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a UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA GRADUAÇÃO EM FÍSICA MATEUS ALCÂNTARA DE CASTRO BORGES FLUIDOS E CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO MÉDIO FORTALEZA 2018 MATEUS AlCÂNTARA DE CASTRO BORGES FLUIDOS E CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: Monografia de Licenciatura apresentada à coordenação da graduação do curso de F́ısica, da Universidade Federal do Ceará, como re- quisito parcial para obtenção do T́ıtulo de Licenciado em f́ısica. Orientadora: Profa. Dra. Carla Maria Salgado Vidal Silva. FORTALEZA 2018 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) C352f Castro Borges, Mateus Alcântara de. Fluidos e contextualização no ensino médio / Mateus Alcântara de Castro Borges. – 2018. 49 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Curso de Física, Fortaleza, 2018. Orientação: Profa. Dra. Carla Maria Salgado Vidal Silva. 1. Ensino de Física. 2. Fluidos. 3. Contextualização. I. Título. CDD 530 MATEUS ALCÂNTARA DE CASTRO BORGES FLUIDOS E CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO MÉDIO Monografia de Licenciatura apresentada à Coordenação de Graduação em F́ısica, da Universidade Federal do Ceará, como requi- sito parcial para a obtenção do t́ıtulo de Li- cenciado em F́ısica. Aprovoda em: / / 2018. BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Carla Maria Salgado Vidal Silva (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Dr. Saulo-Davi Soares e Reis Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Me. Antônio Sousa Ribeiro Universidade Federal do Ceará (UFC) 1 A Deus. E aos meus pais. AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Carla Maria Salgado Vidal pela excelente orientação. Aos membros da banca examinadora pelas sugestões e disponibilidade. Aos meus pais, Marcus Alcântara Borges, Sandra Maria de Castro Borges, meus irmãos e minha namorada pelo apoio e incentivo que me foi dado. Às minhas avós Eridan e Teresinha pela dedicação que sempre tiveram por mim. Aos familiares, tios, tias, primos e primas que me acompanharam durante toda essa jornada. Aos amigos fora da universidade. Aos amigos do Departamento de F́ısica, em especial ao Anthônio Nunes Mo- reira Netto. A todos os professores que tive até hoje. Ao Prof. Dr. Marcos Antônio Araújo Silva, pelas dicas e aux́ılio desde que fui inserido no ambiente acadêmico. À Profa. Dra. Priscila Barros David, pela boa orientação dada durante a bolsa de iniciação cient́ıfica. Aos amigos do tempo de colégio, Paulo, Júlio, Auricélio, Igor, Diego, Remo, Rodrigo, Jamil, Leandro, Túlio, Flávio, Gilnário, Rodrigo, Felipe, Arthur e Marquinhos. À Universidade Federal do Ceará pela boa estrutura oferecida no Departa- mento de F́ısica. Aos funcionários do Departamento de F́ısica. À agência de fomento a pesquisa CAPES, pelo aux́ılio financeiro durante esses anos de dedicação à pesquisa. Aos alunos do terceiro ano do ensino médio que responderam ao questionário. A todos que, direta ou indiretamente, contribuiram na minha formação. 1 ”A mente que se abre a uma nova idéia ja- mais voltará ao seu tamanho original.” - Albert Einstein RESUMO O uso de contextualização no ensino de F́ısica é de fundamental importância para o apren- dizado do aluno, pois o mesmo já possuindo conceitos f́ısicos pré-estabelecidos tem mais facilidade em substitúı-los pela nova informação, possibilitando que haja uma boa apren- dizagem. Neste trabalho que tem como foco a contextualização do assunto de fluidos, serão revisados alguns conceitos importantes de algumas teorias de aprendizagem, será dada a sugestão de uma ementa que aborda assuntos fundamentais de fluidos para o ensino médio, a descrição da ementa, sugestão bibliográfica, aplicações relacionadas ao cotidiano do aluno, como também, em tecnologias. Por fim, foi aplicado um questionário aos alunos como forma de reforçar a importância de contextualizar os assuntos de F́ısica. Através do questionário aplicado, pode-se perceber que quase 20% dos estudantes não relacionam a F́ısica com o seu cotidiano; reforçando a necessidade de uma maior contextualização em sala de aula. Palavras-chave: Ensino de F́ısica. Fluidos. Contextualização. ABSTRACT The use of contextualization in Physics teaching is of fundamental importance for stu- dent learning, since they already possess pre-established physical concepts wich is easier to replace by the new information, allowing good learning. In this work, we focus on the contextualization of the subject of fluids. We will review some important concepts of some learning theories, we will be given the suggestion of a program that addresses the fundamental subjects of fluids in high school, the description of the program, bibliographic suggestion, applications related to the student’s daily life, as well as in technologies, fi- nally, a questionnaire was applied to the students as a way to reinforce the importance of contextualizing the subjects of Physics. Through the questionnaire, it can be seen that almost 20% of students do not relate physics with their daily life; reinforcing the need for greater contextualization in the classroom. Keywords: Physics Teaching. Fluids. Contextualization. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Mapa Conceitual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Figura 3.1 – Sangue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Figura 3.2 – Gás de Pimenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Figura 3.3 – Gelo boiando na água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Figura 3.4 – Pressão e Área de contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Figura 3.5 – Distribuição da pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Figura 3.6 – Pressão em um fluido estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Figura 3.7 – Vasos comunicantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 3.8 – Recipiente com fluido incompresśıvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 3.9 – Empuxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Figura 3.10 – Diagrama do Empuxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Figura 3.11 – Situações com o Empuxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Figura 3.12 – Escoamento Laminar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Figura 3.13 – Tubos de diferentes diâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Figura 3.14 – Linhas de Fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Figura 3.15 – Escoamento de um fluido em uma tubulação . . . . . . . . . . . . . . 