as artes) e confia (a fé). E produz a filosofia. (BUZZI, apud COSTA, 2004). 
Há três destaques antropológicos: a concepção metafísica; a cientificista (ou naturalista) e; a histórico social, dos quais serão apresentados a seguir. 
Concepção metafísica 
Nessa concepção o homem é visto a partir de uma natureza imutável, ou seja, de um modelo infinito. Formado pela concepção platônica (o mundo das ideias) que prevaleceu na Idade Média, mas ainda é válida para o pensamento religioso filosófico e para a teologia. Nessa visão, entende-se que existe um modelo de humanos e que somos variações desse modelo. 
A existência humana no mundo é uma questão do “ser”, na multiplicidade e unidade. A natureza caracteriza tudo. A natureza humana é um modelo a ser alcançado. A educação é considerada como um processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento do potencial do indivíduo. 
 O objetivo da educação é desenvolver em cada indivíduo a perfeição que ele ou ela pode ter. De acordo com esse conceito, a educação é centrada no indivíduo e o modelo humano é identificado a priori. 
Concepção naturalista 
O conceito de naturalismo aparece principalmente nos tempos modernos, é uma sugestão para as ideias de Descartes e Locke. Nessa compreensão, o homem é visto como uma entidade dualista, dotada de uma substância pensante (alma) e uma biológica e física. O homem torna-se uma obra decidida pela natureza e forma um ser humano autônomo, capaz de administrar seu próprio destino. 
Locke, Galileu, Descartes e Newton instituíram teorias do conhecimento que, até hoje, orientam a ciência, a pesquisa científica e desenvolvem o método científico. A ciência compreende regularidades na natureza e o homem busca encontrar as regularidades que marcam seus comportamentos. A educação é inspirada em um método que enfatiza a programação rigorosa das etapas de aquisição do conhecimento (comportamentalismo/psicologia). Tentando alinhar a metodologia das humanidades com a das ciências naturais (empírica, controlada e generalizada). Eles se opõem às teorias humanistas. 
Concepção histórico-social 
As críticas ao empirismo de Locke, ao mecanicismo newtoniano e a primazia do sentimento sobre a razão, levaram importantes pensadores a começarem a formular uma nova visão antropológica, sócio-histórica, defendida pelo romantismo alemão. 
Essa concepção entende que o homem é como alguém ou algo no espaço e no tempo, marcado por sua singularidade e tendência a fazer preparativos. O homem, como processo, está inacabado (pois não surge pronto), não é um ser humano nato. Assim, tornando-se uma entidade social coexistente. 
 De tempos em tempos, esse conceito é revisto, repensado e reanalisado em qualquer campo. Toda arte, pensamento e ação humana traz em si esta grande questão que não pode ser posta de lado sem o risco de perder uma grande e exclusiva atividade humana: a capacidade de fazê-lo refletir sobre sua própria natureza e existência. 
A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM ATRAVÉS DA FILOSOFIA 
 
