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anais-encivi-2017

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Anais do XI Encontro de Ciências da Vida 
 Ciência no desenvolvimento social e 
profissional 
 
 
 
 
 
 
 
Ilha Solteira – SP 
1 
 
XI Encontro de Ciências da Vida 
Ciência no desenvolvimento social e 
profissional 
 
 
 
 
ANAIS 
 
 
Edição: 
 FEIS/UNESP 
 
Organizadores: 
Fernando Shintate Galindo 
Igor Paiva Ramos 
 
 
Ilha Solteira ‐ SP 
05 a 09 de junho de 2017 
2 
 
Comissão organizadora  
Presidente: Prof. Dr. Alan Perez Ferraz de Melo 
Vice‐presidente: Ana Carolina Almeida Rollo de Paz 
Secretária: Sara Ferreira de Souza 
1º Tesoureiro: Prof. Dr. João Antonio da Costa Andrade 
2º Tesoureira: Isabela Maria Dias Moyses Fernandes 
XXXIII Semana da Agronomia 
Coordenador docente: Prof. Dr. Marcelo Carvalho Minhoto Teixeira Filho 
Coordenador discente: Carlos Eduardo Batista 
Secretária discente: Beatriz Batello Rodrigues 
XV Semana da Biologia 
Coordenadora docente: Profa. Dra Aline Redondo Martins 
Coordenador discente: José Daniel Soler Garves 
Secretário discente: Wesller da Silva de Paiva 
XI Semana da Zootecnia 
Coordenador docente: Prof. Dr. Leandro Coelho de Araújo 
Coordenador discente: Matheus Sousa de Paula Carlis 
Secretário discente: João Vitor Storti 
Comissão científica 
Prof. Dr. Igor Paiva Ramos  
Me. Fernando Shintate Galindo 
 
Promoção: Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira 
Organização: Curso de Ciências Biológicas, Curso de Agronomia 
e Curso de Zootecnia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação 
 Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira. 
 
 
 
 Encontro de Ciências da Vida (11. : 2017 : Ilha Solteira). 
E56a Anais [do] XI Encontro de Ciências da Vida : 05 a 09 de junho de 2017, Ilha 
 Solteira-SP [recurso eletrônico] / organizadores: Fernando Shintate Galindo, Igor 
 Paiva Ramos. -- Ilha Solteira : Unesp/FEIS, 2017 
 299 p. : il. 
 
 Inclui bibliografia e índice 
 Temática do evento: Ciência no desenvolvimento social e profissional 
 ISBN 978-85-61507-06-0 
 
 1. Ciência e tecnologia - Congressos. 2. Pesquisa - Congressos. 
 3. Desenvolvimento social - Congressos. 4. Formação profissional - Congressos. 
 4. Ciência e civilização - Congressos. I. Galindo, Fernando Shintate. II. Ramos, 
 Igor Paiva. III. Título. IV. Ciência no desenvolvimento social e profissional. 
 
CDD 570.7 
 
 
 
3 
 
Morfologia da fenestra supratemporal dos Caiman da Gruta Ioiô 
(Pleistoceno, Bahia): Qual a origem da variação? 
 
Alice Barra Freire (1)*, Felipe Chinaglia Montefeltro (2) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado, e-mail: 
alicebf13@hotmail.com 
2UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia 
 
Introdução 
 O clado Caimaninae (Alligatoridae, Crocodylia) é representado 
atualmente pelos gêneros Caiman (3 spp.), Melanosuchus (1 spp.) e 
Paleosuchus (2 spp) distribuídos na América Latina (Barrios 2013, Grigg, 
Kirshner 2015). Estes táxons tendem a ser abundantes nos ambientes que 
ocorrem. Por outro lado, a diversidade fóssil do clado é notavelmente baixa em 
depósitos Pleistocênicos sendo a maioria dos fósseis fragmentários e não 
informativos (Fortier, Rincón 2012). 
Pelo menos quatro espécimes de Caiman, incluindo um crânio completo, 
foram recuperados em um depósito Pleistocênico proveniente da Gruta Ioiô 
(Castro et al. 2014) e representam o mais completo registro do gênero para o 
Pleistoceno até o momento. 
Dentre as variações morfológicas reconhecidas nos espécimes, destaca-
se a grande diferença na morfologia da fenestra supratemporal. Esta estrutura 
assume tamanho e morfologia única em cada um dos espécimes coletados. Em 
Crocodylia as diferenças da morfologia da fenestra supratemporal podem ser 
atribuídas a três fatores principais: afinidade taxonômica, ontogenia e condições 
ambientais. 
O presente trabalho objetiva a análise da variação reconhecida nos 
espécimes de Caiman da Gruta Ioiô e a investigação da origem da variação 
desta estrutura. 
 
Material e métodos 
Os materiais de Caiman reanalisados correspondem aos 4 espécimes 
descritos preliminarmente (Castro et al. 2014) provenientes da Gruta Ioiô 
localizada no município de Palmeiras, Bahia, próxima ao parque nacional da 
Chapada Diamantina (12o23’36.3’’ S, 41o33’11’’ W) e depositados no Laboratório 
de Paleontologia de Ribeirão Preto-FFCLRP-USP (LPRP/USP 0704, LPRP/USP 
0705, LPRP/USP 0706 e LPRP/USP 0707, Figura 1). Os espécimes são 
atribuídos ao período Pleistoceno com idade aproximada de 18.260 anos através 
de datação por bioapatita. O estudo se concentrou nos espécimes LPRP/USP 
0707 e LPRP/USP 0706 que encontram-se em empréstimo para o Laboratório 
de Paleontologia e Evolução de Ilha Solteira (LAPEISA). O espécime LPRP/USP 
0706 é representado por um crânio parcial fragmentário (Figura 1C) e o 
espécime LPRP/USP 0707 representado por um crânio parcial desarticulado 
além de elementos mandibulares fragmentários (Figura 1D). Para o estudo do 
espécime LPRP/USP 0707, os ossos supraoccipital, parietal, frontal, 
esquamosal esquerdo, pós-orbital direito e esquerdo, pré-frontais e lacrimais 
foram rearticulados e fotografado para a análise da fenestra supratemporal. 
4 
 
Para a comparação da morfologia da fenestra supratemporal dos Caiman 
da Gruta Ioiô foram utilizados crânios de Caiman latirostris, Paleosuchus 
palpebrosus, Crocodylus niloticus e Crocodylus siamensis depositados no 
LAPEISA, bem como de informações provenientes da literatura. 
 
Figura1: Espécimes de Caiman Gruta Ioiô. Fst: Fenestra supratemporal. LPRP/USP 0704 (A); 
LPRP/USP 0705 (B); LPRP/USP 0706 (C) e LPRP/USP 0707 (D). Barra de escala = 2cm. 
 
Resultados e discussão 
A morfologia da fenestra supratemporal dos quatro espécimes são 
variáveis, tanto em forma, tamanho e extensão da fossa supratemporal. O 
espécime LPRP/USP 0704 representa um dos extremos entre os espécimes, 
com a fenestra supratemporal de tamanho avantajado (maior eixo da fenestra 
aprox. 2 cm) ocupando uma grande área do teto craniano, com o formato da 
abertura arredondado e com a fossa supratemporal limitando o tamanho da 
fenestra supratemporal interna (senso Montefeltro et al. 2011). Por outro lado, o 
espécime LPRP/USP 0707 representa outro extremo possuindo a fenestra 
supratemporal de tamanho limitado (maior eixo da fenestra com 1 cm) ocupando 
uma área limitada do teto craniano, com o formato da abertura irregular e sem 
fossa supratemporal expressiva. Enquanto os espécimes LPRP/USP 0705 e 
LPRP/USP 0706 apresentam morfologias intermediárias entre estes extremos e 
como a fenestra com o formato alongado anteroposteriormente (Figura 1B e 1C). 
A possibilidade destas variações serem resultantes de afinidades 
taxonômicas diferentes para os espécimes foi descartada pelo critério topotípico 
e pelos espécimes compartilharem características anatômicas que suportam 
uma afinidade única (formato abaulado do rostro, cristas rostrais proeminentes, 
Brochu 1999, Castro et al. 2014). 
A fenestra supratemporal tende a diminuir de tamanho ao longo da 
ontogenia em Caiman e tendem a se distanciar pelo crescimento do parietal 
sobre a fenestra (Mook 1921). No entanto, a possibilidade das diferenças nos 
fósseis analisados serem resultado da variação ontogenética foi preterida, pois 
todos os espécimes avaliados possuem aproximadamente as mesmas 
dimensões do teto craniano e dos demais elementos preservados. Deste modo, 
é possível assumir que se tratam de indivíduos em estágios ontogenéticos 
próximos pelo crescimento contínuo das espécies de Crocodylia (Iordanski 
1973). 
Por outro lado, trabalhos anterioresanalisando variações dentre espécimes 
5 
 
selvagens e cativos tem demonstrado que espécimes submetidos a diferentes 
condições ambientais (ex.: alimentação, locomoção, termorregulação) podem 
levar a grandes modificações morfológicas em Crocodylia (Meers 2002, Sadleir 
2009, Drumheller et al. 2016). Estas diferenças são particularmente visíveis na 
morfologia da fenestra supratemporal dentre os espécimes cativos que inclusive 
pode levar ao fechamento completo da fenestra temporal em alguns espécimes 
(Drumheller et al. 2016). Adicionalmente, os Crocodylia possuem uma 
estruturação social complexa (Grigg, Kirshner 2015) e indivíduos nos diferentes 
níveis hierárquicos sociais tendem a ocupar nichos diferentes levando à 
alimentação, locomoção e termorregulação significativamente diferentes. Assim, 
as diferenças na morfologia da fenestra supratemporal nos fósseis estudados 
poderiam ser resultado de espécimes que ocupavam diferentes posições sociais 
e que em última instancia levaram a morfologias diferentes da fenestra 
analisada. 
 
Conclusões 
Dentre as três possíveis razões levantadas para explicar as diferenças 
morfológicas das fenestras supratemporais nos quatro indivíduos de Caiman da 
Gruta Ioiô nós excluímos as explicações taxonômicas e ontogenéticas. Assim, 
sugerimos que estas diferenças observadas sejam melhor explicadas da 
perspectiva ecofenotípica sendo as diferentes morfologias em última instância 
resultantes das interações ecológicas entre os indivíduos. 
 