31 Figura 4.1 – Macaco Hidráulico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Figura 4.2 – Prensa Hidráulica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Figura 4.3 – Iceberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Figura 4.4 – Navio flutuando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Figura 5.1 – Diagrama de forças do Balão de ar quente . . . . . . . . . . . . . . . 37 Figura 5.2 – Balão de ar quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Figura 5.3 – Aerofólio traseiro do carro de Fórmula 1 . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Figura 5.4 – Ferrari 166F2/50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Figura 5.5 – Ferrari 312 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Figura 6.1 – Dificuldade em F́ısica . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 41 Figura 6.2 – Dificuldade em Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Figura 6.3 – Afinidade com F́ısica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Figura 6.4 – Relação da F́ısica com o cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 – Densidade de algumas substâncias comuns . . . . . . . . . . . . . . . 21 Tabela 4.1 – Valores da pressão arterial em mm Hg . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Tabela 4.2 – Pressão de ar dos pneus (medido com os pneus frios) . . . . . . . . . 35 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais GP Grand Prix SI Sistema Internacional de Unidades SEDUC Secretaria de Educação do Ceará CE Ceará LISTA DE SÍMBOLOS d Densidade m Massa V Volume p Pressão F Força g Gravidade L Comprimento h altura E Empuxo A Area v velocidade x posição SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.1 Uso de contextualização no Ensino de F́ısica . . . . . . . . . . . 15 2.1.1 Aprendizagem Significativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.1.2 Ensino de F́ısica no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3 FLUIDOS NO ENSINO MÉDIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.1 Sugestão de Ementa sobre Fluidos para o Ensino Médio . . . . 20 3.2 Descrição da Ementa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.2.1 Definição de fluidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.2.2 Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.2.3 Pressão em fluidos em repouso e Teorema de Stevin . . . . . 22 3.2.4 Prinćıpio de Pascal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.2.5 Prinćıpio de Arquimedes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.2.6 Fluidos ideais em movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 3.2.6.1 Escoamento laminar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 3.2.6.2 Escoamento incompresśıvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2.6.3 Escoamento não viscoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2.6.4 Escoamento irrotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2.7 Equação da continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2.8 Equação de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.3 Sugestão Bibliográfica para o Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 4 APLICAÇÕES DE FLUIDOS NO COTIDIANO . . . . . . . . . 33 4.1 Pressão Arterial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 4.2 Macaco Hidráulico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 4.3 Calibração de Pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.4 Icebergs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 5 APLICAÇÕES EM TECNOLOGIAS . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.1 Balão de ar quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.2 Aerodinâmica (aerofólio dos carros de Fórmula 1) . . . . . . . . 38 5.2.1 Uma Breve História do Carro de Fórmula 1 . . . . . . . . . . 39 5.2.2 A Evolução da Aerodinâmica dos Carros de Fórmula 1 . . . . 40 6 PESQUISA SOBRE O APRENDIZADO DE FÍSICA . . . . . . 41 7 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 APÊNDICE A – PESQUISA DE SATISFAÇÃO COM O EN- SINO DE FÍSICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 14 1 INTRODUÇÃO Pela experiência em sala de aula de ensino médio é conhecido que as disciplinas que envolvem cálculos, por exemplo, F́ısica e Matemática, não são bem vindas pelos alu- nos. Muito deles apresentam déficits que já os acompanham desde o ensino fundamental, como, a realização das quatros operações matemáticas básicas: adição; subtração; multi- plicação; divisão e, assim, dificultando o aprendizado de F́ısica, tornando-a monótona ou, muitas vezes, o professor acaba por ensinar as fórmulas e conceitos sem associá-las aos fenômenos rotineiros na vida do discente. Por exemplo, associar o atrito como condição para que seja posśıvel locomover-se. Neste trabalho, será usado o tema fluidos para uma proposta de ensino que vise abordar o conteúdo, sem esquecer de aproximá-lo do cotidiano do aluno, ou seja, contextualizando-o. Tal tema foi escolhido pela variedade de aplicações interessantes que ele possui e que nem sempre apresenta soluções simples. Espera-se que com a contextua- lização seja posśıvel fazer com que o aluno goste e aprenda F́ısica com menos esforço, ao aproximá-la de assuntos considerados significantes para o aluno. Aplicou-se uma pesquisa de satifação por F́ısica, como forma de confirmar fatores que reforçam a importância de se usar contextualização, diminuindo o grau de abstração que a F́ısica apresenta, o que dificulta o aprendizado pelos discentes. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Uso de contextualização no Ensino de F́ısica Para que a aprendizagem de um aluno aconteça de uma forma mais efetiva, faz-se necessário considerar o conhecimento prévio de cada indiv́ıduo, ou seja, deve-se aproximá-lo de acontecimentos do seu própio cotidiano. Por exemplo, se determinado aluno pratica algum esporte, deve-se buscar relacionar tal fator ao máximo posśıvel do conteúdo a ser abordado em sala de aula. O uso da contextualização no ensino de f́ısica é de fundamental importância, pois se trata de uma disciplina que muitas vezes apresenta conceitos de d́ıficil entendi- mento. Quando tal conceito é mostrado ao aluno com o uso de um recurso visual e que seja relacionado ao cotidiano dele, por exemplo, quando se quer falar sobre movimento e se relaciona isso a um jogo de futebol, não só se consegue prender a atenção do aluno, como também, facilita o entendimeneto do mesmo acerca do assunto abordado (KRUM- MENAUER, 2010). 2.1.1 Aprendizagem Significativa Segundo a teoria de aprendizagem de David Ausubel para que haja uma aprendizagem significativa, ou seja, para que o aluno realmente aprenda o conteúdo pas- sado em sala de aula, é necessário que o professor faça um investigação de cada indiv́ıduo com o objetivo de descobrir se há conceitos preexistentes a cerca do assunto, o que ser- virá de alicerce para a construção do novo conhecimento. Também, segundo Ausubel, a nova informação adquire significado por interação com conceitos ou pro-posições relevan- tes preexistentes na estrutura cognitiva. Um fator relevante para que haja aprendizagem significativa, é a de que o material a ser utilizado na abordagem do conteúdo seja poten- cialmente significativo, ou seja, deve ocorrer a associação com as idéias já elaboradas pelo discente sobre determinado assunto. (KRUMMENAUER, 2010) O professor pode fazer o uso de mapas conceituais, uma espécie de mapa que colocará o aluno em posição de relacionar as idéias hierarquicamente, como estão organizadas na estrutura cognitiva do mesmo, sobre determinado assunto. Estes ser- virão como uma forma de avaliar o aluno, facilitando o processo de investigação de idéias pré-concebidas, como assim saber se houve, realmente, uma aprendizagem significativa (KRUMMENAUER, 2010). Um exemplo de mapa conceitual é apresentado na figura 2.1. 16 Figura 2.1 – Mapa Conceitual Fonte: de Moraes, 2012. Devido a cada aluno pertencer a uma realidade diferente, os conceitos pré- estabelecidos pelos mesmos podem ser diferentes. Por isso, torna-se dif́ıcil definir uma programação do que será ensinado, de qualquer forma, cada aluno poderá atingir a correta definição conceitual seguindo os seus próprios meios. Muitos pesquisadores em Ensino de Ciências acreditam que a apren- dizagem consistentede novos conteúdos requer mudanças conceituais similares àquelas observadas nas revoluções cient́ıficas. Tais mudanças conceituais corresponderiam a um processo em que o indiv́ıduo aban- dona concepções inadequadas do ponto de vista cient́ıfico e as substitui por concepções cientificamente aceitáveis (BASTOS,1998 , p. 13). 2.1.2 Ensino de F́ısica no Brasil A disciplina de F́ısica é considerada pela maioria dos alunos, como sendo de dif́ıcil compreensão e, muitas vezes, é devido ao fato de muitas escolas insistirem na utilização de metodologias de ensino que não priorizam a interpretação de fenômenos da natureza e não levam em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, utilizando-se das equações matemáticas que descrevem tais fenômenos. Esta metodologia causa de- sinteresse nos alunos, devido ser este um modo de exposição com um grau de abstração significante, levando os estudantes à sensação de que não se consegue aprender tal disci- plina. Como já foi citado anteriormente, de acordo com Ausubel, a aprendizagem será 17 mais significativa se iniciada pelas pré-concepções que cada indiv́ıduo possui a cerca de determinado assunto. Dessa maneira, cria-se uma ponte para a construção do novo conhe- cimento. Quando explica-se apenas o formalismo matemático, o aluno sente dificuldade em interpretar situações-problemas que não sejam iguais aos que já tiverem enfrentado, ou seja, torna-se uma aprendizagem mecânica (decoreba), assim como é citado abaixo. Fujo, tanto quanto posśıvel, do formalismo matemático... Cada dia mais. Não por teimosia idiota. Por convicção. Esclareço: não sou contra a matemática na F́ısica. Seria tão imbecil como ser contra o tear mecânico na tecelagem. Conheço bastante a F́ısica para saber que o formalismo matemático é uma linguagem, uma ferramenta indispensável. Mas cujo domı́nio deve suceder, e não anteceder, a percepção (LUCIE,2000). A aprendizagem deve ocorrer de uma forma que o professor não seja encarado como o detentor de todo o saber, mas sim, como o mediador de conhecimentos, levando- se em consideração fatores cient́ıficos, sociais e escolares de cada aluno. Dessa maneira cria-se um ambiente de discussão, ou seja, questionador em sala de aula, tornando-se o ensino significativo e contextualizado. (MOREIRA, 2000) A F́ısica é uma ciência que possibilita entender o universo ao redor e quem detém o conhecimento de tal disciplina, neste caso, o professor, ao ensiná-la deve levar em consideração a questão ética. Por exemplo, deve-se salientar a importância nos dias atuais da preservação da natureza. Tal ciência, que possibilita a criação de tecnologias, deve ser utilizada para causar o bem-estar da humanidade e não o contrário, como, la- mentálvemente acontece. (MOREIRA, 2000) Há concordância de que grandes momentos de progresso cient̂ıfico e tec- nológico estão associados ao esforço de guerra. E quem são os estra- tegistas militares, os especialistas em criptografia responsáveis pela in- teligência, os criadores de bombas e de bombardeiros? São os nossos ex-alunos em modelagem, em teoria dos jogos e probabilidades, em te- orias dos números e em lógica, em f́ısica matemática. Em essência, são indiv́ıduos que de nós aprenderam Ciências e Matemática, mas ao que parece, de nós não aprenderam nada de ética, de moral, de humanidade e de fraternidade.