Fonte: https://bit.ly/3zirO9H 
O ser humano é uma criatura que questiona sempre a vida, e deve questioná-la constantemente. A maneira de cada um difere, existindo sempre o mistério. As reações humanas advêm de um contexto histórico. 
Todos os homens desejam naturalmente saber. Muitos, contudo, se perdem nesta tarefa ao longo da vida, talvez por desconhecerem um caminho. (ARISTÓTELES 384-322 a C. apud SCARIOTTO, 2007). 
É preciso conceituar a filosofia de forma existencial e simples, para entender o que ela é e verificar seu significado para a vida humana, considerando que ela está associada tanto ao conhecimento teórico quanto à sabedoria prática. 
Na verdade, o sucesso da filosofia teórica não nos garante que seremos filósofos no sentido prático ou que agiremos e nos sentiremos bem sempre que nos envolvermos em certas situações da vida real. 
A filosofia se manifesta como uma forma de conhecimento que tanto proporciona uma compreensão de sua existência, quanto de seu sentido e direção de ação. É o domínio da compreensão, onde, quando nos apropriamos, nos encontramos refletindo sobre o cotidiano das pessoas, do mais simples ao mais complexo. A ação filosófica não é apenas um processo individual, mas também um processo com impacto social. 
O ser humano não age por agir. E sim atua com um determinado propósito, que pode ser mais amplo ou mais restrito. Propósitos mais amplos são aqueles que tratam do sentido da existência, da busca do bem da sociedade, da luta pela libertação dos oprimidos, e assim por diante. 
 Claro, a vida só tem sentido se for vivida de acordo com valores dignos e também com dignidade. Cada um tem sua maneira de entender o mundo, ninguém age no escuro sem saber para onde vai e por que vai. Só podemos agir à luz do mundo e da realidade. 
Todos vivem a partir de um conceito de mundo, agem e se comportam de acordo com um sentido inconsciente ao qual dão vida. Nesse sentido, podemos dizer que todo mundo é filósofo. Todo indivíduo tem uma filosofia de vida, que é guiar-se por valores ocultos, seja consciente ou inconscientemente. 
Ao se falar de filosofia de vida, diz respeito à orientação cotidiana inconsciente que pode vir da massificação, do senso comum, que absorvemos e acumulamos espontaneamente. É impossível viver sem pensar, uma das características do ser humano é a necessidade não só de compreender a natureza para que ela possa ser melhorada através do trabalho, mas também de compreender a si mesmo. 
Assim, não há vida humana autoconsciente sem reflexão filosófica, sem reflexão crítica da realidade em geral. A filosofia coincidirá com o que se chama de processo cognitivo ou percepção, tanto em termos de tempo quanto de julgamento. 
 
O ser humano, assim como as demais criaturas, também luta pela própria preservação, uma das coisas que o distingue das demais criaturas é que o homem cria seus meios de existência, reorganizando e modificando os recursos naturais disponíveis. Ele trabalha guiado por objetivos conscientes, para enfrentar os desafios da natureza e sobreviver. 
O homem, ao colocar-se no mundo, estabelece uma ligação entre o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido. O sujeito se transforma mediante o novo saber e o objeto também se transforma, pois, o conhecimento lhe dá sentido (COTRIN, 1993. apud SCARIOTTO, 2007). 
O homem é o agente das transformações da natureza, e a natureza é o resultado dessas mudanças. Ao atuar de sua atividade produtiva em meio à natureza, por meio de seu trabalho de cuidar para sustentar sua existência através da incorporação e apropriação de recursos naturais modificados, o homem não institui apenas relações pessoais com a natureza. 
Simultaneamente, ao determinar as relações técnicas de produção, fica estabelecido: relações interpessoais e relações com os outros, criando assim uma estrutura social. O homem se firma e se descobre no mundo, não como um simples objeto que faz parte da realidade total, mas como um sujeito onde essa realidade se modifica. 
PERÍODOS DA FILOSOFIA 
A filosofia tem dois propósitos importantes. O primeiro, busca dar ao homem uma visão unificada do universo em que vive. E em segundo, procura fazer com que as pessoas pensem de forma mais crítica, aumentando sua capacidade de raciocinar de forma concisa e clara. A filosofia é como uma tentativa de pensar com clareza. Um filósofo é o indivíduo que pensa mais profundamente. O termo filosofia vem de duas palavras gregas, philo e sophia, tomadas em conjunto para significar amor à sabedoria. 
Em Sócrates e Platão, existe uma contraposição entre sabedoria e filosofia. A sabedoria perfeita é própria de Deus, que é o sábio por excelência. Os homenssão filósofos, isto é, amantes ou aficionados à sabedoria. Estão em busca do saber, guiam-se pela procura do saber, embora nunca o terão plenamente. (GOMES, 2001. apud COSTA, 2004). 
A filosofia é de grande valor para as pessoas que vivem neste mundo complexo. Muitos deles não têm antecedentes ou crenças que orientem suas vidas. A filosofia pode fornecer-lhes uma estrutura lógica para pensar. Ao aceitar uma certa linha de filosofia, o homem pode começar a procurar certos objetos e direcionar seu comportamento. 
Cada conjunto de crenças leva a uma maneira diferente de pensar e se comportar. A filosofia também considera os fundamentos de outros estudos. Pergunte ao cientista social o que ele acredita ser a natureza humana. Pergunte ao físico por que ele usa o método científico. A filosofia procura organizar as conclusões das diferentes ciências para mostrar as diferentes maneiras pelas quais elas se relacionam. 
Em geral, os estudos filosóficos servem como espinha dorsal para o estudo da história da filosofia. Para estabelecer uma sequência histórica da filosofia, diferentes critérios podem ser usados. Muitas vezes, as divergências são criadas a partir de correlações com períodos históricos, políticos e culturais. Então estamos falando de: 
 
