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Conforto Térmico em Ourinhos - SP

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ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO NO MUNICÍPIO DE OURINHOS – SP 
 
 
Aira Nava¹, Débora Moreira de Souza², Jonas Teixeira Nery³ 
¹ Estudante de Geografia, UNESP, Ourinhos – SP, Grupo CLIMA/ CNPq, aira_nv@ymail.com. 
² Estudantes de Geografia, Bolsista do CNPq, UNESP, Ourinhos – SP, Grupo CLIMA/CNPq, deborablosson@yahoo.com.br. 
³ Meteorologista Professor Doutor, Departamento de Geografia, UNESP, Ourinhos – SP, Grupo CLIMA/CNPq, 
jonas@ourinhos.unesp.br. 
 
RESUMO: A intensificação das intervenções humanas sobre o ambiente, a partir do século 
XVIII, a fim de promover maior verticalização e expansão da malha urbana, bem como as 
diferentes formas de uso e ocupação do solo, podem, além de modificar substancialmente o 
clima de uma cidade, causar prejuízos econômicos e sérios danos à saúde e ao bem estar da 
população. Tais alterações resultam, principalmente, da retirada da cobertura vegetal, da 
densidade e altura das edificações, da impermeabilização do solo e do calor liberado por 
motores de combustão interna, que lançam também poluentes à atmosfera, dificultando a 
entrada de radiação direta e aumentando a difusa, podendo levar à formação de nuvens e a 
indução chuvas. O objetivo deste trabalho é analisar conforto térmico obtido em determinados 
pontos da cidade de Ourinhos - SP. Para isso, foram instalados medidores de stress térmicos, a 
fim de obter medidas de temperatura de bulbo úmido e seco, as quais foram inseridas na 
equação de Thom (1959), cujos índices de desconforto térmico foram classificados segundo o 
laboratório MASTER – IAG/USP. Os pontos escolhidos possuem diferentes configurações e 
registros de situações que variaram de ligeiramente quente a pouco frio, refletindo na 
qualidade de vida desta população. 
PALAVRAS-CHAVE: conforto térmico, temperatura (bulbo úmido e seco), Ourinhos. 
 
ABSTRACT: The intensification of the interventions human in the environment, from 
century XVIII, in order to promote greater expansion of the urban centers, as well as the 
different forms of use and occupation of the ground, can, beyond substantially modifying the 
climate of a city, cause economic damages and serious damages to the health and the welfare 
of the population. These alterations result of the removed of the vegetal covering, of density 
and height of the constructions, of waterproofing of the ground and by the liberation of 
internal combustion by engines, that also sends pollutant to the atmosphere, making it 
difficult the entrance of direct radiation and increasing the diffuse one, what it can facilitate to 
the cloud formation and induction of rains. The objective of this paper is the thermal comfort 
analyze in different points of the city of Ourinhos, southwestern city of São Paulo. For this, 
were installed meters of stress thermal, to get measures of temperature of wet and dry bulb, 
mailto:aira_nv@ymail.com
mailto:deborablosson@yahoo.com.br
mailto:jonas@ourinhos.unesp.br
 
 
which were inserted on the Thom's equation (1959), whose indices of thermal discomfort had 
been classified according to laboratory MASTER - IAG/USP. The chosen points have 
different configurations, with records of situations that ranged between warm and slightly 
cold, reflecting in the quality of life of the population. 
KEYWORDS: thermal comfort, temperature (wet and dry bulb), Ourinhos. 
 
INTRODUÇÃO: Com o início do século XVIII, a lógica capitalista passa a ditar uma nova 
dinâmica mundial. Intensifica-se o processo de industrialização, da busca por tecnologias e 
ritmo de crescimento e criação de centros urbanos. No Brasil, o processo de urbanização 
ocorreu de forma bastante heterogênea, aumentando significativamente durante o século XX. 
Segundo Deus e Godoi (2009), a partir deste século, houve a inversão de uma sociedade rural 
para uma sociedade urbana e, entre 1990 e 2000, tal processo se confirmou pela concentração 
de 81,2% da população nos centros urbanos brasileiros. 
Em geral, a formação de cidades e a expansão das redes urbanas brasileiras não ocorreram de 
forma planejada, levando a inúmeros desequilíbrios sociais e ambientais, como a falta de 
habitações, de água encanada e esgotos, de coleta de lixo, de creches, escolas, hospitais e 
transportes coletivos. 
Para Giacomeli, Shams e Sucomine (2009): 
[...] devido ao aumento da população, até então em sua maioria rural e o 
surgimento da industrialização em larga escala, na esperança de melhores 
condições de vida, houve um intenso fluxo de pessoas do campo para as 
cidades, que por falta de um planejamento adequado cresceram 
desordenadamente, alterando de forma significativa a atmosfera desses 
locais, provocando mudanças nas características climáticas do meio, 
afetando a qualidade de vida de seus habitantes e distanciando os mesmos 
de uma relação harmoniosa com o ambiente natural. 
 
