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9 aula- Inflamação crônica

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Inflamação crônica 
ASPECTOS GERAIS: 
• A inflamação crônica é um processo inflamatório 
que perpetuou, não tem um tempo exato, depende 
da microscopia -> teve 2 caminhos -> teve uma 
inflamação aguda que não foi curada (ex: hepatites 
c) ou pode ser insidiosa (depende do 
microrganismo) 
• Todo processo inflamatório crônico tem destruição 
tecidual/tissular e a célula mais marcante é o 
macrófago- depende do local e patógeno. Se tem 
destruição o tecido quer fazer reparo, tem sempre 
fibrose. 
• Resposta dos tecidos vascularizados a infecções e 
tecidos lesados. 
• Recrutar células e moléculas de defesa do 
hospedeiro da circulação para os locais onde são 
necessárias. 
• Eliminar os agentes agressores 
 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
• Infiltração por células mononucleares, que incluem 
macrófagos, linfócitos e plasmócitos 
• Destruição tecidual, induzida pelo agente agressor 
persistente ou pelas células inflamatórias 
• Tentativas de cicatrização (reparo) por meio de 
substituição do tecido danificado por tecido 
conjuntivo, possibilitadas pela angiogênese e 
fibrose. A depender do que gera a destruição tem a 
tentativa de fazer um reparo. 
• Depende sempre do cenário e do tempo. Quanto 
mais macrófago tiver pior. 
• Todo processo agudo encaminha para cura e reparo, 
porém se não consegue curar vai para uma 
inflamação crônica. Não pode deixar o organismo 
persistir nessa inflamação crônica 
 
• Nos dos cenários tem células espalhadas. Na 
inflamação aguda tem mais sangue, é mais 
exsudativa. Na inflamação crônica sobre fibrina e 
fibroblasto. 
• Sempre: na aguda tem neutrófilos e na crônica tem 
macrófagos. Tudo depende da resposta sem 
resolução e da persistência do patógeno, além da 
interferência de cura e reparo, onde o corpo não 
responde da maneira que necessita. Na crônica 
obrigatoriamente tem destruição tecidual! Tem 
sempre TENTATIVA de cura e reparo. 
 
 
ETIOLOGIA/CAUSA 
• Infecções persistentes difíceis de erradicar 
(micobactérias-tuberculose, microrganismo da 
sífilis, alguns vírus e fungos- microrganismos 
oportunistas- persistentes) 
o 1-Resposta imune por linfócito T 
(hipersensibilidade tardia) 
• Doença inflamatórias imunomediadas (indivíduos 
alérgicos distúrbios de hipersensibilidade) e 
autoimunidade: Artrite Reumatóide, renite, asma, 
Lúpus. 
o 1-Padrões morfológicos mistos de 
inflamação aguda e crônica. 
▪ Tem inflamação crônica, porém 
tem períodos de agudização. 
• Doenças de hipersensibilidade → causadas pela 
ativação excessiva ou inapropriada do sistema 
imunológico (doenças auto-imune). 
• Exposição prolongada a agentes potencialmente 
tóxicos 
o 1- Materiais exógenos não degradáveis: 
sílica 
o 2- Materiais endógenos: cristais de 
colesterol 
• Formas leves de inflamação crônica sem 
classificação de distúrbio inflamatório 
o 1- Distúrbios neurodegenerativos: 
Alzheimer 
o 2- Aterosclerose 
o 3- Sd. Metabólica associada à DM tipo II 
o 4- Câncer desenvolvido por doenças 
inflamatórias crônicas 
 
*se observa sempre um padrão difuso, onde vê 
macrófagos espalhados por todo o tecido. 
MORFOLOGIA DA INFLAMAÇÃO 
• INFLAMAÇÃO AGUDA→ alterações vasculares, 
edema e infiltrado neutrófilo. 
o Resposta Inata 
• INFLAMAÇÃO CRÔNICA→ caracterizada por: 
o Infiltração com células mononucleares 
(macrófagos, linfócitos e plasmócitos); 
o Destruição tecidual: induzida pelo agente 
agressor persistente ou pelas células 
inflamatórias. 
o Tentativas de reparo: substituição por 
tecido conjuntivo e fibrose. 
▪ Resposta adaptativa: th1, th2, th17- 
depende da imunidade e patógeno 
que entra. 
▪ Os exames complementários 
trazem pista para fechar o 
diagnostico 
CÉLULAS ENVOLVIDAS 
MACRÓFAGOS 
• Células dominantes da inflamação crônica- 
provenientes da medula óssea e lançado no sangue 
periférico como monócitos- se não ativar para virar 
um macrófago vai durar 1 dia e por isso a 
importância de ter macrófagos residentes no fígado, 
alvéolos- áreas que precisam o tempo inteiro de 
proteção- precisa de um contato com o agente 
agressor para serem ativados, um contato direto. A 
partir do momento que ativou em macrófago pode 
durar meses ou anos. 
• Derivadas dos monócitos do sangue circulante após 
emigração da corrente sanguínea 
• Dispersos difusamente em tecidos conjuntivos e 
órgãos 
• Filtros para materiais particulados, micróbios, 
células senescentes, células efetoras das respostas 
imune humoral e celular 
 
