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CLAUDIA MARIA DE OLIVEIRA MONTEIRO DA SILVA AVALIAÇÃO DA AÇÃO DO ALENDRONATO SÓDICO SOBRE A REPARAÇÃO ÓSSEA NA AUSÊNCIA DOS HORMÔNIOS OVARIANOS Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE, pelo curso de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em Biopatologia Bucal. Orientador: Prof.' Dr.' Elisabete Moraes São José dos Campos 2000 Apresentação gráfica e normalização de acordo com: RIBEIRO, J.F. et ai. Roteiro para redação de monografias, trabalhos de cursos, dissertações e teses. São José dos Campos, 1994. 63p. SILVA, C.M.O.M. Avaliação da ação do alendronato sódico sobre a reparação óssea na ausência dos horm6nios ovarianos. São José dos Campos, 2000. 1 02p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha mãe Nivea, por ter despertado em mim a curiosidade cientifica e pela dedicação, exemplo e incentivo constantes. A minha irmã Denise por sua amizade, auxílio e carinho. Ao meu marido Celso pelo auxílio, carinho e estímulos constantes nas horas difíceis. À Prof• Dr.• Elisabete Moraes pela compreensão, ensinamentos, dedicação e orientação segura, não só durante a elaboração deste trabalho, mas durante todo o nosso tempo de convívio e amizade. A Prof.a or.a Rosilene Fernandes da Rocha pelo apoio, carinho e dedicação sempre presentes, e em especial pelos ensinamentos e sugestões durante a elaboração deste trabalho. À Prof• Adriana Aigotti Haberbeck Brandão, pela paciência, sugestões e auxílio, principalmente na leitura da parte histológica e elaboração das fotografias. AGRADECIMENTOS À Direção da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos pela oportunidade e contribuição à minha formação científica, Ao Prot Adjunto Antonio Olavo Cardoso Jorge pela iniciativa e criação do Curso de Pós-Graduação em Biopatologia BucaL Ao Departamento de Biopatologia e Diagnóstico pela oportunidade e apoio dado durante a realização deste trabalho, À Universidade de Taubaté, através de seu magnífico Reitor Prot DL Nivaldo Zóllner, pelo apoio a esta pesquisa e pelo incentivo aos que se dedicam ao ensino. Às Professoras Adjuntas Carmelinda Unterkircher Schimidt e Yasmin Rodarte Carvalho pela transmissão dos conhecimentos, incentivo, apoio e compreensão durante a realização do curso e elaboração deste trabalho, Aos Professores Doutores Luís Eduardo Blumer Rosa e Mônica Fernandes Gomes pela colaboração e incentivo na elaboração deste trabalho, À Prof' Maria Stella C, A Zollner e aos colegas da disciplina de Patologia Geral da Universidade de Taubaté, pelo apoio, incentivo e amizade sempre presentes. Ã Prof.• Maria Roseli de S. Quirino, pela compreensão e pela oportunidade de meu ingresso na carreira universitária, bem como aos colegas da disciplina de Diagnóstico Bucal da Universidade de Taubaté. À amiga Ana Lourdes da Silva Machado, pela amizade por nós estabelecida, pelo alegre convívio e cooperação durante o curso, bem como pela sua colaboração durante a realização da parte experimental e execução das lâminas utilizadas neste trabalho. Ás colegas do Curso de Pós-Graduação, Maria Lúcia Coutinho (in memoriam) e Emília Angela Arisawa pela amizade sempre sincera, apoio, colaboração e incentivo. Ás secretárias Terezinha de Fátima Arantes de Mello e Sílvia Scarpel pela amizade, paciência e dedicação. À Sr" Angela de Brito Bellini, Diretora dos Serviços e documentação da Biblioteca, pela orientação na revisão das normas de apresentação deste trabalho, bem como a todas as funcionárias da Biblioteca pela dedicação e atenção no transcorrer deste curso. Ás secretárias do Curso de Pós-Graduação, pela atenção cuidadosa no desenvolvimento e orientação no decorrer do curso. Ao Ricardo, pela presteza e ajuda na confecção dos materiais didáticos. Aos funcionários do Biotério desta Faculdade, Lourival e Antônio pelo eficiente auxílio durante a elaboração da fase experimental deste trabalho. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......... . . ................................................................... 8 2 REVISÃO DA LITERATURA..... . .................... . . ..................... 11 2.1 Estrutura óssea ................................................................................. 11 2.1.1 Osso compacto... . . .................... . ................. . . ........................ 13 2.1.2 Osso trabecular esponjoso ....... . ································· .............. 15 2.1.3 Osso primário ................................................................................. 16 2.2 Formação do tecido ósseo ................................................................. 17 2.2.1 Ossificação intramembranosa ......................................................... 19 2.2.2 Ossificação endocondral ....................................................... 21 2.3 Microestrutura óssea .......................................................................... 25 2.3.1 Osteoblasto ................................ .. . .... "" .... "" ................ """ .. 25 2.3.2 Osteoclasto ...................................................................................... 28 2.3.3 Matriz óssea ................................................................................. 30 2.3.3.1 Matriz orgânica. ......................................... . . ...................... 32 2.3.3.2 Matriz inorgânica ....................................................................... 33 2.4 Remodelação óssea .......................................................................... 33 2.5 Reparação óssea ............................................................................. 35 2.6 Fatores que interferem no metabolismo ósseo ................................. 39 2.6.1 lnterleucina 1.. ........................................ . . ............................... 39 2.6.2 lnterleucina 6 ........................................................... . . ............ .40 2.6.3 Fator osteoclastopoiético ........... . . ................................ .42 2.6.4 Fator estimulador de colônias ....... . . ................................... ..43 2.6.5 Leucotrienos ................................................... . . .................... .43 2.6.6 Proteína morfogenética óssea ............................... . . ............. ..44 2. 7 Hormônios que atuam no metabolismo ósseo ...................... . 46 2.7.1 Calcitonina. ...... . . ..................................... 46 2.7.2 Hormônio da paratireóide ................................................................ .47 2.7.3 1.25 Diidroxivitamina 0 ............................... . ........................ .48 2.7.4 Estrogênio.................................................. . .......................... 49 2.8 Ausência de estrogênio e osteoporose ............................................... 50 2.9 Ação do bifosfonato no metabolismo ósseo ....................................... 54 3 PROPOSIÇÃ0 ....................................................................................... 58 4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 59 5 RESULTADOS ..................................................................................... 64 6 DISCUSSÃ0 .......................................................................................... 78 7 CONCLUSÕES ...................................................................................... 89 8 REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 90 RESUMO................. . ................................................................ 101ABSTRACT. .................................................................... . . ......... 102 1 INTRODUÇÃO No passado os ossos de animais serviram à humanidade como armas, ferramentas, pás, facas, punhais e como substrato durável para esculturas. Segundo Enlow & Hans 13, 1998, a história inicial do "osso" é especialmente interessante devido à sua característica "paradoxal" incomum. Isto é, como é possível que esta substância rochosa única, realmente cresça e se desenvolva em formas e tamanhos constantemente mutáveis e bém adaptados aos tecidos moles em desenvolvimento que ela serve. Esiíl dúvida surgiu nas mentes dos primeiros estudiosos e tem sido vista como uma maravilha desde os tempos bíblicos. No livro de Eclesiastes (11 :5), por exemplo, está escrito: "Da mesma forma que você não conhece os caminhos do espírito, nem como os ossos crescem no interior de uma criança, também você não conhece os trabalhos de Deus, que tudo faz". Muitas passagens do Velho e do Novo Testamento fazem referências freqüentes ao osso, tanto na saúde como na doença. O fato de que o osso é uma substância viva não é um conceito moderno. Todos os filósofos e médicos gregos, incluindo Hipócrates, Aristóteles, Galeno e Platão, apresentaram alegorias sobre a formação do osso, descrevendo como as partes seminais mais espessas, 9 menos fluidas, terrestres, tornam-se sólidas pelo calor interno do corpo, como acontece com a argila úmida (isto é, cartilagem) quando é assada (ossificação endocondral), transformando-se em cerâmica. Esta é uma analogia razoável para a época, já que os microscópios, os livros de histologia e a doutrina celular estavam no futuro distante. Arnobius acreditava que a formação óssea na infância era responsabilidade de uma deusa "que endurece e solidifica os ossos nas crianças". E assim, século após século, mais e mais os grandes nomes da Anatomia e da Medicina coletaram os conhecimentos básicos sobre o osso em uma longa série de níveis, cada um em conseqüência de um avanço tecnológico ou do conhecimento, como por exemplo, Loewenhoek, que observou os canais ósseos anos antes de Havers, que descreveu esses canais em sua monografia clássica "Osteologia Nova". Mais recentemente, o desenvolvimento de substâncias, como a tetraciclina por exemplo, que se depositam no tecido ósseo em formação, marcando-o, permitiu que autores, citados por Enlow & Hans12, 1998, tais como Milch (1957)', Enlow (1963) • e Frost (1964) • pudessem estudar as bases histológicas do processo de desenvolvimento e de remodelação óssea e associá-los aos erros que produzem um grupo distinto de doenças, como a osteopetrose e a osteogênese imperfeita, e • ENLOW, D.H .. HANS, M.G. NoçíJes bástcas sobre crescimento facial. São Paulo-Ed. Santos, 1998. 