(D’AMBROSIO,1994 , p. 32). A F́ısica não deve ser ensinada no Ensino Médio considerando que o aluno será um futuro F́ısico, ela deverá ser abordada de modo que o aluno tenha capacidade de entender o mundo e as tecnologias, assim como recomenda os PCNs. Competências e Habilidades a serem desenvolvidas em F́ısica: Os PCNS (MOREIRA, 2000) falam de competências e habilidades a serem desenvolvidas na F́ısica em relação: 1) Representação e comunicação; 2) Investigação e compreensão; 3) Contextualização sócio-cultural: 18 1. Representação e comunicação • Compreender enunciados que envolvam códigos e śımbolos f́ısicos. • Compreender manuais de instalação e utilização de aparelhos. • Utilizar e compreender tabelas, gráficos e relações matemáticas gráficas para a expressão do saber f́ısico. Ser capaz de discri- mar e traduzir as linguagens matemáticas e discursiva entre si. • Expressar-se corretamente utilizando a linguagem F́ısica ade- quada e elementos de sua representação simbólica. Apresentar de forma clara e objetiva o conhecimento aprendido, através de tal linguagem. • Conhecer fontes de informações e formas de obter conhecimen- tos relevantes, sabendo interpretar not́ıcias cient́ıficas. • Elaborar śınteses ou esquemas estruturados dos temas f́ısicos trabalhados. 2. Investigação e compreensão • Desenvolver a capacidade de investigação f́ısica. Classificar, organizar, sistematizar. Identificar regularidades. Observar estimar ordens de grandeza, compreender o conceito de me- dir, fazer hipóteses, testar. • Conhecer e utilizar conceitos f́ısicos. Relacionar grandezas, quantificar, identificar parâmetros relevantes. Compreender e utilizar leis e teorias f́ısicas. • Compreender a F́ısica no mundo vivencial e nos equipamentos e procedimentos tecnológicos. Descobrir o ”como funciona”de aparelhos. • Articular o conhecimento f́ısico com o conhecimento de outras áreas do saber cient́ıfico. 3. Contextualização sócio-cultural • Reconhecer a F́ısica enquanto construção humana, aspectos de sua história e relações com o contexto cutural, social, poĺıtico e econômico. • Reconhecer o papel da F́ısica no sistema produtivo, compreen- dendo a evolução dos meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento cient́ıfico. • Dimensionar a capacidade crescente do homem propiciada pela tecnologia. 19 • Estabelecer relações entre o conhecimento f́ısico e outras for- mas de expressão da cultura humana. • Ser capaz de emitir júızos de valor em relação a situações soci- ais que envolvam aspectos f́ısicos e/ou tecnológicos relevantes. Os PCNs reforçam a idéia de que o conhecimento seja constrúıdo a partir da contextualização com a realidade do indiv́ıduo. 20 3 FLUIDOS NO ENSINO MÉDIO Segundo a SEDUC não existe uma ementa base para a disciplina de F́ısica. Desta forma, cada escola ajusta o conteúdo conforme a metodologia de ensino utilizada. De acordo com o exposto, sugeriu-se a ementa sobre fluidos para o ensino médio que será apresentada na seção 3.1. 3.1 Sugestão de Ementa sobre Fluidos para o Ensino Médio A parte essencial da ementa, visando alunos de ensino médio, será o estudo da estática dos fluidos abordada nos conteúdos abaixo. 1. Definição de fluidos 2. Densidade 3. Pressão em fluidos em repouso e Teorema de Stevin 4. Prinćıpio de Pascal 5. Prinćıpio de Arquimedes Caso queira-se citar aplicações de fluidos em altas tenologias faz-se necessário es- tudar a parte de dinâmica dos fluidos continuando a ementa com os conteúdos apresentados abaixo. 6. Fluidos ideais em movimento 7. Equação da continuidade 8. Equação de Bernoulli 3.2 Descrição da Ementa Vamos através dessa seção dar uma sugestão de como um professor do Ensino Médio poderia abordar o tema de acordo com a ementa sugerida. 3.2.1 Definição de fluidos Os fluidos podem existir na forma ĺıquida, gasosa e em vapor e devido as moléculas que os compõem terem forças de atração fracas, eles acabam por ”ceder”a tomarem a forma do recipiente ao qual estão contidos. Por exemplo, a água quando está dentro de um copo e o gás Hélio quando é colocado dentro de um balão. Eles possuem a capacidade de escoar, devido a falta de resistência à tensão de cisalhamento em equiĺıbrio estático, o que será estudado posteriormente. As figuras 3.1 e 3.2 mostram dois exemplos de fluidos. 21 Figura 3.1 – Sangue Fonte: e Feliz, 2017 Figura 3.2 – Gás de Pimenta Fonte:jornalismo, 2016 3.2.2 Densidade A densidade (d) é uma propriedade de cada corpo e é dada pela relação existente entre a massa m e o volume V de um determinado material. Matematicamente é expressa pela fórmula d = m V (3.1) e cuja unidade padrão no SI é o quilograma por metro cúbico [ kg m3 ]. Na tabela 3.1 será listado a densidade de alguns materiais. Tabela 3.1 – Densidade de algumas substâncias comuns Material Densidade ( kg m3 ) Material Densidade ( kg m3 ) Ar 1,20 Ferro, Aço 7,8 x 103 Gelo 0,92 x 103 Água 1,00 x 103 Fonte: Sears, Francis Weston (2010). A densidade de um corpo varia de acordo com a temperatura, por exemplo, o gelo que é a fase sólida da água é menos denso do que a mesma, como pode ser verificado 22 na tabela 3.1 e como pode-se ver na figura 3.3. Figura 3.3 – Gelo boiando na água Fonte: Filho, 2016 3.2.3 Pressão em fluidos em repouso e Teorema de Stevin A pressão é uma grandeza f́ısica escalar pelo fato de ela não ter uma orientação privilegiada, pois possui o mesmo valor p em qualquer direção de um ponto do fluido. A força que é perpendicular à superf́ıcie e a intensidade da pressão expressa pela fórmula p = F A , onde F é a força aplicada e A a área a qual está submetida à força. A unidade de medida padrão pelo SI é o newton por metro ao quadrado [ N m2 ] também definida como a unidade de medida pascal, cujo śımbolo é [Pa]. Pela fórmula pode-se notar que a pressão é inversamente proporcional a área, ou seja, como veremos na Figura 3.4 quanto maior a área de contato menor a pressão e vice-versa. Figura 3.4 – Pressão e Área de contato Fonte: fisica.net, 2017 Um fluido quando está em repouso exerce uma força ortogonal a qualquer superf́ıcie que esteja em contato com ele, por exemplo, a parede do recipiente ao qual 23 está contido. Isso acontece devido ao fato de que as moléculas que o constituem estão em movimento e colidindo entre si. Devido a isso, chegou-se a conclusão também de que se colocarmos um corpo dentro de um fluido, ele exercerá forças iguais e contrárias nos dois lados do corpo, em caso contrário o mesmo estaria acelerado. Na figura 3.5 é posśıvel ver que a pressão em pontos que estão à mesma altura possuem a mesma intensidade. Figura 3.5 – Distribuição da pressão Fonte: BHARGAVA, 2014 Quanto maior a profundidade em um ĺıquido maior será a pressão e quanto maior a altitude menor ela será em relação a pressão atmosférica p0, ou seja, a pressão média da atmosfera (atm) ao