Referências 
BARRIOS, Francisco. Presencia de Caiman latirostris (DAUDIN, 1802) (Crocodylia, Alligatoridae) 
em la formación Piquete (Plioceno-Plestoceno Temprano) de la Provincia de Salta, Argentina: Implicancias 
paleoambientales y sistemáticas. Ameghiniana. Neuquén, p. 522-534. maio 2013. 
BROCHU, Christopher A.. Phylogenetics, Taxonomy, and Historical Biogeography of Alligatoroidea. 
Journal Of Vertebrate Paleontology,Austin, p.1-93, 24 ago. 1999. 
CASTRO, Mariela C.; MONTEFELTRO, Felipe C.; LANGER, Max C.. The Quaternary vertebrate 
fauna of the limestone cave Gruta do Ioiô, northeastern Brazil.Quaternary International,Ribeirão Preto, v. 
352, n. 352, p.164-175, 26 nov. 2014. 
DRUMHELLER, Stephanie K.; WILBERG, Eric W.; SADLEIR, Rudyard W.. The Utility of Captive 
Animals in Actualistic Research: A Geometric Morphometric Exploration of the Tooth Row of Alligator 
mississippiensis Suggesting Ecophenotypic Influences and Functional Constraints. Journal Of Morphology. 
Illinois, p. 1-13. 2016. 
FORTIER, Daniel Costa; RINCÓN, Ascanio Daniel. Pleistocene crocodylians from Venezuela, and 
the description of a new species of Caiman. Quaternary International. Caracas, p. 1-8. jan. 2012. 
GRIGG, Gordon; KIRSHNER, David; SHINE, Rick. Biology and Evolution of 
CROCODYLIANS. New York: Csiro, 2015. 671 p. 
IORDANSKY, N.n..The Skull of the Crocodilia.1973. 62 f. Department Of General Biology And 
Genetics, 2nd Moscow State Medical Instituition, Moscow, 1973. 
MONTEFELTRO, Felipe C.; LARSSON, Hans C. E.; LANGER, Max C.. A New Baurusuchid 
(Crocodyliformes, Mesoeucrocodylia) from the Late Cretaceous of Brazil and the Phylogeny of 
Baurusuchidae. Plosone, Montre´ Al, Canada, v. 6, n. 7, p.1-26, jul. 2011. 
MEERS, MB. 2002. Cross-sectional geometric properties of the crocodylian humerus: An exception 
to Wolff ’s Law? 
MOOK, Charles. INDIVIDUAL AND AGE VARIATIONS IN THE SKULLS OF RECENT CROCODILIA. 
Bulletin American Museum Of Natural History. p. 51-66. 1921. 
SADLEIR, RW. 2009. A morphometric study of crocodylian ecomorphology through ontogeny and 
phylogeny [dissertation]. Chicago, IL: The University of Chicago 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Ciências Biológicas 
 
 
6 
 
Influência de piscicultura em tanques-rede sobre a dieta de 
Pimelodus maculatus no reservatório de Chavantes, SP 
 
Alini Beloto Parra(1)*, Igor Paiva Ramos (2) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado, Laboratório de 
Ecologia de Peixes. E-mail: alinibparra@gmail.com 
2UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia, Laboratório de 
Ecologia de Peixes. 
 
Introdução 
Atualmente, políticas públicas incentivam a substituição da pesca 
extrativista por atividades de aquicultura (Pelicice et al. 2014), cuja taxa de 
crescimento anual em território brasileiro é maior que qualquer outra atividade 
zootécnica. A recente expansão e o potencial existente para esta atividade 
geram preocupações dos órgãos gestores dos reservatórios e da comunidade 
científica quanto as possíveis influências ambientais desta atividade sobre a 
conservação das comunidades silvestres. O modelo zootécnico nos sistemas de 
criação de peixes em tanques-rede é o cultivo intensivo, no qual os peixes são 
cultivados em alta densidade, com intenso aporte de ração. Dessa forma esta 
atividade atua como fonte de energia secundária ao ecossistema aquático, na 
forma de sobra de rações e efluentes que atraem a biota adjacente, causando 
alterações na estrutura da comunidade local. Autores como Beveridge (2004) e 
Pillay (2004) relatam que até 30% da matéria orgânica destinada à produção do 
pescado pode ser perdida para o ecossistema aquático, causando modificações 
ecológicas em áreas próximas a esses sistemas (Beveridge, 2004; Håkanson, 
2005; Ramos et al., 2013ab). 
Estudos que abordem a influência desses sistemas sobre a ictiofauna 
silvestre podem fornecer informações importantes para o desenvolvimento de 
uma aquicultura sustentável. Assim o presente trabalho objetiva avaliar a 
influência de uma piscicultura em tanques-rede sobre a dieta de Pimelodus 
maculatus, no reservatório de Chavantes, Rio Paranapanema, SP. 
 
Material e métodos 
Coletas mensais foram realizadas no reservatório de Chavantes, Rio 
Paranapanema, SP, em duas pisiculturas em tanques-rede (área TR) e em duas 
áreas sem influência desta atividade (área CT) entre os meses de novembro de 
2006 a outubro de 2007 (projeto FINEP nº. 3626/05). Para realização das 
análises, os exemplares das duas áreas sob influência de pisciculturas em 
tanques-rede foram agrupados em uma única amostra, sendo o mesmo aplicado 
às áreas sem a influência da atividade aquícola. Os exemplares de P. maculatus 
foram coletados com auxílio de redes de espera, eutanasiados (IBAMA nº 15549-
1) e os estômagos retirados e fixados (formol 4%) para análises laboratoriais. Os 
conteúdos estomacais foram analisados sob estereomicroscópio, os itens 
alimentares identificados até o nível taxonômico mais inferior possível, com 
auxílio de chaves de identificação para algas (Bicudo e Bicudo, 1970) e 
invertebrados aquáticos (Mugnai et al., 2010). Posteriormente, cada item teve a 
massa determinada em balança analítica de precisão (0,0001g) conforme 
método gravimétrico (Hyslop, 1980). Para sumarizar a composição da dieta, os 
resultados foram expressos por meio da porcentagem da massa de cada item 
7 
 
alimentar. Para testar possíveis diferenças na composição da dieta entre as 
áreas TR e CT foi utilizada a análise PERMANOVA. A fim de verificar qual a 
contribuição de cada item alimentar para a diferença observada, foi aplicado o 
método de porcentagem de similaridade (SIMPER). Todas as análises 
estatísticas foram realizadas com auxílio do software Primer 6.0 + Permanova e 
o nível de significância adotado foi p<0,05. 
 
Resultados e discussão 
Foram coletados um total de 522 indivíduos de P. maculatus, sendo 392 
oriundos da área TR e 130 da área CT. Para a área TR foram registrados 20 
itens alimentares sendo os principais Ração (88,47%) e Detrito (4,35%), 
enquanto para a área CT 31 itens alimentares foram registrados, sendo os 
principais Fragmento de peixe (26,8%), Fragmento vegetal (21,2%), Detrito 
(14,63%) e Gastropoda (8,7%) (Tabela 1). 
 
Tabela 1 – Itens alimentares registrados em Pimelodus maculatus e suas respectivas 
porcentagens para as áreas Tanque e Controle. 
 
Categorias/Itens Tanque (%) Controle (%) 
PROTOZOÁRIOS 
Tecameba - <0,01 
ALGAS/VEGETAIS 
Alga filamentosa 0,020,20 
Fragmento vegetal 0,51 21,20 
VERTEBRADOS 
Fragmento de ave - 0,05 
PEIXE 
Fragmento de peixe 2,37 26,80 
ESCAMAS 
Escamas 2,64 2,73 
RAÇÃO 
Ração 88,47 1,02 
DETRITO 
Detrito 4,35 14,63 
INVERTEBRADOS 
Molusco não identificado - 0,06 
Bivalve 0,24 3,79 
Gastropoda 0,57 8,78 
Ovos de invertebrado não 
identificado 
- 1,30 
Coleoptero não identificado 0,09 1,77 
Odonata não identificado - 0,04 
Gomphidae 0,08 2,40 
Libelulidae - 0,33 
Baetidae <0,01 0,40 
Polymitarcidae - 0,34 
Camarão 0,29 1,68 
Ostracoda <0,01 1,18 
Hymenoptera não identificado 0,01 0,08 
Tricoptera não identificado 0,12 1,75 
Ácaro não identificado - <0,01 
Aranae - <0,01 
Corixidae <0,01 0,05 
Fragmento de inseto aquático 0,08 4,87 
Fragmento de inseto terrestre 0,05 0,09 
Diptera não identificado 0,00 <0,01 
Ceratopogonidae <0,01 0,01 
Chironomidae 0,05 3,86 
Chaoboridae - <0,01 
 
Quanto à composição da dieta, foi observada diferença entre as áreas TR 
8 
 
e CT (PERMANOVA p = 0,0001 e F= 80,9), sendo Ração (48,32%), Detrito 
(14,2%), Gastropoda (5,84%) e Fragmento vegetal (4,62%) os itens que mais 
contribuíram para a diferença, segundo a análise SIMPER. A diferença na 
riqueza de itens alimentares possivelmente relaciona-se ao grande consumo de 
ração na área TR. Assim, exemplares oriundos desta área utilizam estes 
recursos alóctones como base de sua dieta, deixando de consumir itens 
autóctones. Tal fato relaciona-se com o hábito alimentar onívoro/generalista, de 
P. maculatus, que consome itens com maior disponibilidade no ambiente, 
favorecendo a relação custo-benefício segundo a teoria do forrageamento ótimo 
(Abelha, Agostinho e Goulart, 2001). Dessa forma, os indivíduos analisados 
foram capazes de aproveitar a ração, quando esta estava disponível em grande 
quantidade no ambiente, como também observado por Brandão et al. (2014) e 
Ramos et al. (2013), no rio Paranapanema. 
 
Conclusões 
A atividade de piscicultura em tanques-rede influencia a composição da 
dieta de P. maculatus. 
 
