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A m á l i a T u r n e r G i a n n i c o Especialista em Cardiologia Veterinária, Dra. Responsável pela Animal Cor EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS s e t e m b ro 2 0 1 9 Taquipneia Dispneia Ortopneia DISPNEIA # l e i l a l e i l o c a DISPNEIA “sintoma que se manifesta pela dificuldade ou desconfor to em respirar, respiração dif íc i l , sensação subjet iva de falta de ar” TRATO RESPIRATÓRIO IDENTIFICAR ORIGEM DA DISPNEIA * Vias respiratórias * Parênquima pulmonar * Espaço pleural * Parede torácica LOCAL DOENÇA Via aérea superior Estenose narina, rinite, neoplasia nasal, síndrome braquicefalico, prolongamento palato mole, paralisia de laringe Traqueia e via aérea inferior Colapso de traqueia, hipoplasia/estenose de traqueia, bronquite, bronquiectasia, asma felina Doença cardíaca Edema pulmonar, efusão pleural Doença mediastinal Neoplasia, infecção Doença do parênquima pulmonar Broncopneumonia, pneumonia aspirativa, edema não cardiogênico, hemorragia, neoplasia pulmonar Doença pleural/tórax Efusão pleural, ruptura diafragmática, fratura de costela DISPNEIA Padrão respiratório Expiratório ou misto Inspiratório Restritivo via aérea superior via aérea inferior e pulmão cavidade ou parede torácica e pulmão DISPNEIA... * Identificar a dispneia * Classificar tipo da dispneia * Sugerir local do acometimento da doença * Sugerir provável doença Identificando o paciente Parâmetro Doença cardíaca primária (ICC) Doença respiratória primária (vias respiratórias, pulmão, espaço pleural) História Tosse, síncope Tosse (cães e gatos) Espirro, descarga nasal Alteração sons latido/miado Estridor/estertor Postura e padrão respiratório Padrão de respiração restritivo, dispneia expiratória, ortopnéia Padrão respiratório obstrutivo/inspiratório Estridor/estertor Padrão de respiração restritivo Exame físico Frêmito cardíaco, sopro, arritmias cardíacas Taquicardia Crepitação pulmonar Auscultação cardíaca pode ser normal Frequência cardíaca normal Crepitação pulmonar, sibilo Febre, hipertermia EDEMA PULMONAR FISIOLOGIA DO EDEMA Edema cardiogênico Edema não cardiogênico MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO EDEMA • Aumento da pressão h idrostát ica vascu lar • Diminu ição da pressão osmót ica do p lasma • Aumento da permeab i l idade vascu lar • Drenagem l in fát ica pre jud icada Edema pulmonar cardiogênico ICC Exame físico: evidência de doença cardíaca (sopro, arritmias) Edema pulmonar não cardiogênico Choque elétrico, convulsão, afogamento, traumatismo craniano, obstrução das vias aéreas superiores Em quais doenças ocorre? Endocardiose valvar mitral Cães de pequeno por te e idosos AE VE Mitral AE VE Mitral AE Ao norma l d i l a t aç ão á t r io e squerdo AE Ao norma l d i l a t aç ão á t r io e squerdo Arritmia sinusal DII, N, 50 mm/s DII, N, 50 mm/s T a q u i c a r d i a s i n u s a l - 176 bpm C o m p l e x o s u p r a v e n t r i c u l a r p r e m a t a t u r o P Q S R T P Q S R T Taquicardia sinusal A B1 B2 C D Estágio A: pacientes com alto risco de desenvolver cardiopatia, mas que atualmente não apresentam alteração estrutural A B1 B2 C D Estágio B: doença cardíaca estrutural, mas que nunca desenvolveram sinais clínicos causados por insuficiência cardíaca A B1 B2 C D Pacientes assintomáticos, sem remodelamento cardíaco ou remodelamento discreto A B1 B2 C D Pacientes assintomáticos, com regurgitação mais avançada e aumento cardíaco A B1 B2 C D * AE/Ao > 1,6 e VE normalizado pelo peso > 1,7 * O início do tratamento farmacológico atrasa o início da insuficiência cardíaca Estágio C: pacientes que apresentam ou apresentaram sinais de insuficiência cardíaca A B1 B2 C D * Tratamento agudo * Tratamento crônico Estágio D: pacientes com doença em fase terminal e sinais clínicos de insuficiência cardíaca que