ńıvel do mar, tais pressões são chamadas de pressões hi- drostática, que se devem a fluidos em repouso, portanto, não estão submetidas à forças tangenciais (DAVID, 2013). Para encontrarmos a equação que calcula a pressão em deter- minado ponto de um fluido estático tomaremos como exemplo a figura 3.6 para facilitar o entendimento. Figura 3.6 – Pressão em um fluido estático Fonte: DA SILVA, 2017 Na figura 3.6, há três forças atuando no cubo, F1 é a força que a água faz na parte superior do cubo, F2 é a força que a água faz na pare inferior, Fp (Força peso) é devido à gravidade e o comprimento do lado do cubo é L. Sabendo-se que o ĺıquido está em repouso, então, o somatório das forças que estão atuando no cubo é igual a zero 24 (DA SILVA, 2017). Em cada face é exercida uma pressão p, que na parte superior será chamada de p1 e na inferior p2. Como foi citado anteriormente que o fluido está em equiĺıbrio então, F2 = F1 + Fp (3.2) Sabe-se que a pressão é dada por p = F A , então F = p.A e Fp = m.g, substi- tuindo na equação (1) obtém-se, p2.A = p1.A+m.g (3.3) Como m = d · V (3.4), substituindo na equação 3.3 encontra-se, p2.A = p1.A+ d · V · g (3.5) Sendo o volume V = L3 e a área das bases A = L2 então, p2.L 2 = p1.L 2 + d.g.L3 (3.6) Dividindo os dois lados da equação por L2 fica, p2.L 2 L2 = p1.L 2 + d.g.L3 L2 (3.7) = p2 = p1 + d.g.L (3.8) Passando p1 para o lado esquerdo da equação obtém-se, p2 − p1 = d.g.L (3.9) Supondo-se que p1 = p0 e L = h (profundidade ou altitude em relação ao ńıvel do mar, ou seja, em relação à pressão atmosférica) e substituindo na equação (7) , chega-se ao Teorema de Stevin (Teorema 1) que diz, Teorema 1. A diferença de pressão entre dois pontos de um ĺıquido homogênio em equiĺıbrio sob a ação da gravidade é calculada pelo produto da densidade do ĺıquido pelo módulo da aceleração da gravidade no local e pelo desńıvel(diferença de cotas) entre os pontos considerados (NEWTON, 2001) ou seja, p2 − p0 = d.g.h (3.10) Considerando p2 = p tem-se, 25 p = p0 + d.g.h ( pressão na profundidade h) (3.11) Uma aplicação do Teorema de Stevin são os vasos comunicantes como mostra a figura 3.7. Quando coloca-se um ĺıquido por determinado vaso comunicante se observa que a altura do ĺıquido em todos outros é a mesma. Isso se deve à pressão na superf́ıcie ser a mesma, ou seja, a pressão atmosférica (NEWTON, 2001). Figura 3.7 – Vasos comunicantes Fonte: da Silva, 2017 3.2.4 Prinćıpio de Pascal Este prinćıpio foi elaborado, como o nome infere, pelo francês Blaise Pascal em 1652. Trata-se de explicar que a variação de pressão aplicada em qualquer ponto de um fluido incompresśıvel é transmitida sem perda a todos os outros pontos do mesmo fluido (DAVID, 2013). Toma-se como exemplo a figura 3.8, a qual mostra um martelo atingindo a região A e a pressão causada pelo mesmo sendo transmitida até a região B, como percebe-se com a tampa amarela sendo lançada para cima. Figura 3.8 – Recipiente com fluido incompresśıvel Fonte: Metodoss, 2016 26 Na figura 3.8 pode-se ver que na tampa que está localizada na região A está sendo exercida pressão tanto pelo martelo como também pela atmosfera, portanto, sendo essa a pext e no ĺıquido como a pressão em um ponto qualquer é dada pela equação 3.11, se o martelo atingir a tampa na região A com mais força e sabendo que d.g.h não se altera, a variação de pressão sofrida pela mesma será transmitida até a segunda tampa na região B fazendo com que a tampa seja lançada para cima atingindo uma maior altura, ou seja, pelo Prinćıpio de Pascal podemos concluir que, ∆pext = ∆p (3.12) 3.2.5 Prinćıpio de Arquimedes Quando se está tomando banho de piscina percebe-se que quando é levantado um corpo dentro dela necessita-se de menos força do que se estivesse fora e isso acontece devido à uma força que os fluidos em repouso exercem e que é chamada de empuxo (DAVID, 2013). Como vimos na figura 3.5 dentro de um fluido quanto maior for a profundidade, maior será a pressão, ou seja, em dois pontos dele que estiverem à mesma altura em relação a superf́ıcie terão a mesma pressão (DAVID, 2013). Portanto, há força de empuxo devido a resultante da soma algébrica dos vetores das pressões atuando ao redor do corpo imerso no fluido ser vertical e para cima. Na figura 3.9 pode-se ver que os vetores na região mais funda do fluido é maior que na região menos funda, ou seja, tem maior intensidade, portanto, reforça-se que haverá um vetor resultante para cima que é o empuxo e que é representado pela letra E como pode-se ver na figura 3.10. Figura 3.9 – Empuxo Fonte: khanacademy, 2017 27 Figura 3.10 – Diagrama do Empuxo Fonte: da Silva, 2013 Arquimedes foi F́ısico, Matemático e invetor grego e foi ele que descobriu que um corpo imerso um fluido torna-se mais leve (F́ısica, 2018). O teorema 2 fala sobre o prinćıpio de Arquimedes. Teorema 2. Quando um corpo é imerso total ou parcialmente em um fluido em equiĺıbrio sob ação da gravidade, ele recebe do fluido uma força denominada empuxo (ou impulsão de Arquimedes). Tal força tem sempre direção vertical, sentido de baixo para cima e intensidade igual à do peso do fluido deslocado pelo corpo (DAVID, 2013). Segundo o teorema 2 o empuxo é igual ao peso do fluido deslocado, ouseja, E = Fpfd (3.13) Porém o Fpfd = mfd.g e a mfd = df .vfd, substituindo na equação 3.14 fica que, E = mfd.g = df .vfd.g (3.14) portanto, E = df .vfd.g (3.15) 28 A figura 3.11 mostra o exemplo de três esferas, uma flutuando, outra em equiĺıbrio estático e a outra afundada. Figura 3.11 – Situações com o Empuxo Fonte: matéria, 2018 Na figura 3.11 a primeira esfera da esquerda para a direita flutuou porque quando joga-se um corpo dentro de um fluido sobre a atuação da força gravitacional, cada vez que ele vai afundando a força de empuxo vai aumentando devido deslocar um maior volume de fluido e se ela atingir maior intensidade que o peso do corpo, ele flutua, na segunda esfera a força de empuxo se igualou ao peso do corpo e na terceira esfera quando ela chegou ao fundo do recipiente a força de empuxo não atingiu uma maior intensidade que o peso do corpo (DAVID, 2013). 3.2.6 Fluidos ideais em movimento Para que seja considerado um fluido ideal em movimento é necessário que o escoamento seja laminar, incompresśıvel, não viscoso e irrotacional. Nos subtópicos abaixo será descrito cada um dos tipos de escoamentos mencionados. 