 
Como os macrófagos são ativados: 
• Respondem à ativação dos linfócitos T; portanto: o 
macrófago é ativado quando é exposto para o 
linfócito T, com resposta mediada que inicia 
processo de reparo. São ativados a depender da 
citocina, das células, das NK, interferons. 
• O macrófago é ativado por fatores quimiotaticos e 
pela apresentação ao linfócito. Aumenta enzima 
lisossômica, aumenta espécies reativas etc. se tem 
liberação de fator de crescimento, estimula 
angiogênese. 
• São os fagócitos mais importantes na resposta 
imune adaptativa mediada por célula ; 
• Iniciam o processo de reparo tecidual e estão 
envolvidos na formação da cicatriz e fibrose 
 
• Temos dois tipos de macrófagos: 
o M1: envolvido no processo inflamatório 
crônico -> QUANDO é ativado libera 
interleucina 1, 12 e 23 e perpetua o 
processo inflamatório, ao mesmo tempo faz 
espécies reativas e libera enzimas 
lisossômicas para fazer fagocitose. O 
processo se torna crônico porque o 
patógeno continua presente. Também libera 
interferon e interleucina 3 e 4 que fazem via 
alternativa com macrófagos anti-
inflamatório e de cura e reparo (faz 
inflamação e defesa). Induzido por 
endotoxinas dos toll like receptor, para fazer 
processo de morte. 
o M2: induzido pela IL-4 e IL-13. 
• Sai do controle- tudo tem TENTATIVA de cura e 
reparo, porém não consegue fazer e gera 
cronicidade. 
 
Os macrófagos: 
• Secretam mediadores de inflamação à as citocinas 
(TNF, IL-1, quimiocinas e outras). 
• Expõem antígenos aos linfócitos T e respondem aos 
sinais das células T estabelecendo um feedback 
essencial para defesa contra micróbios através de 
respostas imunes mediadas por células 
• Após eliminação do estímulo inicial e fim da reação 
inflamatória, o macrófago morre ou migra aos 
linfá6cos. 
• Nas inflamações crônicas persiste o acúmulo 
devido o recrutamento continuo pela circulação 
sanguínea e proliferação local. 
• O IFNỵ pode induzir a fusão de macrófagos em 
células grandes e mul6nucleadas. 
• Monócitos 
LINFÓCITOS 
• Mobilizados a partir da manifestação de qualquer 
estímulo imune específico (infecções), inflamação 
não mediada imunologicamente (necrose 
isquêmica ou trauma) 
• Quando ativados a inflamação tende a ser 
persistente e grave. 
• Principal orientador da inflamação em doenças 
autoimunes e inflamatórias crônicas 
• Ativação do linfócito B e T como parte da resposta 
imuno adaptativa em infecções e doenças 
imunológicas. 
• Quando tem muito linfócito e plasmócito é mais 
grave e persistente- está descontrolado. 
• Migração para inflamação em moléculas de adesão 
e quimiocinas que recrutaram outros leucócitos 
• Nos tecidos, os linfócitos B podem se desenvolver 
em plasmócitos e os TCD4+ são ativados para 
secretar citocinas 
Como é feita a comunicação entre macrófagos e 
linfócitos na inflamação crônica? 
• Tem secreção de citocinas -> recruta linfócitos -> 
linfócitos CD4+ auxiliam a secretar citocinas e 
grupos diferentes -> começa inflamação 
 
CÉLULAS T AUXILIADORAS- CD4+ 
• TH1: produz citocina IFNỵ, ativa macrófagos na via 
clássica – clássico para opsonizar 
• TH2: secretam IL4, IL5, IL13 que recrutam e ativam 
eosinófilos e são responsáveis pela via alternativa 
de ativação de macrófagos - defesa contra parasitas 
helmintos e inflamação alérgica 
• TH17: secretam IL17 e outras citocinas que induzem 
secreção de quimiocininas responsáveis pelo 
recrutamento de neutrófilos e monócitos para 
reação 
o th1 e th17 envolvidos na defesa contra 
muitos vírus,bactérias e doenças auto-
imunes th2 – 
 
Então: O macrófago apresenta antígeno a célula T- 
expressa e estimula citocinas –os linfócitos recrutam 
mais citocinas que recruta mais macrófagos 
 
Tem recrutamento de monócitos que são ativados pelos 
interferons e algumas citocinas que fazem quimiotaxia -
> esse monócito por conta das citocinas e antígeno 
apresentado tem resposta específica -> ativa macrófago 
-> estimula citocinas- cada interleucina tem um papel -
> estimula resposta linfocitária -> quanto mais 
recrutamento tiver, mais inflamação tem. 
 
COMO SÃO CLASSIFICADAS, E/OLÓGICA E 
MORFOLOGICAMENTE OS PROCESSOS 
INFLAMATÓRIOS CRÔNICOS? 
 
