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Medicina - Bruna Siqueira de Arruda IN���M�ÇÃO C�ÔNI�� A inflamação crônica é aquela que persiste por longo período (semanas/meses), coexistindo lesão tecidual, tentativas de reparo e inflamação; sucede a inflamação aguda. ───────────────────────────────────────────────────────────────── Relembrando: A inflamação aguda é marcada por mudanças vasculares - vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e edema - e infiltrado neutrofílico (polimorfonucleares). Sinais flogísticos: calor, edema, rubor, dor e perda de função. ───────────────────────────────────────────────────────────────── O objetivo do PROCESSO INFLAMATÓRIO é a eliminação do agente agressor. Os fagócitos que atuam para isso, porém, geram efeitos lesivos pela produção de hidrolases, metaloproteínas, e glicosidases, que atuam degradando a MEC (fibras colágenas, elastinas e glicosaminoglicanos). O resultado dessas substâncias liberadas é a LESÃO TECIDUAL. Além disso, a produção de radicais livres degrada macromoléculas (lipídeos, proteínas e DNA). Durante a resposta inflamatória, respostas anti inflamatórias são ativadas para que a lesão tecidual não predomine (reduz lesão tecidual); ou seja, simultaneamente existem respostas inflamatórias e anti inflamatórias. A inflamação aguda, se controlada, segue para o processo de cura e reparo. Entretanto, se não há resolução, se o agressor persiste e o processo de cura é interferido, a cronicidade da inflamação acontece ⇒ INFLAM. CRÔNICA Eti����i�s A inflamação crônica pode resultar das seguintes situações: ● Infecções persistentes por microrganismos de difícil combate pleno; acabam por induzir uma reação de hipersensibilidade tipo IV (tardia). ● Doenças inflamatórias imunomediadas Doenças autoimunes (ex.: esclerose múltipla) ⇒ Autoantígenos resultam na ativação crônica do sistema imune, permitindo que haja dano tecidual crônico e inflamação. Doenças alérgicas (ex.: asma brônquica) ⇒ respostas imunológicas não reguladas. Nesses casos podem ser observados padrões morfológicos de inf. aguda e inf. crônica como resultado de episódios repetidos de inflamação. 1 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda ● Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, sendo eles endógenos e exógenos. Exemplos: celíacos, silicose, ○ Aterosclerose ─ proc. inflamatório crônico na parede arterial estimulado pela deposição tecidual excessiva de lipídeos (colesterol) ● Formas leves de inflamações crônicas sem classificação de distúrbio inflamatório, como distúrbios neurodegenerativos, síndrome metabólica, DM 2 ⇒ a inflamação crônica é importante na patogênese dessas doenças que não são classificados como inflamações crônicas. Mor����gi� A inflamação crônica é morfologicamente caracterizada por: ● Infiltrado de células mononucleares, ou seja, macrófagos, linfócitos (produção de IFN, que estimulam a recruta de macrófagos) e plasmócitos (linfócitos B ativados). ● Destruição tecidual induzida tanto pelas células inflamatórias quanto pelo agente agressor. ● Substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo como tentativa de reparo; conta com angiogênese (facilita a chegada de leucócitos até o sítio inflamatório) e fibrose. Célu��� �n�o�v���� Células inflamatórias → produção de mediadores MACRÓFAGOS ○ Células dominantes da inflamação crônica ○ Derivados de monócitos: os monócitos são células que originam macrófagos e estão na corrente sanguínea (circulantes); quando necessário, são atraídos ao tecido e tornam-se macrófagos. ○ Um único núcleo em forma de feijão (mononuclear) 2 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda ○ Dispersos difusamente em tecidos conjuntivos e órgãos ○ VIAS DE ATIVAÇÃO DO MACRÓFAGO CLÁSSICA Induzida por PRODUTOS MICROBIANOS (como LPS), por IFN-ɣ (citocina pró-inflamatória) e outras substâncias. Os macrófagos ativados pela via clássica, denominados M1, produzem óxido nítrico (NO) e EROs e suprarregulam (↑ receptores) enzimas lisossômicas ⇒ ↑ capacidade de eliminação de organismos estranhos e secreção de citocinas pró-inflamatórias. ALTERNATIVA Induzida por citocinas IFN-ɣ, IL-4, IL-10 e IL-13. Os macrófagos ativados pela via alternativa são chamados de M2 e possuem um perfil anti inflamatório, atuando no reparo tecidual. É intuitivo pensar que a ativação seja feita primeiramente através da via clássica (destruição do agente agressor) e, depois, pela via alternativa ⇒ PORÉM, não é a maioria das reações que agem nessa sequência. Em inflamação crônica, as duas vias estão ativas. A VIA ALTERNATIVA ESTÁ MAIS ATIVADA NA INFLAMAÇÃO CRÔNICA PELO CARÁTER ANTI INFLAMATÓRIO RELACIONADO À FIBROSE. 