3.2.6.1 Escoamento laminar Ocorre quando as part́ıculas dos fluidos movem-se de formas bem definidas espacialmente, ou seja, em determinado ponto fixo do fluido a velocidade não varia com tempo, portanto, não altera a intensidade e nem a orientação. A figura 3.12 mostra o escoamento laminar (Ribeiro, 2016). 29 Figura 3.12 – Escoamento Laminar Fonte: Staff, 2017 3.2.6.2 Escoamento incompresśıvel Qando fala-se em escoamento incompresśıvel quer-se dizer que a densidade do fluido em repouso e ideal não varia, ou seja, pode-se desprezar a densidade (DAVID, 2013). 3.2.6.3 Escoamento não viscoso Quando menciona-se que um determinado fluido é menos viscoso que o outro, quer-se dizer, por exemplo, que ao se derramar água no chão, ela apresentará menos resistência em se espalhar que o óleo. Ao colocar um objeto qualquer em um escoamento não viscoso o mesmo não será submetido a uma força de arrasto viscoso, ou seja, uma força contrária ao movimento, portanto, ele se moverá com velocidade constante. 3.2.6.4 Escoamento irrotacional Para o entendimento desse tipo de escoamento toma-se como exemplo a roda gigante. Percebe-se que a roda gira em torno de seu centro de massa, mas os passageiros não giram, ou seja, não possuem um movimento de rotação (DAVID, 2013) 3.2.7 Equação da continuidade Quando se está aguando a planta utilizando uma mangueira e ao fechar parci- almente a sáıda dela, aumenta-se a velocidade com que a água sai ou quando as margens de uma parte de um rio são mais próximas do que a outra, a primeira parte tem correnteza com maior velocidade (DAVID, 2013). Tal fenômeno pode ser explicado pela equação da continuidade, portanto, para prová-la, toma-se como referência a figura 3.13. 30 Figura 3.13 – Tubos de diferentes diâmetros Fonte: da Silva, 2016. Na figura 3.13 na área A entra-se determinado volume de água V e na área B passa a mesma quantidade de volume, pois o fluido é incompresśıvel, ou seja, a densidade não varia, portanto, infere-se que, VA = VB (3.16) É conhecido que ∆x = v.∆t, então xA = vA.∆t e xB = vB.∆t e a fórmula do volume de uma secção qualquer ciĺındrica é V = A.x, onde A é a área, então, VA = AA.xA e VB = AB.xB e substituindo xA e xB nas equações, temos que, AA.vA.∆t = AB.vB.∆t (3.17) Passando ∆t do lado esquerdo para o direito da equação fica, AA.vA = AB.vB.∆t ∆t (3.18) Então prova-se que a equação da continuidade é, AA.vA = AB.vB (3.19) Essa equação mostra a relação que há entre a velocidade de escoamento do fluido e a área de qualquer secção reta ao qual o mesmo esteja inserido. Na figura 3.14 é mostradas as linhas de fluxo que descrevem a trajetória de determinados elementos dos fluidos. Quanto mais as linhas tiverem próximas umas das outras, maior será velocidade de escoamento. 31 Figura 3.14 – Linhas de Fluxo Fonte: SHMOOP, 2016. 3.2.8 Equação de Bernoulli Tal equação cujo nome deve-se ao seu autor Daniel Bernoulli, descreve o movimento de um fluido ideal. Tomando como referência a figura 3.15, irá- se demonstrar a equação de Bernoulli. Figura 3.15 – Escoamento de um fluido em uma tubulação Fonte: Wikipedia, 2005. Na figura 3.15 tem-se um tubo, no qual considerou-se duas seções S1 e S2 de um fluido qualquer de áreas A1 e A2, a primeira seção está submetida a uma pressão p1 e está com velocidade v1 e a segunda à pressão p2 e está com velocidade v2. O volume V do fluido que passa pela parte mais larga do tubo é a mesmo que passa pela mais estreita e h1 e h2 são as alturas dos centros das seções ao plano horizontal. O ĺıquido desloca-se da parte mais baixa do tubo para a mais alta, portanto, o trabalho da força fd devido ao deslocamento s1 e s2 da massa m deslocada (NEWTON, 2012) é, τfd = τF1 − τF2 = F1 · s1 − F2 · s2 (3.20) 32 Porém, F = p · A. Substituindo na equação 3.20 obtém- se, τfd = p1 · A1 · s1 − p2 · A2 · s2 (3.21) Sendo v1 · ∆t = s1, v2 · ∆t = s2, infere-se que, V1 = A1 · s1 e V2 = A2 · s2 e como V1 = V2 = V , substituindo na equação 3.21 tem-se, τfd = p1 · V1 − p2 · V2 = p1 · V − p2 · V = V · (p1 − p2) (3.22) O fluido também está submetido a força da gravidade g, portanto, deve-se considerar o trabalho τg que ela exerce, τg = m · g · h1 −m · g · h2 = m · g · (h1 − h2) (3.23) Como o fluido é imcompresśıvel a densidade é uniforme e pela equação 3.3 tem-se que, τg = d · V · g · (h1 − h2) (3.24) E pelo teorema da energia cinética tem-se que o trabalho total τT é igual a variação da energia cinética ∆E então, τT = τfd+ τg = m · v22 2 − m · v1 2 2 (3.25) Substituindo as equações 3.21 e 3.23 na 3.24 tem-se, V · (P1 − P2) + d · V · g · (h1 − h2) = m · v22 2 − m · v1 2 2 = d · V · v22 2 − d · V · v1 2 2 (3.26) Cancelam-se os volumes V e passam-se para a direita as grandezas com sub́ındice 2 e para a esquerda com sub́ındice 1 então chega-se a equação de Bernoulli, P1 + d · v12 2 + d · g · h1 = P2 + d · v22 2 + d · g · h2 (3.27) 3.3 Sugestão Bibliográfica para o Tema Para uma abordagem de F́ısica contextualizada e que possa ser entendido por alunos de ensino médio, pode-se utilizar o livro F́ısica Conceitual 12◦ edi̧cão de Paul G. Hewitt. Como está sendo defendida que a contextualização facilita o aprendizado do aluno no caṕıtulo 5 falaremos de aplicações dos fluidos no cotidiano e no caṕıtulo 6 de aplicações em tecnologias. 33 4 APLICAÇÕES DE FLUIDOS NO COTIDIANO Nesse caṕıtulo para contextualizar os fluidos vamos falar da pressão arterial, do macaco hidráulico, da calibração de pneus e dos icebergs. 4.1 Pressão Arterial O sangue é um fluido que é distribuido através das artérias que são vasos sangúıneos conectados a todo o corpo humano a partir do coração. Quando o sangue passa por elas, ele exerce uma tensão sobre as superf́ıcies das mesmas e isso deve-se ao movimento dele devido ao seu próprio bombeamento pelo coração e essa tensão é o que chamamos de pressão arterial, que pode ser sistólica ou diastólica (RIBEIRO, 2016). A pressão arterial sistólica é quando há uma contração do músculo card́ıaco causando uma pressão máxima nas artérias e a pressão diastólica é quando há um rela- xamento do músculo card́ıaco causando uma pressão mı́nima (RIBEIRO, 2016). Como o coração está bombeando, há uma sucessividade entre pressão arterial sistólica e diastólica (RIBEIRO, 2016). Na figura 4.1 é mostrado valores para pressão considerados saudáveis e não saudáveis. Tabela 4.1 – Valores da pressão arterial em mm Hg Categoria da pressão arterial Sistólica (máxima) Diastólica (mı́nima) Normal menor que 120 ou menor que 80 Pré- hipertensão 120-139 e 80-89 Hipertensão estágio 1 140-159 e 90-99 Hipertensãoestágio 2 160 ou maior e 100 ou maior Crise hipertensiva maior que 180 e maior que 110 Fonte: de Informações sobre Saúde e álcool, 2018. 