são refratários à terapia padrão A B1 B2 C D * Tratamento agudo * Tratamento crônico Cardiomiopatia di latada Cães de grande por te Em quais doenças ocorre? Fibrilação atrial Complexos ventriculares prematuros Taquicardia ventricular Arritmias - tratamento Princípios – antes do tratamento com antiarrítmico 1. O tratamento da doença primária ou fator predisponente (ex. hipovolemia, distúrbios eletrolíticos, dor) pode eliminar a arritmia; 2. Arritmias que causam hipotensão devem ser tratadas; 3. Taquicardia prolongada pode prejudicar o miocárdio, mesmo quando pressão e débito cardíaco estão adequados; 4. Deve ser tratada se apresentar risco de progredir para uma arritmia mais grave ou parada cardíaca. CVPs polimórficos e > 20 a 30 / min = mais perigosos Taquicardia ventricular > 160 bpm = mais perigosos 5. Selecionar antiarrítmico com base em sua capacidade de eliminar a arritmia, equilibrando o risco de efeitos pró-arrítmicos, hipotensão e diminuição da contratilidade. Arritmias - tratamento Taquicardia ventricular N i n a ... lidocaína Cardiomiopatia h iper tróf ica GATOS Em quais doenças ocorre? Sinais comuns nas emergências cardíacas Visualização • Cianose • Dispneia / taquipneia • Síncope • Paresia de membros posteriores (gatos) • Intolerância ao exercício • Distensão abdominal (ascite) • Edema subcutâneo • Caquexia Som • Tosse • Sopro cardíaco • Ritmo irregular • Bradi/taquicardia • Crepitação pulmonar • Sons cardíacos/pulmonares abafados Tato • Temperatura corporal x temperatura das extremidades • Pulsos anormais / déficits de pulso • Frêmito • Líquido abdominal Te r a p i a a d a p t a d a p a r a m e t a s h e m o d i n â m i c a s n a i n s u f i c i ê n c i a c a r d í a c a a v a n ç a d a Perfil clínico-hemodinâmico CONGESTÃO • Ortopneia • Edema de membros • Crepitação pulmonar • Ascite • Efusão pleural BAIXO DÉBITO • Mucosas hipocoradas • Extremidades frias • Hipotensão • Temperatura baixa Baixa perfusão? Não – QUENTE Sim – FRIO Congestão? Não – SECO Sim – ÚMIDO QUENTE FRIO B ai xa p er fu sã o ? N Ã O SI M QUENTE FRIO Congestão? NÃO SIM SECO SECO ÚMIDO ÚMIDO QUENTE FRIO B ai xa p er fu sã o ? N Ã O SI M QUENTE FRIO Congestão? NÃO SIM SECO SECO ÚMIDO ÚMIDO D I U R É T I C O VA S O D I L ATA D O R I N OT R Ó P I C O + ICCE - tratamento Objetivos do tratamento emergencial O B J E T I VO S O L U Ç Ã O Reduzir consumo de O2, minimizar estresse Sem restrição física, ambiente calmo e quieto, sedativos Aumentar quantidade de O2 no sangue Oxigenoterapia Diminuir pressão venosa Diurético, venodilatador Diminuir regurgitação valvar e pós- carga Dilatador arterial Melhorar contratilidade e débito cardíaco Inotrópico positivo Estágio C • Furosemida: 2 mg/kg IV ou IM, seguida por 2mg/kg IV ou IM de hora em hora (dose total de 8 mg/kg em 4 horas) *Para edema pulmonar com risco de vida: IC de 0,66-1 mg/kg/hora • Pimobendan: 0,25-0,3 mg/kg PO q12h • Dobutamina (2,5-10 μg/kg/min IC, começando com 2,5 μg/kg/min) *Em pacientes que não respondem adequadamente a terapia inicial • IECA 0,5 mg/kg PO q12h Estágio D • Sem insuficiência renal grave (creatinina > 3 mg/dL): furosemida adicional • Redução mais vigorosa da pós-carga: anlodipina 0,05-0,2 mg/kg PO *Monitorar pressão arterial sistólica > 85 mmHg ou pressão arterial média > 60 mmHg • Dobutamina (especialmente em pacientes hipotensos): por 12 a 48 horas • IECA •Pimobendan: aumento da dose para 0,3 mg/kg PO q8h S u s p e i t a d e I C C E Não Furosemida 2-4mg/Kg Considerar toracocentese (efusão pleural), ou pericardiocentese Cardiomegalia, dilatação de veias pulmonares, padrão intersticial/alveolar? Dilatação de câmaras, sobrecarga de volume? Reconsiderar diagnóstico Furosemida 2-4 mg/Kg IV Nitroglicerina/Isossorbida Iniciaroutros tratamentos para ICC/doença cardíaca crônica Repetir furosemida Considerar furosemida e dobutamina em