304p. 10 diferenciá-las de outros grupos de doenças, como o osteoporose e osteomalácia. Na osteoporose, a massa óssea apresenta-se reduzida, indicando que a taxa de reabsorção óssea é maior do que a taxa de formação. Embora a osteoporose seja um distúrbio generalizado do esqueleto, torna-se um problema clínico quando ocorre a fratura. A administração de hormônio após a menopausa reduz esse balanço negativo, prevenindo a perda óssea e a osteoporose. É possível intervir nesse processo também através de algumas drogas para inibição da atividade osteoclástica como, por exemplo, o alendronato sódico. Este é um bifosfonato, com alta afinidade pelo osso; seu mecanismo de ação não está ainda bem estabelecido, podendo alterar a função da bomba de prótons ou prejudicar a liberação de hidrolases ácidas dentro dos lisossomos extracelulares contíguos ao osso mineralizado. Podem também inibir a diferenciação dos monócitos- macrófagos para osteoclastos. Numerosas pesquisas têm sido feitas para melhor compreender e tentar elucidar os fenômenos ligados aos hormônios sexuais femininos e sua ação sobre a reabsorção e regeneração ósseas, havendo, contudo, muito a ser explicado. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Estrutura óssea O corpo humano é formado por vários tecidos com funções diferentes e específicas. Entre eles o tecido ósseo é fundamental tanto do ponto de vista estrutural como metabólico. O osso é composto por matriz mineralizada, cartilagem, gordura, medula óssea hematopoiética, tecido conjuntivo, nervos e vasos. O esqueleto é dividido em duas regiões, a saber, o esqueleto axial, incluindo vértebras, crânio, costelas, esterno e hióide, e o esqueleto periférico composto pelos membros e pélvis. Woolf & Dixon61 , 1988, afirmaram que, apesar de sua dureza, o osso é um tecido metabolicamente ativo, sendo continuamente formado e reabsorvido pelas células ósseas, cuja atividade é modificada por vários fatores. O osso cresce mantendo aproximadamente a mesma forma do nascimento até a maturidade, mas pode responder a forças físicas em qualquer idade e, se fraturado, sofrerá reparação o mais próximo possível da sua forma original. Além disso, é um reservatório de íons contendo mais de 99% do cálcio corpóreo total e o seu papel neste sentido é de vital importância. Os ossos longos foram 12 planejados para suportar peso, assim, sua superfície externa é composta por osso denso, compacto, e o centro ou medula formado de placas estreitas ou trabéculas que o reforçam para ajudar a resistir aos esforços a que são normalmente submetidos, fornecendo um máximo de resistência para um mínimo de peso. A proporção de osso trabecular para o osso cortical varia de uma parte do esqueleto para outra, dependendo das necessidades das forças de compressão ou torção. No interior da cavidade medular encontra-se a medula óssea, onde as células ósseas estão em cantata íntimo com as células hematopoiéticas. Na infância, a medula é vermelha, mas em adultos ela recua para as extremidades do osso, para ser substituída por medula amarela ou gordurosa Segundo Gurley & Roth20, 1991, os ossos são classificados em longos e curtos, tubulares e chatos e também conforme seu desenvolvimento embriológico em ossificação intramembranosa, quando formado por tecido conjuntivo indiferenciado e endocondral quando sua formação é precedida por cartilagem. Buckwalter et ai. 7, 1995, afirmaram que os ossos curtos, como o tarso e o carpo têm aproximadamente a mesma medida em todas as direções e são trapezoidais, cúbicos, cuneiformes ou irregulares em suas formas. Os ossos chatos e os tubulares têm uma dimensão que é mais curta ou longa que as outras duas dimensões. Os ossos chatos são os que compõem a abóbada craniana, a escápula e a crista ilíaca e os longos, como a tíbia e o fêmur, têm uma metáfise 13 expandida e uma epifise que termina numa diáfise tubular espessa. Os ossos maduros consistem de uma medula gordurosa ou hematopoiética que é suportada e circundada por tecido ósseo e periósteo. Embora estes três componentes tecíduais difiram na composição, estrutura e função, eles não são independentes. A medula pode servir como uma fonte de células ósseas e os vasos sangüíneos na medula formam uma parte crítica do sistema circulatório no osso, assim desordens ou traumas mecânicos da medula podem afetar a atividade das células ósseas e das células do periósteo. Buckwalter et ai. 7, 1995, classificaram ainda o tecido ósseo em duas formas: o osso cortical e o osso trabecular, que possuem a mesma estrutura e composição da matriz, mas a massa da matriz do osso cortical por unidade de volume é muito maior, assim o osso cortical tem maior densidade ou menor porosidade (aproximadamente 1 O% de porosidade), que o osso trabecular (50% a 90% de porosidade). 2.1.1 Osso compacto Segundo Woolf & Dixon61 , 1988, o osso compacto constitui quase 80% da massa esquelética, formando a superfície externa de todos os ossos, sendo a maior parte encontrada nas colunas dos ossos longos. É composto por lamelas que são dispostas concentricamenteao redor de pequenos canais centrais, formando um sistema de Havers ou osteon. Entre as lamelas estão os osteócitos dentro de lacunas conectadas umas com as outras e com o canal central, 14 através de delicados canaliculos. Os osteócitos não estão dispostos a mais do que 3001-!m de um vaso sangüíneo e o diâmetro médio da área de secção de um sistema Haversiano é de 50011m. Os sistemas Haversianos, que podem ter um comprimento de até 5mm, correm paralelos ao longo eixo do osso, ramificando-se e intercomunicando-se. Há também lamelas entre os sistemas Haversianos e lamelas circunferenciais que envolvem a superfície interna e externa do osso. Vasos periosteais penetram o osso compacto através dos canais de nutrição para suprir a medula e suas ramificações formam os vasos intracorticais que se situam, junto com as vênulas, dentro dos canais é Haversianos. Os canalículos de interconexão entre os osteócitos permitem um rápido movimento de fluidos, nutrição e intercomunicação humoral. Os sistemas Haversianos são formados tanto pela deposição de osso novo nas superfícies endosteais ou periosteais do osso cortical, chamadas de osteons primários, quanto por túneis cortados pelos osteoclastos, para o interior do osso, os cones de corte, que são preenchidos posteriormente pela deposição de osso novo pelos osteoblastos. Esse osso novo será chamado de osteons secundários. Buckwalter e! al. 7, 1995, também afirmaram que o osso cortical compõe aproximadamente 80% do esqueleto maduro e circunda a medula e as placas de osso trabecular. Nos ossos longos ou tubulares, o osso cortical forma a diáfise e há pouco ou nenhum osso trabecular nesta região. A parede cortical espessa da diáfise torna-se 15 mais estreita e aumenta em diâmetro quando ela forma então, a metáfise, onde placas de osso trabecular se orientam para dar suporte para uma fina camada de osso subcondral que fica sob a cartilagem articular. Ossos curtos, geralmente, apresentam uma cortical mais delgada que a encontrada nas diáfises dos ossos longos e contém mais osso trabecular. Nos ossos longos a cortical espessa, densa e tubular da diáfise fornece uma resistência máxima a torção e curvatura, enquanto na metáfise e na epífise, a fina cortical e o osso subcondral suportados pelo osso trabecular permitem a grande deformação que acontece sob a mesma carga. 2.1.2 Osso trabecular esponjoso Segundo Woolf & Dixon61 , 1988, o osso trabecular é uma malha rígida de osso mineralizado que forma grande parte de cada corpo vertebral e as epífises dos ossos longos, estando presente em outros locais, como a crista ilíaca. Esse tipo de osso é responsável por 20% da massa esquelética total. As trabéculas dispõem-se de forma a resistir aos esforços de deformação (tanto por carregar peso ou pela atividade muscular) e o seu número, tamanho e distribuição estão relacionados com estas forças. O osso trabecular oferece uma grande área e é a parte metabolicamente mais ativa do esqueleto, com alta taxa de intercâmbio e com suprimento sangüíneo muito maior do que o do osso compacto. Atua como um reservatório de cálcio, sendo muito 16 afetado por vários fatores, como imobilidade e tratamento com fluoretos. As trabéculas apresentam arranjo ósseo lamelar mas, raramente, são grossas o suficiente para conter osteócitos. O crescimento ocorre nas superfícies, que são recobertas por uma camada de osteóide que é produzida e subseqüentemente mineralizada pelos osteoblastos da superfície. Osteoclastos, ocasionalmente se encontram na sua superfície, em depressões rasas conhecidas como lacunas de Howship. Os osteoblastos e osteoclastos estão em cantata com o estrema vascular. Buckwalter et aL 7, 1995 acrescentaram que a grande superfície coberta por células no osso trabecular e a proximidade de vasos sangüíneos na medula óssea são responsáveis por esse tipo de osso apresentar uma taxa mais alta de atividade metabólica e de remodelação, respondendo mais rapidamente às mudanças de carga mecânica, que o osso cortical. 