 
Filosofia Antiga 
Com uma história de mais de 2.500 anos, a filosofia é um conhecimento concreto. A filosofia nasceu na Grécia antiga, e os primeiros filósofos ficaram conhecidos como pré-socráticos. Mas hoje, a filosofia é entendida não apenas como conhecimento concreto, mas também como uma atitude em relação ao conhecimento, o que significa que seus conceitos, temas e descobertas são regularmente revisitados. A história da filosofia coloca em perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta textos e autores que sustentam nosso conhecimento até hoje. 
 A história da filosofia antiga pode ser dividida em três grandes períodos: pré-socrático, a Grécia clássica e a época helenística. 
Pré-socráticos 
Filósofos que viveram antes de Sócrates, como Heráclito e Parmênides, estudaram a variabilidade da natureza e a origem das coisas, e de seus textos restaram apenas fragmentos de sua escrita. No período pré-socrático o conhecimento especulativo era indistinguível de outros conhecimentos, como a matemática, física ou astronomia. Tales de Mileto foi o primeiro pensador que poderia ser chamado de filósofo. Como outros pesquisadores pré-socráticos, Tales estabeleceu a caracterização do princípio ou matéria da qual o mundo é feito. Ele disse que este princípio é a água. 
A Grécia clássica 
Durante o período clássico, a filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado que é o da Grécia clássica. Na época, era um período que compreendia os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega atingiu seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas. Essa cidade-estado controlou a Grécia com seu poderio econômico e militar. 
Adotando a democracia como sistema político, Atenas testemunhou um admirável florescimento das artes e das ciências. Foi durante esse período histórico que surgiu a origem do pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Platão Aristóteles e Sócrates. 
Conhecemos os pensamentos de Sócrates através das obras de seu discípulo Platão, considerando que Sócrates não deixou nenhuma obra escrita. Já Platão não escreveu uma obra metódica, organizada de forma lógica e abstrata, mas sim, um conjunto rico de textos em forma de diálogos, que abordavam diferentes temas. E esses diálogos estavam organizados em torno da figura central de seu mestre Sócrates. 
Platão e Aristóteles 
O conhecimento é fruto da convivência entre homens que debatem de forma cordial e livre. Por exemplo, no livro "A República", há um grupo de amigos que inclui o filósofo Sócrates, e dois irmãos de Platão, Glauco e Adimanto, e vários outros personagens também, que serão provocados pelo mestre. O diálogo trata questões relacionadas à organização da sociedade e à natureza da política. A palavra política vem do grego polis, que significa Estado ou cidade. Ao contrário de Platão, Aristóteles criou um trabalho ordenado e sistemático. A filosofia de Aristóteles inclui várias áreas do conhecimento como: retórica, poética, lógica, metafísica e várias ciências. Em seu livro "A Política", o mesmo entendia a ciência política como o desenvolvimento de uma ética, cuja fórmula principal se encontra no livro "Ética a Nicômaco". 
 
Filosofia Medieval 
Com a desintegração do Império Romano, o desaparecimento das instituições e as invasões bárbaras, os centros de difusão cultural também se desintegraram. Os 
chamados "patriarcas da igreja" foram os primeiros filósofos a defender a fé cristã nos primeiros séculos, até por volta do século VIII. 
 
A filosofia patrística dá início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de São João. A doutrina mencionada, trazia um propósito evangelizador, que era converter os pagãos à nova religião cristã. 
Nasceram novos conceitos e ideias, como: a criação do mundo, o pecado original, a trindade de Deus, o julgamento final e a ressurreição dos mortos. No que se referem às questões teológicas, relativas à relação entre fé e razão, dominaram o pensamento dos principais pensadores da filosofia cristã. 
 
