Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Página 16 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese A morte como aporia da vida: Breve ensaio sobre desconstrução da finitude em Derrida Death as aporia of life: A short essay about deconstruction of finitude in Derrida Carolina Alexandre Calixto29 Do I care if I survive this? Nothing else matters, I know In a veil of great disguises; How do I live with your ghost? “The only thing” (Sufjan Stevens) Resumo Este ensaio explora o legado deixado por Jacques Derrida (1930-2004) e sua contribuição com o recorrente tema da morte (mort) ao longo de sua vida e obra. O caminho percorrido para alcançar esse objetivo foi através da compreensão que possuía das ressignificações da desconstrução na experiência humana enquanto aporia que se encontra no fim da vida, adentrando os campos da filosofia, da narrativa poética, do mito, da eulogie. O que aqui se propõe é um olhar atento à jornada, à rede de questões que são bem conhecidas ao leitor de Derrida, filósofo que muito se debruçou sobre a tarefa de buscar a differánce no fatalismo. O que está intrínseco ao início e é incontroverso ao longo da jornada do viver, mas causa espanto ao ser constatado? O luto é um processo doloroso que atinge apenas a quem não experimentou, de fato, a morte? Essa morte é uma aporia, um por vir, ou está presente em todas as coisas que vivem? Ela chega a todos ou a ninguém? Palavras-Chave: Derrida. Desconstrução. Aporia. Filosofia do Luto. Abstract This essay explores the legacy of Jacques Derrida (1930-2004) and his contribution with the recurrent theme of death (mort) over of his life and work. The path chosen will go through the grasp of resignification on deconstructivism in human experience of aporia which can be found in the end of life, entering the fields of philosophy, poetic narratives, myths and eulogie. What is proposed here is a further look to the journey, to the web of questions well-known to readers of Derrida, a philosopher who has much focused on the task of seeking the différance on fatalism. What is inherent to the beginning and it is uncontroversial over the quest to the living but rather causes astonishment when verified? The grief (or mourn) it is an anguishing process that reaches those who not experiences, for a fact, death itself? This death it is an aporia, a to become, or it is present in all things that live? It comes to all or to no one at all? Keywords: Derrida. Deconstruction. Aporia. Philosophy of Grief. 29 Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: calixtocarolina@hotmail.com. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 17 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese 1. Introdução “Toda a minha escrita é sobre a morte. [...] Se eu não alcançar o lugar onde eu possa me reconciliar com a morte, então terei falhado. Se eu tenho um objetivo, ele é aceitar a morte e o morrer.” O excerto retirado de um artigo publicado em 1994 pela revista The New York Times30 revolve todo o pensamento de Jacques Derrida sobre um tema acerca do qual o filósofo sempre retornava a pensar e escrever, como frequentemente em seus discursos, resenhas críticas e entrevistas. A morte, o luto e o processo de desconstrução do “outro” (otherness) ocupa lugar central em obras como The Gift of Death, Aporias, Specters of Marx, By Force of Mourning, The Memoirs of Blind (lidos na versão inglesa para escrever o presente ensaio), além dos ensaios curtos em que tematizou e até categorizou seus trabalhos como uma “autobiotanatografia”31. Derrida acreditava em seus textos que, o que estava morto – por exemplo, o pensamento europeu de grandes filósofos32 que o antecederam –, na realidade, se apresentava tão pungente na escrita que permanecia tão vivo quanto aqueles que viviam. O morto, portanto, não poderia morrer e o objeto de interesse da desconstrução reside nesta impossibilidade. O filósofo francês parece dar igual importância à discussão da possibilidade de desconstrução do outro através do luto. Em uma compilação de quatorze textos publicados em inglês no livro de título The Work of Mourning33, o autor não apenas buscou registrar suas impressões sobre a morte de amigos e célebres pensadores dos mais variados campos do saber de sua geração (entre eles Foucault, Barthes, Althusser, Marin, Levinas, Deleuze, etc), mas de celebrar suas vidas e a conexão que haviam criado entre as obras e a amizade que possuíam. 