2.1.3 Osso primário e secundário Segundo Junqueira & Carneiro27, 1995 e Buckwalter et ai. 7, 1995, o osso primário forma o esqueleto embrionário e é substituído por osso maduro com seu desenvolvimento. Pequena quantidade de osso primário pode permanecer como parte da fixação dos tendões e ligamentos, nas margens das suturas do crânio e nos ossículos do ouvido. Exceto nestes casos, o osso primário raramente está presente no esqueleto humano normal após a idade de quatro ou cinco anos. 17 Entretanto, pode aparecer em qualquer idade em resposta a injúrias ao osso ou a tecidos moles, tratamentos que estimulam a neoformação óssea, doenças metabólicas e neoplásicas ou inflamações. O osso primário e secundário diferem em relação à formação, composição, organização e propriedades mecânicas. O osso primário apresenta rápida taxa de deposição e turnover, enquanto o osso secundário, comparativamente, possui baixa atividade. O osso primário tem um padrão irregular de fibras colágenas e contém aproximadamente quatro vezes mais osteócitos por unidade de volume, variando em tamanho, orientação e distribuição, enquanto os do osso secundário têm tamanho relativamente uniforme, com seu eixo principal orientado paralelamente às outras células e às fibras colágenas. 2.2 Formação do tecido ósseo Segundo Hoss & Rowrell46, 1993 o osso é uma forma especializada de tecido conjuntivo, caracterizado pela mineralização da sua matriz e, portanto, resultando um tecido extremamente duro, capaz de desempenhar funções de sustentação e proteção. A parte mineral é formada pelos cristais de hidroxiapatita [Ca10(P04)e(OH)2], que podem ser fonte de cálcio, quando necessário, mantendo assim a regulação homeostática dos níveis de cálcio no sangue e nos demais tecidos. 18 Deve-se considerar dois processos distintos na formação óssea, isto é, o desenvolvimento do osso enquanto órgão e a histogênese do tecido ósseo. O desenvolvimento do osso é classicamente dividido em ossificação endocondral, quando existe um modelo de cartilagem prévio para servir de precursor do tecido ósseo e ossificação intramembranosa, que é um método mais simples, sem necessidade deste modelo cartilaginoso inicial. DeLacure11 , 1994, classificou o tecido ósseo, com base em sua origem embriológica, osso endocondral e osso mesenquimal. O osso endocondral forma-se a partir de um molde de cartilagem hialina, enquanto o osso mesenquimal se forma dentro de uma membrana mesenquimal sem a intervenção de um estado cartilaginoso. Rabie et al.42, 1996, também confirmaram que a formação óssea ocorre por ossificação endocondral ou intramembranosa. Na ossificação endocondral o osso substitui um modelo de cartilagem hialina e os ossos longos, como o úmero e o fêmur, formam-se por esta via. Na ossificação intramembranosa, o osso substitui o tecido conjuntivo sem o estágio intermediário de formação de cartilagem, Ossos como o frontal e o parietal do crânio formam no padrão intramembranoso de ossificação, Enlow & Hans 12, 1998, afirmaram que os modelos de ossificação não devem ser entendidos como se os tipos de osso existentes fossem membranoso ou endoçondral, pois essas denominações referem-se apenas ao mecanismo pelo qual o osso 19 começa a se formar. Mas devido a rápida e continua remodelação que ocorre durante o desenvolvimento ósseo, o tecido ósseo inicial, depositado por ossificação endocondral ou intramembranosa, logo é substituído. Esse osso substituto é formado sobre o osso já existente por crescimento aposicional e é idêntico em ambos os tipos de ossificaçao, Os ossos das extremidades e as partes do esqueleto axial desenvolvem- se por ossificação endocondral. Os ossos chatos do crânio e da face, a mandíbula e a clavícula, desenvolvem-se por ossificação intramembranosa. Embora o osso longo sejaclassificado como de formação endocondral, o seu desenvolvimento implica a histogênese de osso endocondral e também de osso intramembranoso, ocorrendo esta última através da atividade do periósteo. 2.2.1 Ossificação intramembranosa Segundo Gurley & Roth20, 1991 e Ross & Rowrell 46, 1993, a primeira evidência desse tipo de ossificação ocorre, em humanos, por volta da oitava semana de vida intra-uterina. As células mesenquimais indiferenciadas, células osteoprogenitoras, que são células alongadas de coloração pálida e localizadas no mesênquima frouxo, migram e agregam- se no local onde o futuro osso vai se formar. Esse agregado de células no tecido mesenquimal é a membrana a que se refere a denominação ossificação intramembranosa. Com a evolução do processo, essas células mesenquimais indiferenciadas tornam-se maiores e mais arredondadas, 20 com citoplasma basófilo apresentando uma área mais evidente, clara, do aparelho de Golgi. Essas alterações citológicas produzem o osteoblasto diferenciado. Esta região vai tornando-se mais vascularizada, e os osteoblastos iniciam a secreção de colágeno e proteoglicanos para formar a matriz óssea (osteóide). Os osteoblastos situados no interior da matriz óssea separam-se cada vez mais uns dos outros à medida que a matriz vai sendo produzida, mas continuam unidos por um fino prolongamento cítoplasmático. O osteóide é mais denso que o mesênquima circundante, onde se observam delicadas fibras conjuntivas no interstício. A matriz óssea mineraliza-se, mas os prolongamentos citoplasmáticos entre as células formadoras de osso permanecem, e são chamadas de osteócitos e ficam contidas dentro de canalículos. Simultaneamente, a membrana circundante prolifera dando origem a uma população celular osteoprogenitora Algumas dessas células entram em contato com partes da matriz já mineralizada e transformam-se em osteoblastos, que secretam mais osteóide. Por esse método de crescimento aposicional, os osteoblastos vão acrescentando matriz, que vai mineralizando e se unindo, formando uma rede trabecular que apresenta a forma geral do osso em desenvolvimento. As células osteoprogenitoras mantêm seu número através de intensa atividade mitótica, constituindo, assim, uma fonte constante de osteoblastos. que são células diferenciadas sem capacidade de divisão. Esses novos osteoblastos depositam matriz óssea em camadas sucessivas, originando o osso trabeculado caracterizado 21 internamente por espaços que se ligam, ocupados por tecido conjuntivo e vasos sangüíneos. Assim, o crescimento do osso membranoso ocorre radialmente por aposição periosteal de osso novo e reabsorção endosteal na tábua interna da cavidade medular. Com a maturação óssea, o crescimento ósseo diminui e o novo osso toma uma característica lamelar. 2.2.2 Ossificação endocondral Woolf & Dixon61 , 1988, afirmaram que um típico osso longo de adulto é mais comprido em uma das suas dimensões, e composto por uma diálise, que é a haste central, a epifise que corresponde às duas extremidades expandidas que são envolvidas pela cartilagem articular, e uma porção que sobressai da epífise, diretamente contígua à diáfise, que é chamada de metáfise. Estes ossos desenvolvem-se mais pela ossificação endocondral do que pela formação óssea intramembranosa. Os centros de ossificação primária movem-se progressivamente do centro em direção à extremidade do osso, havendo na maioria dos ossos longos centros de ossificação secundários nas epífises. Uma placa de crescimento cartilaginosa permanece entre esses centros de ossificação, até que termine o crescimento. A parte remanescente distal da cartilagem torna-se a superfície da articulação. O osso cresce em comprimento na metáfise e a cortical cresce em diâmetro pela deposição subperiosteal acompanhada pela reabsorção endosteal, acarretando alargamento da cavidade medular. A cartilagem de 22 crescimento pode ser dividida em zonas funcionais. Os condrócitos inicialmente proliferam e, então, sintetizam matriz ativamente. Essas células apresentam grandes aparelhos de Golgi e numerosas cisternas dilatadas no retículo endoplasmático, típico de células sintetizadoras e secretoras. As células sofrem hipertrofia comprimindo a matriz ao redor. Na região próxima, ocorre calcificação, inicialmente com pequenos e isolados aglomerados de cristais, que então coalescem para uma massa quase totalmente solidificada na junção osso-cartilagem. Botões capilares e células ósteo-precursoras penetram nessa matriz mineralizada, a qual é reabsorvida pelos osteoclastos e um novo osso é formado pelos osteoblastos. Gradualmente, a cartilagem mineralizada é completamente substituída por osso. Durante todo o processo, a placa da cartilagem de crescimento mantém sua espessura quase sempre constante mas, em uma idade geneticamente pré-determinada para cada osso, cessa a proliferação e a placa de crescimento torna-se ossificada com a fusão das epífises. Gurley & Roth20, 1991, afirmaram que o crescimento do esqueleto axial e radial precisa de um aumento logitudinal, bem como de um aumento no tamanho, diâmetro e na forma do osso. Como o osso é uma estrutura rígida é impossível um crescimento intersticial, ocorrendo somente o crescimento através da aposição de osso novo em sua superfície. Entretanto, esse crescimento aposicional satisfaz apenas áreas de expansão lenta, como a remodelação que ocorre no adulto ou 23 nos ossos do crânio, mas não parece ser adequada para o crescimento dos ossos longos das extremidades, das vértebras e das costelas, sendo insuficiente para o aumento longitudinal do osso necessário para o seu desenvolvimento. Contudo, a cartilagem pode crescer intersticialmente, aumentando o número de células que produzirão mais matriz extracelular, causando uma expansão longitudinal e do diâmetro do osso. Desta maneira, os ossos longos crescem pela substituição da cartilagem pelo tecido ósseo, na vida embrionária e na infância. Segundo Gurley & Roth20, 1991 e Ross & Rowrel146, 1993, o