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CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 87 Curso: Metrô/DF Banca: IEAD Cargo: todos os cargos Modalidade: Pacote Nível: Médio e superior Módulo 02 Sumário Módulo 02 .......................................................................................... 1 Apresentação ..................................................................................... 2 Questões comentadas ......................................................................... 2 IADES – EBSERH – Analista - 2012 .................................................... 2 O Piauí ......................................................................................... 3 Pardos ......................................................................................... 8 FCC - TRE/AM – Janeiro-2009 .......................................................... 12 “Quantas divisões tem o Papa?” .................................................... 12 Gabarito..................................................................................... 30 Questões de revisão .......................................................................... 30 IADES – MP-GO – Assistente - 2013 ................................................. 30 Quando utilizar a ouvidoria? ......................................................... 30 Charge – É legal ter pai ............................................................... 32 Eram cinco horas da manhã ......................................................... 34 Gabarito..................................................................................... 35 Aspectos teóricos .............................................................................. 35 Ortografia. .................................................................................... 35 Particularidades sobre grafia ........................................................... 37 Acentuação gráfica. ........................................................................ 38 Algumas observações sobre a reforma ortográfica .............................. 39 Emprego do sinal indicativo de crase. ............................................... 40 Formação de palavras .................................................................... 42 Classe e emprego de palavras. ........................................................ 45 Pontuação. .................................................................................... 54 Exercícios de fixação ......................................................................... 60 CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 2 de 87 Conclusão ........................................................................................ 66 Índice remissivo ............................................................................... 66 Relação de questões sem comentários................................................. 67 IADES – EBSERH – Analista - 2012 .................................................. 67 FCC - TRE/AM – Janeiro-2009 .......................................................... 72 IADES – MP-GO – Assistente - 2013 ................................................. 79 Exercícios de fixação ...................................................................... 84 Apresentação Iniciamos o nosso módulo 02. Esta banca, de tão simplória, complica o nosso trabalho, pois as provas são curtas (8 questões) e poucas. Necessitamos buscar provas de outras bancas que sejam compatíveis com os conteúdos a fim de aprofundar um pouco mais o trabalho. No módulo anterior, usamos uma prova da VUNESP, neste selecionamos uma da FCC. A FCC é uma banca muito detalhista, o que colabora com nosso propósito de ampliar a discussão. Lembrem que o curso é de vocês e podem sugerir provas ou questões que queiram comentar. O fórum está sempre à disposição de cada um. Os nossos módulos têm se tornado um tanto extensos, mas acredito não ser problema, pois quanto mais conteúdos melhor. A nossa seção de “Aspectos teóricos” traz discussões sobre temas abordados nas provas e presentes no programa. Isto não impede de solicitarem novos conteúdos ou esclarecimentos sobre algum item abordado. No módulo anterior, iniciamos uma nova prática – a inclusão de questões de fixação – espero que tenham gostado. Damos continuidade neste, incluindo algumas questões logo após a teoria. Desta maneira, vocês podem praticar logo após a leitura dos aspectos gramaticais. Vamos aos conteúdos de hoje. Questões comentadas IADES – EBSERH – Analista - 2012 CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 3 de 87 O Piauí O Piauí segue entre os estados que mais cria postos de trabalho 1 na Região Nordeste em 2012. Os números foram divulgados pelo 2 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Segundo 3 o Ministério do Trabalho, foram 1.588 novos empregos em junho. No 4 acumulado de meses a variação é positiva, 4,31%. Isto é, um saldo 5 de mais de 10.500 pessoas no mercado de trabalho. 6 O setor que mais empregou foi a construção civil com 31.482 7 admissões, seguida pelo setor de serviços (28.044) e comércio 8 (27.692). A contratação de pedreiros, ajudantes de obra, 9 marceneiros e eletricistas acumula o melhor saldo, 1.836 pessoas a 10 mais no mercado de trabalho no primeiro semestre. 