Referências 
ABELHA, M.C.F.; AGOSTINHO, A.A.; GOULART, E. Plasticidade trófica em peixes de água 
doce. Acta Scientiarum, v. 23, n. 2, p.425-434, 2001. 
BEVERIDGE, M.C.M. Cage aquaculture. 3ª ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. 
BICUDO, C.E.M.; BICUDO, R.M.T. Algas de águas continentais brasileiras chave ilustrada 
para identificação de gêneros. São Paulo: Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de 
Ciências, 1970. 
BRANDÃO, H.; SANTANA, J. C. O.; RAMOS, I. P.; CARVALHO, E. D. Influence of cage farming 
on feeding and reproductive aspects of Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 (Siluriformes: 
Pimelodidae) in the Chavantes reservoir, Brazil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, v. 36, n. 1, p.41-
50, 2014. 
HÅKANSON, L. Changes to lake ecosystem structure resulting from fish cage farm 
emissions. Lakes & Reservoir: Research and Management, v. 10, p. 71-80, 2005. 
HYSLOP, E. J. Stomach contents analysis-a review of methods and their application. Journal 
Of Fish Biology, [s.l.], v. 17, n. 4, p.411-429, out. 1980. Wiley-Blackwell. http://dx.doi.org/10.1111/j.1095-
8649.1980.tb02775.x. 
MUGNAI, R.; NESSIMIAN, J.L.; BAPTISTA, D.F. Manual de identificação de 
macroinvertebrados aquáticos do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Technical Boocks, 2010. 
PELICICE, F.M.; VITULE, J.R.S.; LIMA-JUNIOR, D.P.; ORSI, M.L; AGOSTINHO, A.A. A serious 
new threat to Brazilian freshwater ecosystems: the naturalization of nonnative fish by decree. 
Conservation Letters, v. 7, n. 1, p. 55–60, 2014. 
PILLAY, T.V.R. Aquaculture and the environment. 2ª ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. 
RAMOS, I.P.; BRANDÃO, H.; ZANATTA, A. S.; ZICA, E. O. P.; SILVA, R. J.; REZENDE-AYROZA, 
D. M. M. Interference of cage fish farm on diet, condition factor and numeric abundance on wild fish in a 
neotropical reservoir. Aquaculture. v. 414-415, p. 56-62, 2013. 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
A utilização de curtas-metragens socioambientais como 
ferramenta para educação ambiental no ensino formal 
 
Allana Lojó Pizápio(1), João Vitor de Souza Xavier(2)*, Julia Jiacometi 
Marcondes(3), Denise Gallo Pizella(4) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado, Departamento de 
Biologia e Zootecnia 
2UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Ba 
charelado, Departamento de Biologia e Zootecnia. E-mail: 
joaovitor.sx@hotmail.com. 
3UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia e 
Zootecnia 
4UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia 
 
Introdução 
A educação ambiental é, nos tempos modernos, uma importante 
ferramenta para um futuro mais sustentável e a principal maneira de formar 
cidadãos que pensem criticamente a respeito da realidade social, econômica, 
ambiental e cultural na qual se inserem, buscando modificar as estruturas de 
poder que conduzem à exclusão social e aos problemas ambientais vigentes, 
tornando-se cidadãos ativos em suas comunidades. Na instituição escolar, qual 
seja, em um ambiente educacional formal, existem formas diversas para se 
inserir a temática ambiental nos currículos escolares, seja no desenvolvimento 
de atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora do ambiente 
escolar, por meio de projetos, dentre outros (SATO, 2002, apud FERREIRA, 
2013). 
Segundo Tristão (2004), a temática ambiental é facilmente relacionada aos 
temas apresentados aos alunos em sua grade tradicional de disciplinas, mas, 
por apresentar uma natureza interdisciplinar, é melhor trabalhada por meio de 
projetos ou atividades extracurriculares, pois não é possível inseri-la na estrutura 
curricular, em uma única disciplina. Neste sentido, segundo Rosa (2000) apud 
Cruz e Fernandes (2013), o emprego de documentários e animações em sala 
consiste em uma ferramenta para trabalhar a educação ambiental, devido ao 
apelo às estruturas emocionais do aluno, possibilitando a aprendizagem de 
conteúdos curriculares apresentados em sala-de-aula. 
Este projeto teve como principal objetivo desenvolver o espírito crítico de 
estudantes da cidade de Ilha Solteira (SP) frente aos problemas socioambientais 
nacionais e globais, estimulando seu senso crítico de maneira que propusessem 
soluções ou atitudes que pudessem minimizar tais problemas, por meio de 
debates em sala de aula, fazendo uso da ferramenta cinematográfica. 
Material e métodos 
O projeto foi desenvolvido durante os meses de abril a novembro de 2016 
(com excesso de julho, época de recesso escolar), juntamente a duas escolas 
da cidade de Ilha Solteira (SP), sendo uma da rede privada e outra pública, 
juntamente aos anos do Ensino Médio. A metodologia consistiu na exibição 
mensal de curtas-metragens com temáticas socioambientais em cada uma das 
turmas, no período de aula, que foi cedido pelo docente responsável. Após a 
exibição dos curtas-metragens, foram realizados debates com as turmas 
referentes aos temas abordados e solicitado aos estudantes que respondessem 
10 
 
a um questionário em duplas, que posteriormente foi analisado, de modo a 
perceber de que forma o público-alvo apreendeu os conteúdos discutidos. Foram 
exibidos e discutidos os seguintes curtas-metragens no período: “Entre Rios”, 
“Rios Voadores”, “Homem Refluxo”, “Nuvens de Veneno”, “Para Onde Foram as 
Andorinhas” e “Refugiados do Desenvolvimento”. 
 
Resultados e discussão 
O primeiro documentário exibido nas duas escolas foi “Nuvens de Veneno”, 
que trata do uso descomedido de agrotóxicos no Brasil, com os consequentes 
impactos ambientais e sobre a saúde do trabalhador que ocasionam. No debate 
proposto para as turmas, foram abordados, sobretudo, os problemas de saúde 
nos trabalhadores que manuseiam os produtos tóxicos, os impactos ambientais 
ocasionados ao solo, águas e sobre a biodiversidade, assim como as 
dificuldades que os produtores de orgânicos enfrentam no país frente à 
agricultura convencional, visto que grande parte dos resíduos de agrotóxicos 
chegamà sua produção por meio de ventos, água contaminada e pelas 
produções agrícolas vizinhas de origem convencional, gerando uma boa 
discussão com as turmas. Os estudantes se mostraram interessados em saber 
como funcionava a agricultura orgânica e preocupados com a lavagem dos 
produtos antes do consumo, além de sugerirem, em algumas respostas, 
algumas medidas para diminuir ou mesmo substituir os agrotóxicos na 
agricultura, tais como o controle biológico, a biorremediação de áreas 
degradadas, a hidroponia, a rotação de culturas e uma maior fiscalização das 
produções que fazem uso de agrotóxicos. 
O segundo documentário foi “Rios Voadores”, que aborda a origem das 
chuvas que se dão na região sudeste do país, por meio do fenômeno de 
evapotranspiração da Floresta Amazônica. Em ambas as escolas, percebeu-se 
que os alunos estavam divididos sobre a influência dos rios voadores no 
microclima e macroclima em termos gerais, podendo-se perceber pela seguinte 
resposta: “Os rios voadores são formados a partir da evapotranspiração das 
plantas, com auxilio dos ventos, e então massas de ar são transportados para 
outras áreas. Porém, os rios voadores influenciam somente o microclima”. 
O documentário “Entre Rios” foi o terceiro a ser exibido, e trata a relação 
entre as inundações na área urbana da cidade de São Paulo e o processo de 
ocupação do solo sem planejamento em suas microbacias. Em uma das escolas, 
os estudantes levantaram questionamentos a respeito do planejamento urbano, 
tanto nos debates quanto nos questionários respondidos, abordando a 
necessidade da manutenção das áreas verdes nas cidades, com a preservação 
dos recursos hídricos e uma melhor gestão ambiental nestes ambientes. 
Destaca-se a resposta: “Para evitar as enchentes, o governo deve apresentar 
uma boa gestão urbanística visando a preservação dos recursos hídricos, gestão 
ambiental digna e saneamento básico adequado”. 
O curta metragem “Para onde foram as andorinhas? ”, uma produção do 
Instituto Socioambiental (ISA), teve como principal objetivo discutir como as 
alterações ambientais (desmatamento para a agricultura extensiva e intensiva) 
vem alterando o microclima local e o macroclima global do ponto de vista de 
indígenas do Rio Xingu (Floresta Amazônica). Durante a discussão, houve uma 
grande participação dos alunos e um sentimento de revolta de sua parte, visto 
que os estudantes não demonstraram ter qualquer conhecimento acerca de 
11 
 
como os povos indígenas são afetados pelo modelo de desenvolvimento 
adotado no país, sobretudo agrícola. 
O curta metragem “Refugiados do desenvolvimento” mostrou a trajetória 
sócio espacial de deslocamento compulsório das vítimas do modelo de 
desenvolvimento insustentável provocado pela construção de grandes 
empreendimentos no Brasil como, por exemplo, as usinas hidrelétricas e as 
atividades de mineração, provocando impactos irreversíveis ao meio ambiente e 
nos aspectos socioculturais locais. Quando questionados sobre “como seria um 
país que, ao invés do modelo de desenvolvimento baseado somente no 
crescimento econômico, adotasse um modelo de desenvolvimento 
sustentável?”, destacou-se a seguinte resposta: “Seria um país que utilizaria 
energia limpa, respeitando a natureza. Haveria melhor distribuição do dinheiro 
público, e na prática, todos os cidadãos seriam iguais”. 
O último documentário apresentado foi o “Homem refluxo”, que apresenta 
a história de um habitante de um grande centro urbano que ficou sete dias sem 
destacar os resíduos daquilo que consumia, acumulando-os em uma roupa 
especial de plástico transparente, de modo a impactar visualmente as pessoas 
que eram por ele abordadas nos espaços em que frequentava. Quando 
interrogados sobre como as pessoas poderiam atuar em suas cidades para 
diminuir o consumo de bens dispensáveis e para auxiliar na reciclagem, 
destacou-se a resposta: “Consumir apenas o que é necessário, cobrar dos 
órgãos públicos medidas para o tratamento do lixo, utilizar sacolas de pano ao 
invés de descartáveis, reaproveitamento de embalagens”. 
Conclusões 
O projeto “Cinema e Meio Ambiente” cumpriu, no período analisado, com o 
objetivo de despertar no público alvo, quais sejam, estudantes das redes pública 
e privada de ensino do município de Ilha Solteira, a importância de se refletir 
sobre as questões socioambientais, de modo a mobilizar nos estudantes a 
preocupação e possível busca de soluções para a problemática ambiental que 
afeta as sociedades humanas como um todo. 
 
Referências 
CRUZ, A.B.; FERNANDES, G.W.R. Limites e possibilidades sobre o uso do vídeo documentário 
científico no Ensino de Física. Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – 
IX ENPEC, Águas de Lindóia, SP., 10 a 14 de novembro de 2013. 
FERREIRA, H.M. A transversalidade nas aulas de Língua Portuguesa: A Educação Ambiental em 
questão. Anais do SILEL,2013. v.3, n.1. Uberlândia: EDUFU. 
TRISTÃO, M. Saberes e fazeres da educação ambiental no cotidiano escolar. Revista brasileira de 
educação ambiental, 2004. n.0, p.47-56. 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Diversidade de estômatos em espécies de leguminosas da 
Reserva Natural da Serra do Tombador - GO 
 
Alysson Aluízio de Oliveira Rios (1) *, Aline Redondo Martins (2) 
 Natacha Silva (3), Beatriz Schenaide Vitória (1), Regivan Antonio 
de Saul (1), Alessandra Fidelis (3) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Engenharia Agronômica, Laboratório de Estudos em 
Morfologia e Anatomia Vegetal. E-mail: alyssrios@hotmail.com 
2UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia, Laboratório de Estudos em 
Morfologia e Anatomia Vegetal. 
3UNESP- Rio Claro, Curso de Pós-graduação em Biologia vegetal. 
 