processo de ossificação endocondral inicia-se por proliferação e agregação de células mesenquimais no local onde futuramente formar-se- á o osso, mas essas células diferenciam-se em condroblastos, que produzem matriz cartilaginosa. A condensação dessas células primitivas inicia-se em torno de cinco semanas de vida intrauterina. O modelo de cartilagem hialina apresenta a forma e aparência do futuro osso, e cresce segundo mecanismos de crescimento intersticial e aposicional. O pericôndrio circunda a cartilagem e possui uma camada condrogênica que fornece condrócitos para o modelo cartilaginoso. Esses condrócitos sofrem hipertrofia e são responsáveis pelo aumento da matriz cartilaginosa que, por sua vez, leva ao crescimento em largura do modelo. O aumento longitudinal do modelo cartilaginoso pode ser atribuído ao crescimento intersticial que ocorre perto de suas extremidades. A matriz 24 secretada pelos condrócitos é formada pnnc1palmente por colágeno tipo 11, acompanhado por colágeno tipo IX, X, XI e XIII, e também proteoglicanos. Uma mudança na atividade do pericôndrio marca o inicio da ossificação, quando suas células originam células formadoras de osso e não condrócitos. Com essa modificação na função do pericôndrio ele passa a chamar-se periósteo, possuindo uma camada osteogênica onde suas células estão se diferenciando em osteoblastos, que produzirão uma fina camada de osso em torno da cartilagem. Esse osso pode ser considerado como um osso periósteo, devido a sua localização, ou como um osso intramembranoso, graças ao modo do seu desenvolvimento. Junqueira & Carneiro27, 1995, afirmaram que com o estabelecimento do tecido ósseo periósteo, os condrócitos da região média do modelo cartilaginoso começam a produzir fosfatase alcalina e, concomitantemente, a matriz cartilaginosa sofre mineralização.A matriz, depois de mineralizada, impede a difusão de nutrientes, levando os condrócitos à morte. Desta maneira, grande parte se decompõe, deixando lacunas vizinhas que se confluem, produzindo uma cavidade de tamanho cada vez maior. Simultaneamente a esses eventos, um ou vários vasos sangüíneos invadem o delgado tecido ósseo, penetram e crescem na cavidade, permitindo que células provenientes do periósteo migrem ao longo deles. Algumas células primitivas tornam-se osteoprogenitoras e também têm acesso a cavidade através dos vasos novos, dando origem a 25 medula. Conforme a cartilagem mineralizada decompõe-se e é parcialmente removida, uma parte permanece como espículas irregulares. Quando essas células osteoprogenitoras entram em aposição com as espículas da cartilagem mineralizada remanescente, transformam-se em osteoblastos e começam a depositar matriz óssea sobre a estrutura espicular, que posteriormente mineraliza. Rabie et al. 42, 1996, afirmaram que o osso intramembranoso possui potencial osteogênico. 2.3 Microestrutura óssea 2.3.1 Osteoblasto Segundo Woolf & Dixon61 , 1988, os osteoblastos são células formadoras de osso, que sintetizam a matriz óssea e estão envolvidos na subsequente mineralização. Essas células são derivadas da célula estremai indiferenciada e são geralmente observadas como um revestimento celular cuboidal, único, situado diretamente sobre a superfície interna do osso. Na microscopia eletrônica, os osteoblastos demonstram as características de células secretantes, com uma larga zona de Golgi e um abundante retículo endoplasmático rugoso. Há mitocôndrias disseminadas, algumas contendo depósitos de minerais granulares ligados às superfícies externas das cristas mitocondriais. Estes grânulos são compostos de cálcio, fosfato, traços de magnésio e alguma matéria orgânica. As mítocôndrias podem remover cálcio do citoplasma celular e depositá-lo nestes grânulos, controlando a concentração 26 intracelular de cálcio. Os microtúbulos são os mais abundantes nos processos celulares e podem ser importantes no fluxo de água, eletrólitos e outras substâncias intracelulares. Os microfilamentos fornecem à célula um citoesqueleto interno e, como eles também são contráteis, dão mobilidade à célula. A célula cuboidal globosa é uma sintetizadora ativa da matriz, mas essa secreção deve ser rápida pois não apresenta grânulos de armazenamento. O osteoblasto inativo é uma célula delgada que mais parece um fibrócito, com citoplasma apenas aparente na microscopia comum, e mudanças na sua morfologia são induzidas pelos hormônios reguladores do cálcio. Os osteoblastos sintetizam e secretam o colágeno Tipo 1 e mucopolissacárides para formar a matriz óssea, que se situa entre os osteoblastos e a fronteira mineralizada na forma de uma camada osteóide, que será subseqüentemente mineralizada. Além disso, os osteoblastos sintetizam colagenase, prostaglandina E2 (PGE2) e as proteínas associadas ao osso, osteocalcina e osteonectina. Os osteoblastos apresentam ainda, receptores para paratormônio (PTH}, vitamina D, PGE2 e glicocorticóides. A ação de alguns destes mediadores sobre os osteoclastos parece ocorrer através do osteoblasto. Os osteoblastos desprendem vesículas de matriz (que podem agir como núcleos para a mineralização) e secretam fosfatase alcalina, que, por remover os inibidores da calcificação, podem regular a taxa de mineralização. Não se sabe se o osteoblasto realiza todas estas funções simultaneamente. 27 Zaidi et ai. 64, 1993, afirmaram que o osteoblasto é a principal célula envolvida na ativação hormonal do osteoclasto, possuindo receptores de superfície específicos para o hormônio da paratireóide e proteína relacionada ao hormônio da paratireóide e receptores nucleares para 1 ,25-di-hidroxivitamina 03. Os autores acrescentaram ainda que os osteoclastos são ativados por um mecanismo dependente principalmente da estimulação osteoblástíca, com os osteoblastos produzindo substâncias solúveis que estimulariam os osteoclastos. Akamine et al.2 , 1994. também afirmaram que os osteclastos devem ser ativados por estímulos osteoblásticos, mas ainda não foi demonstrado in vivo que esta estimulação aconteça. Buckwalter et ai. 7, 1995, sugeriram que os osteoblastos, quando ativos, têm a forma arredondada, oval ou poliédrica, estando separados da matriz mineralizada por uma camada de osteóide. A mais aparente função do osteoblasto é a síntese e secreção de matriz orgânica de osso, mas essas células também apresentam importante papel no controle eletrolitico entre o fluido extracelular e o fluido ósseo e elas influenciam a mineralização da matriz óssea através da síntese de componentes orgânicos da matriz. Em adição, hormônios sistêmicos, como o hormônio da paratireóide e citocinas locais, podem estimular os osteoblastos a mediar a atividade dos osteoclastos. Os osteoblastos ativados podem ainda, seguir um de três caminhos: eles podem permanecer na superfície do osso, podem diminuir sua atividade sintética 28 e assumir uma forma mais achatada e rodeada de matriz, tornando-se um osteócito; ou podem desaparecer do local de formação óssea. Nos adultos, muitos osteoblastos aparecem no local de formação óssea, como nas regiões de remodelação e de consolidação de fraturas. Entretanto, um grande número de osteoblastos são removidos por mecanismos ainda desconhecidos. Manolagas33, 1995, afirmou acreditar que os osteoblastos, sejam derivados de células mesenquimais indiferenciadas da medula óssea, sendo então pertencentes a mesma linhagem das células estromais da medula óssea. 2.3.2 Osteoclasto Teti et ai. 55, 1991, descreveram que o osteoclasto é uma célula bastante especializada, multinucleada constituída por uma borda em escova e pela zona clara. A borda em escova é uma projeção digitiforme da membrana plasmática e a zona clara é uma área sem organelas, que contém filamentos de actina e funciona na união do osteodasto ao osso, formando o hemivacúolo de reabsorção. Zaidi et ai. 64, 1993, além desses aspectos morfológicos, afirmaram que as estruturas que formam a área de reabsorção geralmente dependem do nível de atividade celular. Assim, substâncias reguladoras da atividade osteoclástica aumentam ou diminuem o tamanho da borda ondulada e da zona clara. Essas 29 substâncias podem ser: hormônio da paratireóide, 1 ,25-di-hidroxivitamina 03 ou prostaglandina E2 que aumentam a área de reabsorção, e a calcitonina que a diminui. A ativação osteoclástica requer cantata com osso mineral. Assim, os osteoclastos repousam normalmente no mesênquima do periósteo e do endósteo, e têm que cruzar uma barreira celular (osteoblastos) e talvez uma segunda barreira osteóide para alcançar a parte mineral Buckwalter et ai. 7, 1995, afirmaram que hormônios específicos e fatores de crescimento influenciam as células de origem a se desenvolver em células precursoras de osteoclastos, que são encontradas na medula ou no sangue circulante. Quando estimulado, o precursor mononuc!ear do osteoclasto, prolifera e fusiona-se para formar um grande osteoclasto multinucleado, que geralmente tem três a vinte núcleos além de um grande número de mitocôndrias e lisossomas. Podem ser encontrados no osso esponjoso ou na superfície periosteal em depressões características chamadas de lacunas de Howship, e no osso cortical denso onde cavam cones, formando túneis, criando as cavidades de reabsorção. Quando os osteoclastos estão ativos, as mitocôndrias são encontradas em grande número, ocupando grande parte de seu citoplasma, para suprir a grande quantidade de energia necessária para a reabsorção óssea. Roodman45, 1995, propôs um modelo de formação de osteoclasto nos humanos, em que o precursor de osteoclastos mais 30 inicialmente identificado é a unidade formadora de colónias de macrófagos granulócitos.Estas células surgem inicialmente na linhagem monocítica, que é no mínimo bipatente, e que pode formar monócitos, os quais formam células gigantes e macrófagos tissulares, ou diferenciam-se num progenitor de osteoclastos. Essas células, mais tarde, diferenciam e fusionam-se, tornando-se um pré-osteoclasto. Essa afirmação é confirmada por Manolagas34, 1995. 