3 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda Obs.: IL = interleucina (citocina) Obs.: A meia-vida de macrófagos teciduais residentes é maior que a dos diferenciados através da recruta de monócitos. Macrófagos residentes surgem do saco vitelínico ou do fígado (embriogênese). Inf. crônica → persistência de macrófagos pelo recrutamento contínuo. OS MACRÓFAGOS RECRUTAM LINFÓCITOS POR AÇÃO DE CITOCINAS. ESPECÍFICAS (IL-12?) LINFÓCITOS Amplificação e propagação da inflamação crônica. Células características de inflamação crônica. Presente mais intensamente nas inflamações crônicas granulomatosas. LINFÓCITOS T e B ⇒ migram para o sítio inflamatório por ação de moléculas de adesão e quimiocinas; ação de macrófagos para a recruta. LT CD4 + se diferenciarem em 3 possíveis células efetoras: - Th1: produz IFN-ɣ (interferon gama), que recruta macrófagos; favorecimento da INFLAMAÇÃO pela ativação de macrófagos pela via clássica (M1). - Th2: secretam IL-4, IL-5, IL-13; recruta de eosinófilos, além de agir na via alternativa de ativação de macrófago (M2), induzindo a cura e o reparo por induzir ANGIOGÊNESE e FIBROSE. - Th17: secreta IL-17, promovendo o aumento da secreção de quimiocinas, que recrutam células leucocitárias (neutrófilos e monócitos principalmente) para a inflamação; ativa via de ativação de macrófagos M1⇒ favorece o processo inflamatório INTERAÇÃO MACRÓFAGOS E LINFÓCITOS Os macrófagos são APCs e, assim, induzem a diferenciação dos linfócitos (células efetoras) e a recruta ao sítio da inflamação (através de mediadores inflamatórios). Os linfócitos respondem aos estímulos produzidos pelos macrófagos e uma de suas ações é a liberação de mediadores que recrutam macrófagos (libera TNF-α, IL-17, quimiocinas, IFN-ɣ)⇒ configura um LOOPING (ciclo) Resumindo: macrofágos induzem linfócitos e linfócitos induzem mais macrófagos. 4 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda TNF e IL-1: citocinas pró-inflamatórias; promovem eventos vasculares e ↑ temperatura corpórea (efeito sistêmico), além do recrutamento de leucócitos Linfócitos B ⇒ ativados, originando plasmócitos, que secretam anticorpos (frequentemente presentes em inflamação crônica). Importância incerta no processo inflamatório crônico. Pad�ões �� ��flam�ção c�ôni�� Infla��ção g����lo����sa ● Coleção de macrófagos ativos e linfócitos T, muitas vezes associada à necrose central. Intensa ativação de linfócitos T e a consequente recruta de macrófagos. ● Formação de GRANULOMAS na tentativa de conter um agente agressor de difícil combate (não facilmente fagocitado). Ex.: Mycobacterium tuberculosis - tuberculose; é uma contenção física. ● Células leucocitárias do sítio inflamatório formam CLUSTERS (qualquer aglomerado de células) específicos para limitar o patógeno. Patogênese: Fagocitose do patógeno por macrófago residente⇒ formação do fagossomo dentro do fagócito ⇒ formação do fagolisossomo, onde ocorrem reações com o intuito de matar o patógeno; além da reação enzimática, observa-se outras reações químicas ⇒ BURST OXIDATIVO (reações) BACTÉRIAS CATALASE + ⇒ mecanismo de evasão imunológica/fator de virulência Quando o burst oxidativo não acontece (por produção da catalase fator de virulência ) o patógeno não é destruído e sai do macrófago ⇒ promove a recruta de mais macrófagos para tentar conter o patógeno. Acontece o acúmulo de células na tentativa de que ocorra o burstoxidativo. A chegada de linfócitos acontece por ação de macrófagos ⇒ anel de linfócitos Células do centro do granuloma sofrem hipóxia, por isso pode ocorrer processo de necrose celular. 5 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda Bactéria contida no granuloma → não há sinais e sintomas da resposta inflamatória (eventos vasculares e celulares); somente a interação macrófago-linfócito mantém a estrutura do granuloma. Inflamação crônica granulomatosa Há 2 tipos de granulomas, que podem ser diferenciados pelas patogênese. São eles: (1) GRANULOMA EPITELIOIDE ou IMUNOGÊNICOS - Formação de granuloma induzido por agentes capazes de induzir resposta imune mediada por linfócitos T / por agentes infecciosos de difícil eliminação. - Os macrófagos apresentam-se com volume aumentado por ação de IFN-ɣ ⇒ CÉLULAS EPITELIÓIDES; possuem aspecto semelhante a células epiteliais, por isso, denominadas epitelióides, além de apresentar maior quantidade de citoplasma. A junção de células epitelióides origina CÉLULAS MULTINUCLEADAS GIGANTES. **** Granuloma epitelióide envolve células epitelióides e células gigantes **** Microscopicamente: presença de CÉLULAS GIGANTES com núcleos periféricos dispostos em forma de ferradura. Células de Langhans⇒ células do granuloma epitelioide Macrófagos ativam LT para produzir citocinas como IL-2, que ativa mais LT (looping), e IFN-ɣ, ativadora de macrófagos. 6 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda 7 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda (2) GRANULOMA TIPO CORPO ESTRANHO ou NÃO IMUNOGÊNICO Formação de granuloma induzido por partículas exógenas relativamente inertes; ausência de respostas imunológicas mediadas por células T. Exemplos de partículas exógenas: talco, suturas e outras fibras que não possam ser fagocitadas pelo tamanho. Geração de CÉLULAS EPITELIÓIDES e CÉLULAS GIGANTES, depositadas na superfície do agente exógeno. Os núcleos celulares estão dispersos. 8 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda 9
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