IC; ventilação mecânica Sim NãoSim Não Sim O2 Estabilizado para RX ou ECO? Resolução dos sinais? Oxigênio I C C E - t r a t a m e n t o Oxigênio I C C E - t r a t a m e n t o Oxigênio I C C E - t r a t a m e n t o ICCE - tratamento Sedação • Butor fano l : 0 ,1 a 0 ,3 mg/Kg IM • Acepromaz ina : 0 ,02 a 0 ,05 mg/Kg IM • Morf ina : 0 ,1 mg/Kg IV Diurético Furosemida • A m p l o e s p e c t ro d e d o s e e f e t i v a – g a t o s m a i s s e n s í v e i s • A ç ã o : i n í c i o e m 5 m i n / p i c o e m 3 0 m i n / t e m p o d e a ç ã o d e 2 a 3 h Diurético I C C E - t r a t a m e n t o Furosemida • C ã e s : 2 - 8 m g / K g – a c a d a 1 h ( b o l u s ) a t é a l í v i o d a d i s p n e i a • G a t o s : 1 - 4 m g / K g a c a d a 4 h a 2 4 h ( b o l u s ) • I n f u s ã o c o n t í n u a ? 0,1-1 mg/Kg/h Vasodilatador • N i t ro g l i c e r i n a – via transcutânea: interior do pavilhão auricular ou mucosa oral • N I T RO D E R M ® 5 ou 10 mg adesivo terapêutico transdérmico > 25 kg: 1 adesivo de 10 mg 10 - 25 kg: ½ adesivo de 10 mg 5–10 kg: ¼ adesivo de 10 mg ou ½ de 5 mg < 5 kg: ¼ do adesivo de 5 mg • Dinitrato de isossorbida • I S O R D I L ® 5 ou 10 mg sublingual (ou oral) 0,2 a 1,1 mg/Kg ICCE - tratamento Tratamento adicional – INOTRÓPICO POSITIVO • Dobu tam ina : ICC refractária associada com a diminuição da função cardíaca. Melhorar fluxo e perfusão Favorece arritmias – monitorar! 5-15 (20) mcg/Kg/min IC iniciar com 5 mcg/Kg/min IC (aumentada a cada 30 minutos) ICCE - tratamento GATOS Par t icu lar idades Monitorando sua terapia • A t i t ude do pa c i e n t e deve me l ho ra r • Mov imen to s r e sp i ra t ó r i o s d evem d im i nu i r • Me lho ra r c o l o ra ção da muco sa • Pac i e n t e c apaz de de i t a r / d o rm i r Terapia eficaz HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR 1. Hipertensão pulmonar arterial • Dirofilariose (aumento do IRVP) • Doença cardíaca congênita (shunt esquerda-direita) (aumento do fluxo sanguíneo na Ap): Comunicação interatrial Comunicação interventricular Persistência do ducto arterioso • Idiopático • Vasculite/arterite necrotizante 2. Hipertensão pulmonar com doença cardíaca esquerda (aumento da pressão pulmonar venosa) • Doença da valva mitral • Doença miocárdica • Cardiopatias diversas do lado esquerdo 3. Hipertensão pulmonar com doença pulmonar ou hipoxia (aumento do IRVP) • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Fibrose pulmonar instersticial • Neoplasia • Doença de altas altitudes • Vasoconstrição arterial pulmonar reativa (ex. hipoxia secundária ao edema pulmonar) 4. Hipertensão pulmonar secundária a tromboembolismo e/ou doença embólica (aumento do IRVP) • Tromboembolismo: Anemia hemolítica imunomediada Neoplasia Doença cardíaca Doenças com perda proteica (nefropatia ou enteropatia) Hiperadrenocorticismo Coagulação intravascular disseminada Sepse Trauma Cirurgias recentes • Dirofilariose 5. Miscelânea Lesões tumorais compressivas (neoplasia, granuloma) IRVP, índice de resistência vascular pulmonar; Ap, artéria pulmonar Classificação 1. Hipertensão pulmonar arterial • Dirofilariose (aumento do IRVP) • Doença cardíaca congênita (shunt esquerda-direita) (aumento do fluxo sanguíneo na Ap): Comunicação interatrial Comunicação interventricular Persistência do ducto arterioso • Idiopático • Vasculite/arterite necrotizante 2. Hipertensão pulmonar com doença cardíaca esquerda (aumento da pressão pulmonar venosa) • Doença da valva mitral • Doença miocárdica • Cardiopatias diversas do lado esquerdo 3. Hipertensão pulmonar com doença pulmonar ou hipoxia (aumento do IRVP) • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Fibrose pulmonar instersticial • Neoplasia • Doença de altas altitudes • Vasoconstrição arterial pulmonar reativa (ex. hipoxia secundária ao edema pulmonar) 4. Hipertensão pulmonar secundária