Introdução 
No cerrado, a família Leguminosae é uma das mais abundantes em 
espécies, apresentando uma ampla diversidade morfológica e uma grande 
variedade de hábitos e comportamentos (Oliveira, 1999; Simon; Penningtony, 
2012). É a terceira maior família das Angiospermas, com espécies distribuídas 
em três subfamílias: Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae (Polhill et 
al. 1981; Lewis et al. 2005). 
Segundo Simon e Penningtony (2012) a família tem como característica 
adaptações evolutivas que ocorrem nos órgãos vegetativos das plantas, uma 
delas é a presença de diferentes tipos de estômatos, para a realização de trocas 
gasosas ou até mesmo no controle de perda de água 
De acordo com Appezzato-da-Gloria e Carmello-Guerreiro (2012) as 
classificações estomáticas vão de acordo com o formato e arranjo das células 
subsidiárias. Os estômatos podem ser classificados como: anomocítico 
(envolvido por células que não diferem em formato e tamanho das demais 
células epidérmicas), anisocítico (circundado por três células subsidiárias), 
paracítico (acompanhado, de cada lado, por uma ou mais células subsidiárias 
com seu eixo longitudinal paralelo à fenda estomática), diacítico (envolvido por 
duas células subsidiárias com seu eixo formando um ângulo reto com a fenda 
estomática) e actinocítico (em torno do qual as células subsidiárias se dispõem 
radialmente). 
 O objetivo do presente estudo foi analisar os tipos de estômatos presentes 
em espécies de leguminosas da Serra do Tombador. 
 
Material e métodos 
Foram realizados cortes, (1,0 x 2,00 centímetros) na região mediana das 
folhas das espécies de Bauhinia dumosa, Chamaecrista claussenii, Mimosa 
kalunga, Mimosa leiocephala, Mimosa somnians e Senna corifolia, coletadas na 
Reserva Natural da Serra do Tombador – GO, em maio de 2016. Tais amostras 
foliares foram fixadas às lâminas histológicas de vidro com cola de secagem 
rápida, éster de cianoacrilato (Segatto et al., 2004). Após a total secagem da cola 
o material vegetal foi removidoda lâmina restando apenas a impressão foliar nas 
faces adaxial e abaxial. Em seguida, as lâminas foram fotografadas com as 
impressões das duas faces com aumento de 40X. 
 
Resultados e discussão 
13 
 
As seis espécies em estudo apresentaram estômatos do tipo paracítico, no 
geral em ambas as faces da folha, exceto na espécie B. dumosa onde os 
estômatos foram encontrados apenas na face abaxial e na espécie M. somnians 
somente na face adaxial (Figuras 1 e 2). As espécies C. claussenii e M. 
leiocephala apresentaram também o tipo de estômato anisocítico, presente na 
face adaxial da folha de C. claussenii e em ambas as faces de M. leiocephala 
(Figuras 1 e 2). Moreira-Coneglian e Oliveira (2006) mostraram diversidade 
estomáticas em espécies de leguminosas, sendo que em algumas espécies 
também foram observados estômatos do tipo paracítico nas faces adaxial e 
abaxial das folhas. Segundo Moreira-Coneglian e Oliveira (2006) e Appezzato-
da-Gloria e Carmello-Guerreiro (2012) a presença de estômatos paracíticos e 
anisocíticos é característica da família Leguminosae. 
 
 
Figura 1. A – F. Impressão foliar paradérmica evidenciando estômatos nas espécies B. 
dumosa, C. claussenii e M. kalunga. A, C e E. face adaxial das três espécies, respectivamente. 
B, D e F. face abaxial das três espécies, respectivamente. 
14 
 
 
Figura 2. A - F. Impressão foliar paradérmica evidenciando estômatos nas espécies M. 
leiocephala, M. somnians e S. corifolia. A, C e E. face adaxial das três espécies, respectivamente. 
B, D e F. face abaxial das três espécies, respectivamente. 
 
Conclusões 
As seis espécies de leguminosas estudadas apresentaram os estômatos 
do tipo paracítico, no geral em ambas as faces da folha, com exceção das 
espécies B. dumosa (somente na face abaxial) e M. somnians (somente na face 
adaxial). 
Na face adaxial foliar da espécie C. claussenii e em ambas as faces da 
espécie M. leiocephala foram encontrados também estômatos do tipo 
anisocítico. 
 
Referências 
 
APPEZZATO-DA-GLORIA, B.; CARMELLO-GUERREIRO, S. M. Anatomia Vegetal – 3. Ed. UFV, p. 
87-89, 2012. 
LEWIS, G.; SCHRIRE, B.; MACKINDER, B.; LOCK M. Legumes of the world, Kew Royal Botanic 
Gardenspg. 592, 2005. 
OLIVEIRA, D. M. T. Morfo-anatomia do embrião de leguminosas arbóreas nativas. Revista Brasileira 
de Botânica, v. 22, p.413, 1999. 
POLHIL, L R. M.; RAVEN, P. H., STIRTON, C. H. Evolution and systematics of the Leguminosae. 
In: PolhillRM, RavenPH, eds. Advances in legume systematics Part 1. Kew: Royal Botanic Gardens, 1–26. 
1981. 
SEGATTO, F. B.; BISOGNIN, D. A.; BENEDETTI, M.; COSTA, L. C.; RAMPELOTTO, M. V.; 
NICOLOSO, F. T. Técnica para o estudo da anatomia da epiderme foliar de batata: A technique for the 
anatomical study of potato leaf epidermis. Ciência Rural, Santa Maria, Rs, v. 34, n. 5, p.1597-1601, out. 
2004. 
SIMON, M. F.; PENNINGTON, T. Evidence for adaptation to fire regimes in the tropical savannas of 
the Brazilian Cerrado. International Journal of Plant Sciences, v. 173, p. 711-723, 2012. 
Nível e área do trabalho: Graduação/Engenharia Agronômica 
15 
 
Ciclo Reprodutivo do mandi Pimelodus cf. platicirris 
(Siluriformes: Pimelodidae) sob influência de uma piscicultura 
em tanque-rede. 
 
Amanda Pereira dos Santos Silva(1)*, Patricia Postingel Quirino(1), Aymar 
Orlandi Neto(2) , Igor Paiva Ramos(3), Alexandre Ninhaus Silveira(4), 
Rosicleire Veríssimo Silveira(4) 
 
1UNESP-IBB, Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Zoologia, 
Laboratório de Ictiologia Neotropical – LINEO. e-mail: 
silva.amandabio@yahoo.com.br* 
2UNESP-FEIS, Curso de Biologia, Laboratório de Laboratório de Ecologia - Pirá 
3UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia, Laboratório de 
Ecologia - Pirá 
4UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia, Laboratório de 
Ictiologia Neotropical – LINEO 
 
Introdução 
A atividade de piscicultura em tanques-rede encontra-se em expansão 
nas represas brasileiras, entretanto, sabe-se que esta prática tem induzido 
alterações nas espécies adjacentes a esse cultivo (Ramos et al., 2008; Frazer, 
2009). Efluentes como restos de ração, muco, fezes, escamas e peixes mortos, 
podem induzir a processos de eutrofização ou podem ser utilizados como 
recurso alimentar pela ictiofauna silvestre, alterando sua dieta, podendo 
aumentar o comprimento padrão e a massa total, alterar o desenvolvimento das 
gônadas e a produção de gametas (Pillay, 2004; Ramos et al., 2008; Mallasen 
et al., 2008). Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de uma 
piscicultura em tanques-rede sobre a reprodução de fêmeas de Pimelodus cf. 
platicirris, no reservatório de Ilha Solteira por meio da caracterização morfológica 
do ciclo reprodutivo da espécie. 
 
Material e métodos 
As coletas foram realizadas em uma piscicultura em tanques-rede no 
município de Santa Clara D’Oeste – SP, no braço Can Can do reservatório de 
Ilha Solteira, rio Paraná (AT) (50°55’59.65’’W e 20°02’30.54’’S), e outra área 
controle, sem a influência de sistemas de pisciculturas em tanques-rede (AC) 
(50°51'58.94"W e 20°0'13.71"S). Os espécimes foram coletados bimestralmente 
com auxílio de dois lotes de redes com malhas 3, 4, 5, 6 e 7 cm entre nós não 
adjacentes e um lote de redes com malhas 7, 8, 10, 12 e 14 cm entre nós não 
adjacentes, no período de Dez/2014 a Dez/2016). 
Todos os procedimentos de coleta e eutanásia foram conduzidos de 
acordo com os protocolos aprovados pelo SISBIO nº 42229-1, sendo os animais 
gradativamente resfriados a fim de diminuir rapidamente a sua atividade 
metabólica. Os ovários de 76 fêmeas seguiram os processos usuais para 
preparação de lâminas histológicas, corados em Hematoxilina e Eosina, para 
análise morfológica e definição do ciclo reprodutivo da espécie, comparando a 
Área Controle (AC) com a Área Tanque (TQ). 
 
 
 
16 
 
Resultados e discussão 
 Nos ovários de Pimelodus cf. platicirris, o epitélio germinativo contem 
ninhos com oogônias A-indiferenciada, A-diferenciada e B, bem como cistos de 
oócitos em leptóteno, zigóteno, paquíteno e diplóteno. Os oócitos em diplótenos 
são individualizados pelas células foliculares e membrana basal, formando o 
folículo ovariano, agora presentes nas lamelas ovulígeras. Nesta região são 
observados os oócitos em Crescimento Primário, denominados pré-
vitelogênicos, de vários tamanhos e oócitos em Crescimento Secundário ou 
vitelogênicos durante o desenvolvimento gonadal. As definições desses estágios 
permitiram caracterizar quatro fases ao longo do ciclo reprodutivo de P. cf. 
platicirris: Em Desenvolvimento, Apto a desova, Regressão e Regeneração. 
1) Em Desenvolvimento apresenta em sua maioria, oócitos em 
Crescimento primário (pré-vitelogênicos) e poucos oócitos em crescimento 
secundário, caracterizado pelo início de incorporação de grânulos de vitelo e 
crescimento do oócito (Fig.1A); 2) Apto à Desova: predominância de oócitos 
vitelogênicos, com núcleo excêntrico próximo a micrópila e um lote menor de 
oócitos em crescimento primário (Fig.1B); 3) Regressão: presença de complexos 
pós-ovulatórios e lamelas desorganizadas após a desova (Fig.1C); 4) 
Regeneração: As lamelas estão se reorganizando para o próximo ciclo, com 
foliculogênese ativa e oócitos em crescimento primário, os complexos pós 
ovulatórios ainda estão em reabsorção final (Fig.1D). 
 
 
Figura 1 – Fases do Ciclo Ovariano de Pimelodus cf. platicirris. A – Desenvolvimento; B – Apto 
à Desova; C – Regressão e D – Regeneração. Legendas: opv – Oócito pré vitelogênico; ov – 
oócito vitelogênico; lu – lúmem; la – lamela ovulígera; cpo: complexo pós ovulatório. 
 