30 MITCHELL, Stephens. Jacques Derrida. The New York Times Magazine. New York, p. 22-22. Jan, 1994. Disponível em: <https://www.nytimes.com/1994/01/23/magazine/jacques-derrida.html>. Acesso em: 05 dez. 2019. 31 DERRIDA, Jacques. “Circumfession”. In: BENNINGTON, Geoffrey. DERRIDA, Jacques. Jacques Derrida. The University of Chicago Press. Chicago, 432 p. 1993. 32 Derrida possuía grande interesse por comentar pensadores do que se conhece pela filosofia “clássica”, como Platão, Rousseau, Hegel, Kant. A morte de tais pensadores se dá no sentido fisiológico da palavra. 33 DERRIDA, Jacques. The Work of Mourning. Chicago: Chicago University Press, 2001. 272 p. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 18 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese Em verdade, a morte (e a aporia que intimamente esse conceito traz consigo) é a desconstrução em si, no sentido de que ela é irrealizável e está sempre por vir. É a única conexão verdadeira que temos entre nós e o outro, e juntos a experienciaremos, ainda que a impossibilidade da morte esteja nela presente. A fascinação de Derrida pela morte, ainda que ligada por seu próprio senso de mortalidade, faz jus ao movimento da desconstrução, vagando em frente aos portões da promessa do futuro, que jamais virá. Em seu artigo By Force of Mourning34, é pungente o que Derrida escreve sobre o luto e a maneira como se perfaz no cotidiano, a partir de uma escrita em que a linguagem coloca a morte em um protagonismo inserido na própria vida. Em uma visível homenagem aos amigos que já partiram e às obras que deixaram para deleite e apreciação, Derrida propõe que o luto é um trabalho, ou seja, para que haja um trabalho, é necessário que haja um sujeito realizando algo ativamente. Em suas palavras, When one works on work, on the work of mourning, when one works at the work of mourning, one is already, yes, already, doing such work, enduring this work of mourning from the very start, letting it work within oneself, and thus authorizing oneself to do it, according it to oneself, according it within oneself, and giving oneself this liberty of finitude, the most worthy and freest possible.3536 Por meio desse pequeno fragmento, a introdução do presente ensaio demonstra ao leitor um vislumbre à desconstrução de Derrida no campo das tratativas entre morte e luto, bem como tais experiências são realizadas apenas por quem ainda possui a vida, paradoxalmente em contradição com os que já se foram, sendo que todos nós temos nossa própria experiência com esse fenômeno, inevitável e insubstituível. O luto e a experiência da morte é o trabalho que cada um realiza constantemente, e perceber esse trabalho, no sentido constante percepção destes conceitos que coexistem conosco em essência, nos termos da possibilidade da desconstrução proposta por Derrida, é aceitar a liberdade de uma vida finita. 2. Os mortos como vivos 34 DERRIDA, Jacques. By Force of Mourning. Chicago: Chicago University Press. Critical Inquiry, 1996. 171- 192 p. 35 Ibid. p.172. 36 A opção por citar os excertos retirados das obras escolhidas para compor o presente ensaio em língua inglesa advém tanto da leitura das obras, que foi realizada nesta língua, quanto da preferência metodológica porcompreender que o autor, inserido no tema do ensaio, lançava mão da linguística para pensar a proposta da impossibilidade da plenitude em um texto traduzido como mera repetição. Caso a tradução fosse “livre”, sendo este o caso pois a maioria dos textos utilizados não possuem edição em língua portuguesa, o texto original perderia sua força e sua possibilidade de maior interpretação e alcance ao outro/leitor. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 19 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese Para iniciar o debate acerca da morte sem que seja preciso avançar ao seu sentido físico-material, Derrida levanta a questão da morte enquanto construções narrativas dentro da vida, na quinta sessão dos seminários em The Beast & The Sovereign37: ao se deparar com a personagem de Robinson Crusoe e analisar atentamente que a história se estendia sobre o maior medo (considerado de certa maneira também um desejo) de Crusoe, qual seja, o de ser “morto em vida”, enterrado ou engolido por essa morte simbólica, Derrida constata também a morte em vida da narrativa em si. Utilizando Robinson Crusoe como exemplo, Derrida explica que “within it, the character and the narrator, the author of the journal and the character that the author of the autobiographical journal puts on the stage are all living dead”38. Para compreender essa forma de morte que é vivida, é necessário levar em consideração que não apenas a narrativa, mas a personagem de Crusoe se entrega a esta vontade inerente de que o livro sobreviva a ele, ultrapasse a barreira que a morte impõe a todas as coisas. Aquilo que se apresenta simultaneamente vivo e morto, então, se torna um fantasma. Mas o que é, para Derrida, um fantasma (phantasm)? Na sua interpretação, Robinson Crusoe provou a fantasia de ser enterrado ou engolido vivo, o que seria um terror ou um desejo. O terror que está em morrer, em adentrar terras desconhecidas é a mesma força motriz que o leva a desejar a morte: Robinson Crusoe’s fundamental fear, the fundamental fear, foundational fear, the basic fear [peur de fond] from which all other fears are derived and around which everything is organized, is the fear of going to the bottom [au fond], precisely, of being “swallow’d up alive” [...]. He is afraid of dying a living death [mourir vivant, also “dying alive”] by being swallowed or devoured into the deep belly of the earth or the sea or some living creature [...]. That is the great phantasm, the fundamental phantasm or the phantasm of the fundamental.39 Essa potencialidade que está no quase experimentar, na hesitação, é o fantasma que impulsiona a personagem de Defoe. A ameaça, de certa maneira, se torna a promessa. A tradução de fantasma, como Derrida aponta em seu seminário The Beast & The Sovereign, advém do grego phantasma, que tanto pode significar “produto de uma fantasia ou da imaginação” como a “figura fantasmagórica”40. 37 DERRIDA, Jacques. The Beast & the Sovereign, Volume II. Chicago: University Of Chicago Press, 2011. 320 p. (The Seminars of Jacques Derrida). 38 Ibid. p. 130. 39 Ibid. p. 77. 40 Ibid. p. 136. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 20 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese No primeiro termo, enunciado por Platão, que correspondia a uma mímesis, onde há a duplicação, uma cópia ou aparente simulacro, o fantasma representa o não existente; a não- verdade. Embora este fantasma não exista pela metafísica, acreditamos que ele exista ainda assim, pois não devemos compreendê-lo “simply in terms of truth and falsity, or image and reality, but in terms of power and effect”41. Esse poder e efeito não devem ser ignorados, pois possuem uma força de transformação perceptiva capaz de balançar a tênue linha entre realidade e ficção. Ao contrário de Heidegger, que lecionava a morte como a capacidade dos seres racionais de, primeiramente, se tornarem mortais e, portanto, capazes (pela noção de poder) de acessarem a morte42, Derrida seguiria por outro caminho. O acesso à morte da forma pensada por Heidegger, segundo o autor francês, não é possível. A desconstrução desta morte é processada a partir do vivê-la, da morte vivida, da sobrevivência (survivance), termo discorrido ao longo da quinta sessão dos seminários. O que Derrida considera a survivance também pode ser denominado finitude. Mais do que as palavras “vida” ou “morte” podem carregar, survivance é o limite de finitude da qual se extrai a vida, pois sem o limiar de que o fim existe, não se vive também. É o lugar onde o outro ou os outros acabam e iniciam o eu. Por meio deste limite é que todos nos conectamos e o conceito da experiência da morte cria o nós. Nas palavras de Derrida, “A weave of survival [Tissage de survie], like death in life or life in death, a weave that does not come along to clothe a more