As alterações de fatores climáticos, resultantes da retirada de cobertura vegetal, da 
impermeabilização do solo e do aumento da densidade e altura das edificações, por exemplo, 
podem elevar as temperatura e umidade ou mesmo diminuírem demasiadamente, estes 
parâmetros, possibilitando a formação de canyons de vento. A formação destes canyons se 
deve a verticalização das construções. Há, ainda, a possibilidade de formação de nuvens e 
chuvas, induzidas pelos poluentes liberados à atmosfera. 
Ilhas de calor e inversões térmicas também são resultados característicos das modificações 
feitas no meio natural. Ilhas de calor se referem a “anomalias térmicas onde a temperatura de 
superfície do ar urbano se caracteriza por ser superior a da vizinhança rural” (COLTRI, et. al., 
2007). Enquanto a inversão térmica, segundo a CESTEB (2010), se configura como uma 
 
 
camada de ar quente, que se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento 
ascendente do ar, uma vez que o ar abaixo dessa camada fica mais frio, portanto mais pesado, 
fazendo com os poluentes se mantenham próximos da superfície. Por conseqüência, tem-se a 
criação de microclimas que se desviam das condições macro e mesoclimáticos da região e 
índices insatisfatório de conforto térmico. O conforto térmico ambiental está diretamente 
ligado ao conforto humano, cuja teoria convencional se baseia em um modelo de estado fixo, 
onde a produção de calor pelo organismo se iguala a sua perda para o ambiente, buscando 
sempre manter a temperatura interna do corpo constante com 37°C, aproximadamente, 
(GIRALT, 2006) sem a necessidade de ativação de mecanismos termorreguladores. 
Assim, é considerado conforto quando as trocas de calor entre o corpo humano e o ambiente 
ocorrem sem maior esforço e a capacidade de trabalho do indivíduo, desse ponto de vista, é 
máxima (FROTA; SCHIFFER, 2001). 
Ressalta-se que as reações ao frio e ao calor envolvem questões de saúde pública, 
rentabilidade do trabalho e consumo de energia, enfim a qualidade de vida da sociedade. 
Considerando as interações existentes entre clima, meio ambiente e o homem procurou-se 
estudar as sensações térmicas da população, na área urbana de Ourinhos, devido às 
particularidades presentes nesta cidade de médio porte. 
O município de Ourinhos possui uma área de 296Km² e localiza-se no Sudeste do Estado de 
São Paulo, divisa com o Norte do Estado do Paraná. 
Apresenta temperatura anual média de 21°C, encontrando-se no limite de transição de duas 
zonas climáticas: intertropical (controlada pelos sistemas equatoriais e tropicais) e subtropical 
(pelos sistemas tropicais e polares), com maior influência de massas polares. O município 
encontra-se próximo ao trópico de Capricórnio, apresentando chuvas marcadas no verão e 
período seco no inverno. Os meses de junho, julho e agosto, são os de menor umidade. Outro 
aspecto importante é que, nestes meses, é recorrente a queima da palha da cana de açúcar, as 
quais lançam substâncias à atmosfera que podem ser nocivas à saúde humana bem como 
representa um dos fatores dealteração do clima da cidade de Ourinhos (OLIVEIRA LIMA; 
NERY, 2010). Neste período ocorrem bloqueios atmosféricos na região Central do Brasil, 
tornando a atmosfera marcadamente estável, o que provoca a retenção de particulados na 
atmosfera. Como nesta época, no município de Ourinhos ocorrem muitas queimadas e 
preparação do solo para o plantio da cana de açúcar, esta atmosfera encontra-se carregada de 
componentes prejudiciais a saúde da população. 
 