4.2 Macaco Hidráulico Quando olha-se o ńıvel de óleo do carro e percebe-se que ele se encontra abaixo do ideal é necessário ir à oficina para realizar a troca. Na oficina o mecânico utiliza-se de um elevador para levantar o carro, pois o filtro de óleo se encontra embaixo do véıculo. Na figura 4.1 é mostrado tal instrumento. O elevador utilizado é chamado de macaco hidráulico e é de grande utilidade, pois torna posśıvel levantar um carro com pouco esforço apenas utilizando uma alavanca. 34 Figura 4.1 – Macaco Hidráulico Fonte: IVEI, 2015. O funcionamento de tal instrumento é baseado na segunda Lei de Pascoal, a qual já foi explicada em outro caṕıtulo e que diz que em um fluido em equiĺıbrio que está sendo submetido à pressão em um de seus pontos ocorrerá a transmissão dela a todos os outros com a mesma intensidade (NEWTON, 2001). Na figura 4.2 temos dois recipientes conectados, preenchidos por um fluido, tampados por êmbolos de áreas A1 e A2 e quando é exercida uma força no êmbolo A1 o pressionando, a pressão será transmitida ao outro multiplicada pela área A2 e como a área é maior, consequentemente, a força se intensificará. Figura 4.2 – Prensa Hidráulica Fonte: MOTTA, 2014. Sendo p = F A , como a pressão é a mesma em ambos os lados tem-se que F1 A1 = F2 A2 . 4.3 Calibração de Pneus Uma calibragem adequada dos pneus é de grande importância para uma boa dirigibilidade do véıculo, pois evita que o véıculo fique desbalanceado, ou seja, fazendo com que ele tenda a ir mais para um lado e também que haja o desgaste exacerbado da 35 borracha devido ao aumento da força de atrito do mesmo com a superf́ıcie,aumentando, consequentemente, o consumo de gasolina (WERLANG, 2013). Quando enchemos o pneu de ar há um aumento da pressão interna do pneu, causando uma diferença de pressão devido ao meio externo ter uma pressão menor e com o isso fará com que haja vazamento de ar, por isso é importante sempre que posśıvel estar calibrando-os (WERLANG, 2013). Também é importante salientar que as pressões que são indicadas nos manuais dos véıculos condizem com a temperatura para quando os pneus estiverem frios (Vadiodaxt, 2014). A tabela 4.2 mostra os valores de pressão para a calibragem indicada para os pneus de um determinado modelo de moto. Tabela 4.2 – Pressão de ar dos pneus (medido com os pneus frios) Carga Frente Traseiro Até 90 kg 1,5 x 105Pa 1,5 x 105Pa De 90kg à 180 kg 1,5 x 105Pa 2,25 x 105Pa Condução fora de estrada 1,25 x 105Pa 1,25 x 105Pa Condução na velocidade máxima 1,5 x 105Pa 2,25 x 105Pa Fonte: Vadiodaxt, 2014. 4.4 Icebergs Como sabemos os Icebergs são grandes pedras de gelo que flutuam nos oceanos em regiões de baixa temperatura. Eles são originados das geleiras que são formadas pelo congelamento de água doce. Devido a diferença de densidade entre o gelo e a água do mar que é salgada ser pequena, a maior parte do Iceberg fica submersa (Fraga, 2013), como é mostrado na figura 4.3. Figura 4.3 – Iceberg Fonte: TheBitcoinNews, 2018. Na figura 4.4 há um navio que tem uma parte submersa e outra emersa, por- tanto, dn < dl, onde dn é a densidade do navio, dl é a densidade do ĺıquido e tem-se pelo Prinćıpio de Arquimedes que E = pn, E = dl · Vl · g e pn = dn · Vn · g, então, 36 dl ·Vl ·g = dn·Vn·g, portanto, cancelam-se os valores da gravidade e fica que, dl ·Vl = dn·Vn·, ou seja, dn dl = Vl Vn (4.1), fazendo-se analogia do navio com o iceberg e sabendo que a den- sidade do gelo é 0,9 g cm3 e a densidade da água do mar é aproximademente 1 g cm3 , tem-se que, 0,9 1 = Vl Vn , então Vl Vn = 0, 9, ou seja, o volume do ĺıquido deslocado é igual a 0, 9 · Vn, o que quer dizer que 90% do volume do iceberg está submerso (da Silva, 2018). Figura 4.4 – Navio flutuando Fonte: Stensmann, 2016. 37 5 APLICAÇÕES EM TECNOLOGIAS Nesta caṕıtulo será mostrado que os fluidos também podem ser usados em altas tecnologias, como exemplo, será falado dos balões de ar quente e da aerodinâmica dos carros de Fórmula 1. 5.1 Balão de ar quente É conhecido da termodinâmica que quando aquecemos o ar, as moléculas que o compõem se agitam e se afastam o tornando menos denso, porém aumenta-se o volume de ar dentro do balão, pois o volume é inversamente proporcional à densidade e devido a isso há um aumento no volume de fluido (atmosfera) deslocado fora, o que faz com que apareça a força de empuxo de acordo com teorema 2 (Prinćıpio de Arquimedes), como pode-se ver na figura 5.1. A medida que o ar vai ficando mais aquecido, a força de empuxo vai aumentando até que chega o momento em que ela torna-se maior que a força peso e, portanto, o balão vôa (physicsinstuff, 2017). O balão de ar quente é constitúıdo por um envelope junto a uma base e que é posśıvel utilizá-lo como meio de transporte, sendo considerado o transporte aéreo mais antigo do mundo (Wikipedia, 2015). A figura 5.2 mostra um balão de ar quente. Figura 5.1 – Diagrama de forças do Balão de ar quente Fonte: fatecid, 2013. 38 Figura 5.2 – Balão de ar quente Fonte: Gdynia, 2018. De acordo com a figura 5.1, pelo Prinćıpio de Arquimedes E = dt · Vt · g, onde dt e Vt é a densidade e o volume do ar em temperatura ambiente que foi deslocado fora do balão, ou seja, o empuxo é igual ao peso do fluido deslocado, porém como foi dito acima que densidade do ar diminui dentro do balão quando é aquecido, então, conclui-se que E > Pb (peso do balão) ou dt · Vt · g > db · Vb · g, onde db e Vb é densidade e o volume do balão, pois db < dt e Vt e Vb aumentam proporcionalmente quando Vb é expandido. 