originary existence, a life or a body or a soul that would be supposed to exist naked under this clothing.”43 Mais do que significações opostas ou contraditórias, vida e morte dentro da survivance são entrelaçadas, entidades que não podem ser separadas porque, enquanto se morre vivendo, ao mesmo tempo, se vive morrendo. No íntimo desta lógica mora o que Derrida imaginou ser um certo círculo (e não ciclo). Mas que círculo é esse? Derrida, de praxe, não oferece uma resposta óbvia, o que permite espaço para refletir sobre essa terminação, uma vez que a morte e a vida não se separam, mas se justapõem, transformando o que antes eram fundações em pó, entrelaçando a 41 Ibid. p. 200. 42 Ibid. p. 123. 43 Ibid. p. 132. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 21 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese morte vivida e vida que morre do eu no outro, transformando em impossível a tarefa de diferenciar a experiência humana da narrativa do morrer. 3. O incansável processo de luto em Derrida As ideias desenvolvidas por Derrida em The Work of Mourning e em Memoires for Paul de Man44 trazem, por trás da reflexão sobre o luto (mourn), um alto grau de melancolia e até mesmo uma estratégia de desvendar o que tantos textos eulógicos (palavra de etimologia grega, eulogie, uma peça confeccionada para representar a memória dos mortos) que o autor compôs ao longo de sua trajetória possuem em comum. Em uma entrevista concedida em 1983, Derrida responde a uma questão sobre a filosofia frequentemente se relacionar com a “perda”: I rarely speak of loss, just as I rarely speak of lack, because these are words that belong to the code of negativity, which is not mine… I believe desire is affirmation, and consequently that mourning itself is affirmation as well; I would accept more readily to say that my writing is bereaved (or desolate) [endeuille], or a writing of semi-mourning, without intending that to mean loss.45 Por meio do clássico gênero grego de eulogie, Derrida reinventa a forma de se despedir de seus amigos e, assim, habitar a possibilidade da singularidade de cada um, vivendo de fato a desconstrução do outro (otherness). A chamada “política do luto” se desenrola em conjunto com a política da amizade, a qual Derrida não conseguia apartar da possibilidade de sobrevivência (survivance). O luto, a amizade e a sobrevivência estão intimamente entrelaçados, uma vez que a amizade vivida passa pelo processo de luto antes mesmo da eventual morte de um amigo; a amizade, para ser vivida, necessita ser vivida no luto. Essa interiorização, a qual Derrida chama de “verdade”, onde a amizade que morre não pode mais ser encontrada em lugar algum senão em nós, é a característica impossível da desconstrução. A fidelidade de um processo de luto que interiorizasseo outro, o fazendo parte do nós ao mesmo tempo em que rejeita a interiorização, em respeito ao outro como outro, como o entendimento que nunca se poderá ter da integralidade que isso significa: a aporia da morte enquanto vida. 44 DERRIDA, Jacques. Memoires for Paul de Man. Nova York: Columbia University Press, 1989. 176 p. (The Wellek Library Lectures). 45 DERRIDA, Jacques. Points...: Interviews, 1974-1994. Stanford: Stanford University Press, 1995. 516 p. (Series Meridian: Crossing Aesthetics). p. 143. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 22 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese Em seu artigo Jacques Derrida’s (Art)Work of Mourning46, Eva Antal brilhantemente expõe a singularidade da aporia contida no processo de luto que Derrida desenvolve em suas póstumas homenagens: On the one hand, he really intends to keep the other outside in its alterity, on the other hand, he invites the other to come inside in its singularity. It is a double bind; yes, an aporia, and a(n im )possible task for the future that is promised in the (im)possible coming of the other.47 Além destas contribuições, a eulogie dedicada à Emmanuel Levinas em especial lança mão de ideias sobre desconstrução, fidelidade e alteridade que refinaram o pensamento derridiano no que se refere à morte. O outro, nesta relação, é quem traz a única experiência de