11 Em julho, o Piauí teve 8.631 admissões. No mesmo período 12 ocorreram 7.729 demissões, um saldo positivo de 902 colocações. Os 13 setores de extrativismo mineral, com 3,04%, agropecuária, com 14 1,87%, e construção civil, com 1,45%, apresentaram o melhor 15 desempenho no mês. O Governo do Estado estará disponibilizando 16 mais de dez mil vagas de qualificação profissional. Ao todo, são mais 17 de 15 milhões de reais investidos em parceria com o Governo 18 Federal. 19 Disponível em: http://www.investne.com.br/fr/Noticias - Piaui/piaui-criou-mais-de-1500-postos-de- trabalho-em- junho. Acesso em 29/9/2012. Questão 1 - Em relação ao texto I, assinale a alternativa correta. A. O Estado do Piauí é um dos estados que mais cria empregos, chegando ao patamar de 4,31% de novas vagas no mês de junho de 2012. B. Depreende-se do último parágrafo do texto que o governo investirá 15 milhões de reais na contratação de novos servidores. C. Nas linhas 9 a 11, percebe-se uma nítida incoerência entre o período que vai de “A contratação de pedreiros” até “primeiro semestre” e o período anterior. D. Pela análise da evolução das contratações, em relação ao acumulado de 12 meses, conclui-se que, não obstante o saldo seja positivo, o número de contratações nos dois últimos meses decresceu. E. Em julho, o saldo obtido devido ao número de demissões refletiu negativamente para a média do acumulado no Estado. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 4 de 87 Comentário – Interpretação de texto Textos com dados estatísticos são campo fértil para “armadilhas”, pois muitas vezes os cálculos nos derrotam. A – Observe que o texto fala que o Piauí é o estado que mais cria vagas no Nordeste. A alternativa fala em “um dos estados” que mais cria vagas. Assim, a questão extrapola o texto. Não serve como resposta correta. B – A alternativa fala que o governo “investirá” 15 milhões, mas o texto diz que são 15 milhões de reais “investidos”. O valor já foi investido, é passado e não futuro. Errada a alternativa. C – Não há incoerência, pois pedreiros, ajudantes de obra, marceneiros e eletricistas são exemplos de contratações na construção civil. Errada esta alternativa D – Levando em consideração os últimos doze meses, o mês de junho marca um acréscimo de 10.500 vagas, mas levando em conta o mês de julho, o aumento é de 8.631 vagas. O número de contratações decresceu realmente. Esta éa opção correta. E – O saldo é positivo, levando em consideração o mês de julho, portanto não pode refletir de forma negativa. Errada a alternativa. Questão 2 - Ainda em relação ao texto I, assinale a alternativa correta. A. Constitui prejuízo ao texto inserir uma vírgula após a palavra “período” (linha 12). B. Para dar maior coesão ao texto, pode-se inserir a conjunção “Contudo”, seguida de vírgula e feitas as devidas adaptações de letra minúscula/maiúscula, antes da oração iniciada por “No acumulado”, nas linhas 4 e 5. C. No período da linha 12, percebe-se incoerência na flexão verbal, sendo que o verbo deveria estar na 3ª pessoa do plural. D. Sem prejuízo para as relações semânticas, pode-se suprimir a vírgula empregada após “Isto é” (linha 5). E. Entre outras funções, o travessão pode ser utilizado para substituir os parênteses empregados no primeiro parágrafo do texto. Comentário – Pontuação Esta questão aborda principalmente pontuação, embora tenha uma alternativa que utiliza concordância verbal. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 5 de 87 A – A expressão “no mesmo período” é adjunto adverbial de tempo que está deslocado para o início da frase, portanto, utilizar a vírgula nesta posição seria uma obrigação e não prejuízo. Errada a alternativa. B – A conjunção “contudo” é conjunção adversativa, o que estabeleceria oposição entre o antecedente e a frase seguinte, alterando o sentido do texto. A inclusão da palavra “contudo” prejudicaria a coesão textual. Errada a alternativa. C – Esta alternativa está com problema. Ela fala em período e, no original, delimita dois períodos. Desconsiderei esta impropriedade e refiz a alternativa, selecionando o período “Em julho, o Piauí teve 8.681 admissões”. O verbo está na terceira pessoa do singular para concordar com o sujeito – Piauí – e não poderia estar no plural. Errada a alternativa. D – A expressão “isto é” é uma locução enfática que reforça (ou retoma) o sentido da frase anterior. Ao suprimir a vírgula, ela passa a fazer parte da frase o que altera o sentido (semântica) do texto. Não pode ser retirada. Errada a alternativa. E – Travessão e parênteses, na maioria dos casos, têm função semelhante e podem ser substituídos reciprocamente. No caso desta alternativa a sigla GAGED pode estar entre parênteses ou travessões, não faz diferença. Esta é a alternativa correta. Questão 3 - Em relação ao texto I, julgue os itens a seguir, de acordo com as regras de concordância verbal. I. - Na linha 1, o verbo criar está no singular em concordância com o termo “O Piauí”. Ainda estaria correto o mesmo verbo no plural em concordância com o termo “os estados”. II. - Nas linhas 4 e 5, o período “no acumulado de 12 meses a variação é positiva, 4,31%.” A concordância estaria correta e sem perda de sentido, a substituição deste período por “Acumulados 12 meses, a variação era positiva, 4,31%.” III. - Na linha 13 a concordância do verbo “ocorrer” estaria também correta, substituindo o verbo na 3a pessoa do plural pela 1ª pessoa do singular. IV. - A concordância do verbo “ser” na linha 17 está correta na forma plural, pois se refere à expressão “15 milhões de reais.” O número de itens corretos é igual a (A) 0. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 6 de 87 (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4. Comentário – Concordância verbal I – A concordância, nesta frase, está sendo feita por uma questão de semântica, para manter o sentido da frase, pois sintaticamente a concordância poderia ser no plural para concordar com “estados”, o que prejudicaria o sentido. A questão leva em consideração o fator “sintaxe” o que justifica o acerto da afirmativa. É correta esta alternativa. II – A mudança é sintática, mas não altera o sentido, portanto é correta a proposta. III – Não há a menor possiblidade da forma verbal “ocorreram” passar para a primeira pessoa do singular. Errada esta alternativa. IV – Sim, esta concordância está correta. Assim temos como corretas as afirmativas I, II e IV, portanto a letra d é a escolhida. Questão 4 - Julgue os itens apresentados, em relação à reescrita de fragmentos do texto I, mantendo-se a fidedignidade da seguinte informação noticiada: “A contratação de pedreiros, ajudantes de obra, marceneiros e eletricistas acumula o melhor saldo, 1.836 pessoas a mais no mercado de trabalho no primeiro semestre” (linhas 9 a 11). I. - O melhor saldo, 1.836 pessoas a mais no mercado de trabalho, foi acumulado pela contratação, no primeiro semestre, de pedreiros, ajudantes de obra, marceneiros e eletricistas. II. - O melhor aumento no mercado de trabalho foi a contratação semestral de 1.836 pedreiros, bem como ajudantes de obra, marceneiros e eletricistas. III. - Semestralmente, 1.836 pessoas foram contratadas no Piauí, acumulando um número de pedreiros, ajudantes de obra, marceneiros e eletricistas. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 7 de 87 IV. - 1.836 eletricistas, marceneiros, ajudantes de obra e pedreiros: este é o número, no primeiro semestre, de pessoas no mercado de trabalho. A quantidade de itens certos é igual a: (A) 0. (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4. Comentário – Reescritura Nas questões de reescritura devemos estar atentos a dois fatores: coesão e coerência. A coesão diz respeito aos aspectos gramaticais e a coerência é quanto à fidelidade ao sentido do texto. I – A expressão “foi acumulado pela contratação” deixa a frase ambígua, sem sentido. Errada II – Esta alternativa expressa o mesmo sentido da frase original, mantendo a coesão gramatical, ou seja, não incorre em erro. Esta é correta. III – Esta alternativa está totalmente truncada, pois o número é referente a um semestre e não “semestralmente” que daria o sentido de continuidade. Errada a reescritura. IV – A indicação “este é o número” está deslocada, não podendo fazer referência ao dado (1.836) no início do texto. Errada esta afirmativa. Como temos apenas a II como correta, a letra b deve ser a escolhida. Questão 5 - Em relação à compreensão e interpretação do texto I, assinale a alternativa incorreta. A. Em 2012, o Piauí foi o estado brasileiro que mais criou postos de trabalho. B. O Governo do Estado do Piauí disponibilizará vagas para Qualificação Profissional. C. O CAGED (linha 3) é o órgão responsável pela divulgação dos números de novos empregos. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 8 de 87 D. Em julho de 2012, o número de admissões no Piauí foi maior que o número de demissões, ocasionando um resultado positivo. E. Embora a construção civil tenha sido o setor que mais empregou em junho, o número de admissões do setor não foi maior que a soma das admissões do setor de serviços e do comércio. Comentário – Interpretação de texto Esta questão é perigosa, pois solicita a alternativa incorreta. O candidato apressado, pode perder a questão, pois a primeira que identifica como correta, assinala! No enunciado, eu facilitei um pouco, sublinhando o termo “incorreta”. Na prova original não há esta “colher de chá”. A – O mesmo problema que já apareceu em outra questão, a banca repete aqui. O Piauí foi o estado que mais criou empregos no Nordeste e não no Brasil inteiro. Como esta afirmativa é errada, ela deve ser a selecionada. B – O último parágrafo confirma esta afirmativa: “O Governo do Estado estará disponibilizando mais de dez mil vagas de qualificação profissional”. É correta, portanto não é resposta adequada. C – Sim, o CAGED, conforme o primeiro parágrafo, tem esta função. É uma afirmativa correta, por isso não é resposta adequada. D – O último parágrafo confirma que houve um saldo positivode 902 contratações. É correta a afirmativa, portanto não pode ser selecionada como resposta adequada. E – Aqui a banca faz um comparativo entre dois setores e evidencia a relação entre eles. É correta a afirmativa, portanto não é resposta solicitada. Pardos Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas 1 vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos 2 rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que 3 pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver 4 fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na 5 costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma 6 carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. 