 
 
Definida as fases do ciclo reprodutivo de P. cf. platicirris, foram 
comparadas as suas ocorrências nas Áreas Controle (AC) com a Área Tanque 
(AT). As mesmas fases reprodutivas foram encontradas nos dois pontos: 
Desenvolvimento, Apto à desova, Regressão e Regeneração. No entanto, a 
distribuição ocorreu de forma desigual. Isso pode ser visto, por exemplo,a fase 
de Apto a Desova, em AC, foi observada apenas em dezembro de 2015, já em 
AT, a mesma, ocorreu em dezembro/2014, 2015 e 2016, além de março de 2015 
e fevereiro e abril de 2016 (Fig. 2A,B). Tal fato corrobora com os períodos 
reprodutivos da maioria das espécies neotropicais e segundo Vazzoler (1996), 
isso se deve a alta pluviosidade, maior disponibilidade de oxigênio e maior 
quantidade de alimento no ambiente que irá favorecer a eclosão dos ovos e 
sobrevivência da prole. 
Podemos apontar também a ausência de indivíduos coletados em cinco 
coletas em AC, já em AT, houve indivíduos por todo o período de coleta, mesmo 
que em número reduzido (Fig. 2A,B). Esse fato pode ser influenciado pela oferta 
de efluentes, como restos de ração, servindo como recurso alimentar pela 
ictiofauna silvestre, sendo este um alimento constante nessas áreas de 
17 
 
pisciculturas devido ao manejo de criação (Ramos et al., 2008; Mallasen et al., 
2008; Brandão et al., 2014). 
 
 
Figura 2 – Comparação das Fases Reprodutivas de Pimelodus cf. platicirris ao 
longo do período. A - Área Controle; B – Área Tanque. 
 
 
 
Conclusões 
Houve influência da piscicultura sob as fêmeas de Pimelodus cf. platicirris, 
pois a dinâmica de reprodução mostrou-se diferente dos espécimes encontrados 
na área controle, como uma maior diversidade no ciclo em cada coleta, além de 
maior número de indivíduos durante todo o período experimental. 
 
Agradecimentos 
Agradecemos a CNPQ Processo nº 140611/2015-0 pelo financiamento da 
pesquisa e a equipe do Laboratório de Ictiologia Neotropical (LINEO) e 
Laboratório de Ecologia (Pirá) pelo auxílio nas coletas e estrutura. 
 
 
Referências 
BRANDÃO, H.; SANTANA, J. C. O.; RAMOS, I. P.; CARVALHO, E. D. Influence of cage farming on feeding 
and reproductive aspects of Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 (Siluriformes: Pimelodidae) in the 
Chavantes reservoir, Brazil, Acta Scientiarum. Biological Sciences Maringá, v. 36, n. 1, p. 41-50, 2014. 
FRAZER, L.N. Sea-cage aquaculture, sea lice, and declines of wild fish. Conservation Biology, v. 23(3), 
p. 599–607, 2009. 
MALLASEN, M.; BARROS, H. P.; YAMASHITA, E. Y. Produção de peixes em tanques-rede e a qualidade 
da água. Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária, Campinas, v.1, n.1, p. 47-51, 2008. 
PILLAY, T.V.R. Aquaculture and the environment. 2ª ed. Oxford: Blackwell Publishing, 194p, 2004. 
RAMOS, I. P.; VIDOTTO – MAGNONI, A. P.; CARVALHO, E. D. Influence of cage fish farming on the diet 
of dominant fish species of a Brazilian reservoir (Tietê River, High Paraná River basin). Acta Limnológica 
Brasileira, v. 20, n. 3, p. 245-252, 2008. 
VAZZOLER, A. E. A . M. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: 
EDUEM/SBI/CNPq/Nupélia, 169 p,1996. 
 
 
 
Nível e área do trabalho: Pós Graduação 
 
 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Área Controle
Apto a 
desova
Regressão
A  B 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Área Tanque
Apto à 
desova
Regressão
Regeneração 
18 
 
Tamanho ótimo de parcelas em experimentos com frangos de 
corte pelo método da máxima curvatura 
 
Ana Carolina Almeida Rollo de Paz(1)*, Gláucia Amorim Faria(2), Beatriz 
Garcia Lopes(3), Ana Patrícia Bastos Peixoto(4), Rosemeire da Silva 
Filardi(5) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Zootecnia, Laboratório de Estatística Aplicado – LEA. 
e-mail: ana.carol.paz@bol.com.br 
2UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Matemática, Laboratório de 
Estatística Aplicada – LEA 
3UNESP-FEIS, Curso de Matemática, Laboratório de Estatística Aplicada – LEA 
4UEPB-PB, Docente, Centro de Ciência e Tecnologia 
5UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia 
 
Introdução 
Em fevereiro de 2017 as exportações brasileiras de carne de frango tiveram 
um aumento de 3,2% em volume e 24% em receita, em comparação com 
fevereiro de 2016 (ABPA, 2017). A produção de frango superou 13,14 milhões 
de toneladas, passando a ser o segundo lugar mundial em produção, tendo os 
Estados da região sul como os que mais abateram (ABPA, 2016). 
Independente do material experimental utilizado e do ambiente onde será 
feita a experimentação, o planejamento deve ser feito para que se reduza o erro 
experimental. O planejamento correto possibilita que a variações entre as 
unidades experimentais (erro experimental), sejam as menores possíveis 
(ROSTAGNO et al., 2007). 
De certa forma, atualmente essas pesquisas, em sua maioria, passam por 
problemas limitantes, como o alto custo dos experimentos, e as questões 
bioéticas e de bem-estar animal, que têm levado à redução do número de 
animais no processo de experimentação. Nesse contexto, aspectos importantes 
como o coeficiente de variação, tamanho de parcelas e número amostras, devem 
ser considerados, uma vez que todos estes têm grande efeito sobre a variação 
experimental nos ensaios com frangos de corte. 
Até o momento não existem estudos que visem o tamanho adequado de 
parcelas e número de repetições em experimentos na área de avicultura. 
Havendo, portanto, a necessidade de serem realizadas pesquisas direcionadas 
a esta questão. Este trabalho tem como objetivo estabelecer o tamanho ótimo 
da parcela para experimentos com frangos de corte pelo método da máxima 
curvatura. 
 
Material e métodos 
Os dados utilizados para a realização deste trabalho foram provenientes de 
116 artigos com frangos de corte em periódicos nacionais e internacionais para 
a realização deste trabalho, coletados nos sites Google Acadêmico, Scielo e 
Web of Science no período de setembro de 2016 a janeiro de 2017. 
Para determinar-se o tamanho ótimo de parcelas por este método, 
calcularam-se inicialmente, os coeficientes de variação dos dados de altura das 
brotações, para os tamanhos de parcelas pré-estabelecidos, em cada ensaio ou 
tratamento. Os valores percentuais dos foram plotados contra seus respectivos 
tamanhos de parcela num sistema de eixos de coordenados, obtendo-se uma 
19 
 
curva que representa a relação entre estas variáveis. 
Pelo método original essa curva seria traçada à mão livre e o ponto de 
máxima curvatura localizado por inspeção visual, conforme Federer (1963); no 
entanto utilizou-se de instrumento computacional do programa R (R 
DEVELOPMENT CORE TEAM, 2015) na construção dos gráficos e obtenção 
das curvas mediante união dos pontos coordenados por meio de segmentos de 
reta. 
O tamanho ótimo da parcela foi considerado como sendo o valor da 
abscissa correspondente ao ponto sobre a curva no qual ocorre a maior taxa de 
mudança do coeficiente de variação em resposta ao aumento no tamanho de 
parcela de acordo com Federer (1963) e Le Clerg (1967). 
 
Resultados e discussão 
Na estimação do tamanho de parcela por este método foram avaliados 14 
tamanhos de parcelas, cujos coeficientes de variação encontram-se na Tabela 
1. Os valores dos coeficientes de variação variaram de 9,54% a 16,46% para as 
variáveis estudadas. 
Na Figura 1, encontram-se a representação gráfica da curva obtida da 
relação entre o coeficiente de variação plotado contra seu respectivo tamanho 
de parcela, por meio da qual se estimou o tamanho ótimo de parcela para as 
variáveis. 
Tabela 1: Estimativas dos parâmetros pelo modelo de máxima curvatura, 
coeficiente de variação CV(x), para as variáveis analisadas no 
levantamento de diferentes experimentos com frangos de corte. 
 
Variáveis 
 
Parâmetros 
Coeficiente 
de variação 
Tamanho 
de parcela
Coeficiente de 
determinação 
 â b̂ (%)CV cX 
2R 
Rendimento 
de Carcaça 
119,07 1,07 9,54 10,41 0,922 
Conversão 
Alimentar 
35,40 0,423 16,46 6,09 0,739 
Consumo de 
Ração 
29,11 0,395 15,19 5,18 0,738 
Ganho de 
Peso 
57,72 0,634 14,67 8,64 0,863 
 
Na Figura 1, encontra-se a representação gráfica da curva obtida da 
relação entre o coeficiente de variação plotado contra seu respectivo tamanho 
de parcela, por meio da qual se estimou o tamanho ótimo de parcela para as 
variáveis. 
 
20 
 
 
 
Figura 1: Relação entre o coeficiente de variação CV(%) e tamanho deparcela 
(Xc) para as variáveis obtidas no levantamento de diversos 
experimentos com frangos de corte. 
 
Conclusões 
Em experimentos com frangos de corte o tamanho ótimo de parcela 
encontrado foi por volta de 5, 6, 9 e 11 unidades básicas para as variáveis 
consumo de ração, conversão alimentar, ganho de peso e rendimento de 
carcaça, respectivamente. 
 
Agradecimentos (opcional) 
Ao grupo de pesquisa LEA – Laboratório de Estatística Aplicada. À FAPESP 
pelo auxílio ao projeto 2015/18225-4. 
 