 
As ideias filosóficas tornam-se verdades reveladas e irrefutáveis (reveladas por Deus, pelos santos e pela Bíblia). Eles se tornaram dogmas. Assim que as ideias da filosofia cristã foram formuladas, abriu-se a perspectiva de uma distinção entre a verdade revelada e a verdade humana. Surge então a distinção entre razão e fé. 
O conhecimento recebido de Deus torna-se muito superior ao conhecimento racional. Por causa dessa dicotomia, surgiu uma discussão em torno da possibilidade de uma reconciliação entre fé e razão. 
 
Os grandes pensadores da antiguidade, Aristóteles e Platão, foram também os principais influenciadores da filosofia escolástica. Durante este período, a filosofia cristã atingiu um grande estágio de desenvolvimento. Originou-se uma teologia, preocupada em provar a existência de Deus e da alma. 
O método da escolástica é justamente o método da disputa. O debate envolve a apresentação de um argumento, que pode ser defendido ou refutado por outros argumentos. É uma ideia subordinada a um princípio autoritário (argumentos podem ser retirados dos antigos, como Aristóteles e Platão e, dos patriarcas da Igreja, ou de pessoas da Igreja, como os papas e santos). 
Filosofia Moderna 
Durante o Renascimento, séculos XV e XVI, o mundo passou por profundas transformações nos campos: econômico, político, artístico e científico. O Renascimento adotou valores da cultura clássica (representada por autores gregos e latinos), como a autonomia do pensamento e o uso individual da razão, em oposição aos valores medievais, como a esfera da fé e a autoridade da Igreja. 
O principal autor do Renascimento no campo político foi Maquiavel, autor de uma famosa obra "O Príncipe". Maquiavel desenvolveu uma teoria política baseada na prática e em experiências concretas. Durante o período medieval, o poder político foi concebido como um “dom divino” e os teólogos desenvolveram suas teorias políticas com base nas escrituras sagradas e no direito romano. 
 
 
Para os empiristas, como David Hume e John Locke, o conhecimento progride por graus contínuos, a começar pelas sensações até atingir as ideias. A fonte do conhecimento é a experiência sensível e racional. 
 
Filosofia Contemporânea 
As telecomunicações, os programas espaciais, a Internet, a física quântica, a medicina avançada, o mundo em que vivemos, parece não ter lugar para a filosofia. 
 
Esta é uma das classificações de filosofia, ou seja, é uma disciplina que estuda os fundamentos de nossas crenças. Porém, enquanto as ciências instituem um corpo sólido de verdade e conhecimento a partir do qual começam a se desenvolver, a filosofia não obteve o mesmo efeito. 
A Filosofia Contemporânea baseia-se em uma série de conceitos desenvolvidos no século XIX, incluindo o conceito de história, desenvolvido pelo filósofoG.W.F. Hegel. A filosofia de Hegel está associada às ideias de processo e totalidade. Onde o entendimento de “homem” refere-se a um ser histórico, bem como uma sociedade. 
A ideia de progresso é uma das consequências dessa percepção. O filósofo Auguste Comte foi um dos principais teóricos a pensar sobre essa questão. A razão e o conhecimento científico andam na direção do desenvolvimento do homem, que é justamente o lema da bandeira brasileira: ordem e progresso. Inspirado nas ideias de Comte. 
 
 
ÉTICA 
A ética como ramo da filosofia, é considerada uma ciência normativa, seja por seus princípios ou pautas da conduta humana, denominada filosofia moral. Os valores morais estão presentes nos mais diversos comportamentos de nossas vidas. Para tudo, definimos prioridades com base em valores. Então, a moralidade pode ser entendida como reflexo do comportamento moral. 
Ética é a ciência do comportamento moral ético humano em sociedade, aproximando-se da moral. Isso porque ética e moral têm a mesma origem. Assim, podemos concluir que ética significa infalibilidade, decência, ética postural. 
A Ética na Filosofia 
Uma das configurações atribuídas à palavra Ética é de natureza filosófica. Nesse sentido, a Ética, no marco da filosofia, refere-se à reflexão sobre a moral associada ao meio social em que o indivíduo é inserido. Incentiva, portanto, o exercício de uma fundamentação ética crítica e reflexiva, na busca da elucidação dos fatos éticos. Desta forma, é notável que a Ética na Filosofia, não propõe uma regra normativa, apenas estimula o homem, como ser racional e social, a praticar sua vontade, crítica e auto avaliação, em suas atitudes e modos. 
Esse é o principal pilar da diferença entre ética e moral, pois para ela toda ética é normativa, enquanto se destina a prescrever aos sujeitos normas aplicáveis, processamento, bem como valores e costumes à que participam. Por outro lado, a moralidade não é necessariamente normativa, e então codifica a divisão da moral em normativa e não normativa. 
 