2.3.3 Matriz óssea Urist & Strates57, 1971, afirmaram que o espaço ocupado pelo colágeno fibrilar representa dois terços do total da matriz óssea, o restante, um terço, é ocupado por proteínas não colagenosas e substância fundamental. Rath & Reddi43, 1979, demonstraram que a matriz óssea colagenosa, desmineralizada e livre de células, induz a formação de cartilagem, osso e medula óssea, pois ela é um mitogenico local para células conjuntivas. Hentunen et ai. 24, 1994, afirmaram que a matriz óssea também tem sua importância, ela produz uma proteína que estimula a formação de osteoclastos, mas essa formação é dose dependente dessa proteína. Segundo Nade39, 1994, a matriz óssea é rica em citocinas e fatores de crescimento, tais como o TGF-~, IGF-1 e IGF-11, e 31 principalmente a BMP (proteína morfogenética óssea), que são sintetizados em grande quantidade pelas próprias células ósseas. Esses fatores podem ser ativados em diferentes níveis, ou determinando uma rápida diferenciação de células precursoras em osteoblastos, ou atuando sobre células já diferenciadas, estimulando a atívidade formadora de osso. Buckwalter et ai. 7, 1995, afirmaram que a matriz óssea é constituída por um componente orgãnico e um componente inorgânico. O componente inorgânico contribui aproximadamente com 65% do peso do osso, enquanto o componente orgânico geralmente contribui com pouco mais de 20% do peso e a água contribui com aproximadamente 1 0%. O componente orgânioo, principalmente colágeno, confere ao osso sua forma e contribui para sua resistência a tensão, enquanto o componente inorgânico ou mineral, confere resistência principalmente a compressão. Os ossos que foram desmineralizados ou tiveram sua matriz orgânica removida, prontamente demonstraram a diferente participação destes dois oomponentes da matriz. Ossos desmineralizados, são flexíveis e resistentes às fraturas, enquanto ossos que tiveram sua matriz orgânica removida, tornam-se mais rígidos e frente à menor deformação fraturam. 32 2.3.3.1 Matriz orgânica A matriz orgânica do osso, segundo Buckwalter et ai. 7, 1995, se assemelha a matriz de tecido fibroso denso como os tendões, ligamentos e cápsulas articulares. O colágeno, predominantemente do tipo I, junto com pequenas quantidades do tipo V e XII compõe aproximadamente 90 % da matriz orgânica. Os outros 1 O % consistem de glicoproteínas não colagenosas e proteoglicanos ósseos específicos. O osso também contém uma variedade de proteínas não colagenosas, que podem influenciar na organização da matriz, na mineralização do osso e no comportamento das células ósseas. Estas proteínas incluem osteocalcina, osteonectina, fosfoproteínas ósseas e pequenos proteoglicanos. A função específica destas moléculas permanecem incertas, mas algumas delas podem influenciar na mineralização. A matriz óssea também contém fatores de crescimento que podem influenciar na função das células ósseas. Ainda não está certo se estas proteínas são sintetizadas por essas células ou se são sintetizadas por células de fora do osso e posteriormente incorporadas à matriz óssea. Porém, sua presença dentro do osso e seu potencial para afetar a atividade das células ósseas sugere fortemente que elas têm um papel importante no controle da função celular. 33 2.3.3.2 Matriz inorgânica Segundo Woolf & Dixon61 , 1988, a matriz inorgânica ou fase mineral do osso apresenta duas funções essenciais: funciona como um reservatório de íons e é responsável pela força e dureza do osso. Aproximadamente 99% da massa corporal de cálcio, 85% do fósforo e 40% a 60% do total de magnésio e sódio estão associados a cristais depositados no osso. Servindo como um reservatório para estes íons, a matriz inorgânica ajuda a manter a concentração do fluido extracelular dentro dos padrões necessários para as funções fisiológicas, como a condução nervosa e a contração muscular, além de muitas das importantes reações bioquímicas. 2.4 Remodelação óssea A estrutura óssea é mantida durante a vida adulta pelo processo de remodelação, que é um processo contínuo, onde o tecido ósseo existente é reabsorvido e um osso novo é aposto para substituí-lo. Frost16, 1969, definiu o processo de remodelação como aquele processo de turnover de osso lamelar, que não causa grandes mudanças na sua qualidade, geometria ou tamanho. O processo de remodelação óssea é caracterizado tanto pela ativação dos osteoclastos como dos osteoblastos. Assim, um estímulo, que pode ser a presença de um hormônio, um medicamento, Cl'>''"' , .. ",., ·· ... _"" 34 uma vitamina ou o próprio estresse físico, ativa as células precursoras de uma determinada área para formar os osteoclastos. Woolf & Dixon61 , 1988, afirmaram que os sistemas Haversianos, dos ossos novos que estão se remodelando, são formados por túneis cortados por osteoclastos (cones de corte) para o interior do osso com a subsequente deposição de osso novo pelos osteoblastos (osteons secundários). O limite externo de um osteon secundário pode ser identificado por uma linha de aposição que o separa do osso adjacente, Mundy37, 1993, acrescentou, ainda, que a reabsorção óssea osteoclástica é um processo múltiplo iniciado pela ligação de células precursoras à matriz óssea através de integrinas transmembranas específicas. As integrínas são expressas nas membranas de cálulas osteoclásticas, reguladas por uma variedade de fatores ósseo-ativos, e que reconhecem proteínas específicas da matriz óssea. A ligação da célula à superfície óssea inicia o processo de atividade metabólica, levando à formação de um microambiente ácido nessa área de reabsorção, entre a célula e o osso. A acidificação da superfície óssea permite a mobilização de sua parte mineral, expondo as fibras da matriz, as quais são degradadas. Teitelbaum54, 1993, considerou a remodelação óssea como um processo caracterizado pela interação de osteoclastos e osteoblastos, e afirmou ainda, que esse processo é iniciado pelo aparecimento do osteoclasto no foco de remodelação, o que seria um pré- 35 requisito para a regulação do turnover, e que a ligação do osteoclasto à matriz óssea é mediada em parte pelas integrinas, que se ligam a proteínas específicas da matriz óssea. Após o término desse processo de reabsorção óssea, o osteoclasto deixa o local, seguindo-se uma fase reversa caracterizada pela invasão do local reabsorvido por osteoblastos que vão repor ao menos parte do osso reabsorvido. Sendo o processo de remodelação óssea controlado por uma interrelação complexa de hormônios sistêmicos, fatores parácrinos locais e estímulos mecânicos (gravitacionais). Estes afetam a formação óssea e as células que atuam na reabsorção, influenclando no seu desenvolvimento e atividade. 2.5 Reparação óssea A reparação óssea acontece por um processo de regeneração, devido ao tecido ósseo apresentar a capacidade de substituir o tecido lesado por outro idêntico ao originaL Friedenstein 15, 1976, afirmou que existem dois tipos de células osteoprecursoras ou osteogenéticas: as células osteoprecursoras determinadas e as células osteoprecursoras induzíveis. As células osteoprecursoras determinadas são células estremais da medula óssea e as células indiferenciadas da camada profunda do periósteo e do endósteo. Estas células reagem à indução pela proteína morfogenética, por exemplo, com proliferação e diferenciação em 36 osteoblastos. Já as células osteoprecursoras induzíveis são encontradas em tecidosdistantes do tecido ósseo, como no tecido conjuntivo subcutâneo, no tecido muscular esquelético, baço e fígado. Se o princípio indutor atuar sobre as células osteoprecursoras determinadas, a reação se dá pela neoformação óssea direta ou ossificação intramembranosa. Neste caso, a osteogênese é mais rápida. Qual destes dois sistemas celulares, na verdade, responde pelas atívidades de regeneraçao e remodelação óssea induzida, permanece ainda um assunto controvertido. O mecanismo parece ser baseado no aumento da proliferação osteoblástica e na síntese de matriz, com participação também dos osteoclastos. Bruder et al6 , 1994, estabeleceram que os eventos celulares e moleculares responsáveis pela formação do osso durante a embriogênese, a remodelação óssea e a reparação de uma fratura são virtualmente idênticos. Embora esta perspectiva pareça inicialmente simplificar demais um conjunto de eventos complexos, estudos detalhados de partes individuais responsáveis por estas seqüências revelam notáveis semelhanças referentes aos seus aspectos histológicos, funcionais e fisiológicos. Uma célula comum estaria envolvida nestes eventos, denominada de célula mesenquimal de origem, que não participa somente da embriogênese óssea, mas parece também suprir continuamente de células osteoprogenitoras o processo de reparação e remodelação óssea durante a vlda adulta. 