Referências 
ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, Relatório Anual, 2016. 
ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, Receita de embarques de carne de frango 
cesce 25% em fevereiro, mar. 2017. 
FEDERER, W. T. Experimental desing: theory and application. 2nd ed. New York: Macmillan 
Company, 1963. 544p. 
LE CLERC, E. L. Significance of experimental desing in plant breeding. In:FREY, K. J. (Ed.) 
Plant breeding symposium. Ames: State University, 1967. p.243-313. 
R Development Core Team (2015). R: A language and environment for statistical computing. R 
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051- 07-0, URL http://www.R-project.org. 
ROSTAGNO, H. S.; BÜNZEN, S.; SAKOMURA, N. K.; ALBINO, L. F. T. Avanços metodológicos 
na avaliação de alimentos e de exigências nutricionais para aves e suínos. Rev. Bras. Zootec., v.36, 
p.295-304, 2007. 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Zootecnia 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Influência de piscicultura em tanques-rede sobre população 
silvestre de Geophagus proximus (Perciformes: Cichlidae) no 
reservatório de Ilha Solteira, SP/MS 
 
Ana Letícia AntonioVital (1)*, Letícia de Oliveira Manoel(2), Rosicleire 
Verissimo Silveira(3), Cristiéle da Silva Ribeiro(3), Lidiane Franceschini(2), 
Igor Paiva Ramos(3) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado/Licenciatura, 
Laboratório de Ecologia de Peixes. e-mail: analeticiaantoniovital@gmail.com 
2UNESP-IBB, Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Zoologia 
3UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Biologia e Zootecnia 
 
Introdução 
A aquicultura representa nova fronteira para o crescimento do agronegócio 
no país, como indicam políticas públicas que visam expandir tal atividade. Uma 
delas se constitui no Plano de Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira (PDA), 
criado para ampliar e efetivar as ações que vão orientar o desenvolvimento 
sustentável da aquicultura no Brasil até o ano de 2020 (MPA, 2015). Diversos 
trabalhos discutem a problemática desta atividade em águas costeiras e 
continentais, demonstrando a ocorrência de impactos desde a qualidade da água 
e do sedimento, até implicações sobre a estrutura das comunidades bentônica, 
planctônica e de peixes, mudanças nas taxas de parasitismo de peixes 
silvestres, além dos inerentes escapes de peixes em cultivo, propiciando a 
introdução de espécies não nativas (Beveridge, 2004; Krkosek et al., 2005; 
Yucel-Gier et al, 2007; Ramos et al,.2013ab). 
Ainda, Ho & Nagasawa (2001) relatam a possibilidade de transmissão de 
parasitas dos peixes silvestres para os peixes em cultivo, causando perdas 
econômicas para os produtores. Especificamente, um dos parasitas de peixes 
mais comumente encontrados na bacia do alto Paraná, são metacercárias de 
Austrodiplostomum compactum, relatadas em 36 espécies de peixes dulcícolas 
brasileiros (Ramos et al., 2013b), incluindo Geophagus proximus (Zago et al., 
2013). Conforme Yamada et al. (2008), a presença deste parasito, em casos 
extremos, pode causar exoftalmia, deslocamento da retina, opacidade do 
cristalino e cegueira ou até a morte. 
Dentre diversas espécies de peixes introduzidas no reservatório de Ilha 
Solteira, G. proximus, conhecida como “porquinho”, constitui o recurso pesqueiro 
mais significativo para a pesca artesanal. Conforme relato de Carvalho e David 
(2007), ela é seguida de outras espécies não nativas como a “corvina” 
(Plagioscion squamosissimus) e o “zoiudo” (Satanoperca pappaterra), no que se 
refere à relevância econômica local e regional. Embora constitua a base da 
economia para os pescadores e exerça relevância financeira para toda a região, 
existem poucos relatos sobre a interferência das explorações piscícolas em 
reservatórios de água doce neotropicais, particularmente no que diz respeito ao 
impacto sobre a ictiofauna selvagem (Ramos et al., 2013a). Desta forma, o 
objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência de piscicultura em tanques-
rede sobre aspectos populacionais e infecção por metacercárias de A. 
compactum em G. proximus, no reservatório de Ilha Solteira (Rio Grande, SP). 
 
 
22 
 
Material e métodos 
As coletas foram realizadas em uma piscicultura em tanques-rede no 
município de Santa Clara D’Oeste – SP, no braço Can-Can (vazão média anual 
= 1,76 m³/s) do reservatório de Ilha Solteira, no rio Grande, bacia do alto Paraná. 
Atualmente, o empreendimento atua na criação de tilápias-do-nilo (Oreochromis 
niloticus) e possui aproximadamente 230 tanques de 18 m3, e 18 tanques de 144 
m3, com uso de ração de 4.375 kg/dia (inf. pess Michael Kengo Itagaki). Uma 
das áreas amostrais está localizada próxima aos tanques-rede (TR) 
(50°55’57.60’’W e 20°02’33.62’’S), e a outra em local a aproximadamente 10 km 
a montante, com características fisiográficas semelhantes, mas sem a influência 
de sistemas de pisciculturas em tanques-rede (CT) (50°51'58.94"W e 20° 
0'13.71"S). 
As coletas da ictiofauna foram realizadas bimestralmente entre 
setembro/2014 e dezembro/2016 conforme autorização SISBio nº 42229-1, com 
auxílio de redes de espera de diferentes malhagens (3 a 14 cm entre nós não 
adjacentes) nas duas áreas amostrais. Dos peixes coletados, mensurou-se o 
comprimento padrão (cm) com auxílio de ictiômetro, e massa total (g) com auxílio 
de balança analítica (0,01 g). Após, realizou-se incisão longitudinal na superfície 
ventral dos indivíduos para que todos os órgãos da cavidade visceral fossem 
retirados e separados. Os olhos dos animais foram examinados individualmente 
com auxílio de microscópio estereoscópico para a coleta de metacercárias de A. 
compactum. Os parasitas foram fixados em solução de álcool 70%. Para 
avaliações parasitológicas analisou-se 69 exemplares de G. proximus para a 
área Tanque e 48 para a área Controle, perfazendo um total de 117 exemplares. 
Enquanto que para avaliações populacionais (abundância total, massa total 
média e comprimento padrão médio) foram analisados 726 exemplares da área 
Tanque e 340 da área Controle, totalizando 1.066 indivíduos da espécie G. 
proximus. 
Calculou-se para os hospedeiros: abundância numérica relativa, massa 
total média e comprimento padrão médio para ambas as áreas. Também foram 
calculados os seguintes atributos parasitológicos: prevalência (P), intensidade 
média de infecção (IMI) e abundância média (AM) de acordo com Bush et al. 
(1997) para metacercárias de A. compactum, considerando-se as áreas 
amostrais (Tanque e Controle) isoladamente. Para avaliar a influência da 
atividade de piscicultura em tanques-rede sobre tais atributos, realizou-se 
comparação entre as áreas Tanque e Controle, do comprimento padrão médio, 
massa total média, AM e IMI por meio de teste-U, enquanto para a abundância 
numérica relativa e P foi utilizado teste-Z. O nível de significância utilizado para 
todas as análises foi p<0,05, sendo as análises estatísticas realizadas por meio 
de software BioEstat 5.0 e SigmaStat 3.1. 
 
Resultados e discussão 
Para a abundância numérica relativa (z=10,408 e p<0,001) observou-se 
maior valor na área Tanque. Porém, o mesmo não se constatou para o 
comprimento padrão médio dos hospedeiros (z(u)=1,15 e p=0,24), massa total 
média (z(u)=0,54 e p=0,58), abundância média parasitária (z(u)= 0,71 e p=0,47), 
intensidade média de infecção parasitária (z(u)=0,83 e p=0,41) e prevalência 
parasitária (z=0,05 e p=0,957), para os quais não se observaram diferenças 
entre as áreas. 
23 
 
Assim, atribuí-se os resultadosobtidos para a abundância numérica relativa 
à interferência causada pela sobra de ração em produções piscícolas intensivas, 
devido ao livre fluxo de água entre o rio e o interior das gaiolas. Em condições 
naturais, G. proximus alimenta-se principalmente de material vegetal, moluscos, 
insetos e outros vertebrados aquáticos (Santos et al., 2004). Contudo, até 30% 
da entrada contínua de matéria orgânica em tanques-rede pode ser 
disponibilizado para o ecossistema aquático na forma de restos de ração, fezes, 
muco, escamas e peixes mortos (Pillay, 2004). Desta forma, verifica-se que a 
facilidade de forrageamento proporcionada pela ração serve como atrativo, 
elevando a densidade populacional ao entorno de tanques-rede e, 
consequentemente, interferindo na abundância numérica entre as áreas. 
Contudo, tais mudanças ambientais não influenciaram até o presente momento 
no comprimento padrão médio, na massa total média e nos aspectos 
parasitológicos de G. proximus. 
 
Conclusões 
Concluiu-se que a piscicultura em tanques-rede pode influenciar a 
abundância numérica de peixes silvestres da espécie G. proximus, contudo não 
foi observada influência para outros parâmetros populacionais e parasitológicos 
avaliados até o presente momento. 
 
Agradecimentos 
Os autores agradecem a Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira pela 
infraestrutura, a Fundunesp (Processo número 0305/001/14-PROPe/CDC) e CNPq 
(Processo número 443103/2014-3). 
 
Referências 
 BEVERIDGE, M.C.M. Cage aquaculture. 3ª ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. 
 BUSH, A.O.; LAFFERTY, K.D.; LOTZ, J.M. E A.W. SHOSTAK. Parasitology meets ecology on its 
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 CARVALHO, E.D.; DAVID, G.S. Estudo da biologia pesqueira: Levantamento da biologia pesqueira 
e análise da capacidade suporte ambiental. Botucatu: Projeto Parque Aqüícola FEIS (Ilha Solteira)/IBB 
(Botucatu), 2007. p. 1-56. 
 HO, J.S.; NAGASAWA, K. Why infestation by Lepeophtheirus salmonis (Copepoda: Caligidae) is not 
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 KRKOSEK, M.; LEWIS, M.A.; VOLPE, J.P. Transmission dynamics of parasitic sea lice from farm to 
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 MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura. Plano de desenvolvimento da aquicultura brasileira 2015-
2020. Brasilia - DF, 2015. 
 PILLAY, T.V.R. Aquaculture and the environment (2ª edition). Blackwell Publishing, 212p., 2004. 
 RAMOS, I.P.; BRANDÃO, H.; ZANATTA, A.S.; ZICA, E.O.P.; SILVA, R.J.; REZENDE-AYROZA, 
D.M.M.; CARVALHO, E.D. Interference of cage fish farm on diet, condition factor and numeric abundance 
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 RAMOS, I.P.; FRANCHESCHINI, L.; ZAGO, A.C.; ZICA, E.O.P.; WUNDERLICH, A.C.; CARVALHO, 
E.D.; SILVA, R.J. New host records and a checklist of fishes infected with Austrodiplostomum compactum 
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 SANTOS, G.M., MÉRONA, B., JURAS, A.A., JÉGU, M. Peixes do Baixo Rio Tocantins: 20 anos 
depois da Usina Hidrelétrica Tucuruí. Brasília: Eletronorte; 2004. 216p 
 YAMADA, F.H.; MOREIRA, L.H. DE A.; CESCHINI, T.L.; TAKEMOTO, R.M.; PAVANELLI, G.C. 
Novas ocorrências de metacercária de Austrodiplostomum compactum (Lutz, 1928) (Platyhelminthes: 
Digenea) parasito de olhos de peixes da Bacia do Rio Paraná. Revista Brasileira de Parasitologia 
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 YUCEL-GIER, G.; KUCUKSEZGIN, F.; KOCAK, F. Effects of fish farming on nutrients and benthic 
community structure in the Eastern Aegean (Turkey). Aquaculture Research, 38: 256-267, 2007. 
 ZAGO, A.C.; FRANCESCHINI, L.; ZOCOLLER- SENO, M.C.; R. VERÍSSIMO-SILVEIRA, R.; MAIA, 
A.A.D.; IKEFUTI, C.V.; SILVA, R.J. The helminth community of Geophagus proximus (Perciformes: 
Cichlidae) from a tributary of the Paraná River, Ilha Solteira Reservoir, São Paulo State, Brazil. Journal of 
Helminthology, in press: 87, 203–211, 2013. 
Nível e área do trabalho: Graduação/Ciências Biológicas 
24 
 
 
Levantamento Florístico de Fabaceae em áreas de vegetação 
nativa no Mato Grosso do Sul 
 
Andrezza Santos Flores(1)*, Larissa Natiele da Silva (2), Andréia Alves 
Rezende(3) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado, Herbário de Ilha 
Solteira (HISA). e-mail: andrezzaflores6@gmail.com 
2UNESP-FEIS, Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado, Herbário de Ilha 
Solteira (HISA). 
3UNESP-FEIS, Docente. Departamento de Biologia e Zootecnia, Herbário de Ilha 
Solteira (HISA). 
 