 
MORAL 
A expressão “moral” tem sua origem no latim, que vem de mores, que significa costume, um conjunto de regras adquiridas pela repetição habitual em sua prática. São as regras de conduta que regem o comportamento dos indivíduos na sociedade, garantindo a estabilidade, funcionamento e a transformabilidade da própria sociedade. 
Dessa forma, a ética engloba um fato histórico em constante mudança e dinâmica, evoluindo com mudanças políticas, econômicas e sociais, que considerava nula a existência de princípios morais estáticos. É a parte subjetiva da moral que dita o comportamento humano em relação a si mesmo, além de incluir: deveres, costumes, direitos e origens humanas, quando convivem com esses outros. 
Portanto, a ética é entendida em termos de comportamento voluntário, livre de pressão externa sobre o indivíduo, acrescido de uma lista de padrões específicos de ação, que estão então implícitos nas regras, padrões, normas e leis que regem as ações humanas, no ambiente social. 
Ressalta-se que o objeto da ética como já mencionado é a moral, considerada como um dos aspectos do comportamento humano. A moralidade positiva, diz respeito a um conjunto de regras de comportamentos e modo de vida, pelo qual as pessoas tendem a perceber o valor das coisas boas. Nessa perspectiva, moralidade e ética significam algo muito semelhante, e a distinção conceitual existente não exclui o uso atual das duas expressões como intercambiáveis. 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO – LDB 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) referente a Lei n. º 9.394, é a legislação que regulamenta e define o Sistema Educacional Brasileiro, público ou privado. Esta legislação foi citada pela Constituição de 1934 pela primeira vez, mas, só foi criada em 1961 seguida de duas promulgações: uma em 1971 e outra em 1996, que vigora até os dias atuais. A LDB foi elaborada com base nos princípios apresentados na Constituição Federal, que reafirma o direito à educação desde a educação básica até o ensino superior. 
A Lei n. º 9.394/1996, foi publicada pelo Ministério da Educação, e expressa o planejamento educacional e política do país. O Art. 206, define que: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. (BRASIL, 1996) 
Na verdade, o objetivo da LDB é organizar e estruturar os princípios estabelecidos no texto constitucional para aplicá-los a situações reais relacionadas a uma série de questões, a saber: a formação de profissionais e professores; o funcionamento da rede escolar; as condições de inscrição; o uso de incentivos à aprendizagem e aos alunos; os recursos financeiros; materiais; técnicos e humanos para o desenvolvimento educacional; o envolvimento do poder público e a iniciativa do setor privado nos esforços educacionais; a alta direção do sistema de ensino e as características distintivas da atividade pedagógica nas diferentes regiões do país. 
Ponderando a diversidade das realidades do país, a LDB é uma lei norteadora e não uma solução para problemas cotidianos. Aborda, portanto, questões de educação de forma ampla, e os detalhes do funcionamento do sistema são objeto de decretos, editais, resoluções e portarias. 
 
Com base nessas premissas, a LDB não pode deixar de discutir o que está envolvido na avaliação. O artigo 13, disserta que os docentes serão responsáveis por: 
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; 
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; 
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. (BRASIL, 1996) 
A LDB estabelece também a divisão da educação brasileira em dois níveis: 
 
A educação básica inclui: 
 
Sob a responsabilidade dos municípios, a educação infantil pode ser gratuita, mas não obrigatória. No qual, os alunos podem frequentar o jardim de infância dos 0 aos 3 anos e o jardim de infância dos 4 aos 5 anos. 
O ensino fundamental é obrigatório e pode ou não ser gratuito. Abrange o primeiro ano, graus 1º e 5º, e o último ano, graus 6º e 9º. A LDB institui que os municípios são progressivamente responsáveis por todo o ensino fundamental mas, na prática atende as séries iniciais e o estado até as séries superiores. 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS 
Fonte: https://bit.ly/3PI16OC 
A política educacional é parte integrante de todas as políticas públicas sociais do país. Constituem, assim, um elemento de regulação estatal, orientado pela sociedade civil, para garantir o direito universal à educação de qualidade e ao desenvolvimento integral dos alunos. 
A implementação de políticas públicas de educação está associada ao desenvolvimento da sociedade. Assim, seus objetivos são: educação universal, acesso à tecnologia, alfabetização, profissionalização, entre outros. 
 