 
O objetivo do artigo foi analisar o conforto térmico da cidade de Ourinhos, nos períodos de 
abril, maio e junho de 2010, através do método de Thom (1959, apud GOMES; AMORIM, 
2003). 
 
MATERIAL E MÉTODOS: Considerando as variações temporais (incidência de radiação 
solar) e espaciais (diferentes formas de uso e ocupação) dos elementos térmicos, foram 
coletados e analisados os dados de temperatura de bulbo úmido e temperatura de bulbo seco. 
Os dados de temperatura de bulbo úmido e seco foram coletados através dos Termômetros de 
Globo/Medidor de Stress Térmico Digital Portátil – TGD 400 (Figura 1), em um período de 
24h. 
 
 
Figura 1 - Termômetro de Globo/Medidor de Stress Térmico Digital Portátil – TGD 400. 
 
Os meses destas coletas foram: abril, maio e junho do ano de 2010, em cinco ambientes 
internos da área urbana de Ourinhos (Figura 2 e Tabela 1), os quais representam diferentes 
configurações ambientais na área urbana de Ourinhos. 
Os dados coletados foram organizados e calculados no aplicativo Excel, bem como foram 
construídos gráficos dos índices obtidos neste aplicativo para facilitar a interpretação visual. 
Para a classificação dos índices de conforto térmico foi adotada a tabela utilizada pelo 
Laboratório de Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais, do Instituto de 
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (MASTER – 
IAG/USP), Tabela 2. 
 
 
 
 
Figura 2 – Localização dos pontos de coleta de dados no limite urbano de Ourinhos. 
Fonte: NAVA e SOUZA (2010). 
 
Tabela 1 – Coordenadas dos pontos de coleta de dados. 
Local Longitude Latitude Altitude 
UNESP 22º59’S 49º55’W 448 
Ouro Verde 22º59’S 49º52’W 456 
São Judas Tadeu 22°58’S 49°53’W 457 
Orlando Quagliato 22º58’S 49º51’W 422 
Centro 22º59’S 49º52’W 496 
Fonte: NAVA e SOUZA (2010). 
 
Os seguintes pontos foram analisados: 
1. UNESP: ponto onde suas variáveis ambientais são influenciadas, ora 
pelo ambiente ora por sistemas mesoclimáticos, ressaltando que desde 
2006 a unidade encontra-se em contato direto com uma plantação de 
eucaliptos. 
2. Jardim Ouro Verde: localiza-se próximo ao Parque Ecológico 
Municipal. Neste local tem-se a presença do Córrego Monjolinho 
condições propícias a temperaturas relativamente menores. 
 
 
3. São Judas Tadeu (SJT): bairro popular que possui relativa 
arborização, situado próximo a plantações de eucaliptos e da BR- 153. 
4. Orlando Quagliato: situa-se em uma das saídas de Ourinhos e 
próximo a uma das plantações de eucalipto. Nele encontra-se o 
Córrego Água das Furnas, represado para a construção de uma área de 
lazer. 
5. Centro: ponto mais alto da cidade, espaço mais antropizado do 
município, ou seja, com pouca vegetação e assim, propício à 
formação de ilhas de calor. 
 
Para a obtenção e análise do conforto térmico na área urbana de Ourinhos, as variáveis 
térmicas coletadas foram aplicadas à equação de Índice de Desconforto (ID), desenvolvida 
por Thom (1959), segundo Gomes e Amorim (2003): 
 
ID = 0,4 (Tu + Ts) + 4,8 
 
Onde ID = Índice de Desconforto (em °C); Tu = temperatura de bulbo úmido (em °C); Ts = 
Temperatura de bulbo seco (em °C). 
 
Tabela 2 – Classificação dos índices de conforto térmico. 
TE (°C) Sensação Térmica Grau de estresse fisiológico 
< 05 Muito Frio Extremo estresse ao frio 
05 |–10 Frio Extremo estresse ao frio 
10 |– 13 Moderadamente Frio Tiritar 
13 |– 16 Ligeiramente Frio Resfriamento do corpo 
16 |– 19 Pouco Frio Ligeiro resfriamento do corpo 
19 |– 22 Ligeiramente Fresco Vasoconstrição 
22 |– 25 Confortável Neutralidade térmica 
25 |– 28 Ligeiramente Quente Ligeiro suor; vasodilatação 
28 |– 31 Quente Moderado Suando 
31 |– 34 Quente Suor em profusão 
> 34 Muito Quente Falha na termoregulação 
Fonte: Laboratório de Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais (MASTER). 
 