37 Delacure11 , 1994, considerou que o periósteo é ativamente osteogênico no jovem e menos ativo no adulto, sendo ainda responsável pelo processo de reparação óssea secundária ou indireta, onde a diferenciação de células mesenquímais pluripotentes do periósteo ocorre dentro do hematoma da fratura. Isto evolui para um tecido de granulação, uma união fibrosa e formação de fibrocartilagem, com sua subseqüente neovascularização e mineralização. Este calo pode funcionar como um fixador biológico interno. Este tipo de reparação óssea é característico de técnicas de fixação interna não rígida, onde pequenos movimentos estão presentes nas interfaces dos fragmentos ósseos. Esse processo contrasta com a reparação óssea primária ou direta, onde a compressão entre os fragmentos e o efeito da fixação interna absolutamente rigida dirige o osteon através do reparo em áreas de aposição anatómica menos perfeitas. Szachowicz53, 1995, afirmou que o osso é um dos poucos tecidos do ser humano adulto, totalmente capaz de regeneração da sua forma e função após uma injuria. Após uma fratura forma-se um hematoma e uma resposta inflamatória, onde estímulos bioquímicos são liberados. A proteina óssea morfogenética, potente indutor de formação óssea, é também liberada. Começa então, uma proliferação celular local que continua por aproximadamente três dias, até a indução das células mesenquimais. Por cinco dias, leucócitos polimorfonucleares, macrófagos, linfócitos e mastócitos migram para o local da lesão. O tecido de 38 granulação é formado enquanto as plaquetas liberam fator de crescimento derivado das plaquetas ( PDGF) e fator de crescimento transformante - B (TGF-B), que são quimiotáticos e mitogênicos. Os fibroblastos unem os brotos capilares proliferados, permitindo que o local da fratura em reparação venha a ser colonizado por pré-osteoblastos. Hollinger & Wong2fj, 1996, determinaram que com a fratura óssea há resposta inflamatória com ativação do sistema do complemento e a ruptura de vasos locais inicia a formação de um hematoma. A combinação desses eventos produz um microambiente caracterizado pela diminuição do gradiente de oxigênio e do pH, condições necessárias para o desempenho funcional de células como os neutrófilos, linfócitos1 macrófagos e condrócitos. Outros eventos são mediados por citocinas e fatores de crescimento, que participam ativamente da regeneração óssea. Atualmente acredita-se que esta regeneração ocorra baseada em dois mecanismos combinados: o primeiro é a indução da proliferação e diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas e o segundo a indução da proliferação de células osteoprogenitoras pré-formadas. 39 2.6 Fatores que interferem no metabolismo ósseo Algumas proteínas são capazes de alterar o funcionamento das células, são fatores solúveis produzidos localmente, modulando a atividade de reabsorção e formação óssea. Esses mediadores possuem diferentes papéis e relativa especificidade pelas células ósseas, sendo fundamental seu conhecimento para o entendimento da fisiopatologia óssea. 2.6.1 lnterleucina 1 (ll-1) Segundo Mund;'7, 1993, a IL-1 foi a primeira citocina identificada com efeito na atividade osteoclástica, sendo um potente estimulador de reabsorção. Existem três moléculas relatadas, duas das quais parecem ter efeito idêntico na reabsorção óssea, IL-1a e IL-1~. Um terceiro membro desta família é o receptor de IL-1 antagonista, que parece ser um antagonista puro e inibe o efeito da IL-1u e IL-lp. Parte dos efeitos da I L -1 no osso in vivo são mediados pela prostaglandina e parte independem dela. As células do osso responsáveis pela produção de prostaglandina ainda permanecem não identificadas. O efeito da IL-1 nas células da linhagem osteoclástica não foi totalmente estabelecido ainda, embora saiba-se que a IL-1 estimula a reabsorção óssea em todas as culturas examinadas, aumenta a formação de células com características osteoclásticas em culturas de medula humana, e ainda estimula a capacidade de osteoclastos isolados de formarem o 40 túnel de reabsorção na matriz mineralizada. Assim, acredita-se que a IL-1 tem efeito somente indireto na reabsorção óssea osteoclástica. Seu efeito na formação óssea é mais complexo, estimulando a proliferação osteoblástica, mas inibindo sua diferenciação e, quando a IL-1 é administrada in vivo, causa a supressão da formação óssea. A IL-1 também tem sido implicada na patofisiologia de algumas doenças, como o mieloma, a hipercalcemia maligna e a osteoporose. Ela parece ser sinérgica em seus efeitos com muitos outros mediadores da reabsorção óssea, incluindo a proteína relacionada ao hormônio da paratireóide, ao fator de necrose tumoral e ao fator de crescimento transformante u. O aumento da IL-1 produzida pelas células mononucleares é responsável por um subconjunto de pacientes com osteoporose e com alto tvrnover ósseo, mas nos monócito desses pacientes cultivados ín vítro, o tratamento com estrogênio inibe a produção de IL-1. 2.6.2 lnterleucina 6 (IL-6) Manolagas32, 1992, sugeriu que a inibição da produção de IL-6 pelo estrogênio nas células da linhagem osteoblástica oferece um modelo que pode explicar o papel protetor dos esteróides sexuais contra a osteoporose. As células estremais da medula óssea e as células osteoblásticas produzem citocinas que atuam paracrinamente no microambiente ósseo para regular a formação de osteoclastos< A produção e/ou ação dessas citocinas está sob o controle inibitório do 41 estrogênio, conseqüentemente, a perda óssea associada com a retirada do estrogênio é devido, ao menos em parte, à remoção deste efeito inibitório. Segundo Mundy37, 1993, a IL-6 é a citocina responsável pela resposta da fase aguda, sendo seu efeito no osso controvertido. Parece ser produzida pelas células ósseas, em cultura, em resposta a hormônios osteotróficos, como o hormônio da paratireóide, a IL-1 e a 1,25 diidroxivitamina D. A IL-6 é aparentemente produzida no microambiente das células ósseas, por células presentes nas respostas aos hormônios sistêmicos e a fatores locais. A maior controvérsia com relação à IL-6 refere-se ao seu efeito sobre os osteoclastos. Foi sugerido também um papel importante da IL-6 na patofisiologia da osteoporose, onde a produção da IL-6 pelas células ósseas é inibida pelo estrogênio e, portanto, ao menos parte do efeito do estrogênio em inibir a reabsorção óssea é mediado por IL-6 secretada por osteoblastos.Roodman45, 1995, usando culturas de medula, a longo prazo, obtidas a partir de amostras de pacientes com doença de Paget, demonstrou que as células multinucleadas produzem grandes quantidades de IL-6. Quando quantidades médias de IL-6, obtidas destas culturas, eram acrescentadas às culturas normais de medula, estimulavam a formação de células normais semelhantes a osteoclasto. Roodman45, 1995, analisou ainda os níveis de IL-6 no soro e na medula de pacientes com doença de Paget, concluindo que in vivo, os pacientes 42 com doença de Paget apresentam altos níveis de IL-<3, quando comparado aos níveis normais. Esses pacientes têm um aumento na reabsorção óssea no início da doença, que é seguido por intensa formação de osso novo. A principal anormalidade nesta doença, contudo, parece residir nos osteoclastos, que apresentam pontos de mutação em regiões específicas do gene causada por partículas virais, que estão presentes tanto na célula precursora como na célula semelhante a osteoclasto, formadas nessas culturas. Manolagas34, 1995, afirmaram que fortes evidências indicam que o gene da IL-<3 é diretamente regulado pelos esteróides sexuais. Tanto o androgênio como o estrogênio podem inibir a atividade da IL-<3, sendo seus efeitos estritamente dependentes da expressão de seus respectivos receptores. Foi estabelecido que a IL-<3 é um mediador essencial na perda óssea causada pela deficiência gonadal, entretanto permanece não esclarecido se a ll-6 é o único fator patogênico ou se outras citocinas, como a IL-1, podem estar envolvidas. 2.6.3 Fator osteoclastopoiético (opf) Mundy37, 1993, descreveu o OPF, como tendo um importante efeito na atividade osteoclástica, pois estimula a formação de osteoclastos in vitro. O OPF parece ser um fator regulador do crescimento específico para formação de elementos sangüíneos e, como o osteoclasto partilha um precursor comum com as células sangüineas, a unidade 43 formadora de colônias de granulócitos macrófagos, também estimularia a formação de osteoclastos. 2.6A Fator estimulador de colônias 1 (CSF-1) Mundy37, 1993, estabeleceu o CSF-1 como um importante fator para geração de osteoclastos, pois a sua secreção normal é necessária para sua formação, e na sua ausência não ocorrem geração de osteoclastos, reabsorção óssea osteoclástica e formação normal da cavidade medular. Como o efeito do CSF-1 é mediado através de um receptor tirosina-quinase, o proto-oncogene c-fms, esses dados indicam que este receptor tirosina-quinase aparentemente também é necessário para a formação normal dos osteoclastos. 2.6.5 Leucotrienos Mundy'7, 1993, afirmou que o efeito dos metabólitos do ácido aracdônico sobre os osteoclastos e osteoblastos foram estudados por muitos anos, principalmente a prostaglandina E. Ela tem um importante efeito no metabolismo ósseo, estimulando osteoclastos ín vítro. As prostaglandinas aparentemente são mediadores locais in vivo, pois elas não circulam em grandes quantidades. Segundo Quinn et al. 41 , 1994, a prostaglandia E2 é um inibidor significativo da reabsorção óssea, apresentando um efeito direto na inibição dos osteoclastos, pois é um inibidor da formação de 44 células semelhantes a osteoclastos. Foi demonstrado também um efeito na inibição da proliferação de fagócitos mononucleares, entretanto, não é possível ainda determinar precisamente a ação da prostaglandina E2 e da calcitonina na ação inibitória do amadurecimento de osteoclastos provenientes de seus precursores mononucleares. 