Introdução 
Fabaceae apresenta cerca de 770 gêneros e mais de 19.500 espécies 
(LPWG, 2013). Dessa forma, a família é morfologicamente, fisiologicamente e 
ecologicamente diversa, sendo considerado um dos exemplos mais 
espetaculares de diversificação no decorrer da evolução das plantas. Além 
disso, vale ressaltar que recentemente foi proposta uma nova classificação das 
subfamílias, onde Fabaceae passa a ser constituída por seis subfamílias, tais 
como Detarioideae com 84 gêneros e 760 espécies, Cercidoideae, 12 gêneros e 
335 espécies, Duparquetioideae, 1 gênero e 1 espécie, Dialioideae, 17 gêneros 
e 85 espécies, Caesalpinioideae, 148 gêneros e 4.400 espécies, Papilionoideae, 
503 gêneros e 14.000 espécies (LPWG, 2017), e não mais com três subfamílias, 
como era tratada desde Bentham (1865). 
Na maioria dos ecossistemas naturais brasileiros Fabaceae é uma das 
principais famílias em número de espécies, principalmente devido à simbiose da 
grande maioria das espécies com as bactérias do gênero Rhizobium fixadoras 
de nitrogênio (Souza; Lorenzi, 2008). Ainda são atribuídos ao sucesso dessa 
família os seus métodos de defesa (acúleos, taninos), a eficiência na reprodução 
e principalmente, a capacidade de adquirir substâncias essenciais para o 
crescimento (Polhill; Raven, 1981). 
De acordo com Lima et al. (2015) no Brasil são reconhecidos 222 gêneros 
e 2.826 espécies, em contrapartida no Mato Grosso do Sul são reconhecidos 
111 gêneros e 501 espécies o que representa aproximadamente 18% das 
espécies de Fabaceae. 
Entretanto, na região onde se encontra a Fazenda de Ensino, Pesquisa e 
Extensão (FEPE) da UNESP de Ilha Solteira, não há registro de levantamentos 
sobre a flora de Fabaceae, justificando assim, uma investigação científica em 
forma de inventário florístico. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo 
inventariar as espécies de Fabaceae nas áreas de vegetação nativa da Fazenda 
de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) localizada no município de Selvíria, MS, 
além de averiguar o grau de ameaça das espécies identificadas. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Material e métodos 
- Área de estudo 
Este estudo foi realizado em três áreas de vegetação nativa na Fazenda de 
Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) da Faculdade de Engenharia de Ilha 
Solteira, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
(FEIS/UNESP), localizada no município de Selvíria, no estado do Mato Grosso 
do Sul, Brasil (20º19’ – 20º24’ S e 51º24’ – 51º23’ W), a margem esquerda do 
Rio Paraná, na divisa com o Estado de São Paulo. 
 
- Coleta e identificação do material botânico 
Para a realização do inventário florístico das espécies de Fabaceae da 
FEPE foram realizadas coletas quinzenais, por um período de doze meses. 
Foram percorridas trilhas na borda e no interior das áreas de estudo visando à 
coleta de plantas, em fase reprodutiva e/ ou vegetativa. Os espécimes foram 
coletados e herborizados de acordo com as técnicas usuais apresentadas por 
Fidalgo e Bononi (1989). A identificação preliminar do material botânico foi 
realizada em campo e complementada e/ou conferida pela comparação com 
materiais depositados no Herbário de Ilha Solteira (HISA), em herbários virtuais 
na rede mundial de computadores e pela consulta à bibliografia especializada. 
As espécies foram ordenadasem gêneros e famílias de acordo com o 
sistema APG IV (2016). Para a verificação da distribuição geográfica, das 
sinonímias botânicas, autoria e grafias das espécies amostradas foram 
consultados os bancos de dados W3 Tropicos do Missouri Botanical Garden 
(http://www.tropicos.org), International Plant Names Index (http://www.ipni.org) e 
a Lista de Espécies da Flora do Brasil (http://floradobrasil.jbrj.gov.br). 
Para a classificação das espécies de acordo com o nível de ameaça foi 
consultado o site da Lista de Espécies da Flora do Brasil 
(http://floradobrasil.jbrj.gov.br). 
 
 
Resultados e discussão 
No período de doze meses no estado do Mato Grosso do Sul foram 
amostrados 173 espécimes, representados em 36 espécies, sendo uma em nível 
de gênero. Assim, entre os espécimes 132 são árvores, 29 arbustos e 12 
trepadeiras. 
De acordo com a consulta à Lista de Espécies da Flora do Brasil, as 
espécies Andira anthelmia (Vell.) Benth e Bauhinia forficata Link são citadas para 
outros estados brasileiros, mas ainda sem registro no Mato Grosso do Sul, 
justificando a necessidade de ampliar estudos voltados para inventários 
florísticos. 
Com relação, ao grau de ameaça verificou-se que das 36 espécies duas 
foram enquadradas em alguma categoria, tais como as Plathymenia reticulata 
Benth e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville que se enquadram na 
categoria de ameaça pouco preocupante (LC), já as demais espécies ainda não 
foram avaliadas quanto a ameaça. Em contrapartida, cabe salientar que a 
espécie Bauhinia forficata Link que de acordo com a Lista de Espécies da Flora 
do Brasil ainda não foi identificada no centro-oeste, é amplamente difundida na 
Caatinga, e que atualmente está ameaçada de extinção neste ecossistema 
(Silva el al., 2003). 
 
26 
 
 
Conclusões 
Considerando que há 501 espécies de Fabaceae no Mato Grosso do Sul, 
e na FEPE foram encontradas apenas 36 espécies, verificamos que há 
necessidade de intensificar as coletas nos locais do estudo, entretanto foi 
possível verificar duas novas ocorrências para o Mato Grosso do Sul. 
 
 
Referências 
APG IV. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of 
flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181:01-20, 2016. 
 
BENTHAM, G. 1865. Leguminosae. In: Bentham, G. & Hooker, J.D. (eds.), Genera plantarum, vol. 
1(2). Londini [London]: venit apud Lovell Reeve. p. 434-600. Disponível em: 
<https://doi.org/10.5962/bhl.title.747>. Acesso em: 03 mai.2017. 
 
FIDALGO, O.; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material 
botânico. Instituto de Botânica, São Paulo, 1989. 62p. 
 
LIMA, H.C.; QUEIROZ, L.P.; MORIM, M.P.; SOUZA, V.C.; DUTRA, V.F.; BORTOLUZZI, R.L.C.; 
IGANCI, J.R.V.; FORTUNATO, R.H.; Vaz, A.M.S.F.; SOUZA, E.R.; FILARDI, F.L.R.; VALLS, J.F.M.; 
GARCIA, F.C.P.; FERNANDES, J.M.; MARTINS, R.C.V.; PEREZ, A.P.F.; MANSANO, V.F.; MIOTTO, 
S.T.S.; TOZZI, A.M.G.A.; MEIRELES, J.E.; LIMA, L.C.P.; OLIVEIRA, M.L.A.A.; FLORES, A.S.; TORKE, 
B.M.; PINTO, R.B.; LEWIS, G.P.; BARROS, M.J.F.; SCHÜTZ, R.; PENNINGTON, T.; KLITGAARD, B.B.; 
RANDO, J.G.; SCALON, V.R.; CARDOSO, D.B.O.S.; COSTA, L.C.; SILVA, M.J.; MOURA, T.M.; BARROS, 
L.A.V.; SILVA, M.C.R.; QUEIROZ, R.T.; SARTORI, A.L.B.; CAMARGO, R. A.; LIMA, I.B.; COSTA, J.; 
SOARES, M.V.B.; SNAK, C.; SÃO-MATEUS, W.; FALCÃO, M. J.; MARTINS, M.V.; REIS, I.P; CORDULA, 
E. Fabaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2015. Disponivel 
em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB115>. Acesso em: 20 abr. 2017 
 
LPWG. Legume Phylogeny Working Group. Legume phylogeny and classification in the 21st century: 
Progress, prospects and lessons for other species-rich clades. Taxon 62: 217–248, 2013. 
 
LPWG. Legume Phylogeny Working Group. A new subfamily classification of the Leguminosae 
based on a taxonomically comprehensive phylogeny. Taxon 66 (1) : 44–77. 2017. 
 
POLHILL, R.M.; RAVEN, P.H. Advances in legume systematics. Kew: Royal Botanic Gardens, 
Ministry of Agriculture, Fisheries and Food (Great Britain), 1981. Part.1-2. 
 
SILVA, G. M. C.; SILVA, H.; CAVALCANTI, M. L. F.; MARTINS, P. L. M. Autecologia Bauhínia 
forficata L. – Espécie ameaçada de extinção no ecossistema da Caatinga. Revista de Biologia e Ciências 
da Terra, v. 3, n.2, p. 1-15. Disponível em: 
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Biologia/Artigos/ameacada.pdf
>. Acesso em: 23 abr. 2017. ] 
 
SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de 
angiosperma da flora brasileira, baseada em APGII. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 703p. 
 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Influência do níquel e nitrogênio no crescimento do algodoeiro 
tratado com subdose hormética de 2,4-D 
 
Antônio Carlos Candeias Cesário(1) *, Jailson Vieira Aguilar (2), Carlos 
Vinícius Sanches(3), Enes Furlani Júnior(4) 
 
1UNESP-FEIS, Curso de Agronomia – Laboratório de Bioenergia, e-mail: 
antonio.cesario27@gmail.com. 
2UNESP-FEIS, Doutorando em Agronomia, Laboratório de Bioenergia e 
Laboratório de Fisiologia do Metabolismo Vegetal (LFMV). 
3UNESP-FEIS, Mestrando em Agronomia, Laboratório de Bioenergia. 
4UNESP-FEIS, Docente, Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos 
e Sócio Economia, Laboratório de Bioenergia. 
 