 
RESULTADOS: Na análise referente aos dados do episódio de abril (período de outono), 
representados na Figura 3, nota-se que os índices de desconforto variaram de 20°C a 27°C no 
período analisado, provocando diferentes sensações térmicas na população ourinhense. 
 
 
Observa-se que o máximo índice de desconforto foi de 27°C, registrado às 15h do dia 29 de 
abril no bairro São Judas Tadeu, configurando o único episódio de sensação térmica 
ligeiramente quente do período analisado. Em tais condições o corpo humano apresenta sinais 
que evidenciam a necessidade de regulação térmica, tais como vasodilatação e ligeiro suor. 
Entretanto, a sensação térmica predominante entre as 9h, do dia 29 de abril e 1h do dia 30 de 
abril foi classificada como confortável. 
Entre as 2h e 8h, do dia 30 de abril a tendência foi de que todos os pontos apresentassem 
índices de desconforto que foram classificados como ligeiramente fresco – sensação térmica 
propícia a provocar estresse fisiológico devido à vasoconstrição, sendo que a região central da 
cidade de Ourinhos registrou o mínimo índice de desconforto, de 20°C às 3h. 
Ainda na Figura 3, evidencia-se que, com exceção de determinadas situações, houve pouca 
variação dos índices de desconforto em relação aos pontos analisados. 
Segundo a análise sinótica diária, realizada pelo CPTEC (2010a), neste período atuou um 
sistema anticiclônico pós-frontal sobre as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Ressalta-se que este 
sistema é favorável à queda da temperatura. Pode-se observar também que na região de 
Ourinhos, na segunda quinzena do mês de abril de 2010, houve anomalias negativas de 
precipitação (0 mm a 25 mm) e positivas para temperaturas máximas (de 1°C a 2°C) e 
mínimas (de 3°C a 4°C), de acordo com a análise sinótica mensal (CPTEC, 2010b). Tais 
situações sinóticas podem ter contribuído para que a sensação térmica de desconforto devido 
ao frio não se acentuassem ainda mais, sobretudo na madrugada do dia 30 de abril. 
 
Figura 3 – Índices de Desconforto em Ourinhos no período das 9h do dia 29 às 8h do dia 30 de abril 
de 2010. Fonte: NAVA e SOUZA (2010). 
 
 
 
Entre as 9h, do dia 27 de maio e às 8h, do dia 28 de maio de 2010 (ainda no outono), os 
índices de desconforto variaram de 19°C a 22°C (Figura 4), provocando três diferentes 
sensações térmicas na população ourinhense. 
Na Figura 4, nota-se que o máximo índice de desconforto foi de 22°C no dia 27 de maio no 
Ouro Verde (entre 14h e 16h) e no São Judas Tadeu (às 15h), de maneira que a sensação 
térmica nestes bairros foi classificada como confortável. Enquanto o mínimo foi de 19°C no 
centro da cidade, entre 3h e 4h do dia 28 de maio, cujo índice de desconforto foi classificado 
como pouco frio. 
Os valores predominantes dos índices de desconforto evidenciaram que a sensação térmica foi 
de ligeiramente fresco nos diferentes pontos analisados. Observa-se que esta configuração 
térmica é propícia a um estresse fisiológico devido à vasoconstrição. 
Na síntese sinótica diária pode-se notar que atuou um anticiclone sobre as regiões Sul e 
Sudeste do Brasil (CPTEC, 2010a). Já a síntese mensal evidenciou que houve anomalias 
negativas para a precipitação (de 25 mm a 50 mm) e para a temperatura máxima (de 2° a 
3°C), enquanto a temperatura mínima apresentou anomalias positivas (entre 1° e 2°C) em 
relação à segunda quinzena de maio (CPTEC, 2010b). 
Estas situações sinóticas podem ter contribuído para que a sensação térmica de toda a 
população ourinhense fosse de desconforto devido ao frio, predominantemente, considerando 
o episódiode análise. 
 
Figura 4 – Índices de Desconforto em Ourinhos no período das 9h do dia 27 até às 8h do dia 28 de 
maio de 2010. Fonte: NAVA e SOUZA (2010). 
 