2.6.6 Proteína morfogenética óssea (BMP) Urist & Strates57, 1971, identificaram a BMP no extrato ósseo pela sua capacidade de estimular a formação de osso no esqueleto e em locais extra-ósseos. A BMP foi definida como um componente químico osteogênico da matriz óssea, dentinária e de outros tecidos duros que são separados por desmineralização e associados intimamente com fibras colágenas. Brownell5 , 1990, afirmou que, até aquela data, não se sabia que tipo de célula sintetizava a BMP, mas estava claro que ela podia induzir a formação de osso novo ín vivo, sendo que a célula mesenquimal osteoprogenitora residente parece ser seu alvo. Nakashima40, 1992, examinou o efeito mitogênico da BMP em células pulpares in vitro, e concluiu que sob a sua influência as células pulpares mesenquimais podem migrar e proliferar, a polpa pode ser regenerada pela síntese de várias proteínas da matriz incluindo os proteoglicanos, e a diferenciação das células pulpares em osteoblastos pode ser induzida. 45 Nade39, 1994, definiu a BMP como uma substância que estimula a formação de células osteoprogenitoras. Segundo Szachowicz53, 1995, a cascata de reparação óssea é disparada por uma proteína óssea indutiva como a BMP, que é armazenada na matriz orgânica do osso e é uma proteína bioativa na matriz óssea desmineralizada. A BMP induz a diferenciação de células pluripotentes em células formadoras de cartilagem e osso, agindo ainda sincronizadamente com os fatores de crescimento que modulam a proliferação de células progenitoras induzidas. Gu et al19, 1996, consideraram a BMP, como uma proteína pertencente à superfamília do falar de crescimento ~. que foi implicada na formação de tecido ósseo. A BMP pode possivelmente induzir a formação de tecido levando células responsivas a desencadear uma cascata não característica de eventos bioquímicos e celulares. Os autores afirmam ainda que essas células responsivas podem residir no tecido ou serem originárias do sangue. Sigurdsson et al.51 , 1997, afirmaram que a BMP compõe uma pequena !ração da matriz óssea, e ela apresenta habilidade para indução e integração óssea. 46 2. 7 Hormônios que atuam no metabolismo ósseo 2. 7.1 Calcitonina Segundo Maclntyre et al.31 , 1980, a calcitonina é um pepitídeo hormonal composto por 32 aminoácidos, que apresenta como sua principal ação em humanos, a inibição direta da reabsorção óssea tanto ln vitro como in vivo. Além de inibir a atividade osteoclástica, a longo prazo diminui o número de osteoclastos e o nível circulante de produtos de reabsorção óssea, entretanto, sua ação contribui para a homeostase do cálcio plasmático, especialmente em crianças onde o turnover é alto. Weiss et al.59, 1981, observaram que a calcitonina apresenta duas ações: quando é administrada durante as fases iniciais da formação óssea, ela aumenta a formação devido à estimulação das células precursoras de cartilagem e osso; e quando administrada após a formação ósea ter sido iniciada, a subsequente formação de osso é suprimida. Chambers & Moore9, 1983, afirmaram que a calcitonina é um hormônio que inibe a reabsorção osteoclástica, através da inibição da intensa motilidade citoplasmática do osteoclasto, e relataram também que baixas concentrações de calcitonina são suficientes para atingir esse efeito, assim a inibição da motilidade dos osteoclastos pode ser relacionada com a inibição da reabsorção óssea causada por hormônios. 47 Segundo Roodman45, 1995, quando as células multinucleadas, que são formadas em culturas de medula humana e respondem aos hormônios osteotróficos, são submetidas a ca!citonina, elas contraem e tornam-se imóveis, de uma maneira similar aos macrófagos maduros isolados do osso. Em contraste, macrófagos polinucleares originados de monócitos do sangue periférico não contraem em resposta à calcitonina. 2.7.2 Hormônio da paratireóide (PTH) Chambers & Moore9 , 1983, afirmaram que o PTH exerce seu principal efeito na reabsorção óssea, estimulando células intermediárias, como os osteoblastos, os quais em troca liberam fatores que modulam a atividade osteoclastica, já que somente os osteoblastos possuem receptores para o PTH. Hedlund et ai. 23, 1983, avaliaram o efeito do PTH e da calcitonina nos osteoclastos de ratos, e verificaram que a injeção de PTH elevou o númerode osteoclastos, os quais surgiram significativamente entre trinta e sessenta minutos após a adiministração. A injeção de calcitonina resultou num decréscimo do número de osteoclastos visível entre trinta e sessenta minutos também. Assim, concluíram que a superfície óssea deve reagir imediatamente as 48 mudanças dos níveis de PTH e calcitonina no sangue, atraindo ou repelindo, respectivamente, monócitos. Teitelbaum54, 1993, citou como exemplo o PTH, que foi por muito tempo considerado um estimulador direto da reabsorção óssea osteoclastica, afirmando assim que é difícil identificar os agentes que atuam com certeza somente nos osteoclastos. Segundo Delacure11 , 1994, as influências endocrinas do PTH, incluem a regulação da atividade osteoclastica e de seu antagonista fisiológico a calcitonina. 2.7.31,25 Diidroxivitamina D Barone et al 4 , 1991, descreveram a 1 ,25 diidroxivitamina D, como um potente indutor da diferenciação de osteoblasto e condroblastos em culturas. Quinn et ai. 41 , 1994, afirmaram que fagocitos mononucleares precisam ser co-cultivados com uma linhagem de células estremais específica derivada do osso e na presença da diidroxivitamina D, para estimular a sua diferenciação em osteoclasto. Assim, este hormônio é necessário para que ocorra a diferenciação dos osteoclastos. 49 2.7.4 Estrogênio Woolf & Dixon61 , 1988, afirmaram que durante o período reprodutivo, 90% dos estrogênios são sintetizados no ovário, e o estradiol é a principal forma circulante, mas após a menopausa, os níveis de estrona superam os de estradiol. A estrona pode ser derivada de um andrôgeno, a androstenediona, e com a perda da produção ovariana de estrogênio, a androstenediona torna-se a principal fonte de estrogênlos circulantes. Em mulheres pré-menopáusicas, a androstenediona é originada igualmente dos ovários e da adrenal. Manolagas 32, 1992, sugeriu que a cadeia de fatores locais que controlam a formação de osteoclastos, pode acontecer por meio da ação do estrogênio, que exerce seu efeito anti-reabsorção no osso. E o número de unidades formadoras de colônia de monócitos granulócitos na medula óssea diminui após a administração de estrogênio. Guyton21 , 1993, afirmou que na puberdade, a mulher têm sua altura aumentada rapidamente, fenômeno que se prolonga por vários anos, graças a ação dos estrogênios. Além disso eles também tem um efeito análogo, causando a união precoce das epífises às hastes dos ossos longos, consequentemente levando a parada do crescimento. Este efeito é muito mais forte na mulher do que o observado com a testosterona no homem, assim o crescimento na mulher cessa geralmente alguns anos antes que cessa o do homem. Na vida adulta estes 50 hormônios tem ação ainda sobre os órgãos sexuais, depósitos de gordura e sobre a pele, sendo de sua responsabilidade a proliferação celular e o crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e de outros tecidos relacionados à reprodução. Segundo Harrison22, 1996, os estrogênios são secretados em maior quantidade pelos ovários. Entre suas inúmeras funções, destaca-se seu efeito sobre o esqueleto, causando maior atividade osteoblástica, pois estas células possuem receptores para estes hormônios. 2.8 Ausência de estrogênio e osteoporose Woolf & Dixon61 , 1988, definiram que a osteoporose significa que o indivíduo apresenta uma massa óssea mais baixa do que seria esperado a partir de normas relativas para a idade e sexo e um risco aumentado de fraturas, enquanto a osteopenia é uma descrição visual do aspecto ósseo quando submetido ao raio X, o aumento da radiolucência, podendo ser também originada da osteomalácia. E afirmaram ainda que com a menopausa, há inicialmente uma ampla oscilação dos níveis estrogênicos, seguida de uma queda. Os estrogênios na pós-menopausa são amplamente derivados da androstenediona secretada pela glândula adrenal, e perifericamente convertida em estrona e a gordura corpórea é o principal local desta conversão. A perda dos hormônios ovarianos, após a 51 menopausa natural, ou induzida artificialmente, é o determinante mais claramente identificável da subsequente perda da massa óssea e risco de fratura. Wronski et al.62, 1988, demonstraram que ratas são modelos apropriados para a osteopenia por deficiência de estrogênio, já que os eventos nos níveis ósseos são semelhantes àqueles que ocorrem em humanos após a menopausa cirúrgica. Observaram ainda, osteopenia e índices aumentados de reabsorção e formação óssea em tíbias de ratas ovariectomizadas já no 14° dia após a ovariectomia, através de análise histomorfométrica. Esses valores tornaram-se progressivamente pronunciados acima de cem dias. Portanto seus resultados indicaram que houve grande perda óssea nas ratas ovariectomízadas, sendo que o aumento na reabsorção supera o concomitante aumento na formação óssea. Seedor et ai. 50, 1991, também relataram que a deficiência de estrogênio em mamíferos aumenta o turnover ósseo e resulta num desequilíbrio entre reabsorção e neoformação óssea que leva a uma diminuíção na massa óssea. Em ratos, a massa óssea é reduzida em oito semanas após a ovariectomia, enquanto em humanos a perda óssea é detectada em um ano. Wronski et ai."', 1993, em seus estudos com ratas ovariectomizadas, demonstraram que estas ratas em estágios mais adiantados da privação do estrogênio, rapidamente perdiam osso 52 trabecular, sendo que essa perda óssea após a retirada do estrogênio foi associada a um acentuado aumento no turnover ósseo. Manolagas34, 1995, afirmaram que a marca registrada da osteoporose é justamente esta redução da massa esquelética determinada por um desbalanço entre a reabsorção e a neoformação óssea. A perda da função gonadal e a idade são os dois fatores mais importantes que contribuem para o desenvolvimento desta condição. Esta inicia-se ao redor da quarta ou quinta década de vida para o homem e para a mulher e perde-se aproximadamente 0,3 a 0,5 % por ano da taxa óssea. Nos humanos, bem como nos outros primatas e roedores, a perda de massa óssea, que se segue à perda da função ovariana está associada a um aumento nas taxas de reabsorção e formação óssea, sendo que a primeira excede a segunda, e há um aumento no número de osteoclastos no osso trabecular. A quantidade de osso formado durante cada ciclo de remodelação diminui com a idade em ambos os sexos, provavelmente porque os osteoblastos estão reduzidos com relação à sua demanda. Consequentemente, em contraste com a perda óssea pós-menopausa, a qual está associada a atividade excessiva dos osteoclastos, a perda óssea que acompanha a idade está asociada à diminuição no suprimento dos osteoblastos na proporção da sua demanda, sendo que esta é determinada pela freqüência com que as novas unidades multicelulares são criadas e novos ciclos de remodelação são iniciados. 