No entanto, a formulação de uma política pública efetiva, especialmente no campo da educação, não é uma tarefa fácil. Para atender a todos os cidadãos, cada um com suas necessidades e desejos únicos, as políticas educacionais necessariamente abrangem uma série de variáveis. 
Como toda política pública,as políticas educacionais devem ser elaboradas a partir do diálogo com a sociedade civil, por meio de processos de escuta e participação da comunidade escolar, ao lado de conselhos e organização privada. No Brasil, as políticas educacionais passaram por diversas reformas ao longo dos anos. 
 
 
A sociedade é dinâmica e, portanto, a compreensão do papel do Estado e das necessidades educacionais também muda com o passar dos anos. As políticas públicas de educação muitas vezes estão vinculadas ao momento histórico de um país e do mundo e explicam a força de cada época. 
No Brasil, são estabelecidos através de processos pedagógicos de âmbito nacional, no qual os temas necessários para garantir uma educação de qualidade são discutidos e respaldados pela legislação. Exige-se também o envolvimento da sociedade como um todo, que são os educadores, alunos, pais e o governo. 
As políticas educacionais, são normalmente derivadas de leis aprovadas por legislaturas (Poder Legislativo) ao nível federal, estadual e municipal, respaldando que, os membros do Poder Executivo também possam propor ações nesse campo. 
Os cidadãos têm o direito de participar de conselhos de políticas públicas, que são espaços de discussão das demandas. 
Desse modo, a política educacional pode ser concebida como um meio de construção de valores e conhecimentos que possibilitem aos alunos desenvolverem de forma holística, incluindo sua capacidade de participar e entender o mundo ao seu redor, tornando-se defensor de suas ideias exercendo a cidadania. 
Ao construir modelos concebidos para os cidadãos e governos, as políticas públicas podem criar uma sociedade que possa trabalhar, questionar e contribuir para o desenvolvimento da nação. Portanto, são extremamente importantes para a nação. 
Políticas públicas são ações de Governo, portanto, são revestidas da autoridade soberana do poder público. Dispõem sobre “o que fazer” (ações), “aonde chegar” (metas ou objetivos relacionados ao estado de coisas que se pretende alterar) e “como fazer” (estratégias de ação) (RODRIGUES, p. 52/53, 2010). 
Embora existam diferenças entre as práticas políticas e educativas, essas práticas são todas claras, influenciando o projeto social que se aspira empreender, ou que está sendo realizado, em um determinado momento, história, ou em um momento, um projeto que corresponde a uma realidade global, de referência normativa política. 
Melhorar a qualidade e a equidade da educação deveria ser um dos principais objetivos da educação, mas não da educação fundamental para o direito de acesso permanente e/ou de qualidade permanente. 
INCLUSÃO ESCOLAR 
Fonte: https://bit.ly/3PJufsO 
 
A frequência escolar no Brasil aumentou dramaticamente no século XX, tornando-se parte integrante da vida de cada indivíduo e desempenhando um papel importante na coesão social. Afinal, o sucesso e/ou fracasso de um indivíduo determina sua entrada em grupos sociais. 
Garantir a igualdade de escolarização e condições de acesso para todos, sem qualquer forma de discriminação, é um princípio consagrado em nossa Constituição Federal desde 1988. Mas, infelizmente ainda não se tornou uma realidade para milhares de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, com ou sem deficiência. 
A falta de apoio educacional para essas necessidades especiais pode significar que essas crianças e jovens não estejam na escola, considerando que muitas vezes as famílias não encontram escolas organizadas para acolher e cuidar bem deles, tratando-se de assim, de discriminação. Esta falta de apoio também pode fazer com que estas crianças e jovens abandonem a escola após um curto período, ou permaneçam sem avançar para os níveis de ensino superior, o que é uma forma de desigualdade em termos de condições. 
Uma sociedade inclusiva fundamenta-se numa filosofia que valoriza e reconhece a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Com base nesse princípio e com uma perspectiva ética dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de garantir o acesso e a participação de todos, e todas as oportunidades, independentemente da singularidade de cada grupo social e/ou cada indivíduo. 
As identidades individuais são construídas no tecido das relações sociais ao longo de suas vidas diárias. Portanto, é preciso lutar para que as relações interpessoais sejam caracterizadas por uma atitude de respeito mútuo, expressa pela valorização de cada pessoa de sua singularidade, ou seja, pelas características do seu ponto constitutivo. 
 