5.2 Aerodinâmica (aerofólio dos carros de Fórmula 1) O aerofólio é uma tecnologia utilizada para melhorar a aerodiâmica, neste caso, nos carros de Fórmula 1, com o intuito de garantir que o carro tenha a maior estabilidade posśıvel durante a corrida, já que atingem altas velocidades e, dessa maneira, aumentar a segurança dos mesmos impedindo-lhes de deslizar na pista que podem provocar acidentes muito sérios. Os aviões utilizam a aerodinâmica para conseguir que os mesmos se mantenham em vôo e para que isso seja posśıvel fazem o uso das asas, já os mecanismos utilizados nos carros de corridas diferem dos de aviões, pois no primeiro caso a intenção é que eles se matenham na pista e no segundo é que eles dêem sustentação ao vôo, devido a essa desigualdade é que os aerofólios encontrado nos carros são invertidos em relação às asas dos aviôes, como mostra a figura 5.3 (Orichhio, 2006). 39 Figura 5.3 – Aerofólio traseiro do carro de Fórmula 1 Fonte: mczautos (2018). Visando melhorar ainda mais a aerodinâmica também foram utilizados concei- tos f́ısicos da mecânica dos fluidos. 5.2.1 Uma Breve História do Carro de Fórmula 1 Os primeiros carros de Fórmula 1 não demonstravam um desempenho muito interessante, por conta dos motores que ainda não eram muito potentes e também devido a uma aerodinâmica de má qualidade, onde não havia ainda a presença de aerofólios como mostrado na figura 5.4 (Orichhio, 2006). Figura 5.4 – Ferrari 166F2/50 Fonte: leonardasf1 (2018). 40 A figura 5.5 mostra o primeiro carro de Fórmula 1 em corrida utilizando ae- rofólio durante o GP da Bélgica em 1968. Figura 5.5 – Ferrari 312 Fonte: enciclopediaf1 (2018). 5.2.2 A Evolução da Aerodinâmica dos Carros de Fórmula 1 Não daria tempo dentro das aulas separadas para fluidos falar tão detalha- damente sobre a f́ısica envolvida em aerofólios dos carros de Fórmula 1, entretanto, esse assunto poderia ser utilizado como fonte de pesquisa para um trabalho, como um meio para melhorar as notas do alunos. 41 6 PESQUISA SOBRE O APRENDIZADO DE FÍSICA Foi aplicado um questionárioà vinte e um alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública, visando conhecer o grau de satisfação dos discentes com o método de ensino que é aplicado em sala de aula, principalmente, se o professor tenta aproximar o assunto abordado, com o que os alunos vivenciam em seu dia a dia. Como pode-se ver no apêndice A, o questionário é composto por quatro questões, onde cada questão apresenta quatro opções de resposta: não; pouco; moderadamente; totalmente. Foi feita uma análise objetiva dos resultados. Os gráficos 6.1 e 6.2 apresentam as porcentagens das respostas da primeira e segunda questão que mostram se o aluno possui dificuldade em F́ısica e/ou Matemática. Figura 6.1: Dificuldade em F́ısica Figura 6.2: Dificuldade em Matemática 42 Pelo gráfico 6.1 e 6.2 pode-se ver que os alunos apresentam dificuldade signifi- cativa em F́ısica e Matemática, o que reforça a idéia de que o ensino de F́ısica precisa ser contextualizado, ou seja, deve-se deixar de apenas focar em fórmulas e também, aproxi- mar os fenômenos de situações cotidianas dos alunos, não querendo-se dizer que se deve removê-las, pois sem dúvidas são fundamentais para o aprendizado da disciplina, entre- tanto, exigem que se tenha um bom domı́no matemático, o qual, obviamente, não convém ao professor de F́ısica suprir tal déficit e, também, por questão de tempo e, assim, evita- se que as aulas sejam monótonas, o ideal é o equiĺıbrio. Dos gráficos 6.1 e 6.2 pode-se observar que nenhum aluno afirmou não ter dificuldade em F́ısica, mas 4,76% afirmam não ter dificuldade em Matemática. O gráfico 6.3, mostra as porcentagens das respostas da terceira questão que tem a ver com a afinidade que o aluno possui com F́ısica. Figura 6.3: Afinidade com F́ısica É posśıvel ver pelo gráfico 6.3, que a maioria dos alunos apresentam pouca afinidade com F́ısica, o que mais uma vez reforça que a F́ısica não está sendo contex- tualizada como deve ser, pois se ela fosse associada com eventos aos quais os alunos se interessassem, teria-se muito mais discentes gostando dela. Por fim, tem-se o gráfico 6.4, que apresenta as porcentagens das respostas da quarta questão que tem como objetivo saber se o aluno percebe a relação entre F́ısica e o cotidiano. 43 Figura 6.4: Relação da F́ısica com o cotidiano Pelo gráfico 6.4, surpreende que quase 20% dos estudantes não selecionam a F́ısica com o cotidiano, portanto, percebe-se o pouco uso de contextualização como metodologia de ensino. 44 7 CONCLUSÕES Nesse trabalho: - Foi apresentado uma ementa baseada nos PCNS para a disciplina de FLuido no Ensino Médio. - Foi apresentada uma sugestão de como abordar o conteúdo de F́ısica dos fluidos no ensino médio. - Foram propostas aplicações tanto no cotidiano como na tecnologia para con- textualizar o ensino da disciplina de Fluidos. - Com o questionário aplicado pôde-se concluir que a maioria dos estudantes tem dificuldade em F́ısica e aproximadamente 20% deles não veêm proximidade da F́ısica com o cotidiano. 45 REFERÊNCIAS BHARGAVA, Apurva (et al.). 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( ) Não ( ) Pouco ( ) Moderadamente ( ) Totalmente 2 Você tem dificuldade em Matemática? ( ) Não ( ) Pouco ( ) Moderadamente ( ) Totalmente 3 Você gosta de F́ısica? ( ) Não ( ) Pouco ( ) Moderadamente ( ) Totalmente 4 Para você a F́ısica está relacionada ao seu cotidiano? ( ) Não ( ) Pouco ( ) Moderadamente ( ) Totalmente INTRODUÇÃO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Uso de contextualização no Ensino de Física Aprendizagem Significativa Ensino de Física no Brasil FLUIDOS NO ENSINO MÉDIO Sugestão de Ementa sobre Fluidos para o Ensino Médio Descrição da Ementa Definição de fluidos Densidade Pressão em fluidos em repouso e Teorema de Stevin Princípio de Pascal Princípio de Arquimedes Fluidos ideais em movimento Escoamento laminar Escoamento incompressível Escoamento não viscoso Escoamento irrotacional Equação da continuidade Equação de Bernoulli Sugestão Bibliográfica para o Tema APLICAÇÕES DE FLUIDOS NO COTIDIANO Pressão Arterial Macaco Hidráulico Calibração de Pneus Icebergs APLICAÇÕES EM TECNOLOGIAS Balão de ar quente Aerodinâmica (aerofólio dos carros de Fórmula 1) Uma Breve História do Carro de Fórmula 1 A Evolução da Aerodinâmica dos Carros de Fórmula 1 PESQUISA SOBRE O APRENDIZADO DE FÍSICA CONCLUSÕES REFERÊNCIAS APÊNDICE A – PESQUISA DE SATISFAÇÃO COM O ENSINO DE FÍSICA
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