Introdução 
O algodoeiro é uma planta que oferece uma variada gama de produtos de 
utilização universal (BALLAMINUT, 2009). Para o estabelecimento favorável da 
cultura faz-se uso de diversas técnicas de manejo, entre elas está à adubação, 
tanto com macronutrientes como micronutrientes. No algodoeiro, a adubação 
nitrogenada exerce efeito positivo sobre a precocidade, massa de cem 
sementes, produtividade e qualidade de fibra. Feltrin (2007) afirma que N, em 
doses elevadas prejudicam a produtividade devido ao aumento no crescimento 
vegetativo e supressão de estruturas reprodutivas. Outro elemento químico que 
tem sido foco de estudos no cenário agronômico atual é o níquel que teve sua 
essencialidade provada e é componente da metaloenzima urease, sendo alguns 
efeitos fisiológicos comprovados nas culturas, como o aumento na taxa 
fotossintética e alterações na atividade da enzima redutase do nitrato. 
Velini et al. (2008) define hormese sendo o uso, em subdoses, de 
substâncias consideradas tóxicas às plantas, de modo que tais compostos sejam 
utilizados a fim de estimular o desenvolvimento vegetal, portanto, é de suma 
importância o conhecimento de doses que provocam tais efeitos nas culturas de 
interesse, visto que essa técnica pode trazer incrementos significativos em 
produtividade. Diante ao exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar alguns 
indicadores de crescimento do algodoeiro em função de doses de nitrogênio e 
níquel associadas com aplicação, ou não, de uma subdose hormética de 2,4-D. 
 
Material e métodos 
O experimento foi instalado no ano agrícola de 2015/16, na área 
experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de 
Engenharia de Ilha Solteira, FEIS/UNESP no município de Selvíria - MS, em um 
Latossolo Vermelho Distrófico, para a realização da pesquisa foi empregado um 
experimento utilizando o delineamento experimental em blocos ao acaso, em 
esquema fatorial 4x4x2, com 32 tratamentos em 3 repetições, perfazendo um 
total de 96 parcelas. Os tratamentos foram constituídos pela aplicação de quatro 
doses de níquel, sendo 0, 300, 450 e 600 g ha-1 e quatro doses de nitrogênio, 
sendo 0, 40, 80 e 120 kg ha-1, com a aplicação, ou não, de uma dose de 2,4-D 
sendo 1,8 g.e.a ha-1 de acordo com Américo (2015). Todos os tratamentos foram 
aplicados aos 55 dias após a emergência (d.a.e.). A aplicação de níquel e 
nitrogênio foi realizada via solo, o Ni foi aplicado por meio da diluição de sulfato 
de níquel em 1 L de água e distribuição via solo em cada parcela. A aplicação28 
 
de nitrogênio foi realizada em cobertura na forma de ureia. Foi empregada uma 
irrigação após a adubação nitrogenada em cobertura. A dose de 2,4-D foi 
aplicada via foliar com o auxílio de pulverizador costal manual em cada parcela 
contendo o tratamento de 1,8 g ha-1 tendo como base o produto comercial DMA® 
806 BR. 
O preparo do solo para a semeadura foi feito no sistema convencional no 
mês de novembro de 2015, utilizou-se a cultivar de algodoeiro FM 975WS®, 
sendo semeada no mês de dezembro. Cada parcela experimental foi composta 
por quatro linhas de cultivo, com 0,90 m de espaçamento e cinco metros de 
comprimento, sendo a área útil constituída pelas duas linhas centrais da parcela. 
A adubação básica de semeadura foi feita com 200 kg ha-1 da formula 04-30-10. 
Avaliou-se, altura de planta, número de ramos e diâmetro do caule em cinco 
plantas escolhidas ao acaso em cada parcela, sendo estas analisadas aos 65 e 
80 dias após a emergência, os dados obtidos foram submetidos à análise de 
variância por meio do teste F, as doses de N e Ni foram ajustadas ao modelo de 
regressão conveniente e a subdose de 2,4-D foi submetida ao teste de Tukey a 
5%. O software estatístico utilizado foi o SISVAR 5.1. 
 
Resultados e discussão 
Na Figura 1, estão apresentados os resultados obtidos para as variáveis de 
crescimento do algodoeiro aos 65 e 80 dias após a emergência. 
 
Figura 1: Ajustes de regressão linear e quadrática para; (A) Altura x doses de níquel aos 
65 e 80 D.A.E., (B) Diâmetro x doses de níquel aos 65 e 80 D.A.E., (C) Altura x doses de 
nitrogênio aos 65 e 80 D.A.E., (D) Número de ramos x doses de nitrogênio aos 65 e 80 D.A.E. 
Selvíria – MS, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linhas de tendência representando apenas os ajustes de regressão que apresentaram 
significância a 5%. 
 
Não foi verificado efeito significativo para o diâmetro do caule aos 65 d.a.e 
e 80 d.a.e em comparação com a aplicação de doses de nitrogênio, o mesmo 
observado para os dados de número de ramos em ambos os períodos de 
A  B
C D
29 
 
avaliação em comparação com a aplicação de doses de níquel. Observou-se um 
ajuste quadrático e positivo para os dados de altura e diâmetro de plantas de 
algodoeiro aos 80 d.a.e em função do aumento das doses de níquel, indicando 
que doses de 450 g ha-1 e 600 g ha-1(Figura 1) inibem o crescimento em altura 
do algodoeiro, no entanto a diminuição da altura de plantas pode acarretar em 
resultados positivos na produtividade visto que há diminuição do 
autossombreamento de estruturas reprodutivas. A redução no diâmetro do caule 
sustenta a tese de que doses de níquel influenciam a arquitetura de plantas de 
algodão. O aumento nas doses de nitrogênio provocou aumento em altura de 
plantas aos 80 d.a.e, o que condiz com os dados apresentados na literatura visto 
que o nitrogênio é o nutriente mais limitante para o crescimento das culturas de 
maneira geral. O número de ramos do algodoeiro aumentou ao mesmo tempo 
em que aumentaram-se as doses de nitrogênio tanto aos 65 d.a.e quanto aos 80 
d.a.e apresentando significância para o ajuste linear. 
 
Tabela 1: Teste de Tukey para aplicação de, 2,4-D (1,8 g e.a ha-1) para as variáveis de 
altura, diâmetro do caule e número de ramos aos 65 e 80 D.A.E. Selvíria – MS, 2016. 
Dose de 2,4-
D 
Altura de plantas (cm) 
65 D.A.E 80 
D.A.E 
Diâmetro de plantas 
(mm) 
65 D.A.E 80 D.A.E 
Número de ramos 
65 D.A.E 80 D.A.E
0 108,97 a 113,10 a 14,49 a 15,07 a 16,12 a 16,41 a 
1.8 110,10 a 114,79 a 14,79 a 15,36 a 16,25 a 16,64 a 
Letras diferentes para a mesma variável na mesma coluna, não diferem pelo teste de 
Tukey a 5% de probabilidade. 
O teste de Tukey realizado para os dados de crescimento não apresentou 
significância para nenhuma das variáveis para a dose hormética de 2,4-D 
(Tabela 1), no entanto, vale ressaltar que não houve, numericamente, efeito 
negativo em altura, diâmetro ou número de ramos com a aplicação de 2,4-D em 
dose hormética 
Conclusões 
Aplicações de níquel acima de 450 g ha-1 afetam a altura e diâmetro do 
caule do algodoeiro. 
Doses crescentes de nitrogênio (até 120 kg ha-1) aumentam a altura de 
planta e número de ramos por planta. 
A dose hormética de 2,4-D (1,8 g.e.a ha-1) não afetou as variáveis de 
crescimento. 
Referências 
AMÉRICO, G. P. Crescimento e produtividade do algodoeiro em função da aplicação de 
subdoses de 2,4 D e Cloreto de Mepiquat. Ilha Solteira, UNESP – Campus de Ilha Solteira-SP, 55 p. 
2015. (Dissertação de Mestrado). 
BALLAMINUT, C. E. C. Seletividade da cultura do algodoeiro aos herbicidas Diuron, 
Clomazone, Trifloxysulfuron-sodium e Pirythiobac-sodium. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura 
“Luiz de Queiroz”, 86 p 2009. (Dissertação de Mestrado). 
FELTRIN, E. B. Produtividade e qualidade de fibra de cultivares de algodoeiro em função de 
doses de nitrogênio. Ilha Solteira, UNESP – Campus de Ilha Solteira-SP, 55 p. 2007. (Dissertação de 
Mestrado). 
VELINI, E. D.; ALVES, E.; GODOY, M. C.; MESCHEDE, D. K.; SOUZA, R. T.; DUKE, S. Glyphosate 
applied at low doses can stimulate plant growth. Pest Management Science, 64:489-489, 2008. 
 
Nível e área do trabalho: Graduação/Agronomia 
 
 
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Horta escolar com incentivo a educação e cuidado ambiental 
 
Antonio Larentis Neto1*#, Hemily M. Borges1*,Regina M. M. de Castilho1,2 
 
1UNESP-FEIS, *Curso de Ciências Biológicas, #e-mail: alarentiss@gmail.com 
2 Docente, Departamento de Fitotecnia, Tec. de Alimento e Sócio- economia. 
 
Introdução 
Existe a urgente necessidade de transformações que resgatem o respeito 
pela vida, com justiça ambiental, equidade, diversidade, sustentabilidade e 
beleza (EDUCAÇÃO, 2007). Assim, a educação ambiental aponta para 
propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de 
comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e 
participação dos alunos (JACOBI e LUIZZI, 2004). Portanto, a proposta e ação 
de projeto que ensine técnicas de cultivo, focando na interação benéfica da 
natureza para com o homem, e aumentando a percepção do meio ambiente no 
seu cotidiano, auxilia para desenvolver a preocupação com a natureza, o 
desperdício e a alimentação saudável desde os primeiros anos de vida. E, como 
instrumento para tal, a horta é um local onde pode ocorrer a interação criança-
natureza, visto que são cultivados vegetais de modo orgânico. Assim, baseado 
no acima apresentado, o PROJETO HORTA vem sendo desenvolvido no Centro 
de Convivência Infantil “Catatau” - UNESP / Ilha Solteira – SP. 
 
Material e métodos 
O trabalho vem sendo desenvolvido, desde março de 2017, com a turma 
da faixa dos 3 aos 5 anos do CCI “Catatau”, da FEIS / UNESP, sendo a atividade 
com 2h/semana. Foram executadas, até o presente as atividades: 
1- Regando mudas de árvores com adubo líquido: A atividade foi iniciada com a 
apresentação da adubação líquida fazendo uma comparação ao suco que as 
crianças tomam, mostrando à similaridade entre adubação X alimentação. Deste 
modo, as crianças com seus regadores, aplicaram o fertilizante em mudas de 
árvores que estão implantadas ao redor do CCI. Ao decorrer da atividade houve 
uma discussão com as seguintes perguntas: Por onde as plantas “comem”? 
Como elas vão reagir ao suco feito para elas? Do que elas gostam para crescer? 
Qual a função das folhas? Sendo respondidas as dúvidas com alusões na vida 
das crianças para o melhor entendimento; 
2 - Preparando o solo: Para as crianças entenderem a importância do solo foi 
explicado que este é a “cama” da semente, e foi perguntado se eles gostavam 
de dormir em uma cama dura, sendo a resposta unanime “não”; então foi feita 
uma similaridade de que a semente só iria se desenvolver se a sua cama fosse 
“fofinha”, sendo então que o solo precisava de um cobertor para o melhor 
desenvolvimento da planta e na sequência foi depositado e misturado composto 
orgânico no solo (20L / m2 solo).

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