 
A Constituição considera o princípio da igualdade o pilar fundamental de uma sociedade justa e democrática, como diz no início do art. 5º que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer espécie, garantindo aos brasileiros e estrangeiros residentes neste país o direito inalienável à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (BRASIL, 1988). 
Para a igualdade acontecer, ela deve ser relativa. Ou seja, significa que as pessoas diferem, têm necessidades diferentes, e o respeito à lei exige garantir-lhes as condições certas para atender às suas necessidades únicas, para que todos possam usufruir dos benefícios. Ressalte-se aqui que o tratamento diferenciado não está relacionado a instituições privilegiadas, mas sim, à disponibilidade das condições necessárias para garantir a igualdade. 
 
Para conceituar cidadania em sua plena abrangência é necessário incluir os direitos: civis, econômicos, políticos, culturais e sociais. A restrição ou exclusão em qualquer uma dessas áreas prejudicaria os direitos civis, e não promoveria a justiça social e imporia situações de violência e opressão. 
Desempenhar a cidadania é conhecer os direitos e deveres no exercício da convivência coletiva, fazendo uma análise crítica da realidade, reconhecendo as dinâmicas sociais, seguindo os debates permanentes sobre as causas coletivas e se expressando com liberdade com respeito e autonomia. Tais práticas se opõem à violência, pois não permitem o aniquilamento de um sujeito por outro, mas fortalecem cada tema, a fim de preservar uma vida melhor para todos. A proposta da educação para a paz deve conscientizar os alunos para novas formas de convivência baseadas na solidariedade e no respeito às diferenças, valores essenciais na formação de cidadãos com senso de direitos e deveres. 
Atenção às pessoas com necessidades educacionais especiais 
O interesse educacional por alunos com necessidades especiais, com ou sem deficiência, variou ao longo da história das mudanças sociais, criando diferentes padrões de relacionamento das sociedades com esse segmento populacional. 
A deficiência foi originalmente vista como um fenômeno metafísico, definido pela possessão demoníaca, ou pela escolha divina da pessoa de lavar os pecados dos outros. Séculos de Inquisição Católica e o posterior endurecimento ético e moral, da Reforma Protestante, contribuíram para que as pessoas com deficiência fossem vistas como a personificação do mal e, portanto, do direito, da punição, da tortura e até da morte. 
À medida que o conhecimento no campo da medicina aumenta e se acumula na história humana, a deficiência passou a ser considerada uma doença incurável, uma medida menor de doença mental. 
Estas ideias caracterizaram as primeiras atividades sociais oficiais de atendimento às pessoas com deficiência, nomeadamente aquelas que as isolam em instalações de acolhimento e proteção ou para tratamento médico. Esse conjunto de ideias e práticas sociais ficou conhecido como “Paradigma da Institucionalização”, e se estendeu por cerca de oito séculos. 
As primeiras informações no Brasil sobre o atendimento aos deficientes datam da época do Império. De acordo com a ideologia e modelo ainda vigentes na Europa, na institucionalização foram criadas as primeiras instituições para a educação de cegos e surdos. 
O modelo institucionalizado manteve-se como modelo de atenção à deficiência até meados da década de 1950, no século XX, época de importância histórica, para os movimentos sociais, no Ocidente.Profundamente afetados pelo rescaldo das Guerras Mundiais, os países participantes das Nações Unidas, reunidos na Assembleia Geral em 1948, prepararam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento que desde então tem orientado movimentos de formulação de políticas públicas na maioria dos países. 
O Brasil definiu políticas públicas e criou instrumentos legais que garantem esses direitos. A transformação do sistema educacional ocorreu para garantir o acesso universal às escolas básicas e para atender às necessidades de aprendizagem de todos os cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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