morte que seremos capazes de ter. A responsabilidade e a ética para com a morte e como ela pode nos afetar é proporcional ao exemplo do efeito da morte do outro em nós. Com a morte do outro, se esvai sua singularidade, como se um mundo inteiro acabasse por se extinguir – remetendo àquela referência ao título de The Work of Mourning em sua edição francesa, Chaque fois unique, la fin du monde (cada vez único, o fim do mundo). A morte, portanto, seria o ápice da aporia, pois sua experiência é irrealizável tanto no presente quanto no futuro, além de sua presença ser insubstituível ao tomar a singularidade do outro, que por ser totalmente outro, nunca haverá outro igual. 4. Possíveis Conclusões A tentativa deste pequeno ensaio foi de compreender a capacidade de desconstrução em Derrida sobre a morte sem que fosse necessário recorrer a ferramentas analíticas já utilizadas por outros filósofos da mesma geração. A abordagem derridiana que se utiliza de construções narrativas a partir da literatura, como foi percebido em suas reflexões sobre Robinson Crusoe e a imagem do fantasma (imaginário) que carrega a base fundacional em que vida-morte se apoiam é uma das características que tornam a realização do por vir da morte impossível e, contudo, passível de desconstrução. 46 ANTAL, Eva. Jacques Derrida’s (Art)Work of Mourning. Perichoresis, [s.l.], v. 15, n. 2, p.25-39, 1 jul. 2017. Walter de Gruyter GmbH. http://dx.doi.org/10.1515/perc-2017-0008. 47 Ibid. p. 34. http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 23 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese Derrida também articula um novo modelo de processo de luto em suas obras aqui citadas, modelo esse que procura uma forma de despatologizar o luto e encontrar beleza na amizade, onde o luto é vivido e vívido; no luto derridiano, esse processo de interiorização honra não só a singularidade do outro, mas traz à superfície a responsabilidade que nós precisamos ter com nossa própria singularidade. Ainda se pode dizer que, em 2004, com a morte de Derrida, foram produzidas obras por filósofos e pesquisadores que relembram a vida e obra do pensador a partir da premissa da eulogia a celebração de seus ensinamentos também com sua partida. Pois a morte, inominável e impossível de ser categorizada individualmente de acordo com os termos da desconstrução, traz a agridoce aporia para os que a vivenciam, a oportunidade de pensá-la. A morte se torna insubstituível, irrealizável e uma experiência imersa em aporia. O conceito psicanalítico clássico traz o reavivamento das memórias póstumas por meio do elo que criamos com os mortos, enquanto Derrida inova ao dizer que a morte do outro é constitutiva de nossa própria relação com a morte, a única experiência que nos será permitida, pois este outro está conosco e além de nós. A desconstrução habita a inconstante possibilidade. Referências ANTAL, Eva. Jacques. Derrida’s (Art)Work of Mourning. Perichoresis, [s.l.], v. 15, n. 2, p.25-39, 1 jul. 2017. Walter de Gruyter GmbH. http://dx.doi.org/10.1515/perc-2017-0008. DERRIDA, Jacques. By Force of Mourning. Chicago: Chicago University Press. Critical Inquiry, 1996. 171-192 p. DERRIDA, Jacques. “Circumfession”. In: BENNINGTON, Geoffrey. DERRIDA, Jacques. Jacques Derrida. The University of Chicago Press. Chicago, 432 p. 1993. DERRIDA, Jacques. Points...: Interviews, 1974-1994. Stanford: Stanford University Press, 1995. 516 p. (Series Meridian: Crossing Aesthetics). DERRIDA, Jacques. Memoires for Paul de Man. Nova York: Columbia University Press, 1989. 176 p. (The Wellek Library Lectures). DERRIDA, Jacques. The Work of Mourning. Chicago: Chicago University Press, 2001. DERRIDA, Jacques. The Beast & the Sovereign, Volume II. Chicago: University Of Chicago Press, 2011. 320 p. (The Seminars of Jacques Derrida). http://www.marilia.unesp.br/filogenese Página 24 de 100 Vol. 17, n. 1, 2022 www.marilia.unesp.br/filogenese MITCHELL STEPHENS. Jacques Derrida. The New York Times Magazine. New York, p. 22-22. Jan, 1994. Disponível em: <https://www.nytimes.com/1994/01/23/magazine/jacques- derrida.html>. Acesso em: 05 dez. 2019. http://www.marilia.unesp.br/filogenese
Compartilhar