• a inflamação crônica se subdivide em específica e 
inespecífica. 
• A específica é dívida em granulomatosa e tem dois 
tipos: imunogênica e não imunogênica. O 
imunogênico tem a ver com ser vivo, tem patógeno 
dentro e o não imunogênico está relacionado com 
corpos estranhos, se apresentando de maneira 
diferente. 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA – INESPECÍFICA 
• A inespecífica não forma granuloma- maior parte 
dos processos é difuso/inespecífico- tenta fazer 
cura e reparo, está tudo espalhado, formando um 
padrão difuso com macrófagos e outras células 
espalhadas. 
• Padrão genérico de inflamação 
• NÃO FORMA GRANULOMA 
• Morfologia: Infiltrado inflamatório 
predominantemente linfomononuclear 
• Pode formar inclusive folículos linfóides 
• Tecido de granulação 
• Angiogênese e fibrose 
• Inespecífica é difusa- é a maior parte dos processos 
• Tem muitos macrófagos, plasmócitos, linfócitos- 
tudo difuso, espalhados pela área inflamada 
• Tem um dano que não curou, começa processo 
crônico para fazer um reparo de segunda intenção, 
ou seja, com cicatriz que não dá conta- tem folículo 
linfóide cheio de células espalhadas. É um padrão 
inespecífico. 
 
• 
 
 
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA 
• Padrão de inflamação direcionado a patógenos 
específicos (difícil degradação) ou moléculas 
relativamente inertes não-degradáveis. 
• Forma de contenção do agente agressor, quando o 
mesmo não foi eliminado pelo sistema imune. 
• FORMA GRANULOMA -> o granuloma ocorre porque 
tem um patógeno ou ser estranho no corpo que não 
reconhece como seu, o corpo tenta expulsar- o 
patógeno não morre e quanto mais está ali mais 
macrófagos vem, formando um macrófago gigante, 
ativa mais macrófago e fica com um citoplasma 
gigante com excesso de ativação. É um macrófago 
epitelioide. 
• MORFOLOGIA: Formação de granulomas do tipo 
corpo estranho ou granulomas imunogênicos 
• Células macrófagos, células epitelioides 
(macrófagos alterados) e linfócitos T participam 
deste processo 
GRANULOMA: 
• Acúmulo de macrófagos ativados (epitelióides) em 
conjunto, células gigantes, linfócitos e fibroblastos 
organizados em torno de um agente agressor ou 
corpo estranho. 
• MACRÓFAGOS EPITELIOIDES 
o Citoplasma eosinofílico abundante- quanto 
mais macrófago é ativado para tentar 
eliminar o patógeno mais gigante ele vai 
ficando e maior fica o citoplasma. Tem um 
excesso de ativação 
o Bordas citoplasmáticas indistintas (ultra 
estruturalmente assemelham-se a pontes 
intercitoplasmáticas do tecido epitelial) 
o Formato alongado do núcleo- diferente 
microscopicamente 
o Núcleo reticulado- aerado. 
o O corpo vai mandando macrófago, que se 
altera de tanto hiper estímulo 
• O granuloma imunogênico é gerado por algo que o 
corpo quer muito expulsar e não da conta, gerando 
resposta exacerbada, imediada pelo linfócito T e 
perpetua ativação de macrófago M1. 
 
GRANULOMA IMUNOGÊNICO 
• Causado por microrganismos, que estimulam uma 
resposta imunológica. Ex. tuberculose, hanseníase, 
sífilis, sarcoidose, fungos 
• Microrganismo é difícil de ser eliminado e forma-se 
o granuloma 
• São causados por uma variedade de agentes 
capazes de induzir a resposta imunológica mediada 
por célula T 
• Presença de linfócitos T, macrófagos e células 
epitelioides compondo o granuloma. 
 
*no granuloma imunogênico é comum ter uma celula 
em forma de ferradura- o núcleo vai para a periferia 
fazendo aspecto de ferradura, ficam na lateral fazendo a 
proteção- são células gigantes que se unem e são 
conhecidas como langerhan 
 
 
 
• Na tuberculose sempre tem granuloma com 
necrose caseosa, é o único. Porém tem doenças 
que formam granulomas porem não tem necrose 
caseosa, como na hanseníase, doença de crohn. 
 
 
 
*na hanseníase: ve granuloma inmunogénico com 
celulas de langerhans- epitelioides 
 
*na sífilis: vê o granuloma imunogênico com 
treponemas/espiroquetas 
Na prova se pedir... 
• Cenário de artrite- morfologia de inflamação 
crônica: inespecífica ou difusa 
• Cenário de Tuberculose ou sífilis: granuloma 
imunogênico 
• Cenário de fio de sutura: granuloma não 
imunogênico 
GRANULOMA NÃO IMUNOGÊNICO 
• Granuloma de corpo estranho, substâncias inertes, 
fio de sutura, fibras, drogas intravenosas. 
• Não há resposta mediada por células T- celulas 
epitelioides tentando expulsar 
• Os núcleos ficam espalhados. 
• Substâncias são grandes demais para serem 
fagocitadas por macrófagos, tendo então a 
dificuldade na eliminação das mesmas, levando à 
formação do granuloma 
• Há células epitelioides e células gigantes ao redor 
da substância inerte, para “contê-la”.

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