 
 
No episódio do mês de junho de 2010 (início do inverno) os índices de desconforto obtidos 
variaram de 18°C a 22°C, de acordo com a Figura 5. Assim, a população ourinhense 
experimentou sensações térmicas que variaram de pouco frio a confortável. 
Entre as 9h, do dia 22 de junho até as 2h, do dia 23 de junho os valores obtidos foram 
classificados como ligeiramente fresco, com exceção da UNESP (das 11h às 12h) e do centro 
de Ourinhos (das 9h às 12h), os quais registraram os valores máximos do índice de 
desconforto (22°C, caracterizando conforto). 
Entre as 3h e 8h, do dia 23 de junho a sensação térmica dos pontos analisados pode ser 
classificada como pouco frio. Condição propícia a um ligeiro resfriamento do corpo do 
indivíduo. Ouro Verde registrou o menor valor da série às 2h (18°C). 
Ressalta-se que quanto maior o estresse térmico, devido ao frio ou ao calor, maior é a 
necessidade de consumir energia para manter a rentabilidade do trabalho. 
Segundo a análise sinótica diária, no dia 22 foi observado um sistema frontal estacionário 
atuando sobre o município de Ourinhos, o qual deu lugar para a atuação de um anticiclone 
pós-frontal no dia 23 (CPTEC, 2010a). Tais configurações sinóticas contribuíram para caracterizar o 
desconforto térmico devido ao frio nos diferentes pontos analisados. 
 
Figura 5 – Índices de Desconforto em Ourinhos no período das 9h do dia 22 às 8h do dia 23 de junho 
de 2010. Fonte: NAVA e SOUZA (2010). 
 
 
CONCLUSÕES: Com base no trabalho realizado, verificou-se que as temperaturas oscilaram 
de 17° a 22°C nos pontos de coleta e que os índices encontrados variaram entre confortável, 
 
 
ligeiramente fresco e pouco frio, com exceção de um episódio de ligeiramente quente às 15h 
do dia 29 de abril, com temperatura de 27°C no bairro São Judas Tadeu. 
Notou-se o predomínio de índices de desconforto como ligeiramente fresco em todos os 
meses, porém a freqüência de conforto térmico foi maior nos meses de abril e maio (período 
de outono) à tarde, enquanto na madrugada de julho (início do inverno) houve o aumento do 
desconforto devido a pouco frio. 
Na análise desenvolvida percebeu-se que houve pouca discrepância dos valores obtidos dos 
índices de desconforto entre os pontos de coleta, para este período do ano. Entretanto, ficou 
evidente que quando a temperatura sofre declínio os ambientes internos analisados não estão 
preparados para proporcionar um conforto para os seus moradores ou usuários. 
Ressalta-se que Ourinhos ainda reflete as características de uma cidade média e que, portanto 
as condições microclimáticas ainda não foram significativamente alteradas. 
Assim, as autoridades públicas ao buscar o desenvolvimento econômico devem levar em 
consideração no planejamento e no gerenciamento do espaço urbano os efeitos da sensação 
térmica sobre o organismo humano, as quais estão relacionadas às configurações dos fatores 
climáticos. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Os autores agradecem a Polícia Militar do Estado de São Paulo, em especial ao Sargento 
Moura, responsável pela Base Central do município de Ourinhos, a Bruna Regina de Oliveira 
Lima, a Silvia Corrêa Gomes e a Ângela Crespo, pela colaboração em relação à coleta de 
dados. 
Agradecemos também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 
pela bolsa de Iniciação Cientifica concedida a aluna Débora Moreira de Souza. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS (CPTEC). Síntese 
sinótica. Disponível em: http://www7.cptec.inpe.br/noticias/faces/noticias.jsp?idConsulta=& 
idQuadros=142. Acesso em: junho de 2010. 
CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS (CPTEC). Síntese 
sinótica mensal. Disponível em: http://www7.cptec.inpe.br/noticias/faces/noticias.jsp?idCon 
sulta=&idQuadros=109. Acesso em: junho de 2010. 
 
 
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OLIVEIRA LIMA, B. R.; NERY, J. T. Clima Urbano no município de Ourinhos. 
Ourinhos: FAPESP - Relatório Parcial de Iniciação Cientifica, janeiro de 2010. 
 
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