53 Segundo Harrison22 ' 1996, a menopausa é conseqüência da exaustão dos folículos ovarianos. Esta parada no desenvolvimento folicular resulta em queda da produção dos estrogênios, assim como a ovaríectomía também reduz os níveis deste hormônio a praticamente zero. Portanto uma das conseqüências mais comuns e mais temidas é a osteoporose, devido à estreita ligação entre a falta do estrogênio e a osteoporose. A osteoporose é uma doença esquelética sístêmica caraterizada por baixa massa óssea e deterioração da microestrutura do tecido ósseo, com conseqüente aumento da fragilidade óssea e da suscetibilidade a fraturas. Muitos fatores interferem no desenvolvimento da osteoporose, tais como, o tabagismo, a dieta, a atividade física o estado geral de saúde, mas a privação do estrogênio parece ter papel fundamental. Alguns aspectos do problema têm sido discutidos, como por exemplo: a) precocidade as mulheres que tiveram menopausa precoce por causas naturais ou por ovariectomia,também desenvolvem precocemente a osteoporose. b) diferences raciais as mulheres brancas apresentam uma densidade óssea menor que a densidade óssea das mulheres negras, no período pré-menopausa. Segundo Harrison22, 1996, a osteoporose é um achado mais comum entre o grupo das - ---- ---- ----·------ 54 mulheres brancas, devido ·a perda da densidade óssea ser muito mais grave neste grupo. Buffo, et al8 , 1996 afirmou que a osteoporose pós- menopausa representa uma complicação importante durante o climatério e seu peso econômico, social e clínico aumenta com a idade da população. A osteoporose está associada a um número expressivo de fraturas, que ocorrem anualmente, em mulheres pós-menopausa, onde tanto a deficiência de estrogênio como a idade podem estar implicadas na sua patogênese. 2. 9 Ação do bifosfonato no metabolismo ósseo Sato et ai. 48, 1991, afirmaram que os biloslonatos não depositam somente nas áreas de formação óssea, mas também sob os osteoclastos. Sahni et al47, 1993, sugeriram que o eleito dos biloslonato sobre os osteoclastos seja mediado pelos osteoblastos, o que ocorreria de duas maneiras: sob a influencia dos bifosfonatos, os osteoblastos sintetizariam um inibidor do recrutamento de osteoclastos, ou induziriam a apoptose dos osteoclastos, maneira direta ou mediada pelos próprios osteoblastos, o que ainda não ficou estabelecido. Gilman 18, 1996, afirmou que os biloslonatos ou dilostonatos, apresentam alta afinidade pelo osso, principalmente em 55 áreas de renovação óssea aumentada, onde são captados e vão inibir a ação osteoclástica. O seu mecanismo de ação ainda não está bem esclarecido; sabe-se que deve ser administrado endovenosamente ou oralmente, pois são mal réabsorvidos pelo intestino. Harrison22, 1996, afirmou que o alendronato sódico é muito potente e apresenta uma relação favorável entre o bloqueio da reabsorção sobre a inibição da formação óssea. Estas drogas, contudo, estão ainda em experiências clínicas nos Estados Unidos. Segundo Fleisch14, 1997, estes compostos são caracterizados por uma ligação P-C-P, que é resistente a degradação das enzimas até hoje conhecidas, mas a troca das cadeias laterais no átomo de carbono permite um grande número de variações possíveis resultando nos muitos bifosfonatos descritos até hoje. Cada bifosfonato apresenta suas próprias caraterístícas biológicas e fisico-químicas, não sendo possível extrapolar essas características de um bifosfonato para outro com segurança. Seus efeitos tisico-químicos são muito semelhantes aos pirofosfatos. Todos eles possuem uma forte afinidade pelo fosfato de cálcio e portanto pelo osso também. Eles inibem a formação e agregação, bem como o decréscimo lento da dissolução dos cristais de fosfato de cálcio. O autor afirmou ainda que clinicamente sua ação mais importante, é a inibição da reabsorção óssea, que já foi documentada in vitro e in vivo. Assim, existe um consenso de que os bifosfonatos têm sua ação na inibição dos osteoclastos, A absorção intestinal dos bifosfonatos é 56 pequena e pode ser diminuída pela alimentação, especialmente na presença de cálcio e ferro. Assim, estes compostos devem ser administrado entre as refeições e nunca com leite e seus derivados. Entre 20% a 80% do que foi absorvido é rapidamente incorporado ao osso, e o restante é rapidamente excretado na urina, pois a meia vida no sangue é curta, entre 30 minutos e duas horas. Ao contrário, sua meia vida no osso é longa, porque o composto é incorporado ao esqueleto, e poderá ficar livre outra vez quando o osso onde o medicamento está incorporado for reabsorvido. Fleisch14, 1997, acrescentou ainda não saber qual dos dois mecanismos é o mais importante, se é o efeito direto nos osteoclastos ou a ação indireta através dos osteoblastos. Mas o fato do recrutamento estar diminuído e a apoptose aumentada poderia explicar porque o número de osteoclasto está diminuído. Relatou ainda que a concentração de alendronato nos osteoclastos tem sido calculada alcançando valores muito altos. Esses bifosfonatos ainda segundo o autor, realmente induzem mudanças na morfologia dos osteoclastos, os quais apresentaram mais núcleos, mudanças na borda em escova que aparentemente mostra-se inativa. A dose mais favorável parece ser a de 1 Omg por dia, pois num estudo de 994 mulheres, entre as idades de 45 a oitenta anos, que sofriam de osteoporose, foram administradas, oralmente, as doses diárias de 5 ou 1 Omg por três anos, e 20mg diárias por dois anos seguido de 5mg diárias por um ano, e os resultados 57 mostraram que a dose de 1 Omg foi mais ativa que a de 5mg, mas não foi menos ativa que a de 20mg. Os resultados mostraram ainda um aumento em torno de 7-8% na densitometria óssea das pacientes tratadas contra uma perda em torno de 1% para as pacientes tratadas com placebo (grupo controle). Essa análise também permitiuconcluir que houve um decréscimo na incidência de fraturas nas mulheres tratadas com o alendronato. Os efeitos colaterais do alendronato sódico, relatados por Fleisch14, 1997, ocorreram quando administrados em altas doses endovenosamente mas não quando seu uso foi oral. Esses efeitos colaterais foram febre transitória, observada apenas uma vez, acompanhada por mudanças nos linfócitos sangüíneos e outras alterações do soro, sugerindo assim, uma reação aguda. Estes efeitos parecem não ter relevância clínica, exceto por um desconforto de alguns dias. 3 PROPOSIÇÃO Este trabalho tem por finalidade observar a ação do alendronato sódico sobre a reparação óssea de defeitos cirúrgicos produzidos em tíbias de ratas ovariectomizadas. 4 MATERIAL E MÉTODO 4.1 Material 4.1.1 Animais Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa- CEP, sob o Protocolo n• 08/99-PNCEP. Foram utilizados 36 ratos fêmeas adultas, da raça Wistar (Rattus norvegicus, var. albinus) com sessenta dias de idade, peso em torno de 200g, fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, mantidos em gaiolas individuais com água e ração ad libitum. 4.1.2 Medicamento O medicamento utilizado foi o alendronato sódico·, que é um bifosfonato de segunda geração com capacidade de inibir a reabsorção do osso sem inibir a sua mineralização. Este é apresentado em comprimidos de 1 O mg, que foram diluídos, para serem acrescidos à água de beber. * Fosamax- Merck Shrup & Dohme. 4.2 Métodos 4.2.1 Anestesia 60 As ratas foram anestesiadas com solução de Ketalar" (cetamina-2-[0-clorofenil]2-[metilamino]cloridrato de ciclohexanona) e Rompun .. (cloridrato de 2-(2,6-xilidino)-5,6-dihidro-4H- 1 ,3-tiazina), na proporção de 1 :0,5ml, na dose de O, 1 ml/1 OOg, via intra- muscular. O Ketalar é um anestésico geral, não barbitúrico de ação rápida. O Rompun, é sedativo, analgésico e relaxante muscular de uso veterinário, que produz um estado de adormecimento e um elevado grau de analgesia completado pelo efeito relaxante muscular generalizado. 4.2.2 Ovariectomia Depois de anestesiadas, as ratas foram fixadas em posição lateral em uma placa de cortiça, permitindo a visualização e o fácil acesso ao flanco lateral. Foi realizada a tricotomia da região e, logo abaixo da costela após antissepsia com álcool iodado, foi realizada uma incisão de 1 cm na pele e na camada muscular, visualizando-se assim o ovário. Com auxílio de uma pinça tracionou-se o ovário para fora da cavidade abdominal e, após amarria da veia, ele foi excisado. Em '" Ketalar- Parker Davis •• Rompun- Bayer 61 seguida, suturou-se a camada muscular e a pele, sendo esse processo realizado bilateralmente, 4.2.3 Lesão óssea Após trinta dias da ovariectomia, as ratas foram novamente anestesiadas e fixadas na placa de cortiça em posição dorsal. Realizou-se a tricotomia da pata posterior esquerda, fez-se uma incisão na pele e divulsionou-se
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