a tromboembolismo e/ou doença embólica (aumento do IRVP) • Tromboembolismo: Anemia hemolítica imunomediada Neoplasia Doença cardíaca Doenças com perda proteica (nefropatia ou enteropatia) Hiperadrenocorticismo Coagulação intravascular disseminada Sepse Trauma Cirurgias recentes • Dirofilariose 5. Miscelânea Lesões tumorais compressivas (neoplasia, granuloma) IRVP, índice de resistência vascular pulmonar; Ap, artéria pulmonar 1. Hipertensão pulmonar arterial • Dirofilariose (aumento do IRVP) • Doença cardíaca congênita (shunt esquerda-direita) (aumento do fluxo sanguíneo na Ap): Comunicação interatrial Comunicação interventricular Persistência do ducto arterioso • Idiopático • Vasculite/arterite necrotizante 2. Hipertensão pulmonar com doença cardíaca esquerda (aumento da pressão pulmonar venosa) • Doença da valva mitral • Doença miocárdica • Cardiopatias diversas do lado esquerdo 3. Hipertensão pulmonar com doença pulmonar ou hipoxia (aumento do IRVP) • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Fibrose pulmonar instersticial • Neoplasia • Doença de altas altitudes • Vasoconstrição arterial pulmonar reativa (ex. hipoxia secundária ao edema pulmonar) 4. Hipertensão pulmonar secundária a tromboembolismo e/ou doença embólica (aumento do IRVP) • Tromboembolismo: Anemia hemolítica imunomediada Neoplasia Doença cardíaca Doenças com perda proteica (nefropatia ou enteropatia) Hiperadrenocorticismo Coagulação intravascular disseminada Sepse Trauma Cirurgias recentes • Dirofilariose 5. Miscelânea Lesões tumorais compressivas (neoplasia, granuloma) IRVP, índice de resistência vascular pulmonar; Ap, artéria pulmonar Classificação CONSENSO HIPERTENSÃO PULMONAR –ACVIM 2019 GRUPO TIPO DE HP CAUSA 1 Arterial Doença cardíaca congênita (shunts E-D) Vasculite pulmonar Idiopática Amiloidose pulmonar 2 Venosa Doença cardíaca esquerda 3 Secundária à doença respiratória ou hipóxia Desordens crônico-obstrutivas das vias áreas Doença pulmonar parenquimatosa primária Exposição crônica a grandes altitudes Doença pulmonar 4 Secundária à doença tromboembólica Tromboembolismo pulmonar agudo Tromboembolismo pulmonar crônico 5 Multifatorial ou mecanismos incertos Doenças que tenham evidência de 2 ou mais causas de base (Dirofilariose, Aelurostrongylus) Massas compressivas EVIDÊNCIAS CLÍNICAS DE HIPERTENSÃO PULMONAR Altamente sugestivas • Síncope • Dispneia em repouso • Atividade/exercício terminando em dispneia • ICCd (ascite cardiogênica) Possivelmente sugestivas • Taquipneia em repouso • Esforço respiratório aumentado mesmo em repouso • Taquipneia prolongada pós exercício • Cianose PRESSÃO PULMONAR REMODELAMENTO VASCULAR... Sinais clínicos de ICCE Sinais clínicos de ICCD Sinais clínicos de ICCE Sinais clínicos de ICCD Sinais clínicos de doença respiratória Luke Luke Luke – pós 3 meses Nani Nani VE AE VD AD Nani Nani VE AE VD AD Nani Luke TERAPIA Inibidores de fosfodiesterase seletivos *PDE-5 é abundantemente expressa nos pulmões * Direta vasodilatação Inibidores de fosfodiesterase seletivos *Sildenafil 1-3 mg/Kg BID ou TID TROMBOEMBOLISMO AÓRTICO Bowles, D.B. 2010. Cardiogenic arterial thromboembolism causing non-ambulatory tetraparesis in a cat Feline Arterial Thromboembolism: Clopidogrel vs. Aspirin Trial (or FATCAT) • reduzir a formação continuada de trombos; • melhorar o fluxo sanguíneo para o leito arterial infartado; • controle da dor; • tratar a insuficiência cardíaca congestiva concomitante, se presente; • fornecer cuidados de suporte. * abordagem não reque recursos financeiros extensivos, nem requer uma internação prolongadaTratamento emergencial tromboembolismo Clopidogrel • 1 comprimido no evento tromboembólico • Terapia crônica: ¼ do comprimido de 75mg (18,75 mg/gato) SID facebook.com/animalcor @animalcor contato@animalcor.com.br
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