7 CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 9 de 87 Trecho da Carta de Caminha. Disponível em http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00 0283.pdf. Acesso em 29/9/2012. Questão 6 - Em relação ao texto II, assinale a alternativa em que o trecho foi corretamente reescrito. A. Vieram todos apressadamente na direção ao batel. B. Vinha a meu encontro, firmes, em direção ao barco pequeno. C. Sem roupas, pardos, os índios traziam nas mãos arcos e setas. D. Os arcos foram desposto pelo índio, embora não houvesse comunicação. E. Quebrados nas costas, o mar dificultou a primeira comunicação. Comentário – Reescritura Esta questão é simples, mas requer tempo, pois necessitamos comparar cada texto reescrito. A frase original é: Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. A – e a reescritura modifica o termo “rijamente” que significa “firme” “formal” para “apressadamente” que tem sentido de tempo. A troca de “vinham” por “vieram” não produz mudança significativa. É inadequada a reescritura. B – A frase original expressa que vinham “em direção ao batel”, a reescritura altera para o narrador. Muda o sentido do texto, não serve como resposta. C – O adjetivo “nus” foi transformado em “sem roupas” o que é a mesma coisa. O sujeito de “traziam” que estava elíptico foi incluído na frase. A frase seguinte recebeu uma reescritura mais adequada e coerente com o texto. Esta é a alternativa correta. D – O verbo é “depor”, portanto a forma “desposto”, como aparece na alternativa é incorreta. Também ocorre confusão quanto a número (singular/plural). A passagem da voz ativa para a passiva não prejudica o texto, é errada pelas outras razões. E – A mudança de “quebrar na costa” para “quebrados nas costas” é imprópria. A primeira significa que o mar quebrava na praia, a CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 10 de 87 segunda fica um tanto sem sentido, pois “Quebrados nas costas” é incoerente com o texto. Errada a alterantiva. Questão 7 - Ainda em relação ao texto II, assinale a alternativa correta. A. Na linha 7, é incorreto o uso da vírgula antes da conjunção “e”. As regras gramaticais pedem o emprego de uma ou de outra. B. Nas linhas 1 e 2 os pontos finais poderiam ser substituídos por ponto e vírgula, sem alteração de sentido e sem desviar das regras de pontuação. C. No último período do texto, a palavra “e” em seus dois empregos deveria ser precedida pela vírgula. D. O trecho da Carta de Caminha apresenta frases curtas, marcadas por vírgulas e pontos, o que significa desacordo com as regras atuais de pontuação. E. O emprego de vírgulas está correto na linha 1, podendo ser substituídas pela palavra “e”, que também une termos de uma oração. Comentário – Pontuação Mais uma questão de pontuação. A – A sequência está interrompida por uma oração subordinada adjetiva restritiva: “Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto”. Neste caso é permitido o uso da vírgula ao final da oração, coincidindo com a conjunção “e”. A afirmativa de que a gramática recomenda o uso da conjunção ou da vírgula é verdadeira, mas admite o caso acima. Como o uso da vírgula, neste caso, não é incorreto, a alternativa não serve como resposta adequada. B – Novamente um caso estranho. O texto é: “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel”. O ponto final encerra o período, enquanto o ponto e vírgula estabelece sequência entre os elementos. Cada segmento está completo e aborda um aspecto do texto, portanto é correto que estejam isolados por ponto final e não por ponto e vírgula. Errada a afirmativa. C – Vamos examinar o texto: “Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto”. Já explicamos o motivo da vírgula no CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 11 de 87 segundo caso. No primeiro, a vírgula não pode ser aceita, pois a sequência não está interrompida, são objetos diretos em sequência (barrete e carapuça). Errada a afirmativa. D – Na época de Caminha (1500), a pontuação não tinha regras fixas. O texto que a prova traz é uma adaptação para a linguagem atual. As frases são curtas, mas estão bem pontuadas. Não é resposta adequada. E – É verdadeira a afirmativa, embora a sugestão produza um texto mais empolado não é errado o uso proposto. Esta é a alternativa solicitada pela questão. Questão 8 - Julgue os itens a seguir, em relação ao texto II. I. - O texto é marcado por palavras de outros significados, tais como vergonha (partes íntimas), rijamente (firmes) e pousassem os arcos (dobrassem os arcos). II. - No trecho: “Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse” (linhas 4 e 5) pode-se afirmar que os índios não falavam, apenas gesticulavam. III. - Ao fazer sinal para os índios, Nicolau pediu que eles se acalmassem e o ouvissem, ou seja, pousassem os arcos. IV. - É correto afirmar que a comunicação foi prejudicada pelo barulho que vinha da quebrada do mar na costa. A quantidade de itens corretos é igual a (A) 0. (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4. Comentário – Interpretação de texto I – É verdadeira a afirmativa quanto ao significado de “vergonha” (partes íntimas) e “rijamente” (firmes), mas “pousassem” não tem o sentido de “dobrassem”. Quem dobrar o arco, irá quebra- lo. O texto fala em “pousassem os arcos”, isto é, depusessem. Errada a afirmativa. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 12 de 87 II – Os índios poderiam estar falando, o que seria natural, mas não havia entendimento devido à diferença linguística. Errada a afirmativa. III – O texto não expressa que os índios estivessem agitados, eles estavam “rijos”. Não é correta. IV – A expressão “por o mar quebrar na costa” é causal, indica a razão da dificuldade de entendimento. Esta é correta. Como temos apenas uma alternativa correta, a escolhida é a letra b. Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 D E D B A C E B FCC - TRE/AM – Janeiro-2009 “Quantas divisões tem o Papa?” “Quantas divisões tem o Papa?”, teria dito Stalin quando alguém lhe sugeriu que talvez valesse a pena ser mais tolerante com os católicos soviéticos, a fim de ganhar a simpatia de Pio XI. Efetivamente, além de um punhado de multicoloridos guardas suíços, o poder papal não é palpável. Ainda assim, como bem observa o escritor Elias Canetti, “perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes”. Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico. Ao mesmo tempo que uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas indica que, a cada geração, caio número de católicos no Brasil, outra, da mesma instituição, revela que, para os brasileiros, a única instituição democrática que funciona é a Igreja Católica, com créditos muito superiores aos dados à classe política. Daí os sentimentos mistos que acompanharam a visita do papa Bento XVI ao Brasil. “O Brasil é estratégico para a Igreja Católica. Está sendo preparada uma Concordata entre o Vaticano e o nosso país. Nela, todo o relacionamento entre as duas formas de poder (religioso e civil) será revisado. Tudo o que depender da Igreja será feito no sentido de conseguir concessões vantajosas para o seu pastoreio, inclusive com repercussões no direito comum interno ao Brasil (pesquisas com células-tronco, por exemplo, aborto, e outras questões árduas)”, avalia o filósofo Roberto Romano. E prossegue: CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 13 de 87 “Não são incomuns atos religiosos que são usados para fins políticos ou diplomáticos da Igreja. Quem olha o Cristo Redentor, no Rio, dificilmente saberá que a estátua significa a consagração do Brasil à soberania espiritual da Igreja, algo que corresponde à política eclesiástica de denúncia do laicismo, do modernismo e da democracia liberal. A educadora da USP Roseli Fischman, no artigo “Ameaça ao Estado laico”, avisa que a Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso às escolas públicas. “O súbito chamamento do MEC para tratar do ensino religioso tem repercussão quanto à violação de direitos, em particular de minorias religiosas e dos que têm praticado todas as formas de consciência e crença neste país, desde a República”, acredita a pesquisadora. Por sua vez, o professor de Teologia da PUC-SP Luiz Felipe Pondé responde assim àquela famosa pergunta de Stalin: “Quem precisa de divisões tendo como exército a eternidade?” (Adaptado de Carlos Haag, Pesquisa FAPESP n. 134, 2007) Questão 9 - A expressão entre a cruz e a caldeirinha indica uma opção muito difícil de se fazer. Justifica-se, assim, sua utilização como título de um texto que, tratando da atuação da Igreja, enfatiza a dificuldade de se considerar em separado A. a ingerência eclesiástica nas atividades comerciais e nas diplomáticas. B. a instância do poder espiritual e o campo das posições políticas. C. o crescente prestígio do ensino religioso e a decadência do ensino laico. D. os efetivos militares à disposição do Papa e a força do pontificado. E. as denúncias papais do laicismo e os valores da democracia liberal. Comentário - Interpretação de texto - O título de um texto é um forte elemento indicador de seu conteúdo, pois está intimamente ligado à tese. Quanto ao título, devemos estar atentos aos seguintes pontos: a) A tese do texto pode estar sintetizada pelo título; b) O título pode conter o argumento principal; c) O título deve abarcar o texto em sua totalidade, ou seja, estar vinculado à introdução e à conclusão, bem como participar dos argumentos do desenvolvimento. Quando um autor produz um título bem CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 14 de 87 adequado, ele orienta o leitor para a compreensão do que está escrito. A O texto não fala em “ingerência”, mas em “concordata”, ou seja, uma negociação. O que a Igreja busca são “concessões”, por parte do Estado, que beneficiem seu “pastoreio”. Não serve como resposta correta. B A “opção difícil”, de que fala o texto, ocorre entre os interesses da Igreja e o interesse coletivo, representado pelo Estado. A separação entre estes dois institutos é que constitui um estado laico em separado do poder espiritual. Esta é a correta, solicitada pela ordem da questão. C O texto não confronta os dois sistemas de ensino (religioso e público), ele apenas ressalta a importância da não ingerência da Igreja no sistema público. Não serve como resposta. D Não há efetivos militares à disposição do Papa, o que existe é apenas uma guarda de honra (“...punhado de multicoloridos guardas suíços...”). A força do papado está na sua representação na sociedade. E O texto não apresenta denúncias papais sobre o laicismo, muito menos, é uma argumentação sobre os valores da democracia liberal. O termo liberal, neste contexto, não tem fundamento na expressão “estado laico” que é o que o texto aborda. Não serve, também, como resposta. Questão 10 - Atente para as seguintes afirmações: I. As frases de Stalin e de Elias Canetti, citadas no 1º parágrafo, revelam critérios e posições distintas na avaliação de uma mesma questão. II. Na Concordata (referida no 3º parágrafo), a Igreja pretende valer- se de dispositivos constitucionais que lhe atribuem plena autonomia legislativa. III. A educadora Roseli Fischman propõe (4º parágrafo) que o ensino religioso privilegie, sob a gestão direta do MEC, minorias que professem outra fé que não a católica. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em A. I. B. II. C. III. D. I e II. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 15 de 87 E. II e III. Comentário - Interpretação de texto – argumentação Quando a questão fala em “afirmações”, podemos concluir que a questão é sobre argumentação. No nosso caso, são três afirmações que o candidato deve avaliar se são condizentes com o que está explícito, ou implícito no texto. Observem que as três afirmativas são: do primeiro parágrafo (introdução); do terceiro parágrafo (argumentação = desenvolvimento) e do último parágrafo (conclusão). Ter presente esta divisão de texto nos auxilia na compreensão dos argumentos apresentados e impede de fazermos confusões entre as alternativas, pois a estrutura do texto é que estabelece divisões e classificações no campo dos conceitos e ideias. I Correto - O primeiro parágrafo apresenta a tese do texto. Neste caso, é a oposição entre Igreja e Estado que está expressa nos dois argumentos: o de Stalin (menosprezando o poder da Igreja) e o de Canetti que valoriza o poder do Papa. II Errada - A concordata não é um dispositivo constitucional, ela é um “tratado” um “acordo” entre Igreja e Estado, muito menos poderia atribuir poder legislativo à Igreja. III Errada – A preocupação da pesquisadora é quanto à ingerência da Igreja no sistema de ensino, obrigando o “ensino religioso” nas escolas, o que contraria o princípio da plena liberdade tanto religiosa, como de ceticismo. Como temos apenas a primeira afirmativa como correta, o gabarito é “a”. Questão 11 - Considerado o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: A. o poder papal não é palpável = o Papa não dispõe de poder considerável. B. parecem diletantes = arvoram-se em militantes. C. com créditos muito superiores = de muito maior confiabilidade. D. repercussões no direito comum interno = efeitos sobre o direito canônico. E. denúncia do laicismo = condenação dos ateus. Comentário - Significação - CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 16 de 87 Estamos acostumados a lidar com “sinônimos”, mas esta banca não avalia a sinonímia a nível do léxico, mas a nível da frase. Assim a “equivalência” entre as duas expressões advém da significação obtida pela frase e não através de cada palavra. A A palavra “palpável” designa o que é sentido pelo tato (palpar), na frase a palavra adquire o sentido de “visível”, “concreto”. Na segunda parte o termo é “considerável” que significa o que é “volumoso”, “potente”. Não são frases equivalentes, por isso a alternativa não pode ser aceita como resposta correta. Observe que o autor faz um trocadilho entre “palpável” e “papal”. B O termo “diletante” remete ao sentido de “descompromissado”, “apreciador de trivialidades ou discurso sem objetividade”. A segunda parte usa o termo “militante” que expressao contrário “seguidor fanático” ou “defensor de um posicionamento”. São frases que não traduzem o mesmo sentido. Não serve como resposta. C Observe que o termo “créditos”, aqui no texto, não tem referência no contexto econômico, mas em “capacitação”, o que pode ser expresso pela expressão “maior confiabilidade”. Esta é a alternativa correta. D “direito comum” e “direito canônico” são duas expressões que não podem ser consideradas sinônimas, pois apontam para realidades diferentes. Não serve como resposta. E Denunciar o laicismo (vida laica, não religiosa) não significa condenar o ateísmo. Este é a negação do religioso, enquanto que o laicismo é uma separação entre Igreja e Estado, sem negar o religioso. São posições distintas. Este tipo de questão é bem frequente em provas da FCC. O que vale é perceber bem o significado de cada expressão. Questão 12 - Ao se referir ao poder da Igreja, Elias Canetti e Luis Felipe Pondé A. admitem que ele vem enfraquecendo consideravelmente ao longo dos últimos anos. B. consideram que, na atualidade, ele só se manterá o mesmo caso seja amparado por governos fortes. C. afirmam que nunca ele esteve tão bem constituído quanto agora, armado da fé para se aliar aos fortes. D. lembram que a energia de um papado não provém da instituição eclesiástica, mas da autoridade moral do Papa. E. advertem que ele não depende da força militar, uma vez que se afirma historicamente como poder espiritual. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 17 de 87 Comentário - Interpretação de texto A questão liga duas afirmativas do texto, uma do primeiro e outra do último parágrafo. Nas duas afirmativas o poder da Igreja é visto como fora do contexto militar. É um poder invisível, mas, nem por isso, menos forte. Esta questão exige do candidato algum conhecimento prévio sobre a Igreja e suas relações com o Estado. O conhecimento prévio é a nossa bagagem cultural, é o resultado de nossas leituras e vivências. Posso ser católico ou não, cristão ou não, mas posso ter conhecimento sobre Direito Canônico e saber sobre as relações da Igreja com o Estado, bem como conhecer suas diretrizes administrativas. O conhecimento prévio auxilia-nos na compreensão e interpretação de texto. O que não podemos é permitir que o nosso conhecimento e posições ideológicas possam “contaminar” a nossa interpretação. A Os autores não consideram o poder da religião como enfraquecido, apenas apontam para um outro tipo de força. Elias Canetti: “perto da Igreja os poderosos do mundo parecem diletantes”. Pondé: “Quem precisaria de divisões tendo como exército a eternidade?”. Não serve como resposta. B O poder da Igreja não está “amparado” em governos fortes. Esta é uma alternativa fora do contexto, não serve como resposta. C Parece que a opinião pessoal da banca chegou à prova. Em momento algum o texto autoriza estabelecer tal relação. D O papa, como autoridade máxima da Igreja, é, também, a autoridade temporal (O vaticano é um estado independente), mas isto não significa que a autoridade do papa como executivo dependa da sua autoridade moral. Bons ou maus papas exerceram o mesmo poder. Não serve como resposta adequada. E Esta é a correta, pois estabelece a distinção entre poder militar e poder religioso e ressalta que o poder religioso não depende do poder militar. Questão 13 - Na frase Quem precisa de divisões tendo como exército a eternidade?, o segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por A. ao ter no exército sua eternidade? CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 18 de 87 B. fazendo do exército sua eternidade? C. contando na eternidade com o exército? D. dispondo da eternidade como exército? E. provendo o exército assim como a eternidade? Comentário - Equivalência de estruturas gramaticais A linguagem é muito rica em termos de sintaxe, o que significa que podemos ter mais de uma construção para expressarmos o mesmo fato. A equivalência de frases pode ser quanto ao sentido, como nesta questão, ou quanto à estrutura sintática. “...tendo como exército a eternidade?” é uma oração subordinada reduzida de gerúndio, o que temos de procurar é uma oração semelhante com o mesmo sentido. A Esta alternativa traz uma oração reduzida de infinitivo, não pode ser aceita. B Esta alternativa inverte o sentido da frase original. Tendo a eternidade como exército (Tendo como exército a eternidade – a frase está em ordem indireta) é diferente de “fazer do exército a sua eternidade.” C Ninguém imagina “contar com o exército” na eternidade. Esta é cômica e não serve como resposta. D Na alternativa “b” já demonstramos a questão da frase na ordem indireta. Esta alternativa repõe a ordem direta, apenas usa o verbo “dispor” que exige a preposição “de” e usa uma oração reduzida de gerúndio. Esta é a alternativa correta. E Esta alternativa coloca os dois elementos (exército e eternidade) como objetos de promoção. Não condiz com o texto, não serve como resposta correta. Questão 14 - As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: A. Deve-se firmar alguns acordos entre o Vaticano e o Brasil durante as discussões da Concordata. B. Nunca chegou a preocupar Stalin, naturalmente, os guardas suíços que constituem a segurança do Vaticano. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 19 de 87 C. Ao se deterem na estátua Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, os olhos de um turista não verão o que de fato ela consagra. D. As concessões vantajosas que pretendem obter, nas discussões da Concordata, a Igreja Católica, dizem respeito a questões polêmicas. E. Muitas repercussões passarão a haver no direito interno, caso a Concordata consagre os acordos que constituem o principal interesse da Igreja. Comentário - Sintaxe – concordância verbal Esta é uma questão típica de concordância verbal. Mais uma vez, não custa alertar para as armadilhas que a ordem indireta ocasiona na frase. A Esta frase é voz passiva sintética, basta passarmos para voz passiva analítica para percebermos o erro de concordância: “Alguns acordos (entre o Vaticano e o Brasil) devem ser firmados durante as discussões da Concordata”. A forma verbal correta, portanto, é “devem” e não “deve”, como está na alternativa. B A oração: “Nunca chegou a preocupar Stalin, naturalmente, os guardas suíços que ....” deve ser passada para a ordem direta: “Os guardas suíços (que constituem a segurança do Vaticano) nunca chegaram a preocupar Stalin naturalmente.” Observe que, ao passar a frase para a ordem direta, a oração subordinada passa para posição medial no período. Não serve como resposta. C Esta é a alternativa correta. Toda a concordância está de acordo com a gramática. O que dificulta um pouco é que a oração principal está antecedida de uma oração subordinada adverbial (Ao se deterem na estátua Cristo redentor) e um advérbio de lugar (no Rio de Janeiro). A oração principal está na ordem direta e a concordância fica clara: “...os olhos de um turista não verão o que de fato ela ( estátua do Cristo) consagra.” D Esta frase está totalmente truncada, não precisamos de nenhum instrumento gramatical para percebermos o quanto ela é falha em termos de coesão gramatical. Colocando esta frase na ordem correta, podemos observar o erro: “As concessões vantajosas (que a Igreja Católica pretende obter nas discussões da Concordata) dizem respeito a questões polêmicas. Agora restabelecemos a concordância correta entre o sujeito (Igreja Católica) e o predicado (pretende). Não a resposta solicitada pela questão. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 20 de 87 E O verbo haver no sentido de existiré impessoal, como temos uma locução verbal (“passar a haver”) o verbo auxiliar deve permanecer no singular: “Muitas repercussões passará a haver...” Não serve como resposta correta. Questão 15 - Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: A. Tudo o que advir como poder da Igreja tem correspondência com o plano simbólico e espiritual. B. O poder civil e a esfera religiosa nem sempre conviram quanto à busca de um sereno estabelecimento de acordos. C. Ao longo da História, nações e igrejas muitas vezes se absteram de buscar a convergência de seus interesses. D. A pergunta de Stalin proveu de sua convicção quanto ao que torna de fato competitivo um país beligerante. E. Ciente da fragilidade militar da Igreja, o ditador não se conteve e interveio na História com a famosa frase. Comentário - Conjugação de verbos Na maioria dos casos, a solução para este tipo de questão é verificarmos a derivação dos tempos e modos verbais. A O verbo “advir” no futuro de subjuntivo deriva do pretérito perfeito do indicativo (3ª pessoa do plural) – advieram, portanto na frase devemos ter a forma “advier” e não “advir”. B O pretérito imperfeito do subjuntivo também é originado do pretérito perfeito do indicativo: “convieram” e não “conviram”. C O verbo “abster” tem o pretérito perfeito do indicativo (3ª pessoa do plural) como “abstiveram” e não “absteram”. Este é um tempo primitivo. D O pretérito perfeito do indicativo do verbo “provir”, 3ª pessoa do singular é “proveio”. E As duas formas verbais estão corretamente flexionadas. Esta é a alternativa correta. Questão 16 - A frase que admite transposição para a voz passiva é: CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 21 de 87 A. Perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes. B. A Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso. C. Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico. D. Não são incomuns atos religiosos com finalidade política. E. O Brasil é um país estratégico para a Igreja Católica. Comentário - Voz passiva A voz passiva é simples, basta observar o seguinte: voz passiva ocorre, somente, com verbos transitivos diretos. Nesta questão basta examinarmos cada forma verbal. A O verbo parecer (parecem) é um verbo de ligação, portanto não comporta voz passiva. B Na locução verbal “poderá incluir” tem o verbo “incluir” como principal e é transitivo direto (o retorno do ensino religioso – objeto direto), portanto esta frase pode ser transformada em voz passiva: “O retorno do ensino religioso poderá ser incluído na Concordata”. Esta é a alternativa correta. C O verbo “haver” é impessoal e não suporta voz passiva. Não seve como resposta correta. D O verbo “ser” é verbo de ligação, não admite voz passiva. Também não serve como resposta. E Assim como a anterior, esta não serve como resposta por apresentar o verbo “ser” que é um verbo de ligação, não é transitivo direto. Questão 17 - Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto. A. Deve de ser preocupante para os católicos, que eles venham caindo de número nas estatísticas, em conformidade com a Fundação Getúlio Vargas. B. Mau-grado seu desempenho nas estatísticas da FGV, esta mesma instituição considera que a Igreja tem mais prestígio que outras classes. C. A mesma Fundação em que se abona o papel da Igreja como democrática, é também a instituição em que avalia seu decréscimo de fiéis. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 22 de 87 D. Não obstante esteja decrescendo o número de fiéis, a Igreja, segundo a Fundação Getúlio Vargas, é prestigiada como instituição democrática. E. A FGV, em pesquisas atinentes da Igreja Católica, chegou a resultados algo controversos, seja pelo prestígio, seja pela contingência do seus fiéis. Comentário - Correção de texto Nestas questões necessitamos muita atenção, pois, em muitos casos, o erro está num detalhe que, à primeira vista, pode parecer sem importância. Esta questão mistura conhecimentos de diversos aspectos gramaticais. Estas questões envolvem pequenos conhecimentos de linguagem, em geral, uso de vírgula ou regência. A A locução verbal é “deve ser” e não “deve de ser”. O verbo “dever” funciona como auxiliar. Não serve como resposta correta. B O correto é “malgrado” e não “mau-grado”. C A frase está construída com a expressão “em que se abona....” A mesma construção deve prevalecer no segundo segmento “em que se avalia”. A melhor construção seria: A mesma Fundação que abona o papel da Igreja como democrática é também a instituição que avalia o seu decréscimo de fiéis. Não pode ser considerada como correta. D Esta é a alternativa correta, não há o que comentar, pois não viola o padrão culto da linguagem. E O nome “atinentes” exige preposição “a” (atinente a) e não “de”. Outra impropriedade ocorre na expressão: “...pela contingência do seus fiéis...”Não usamos artigo diante deste possessivo, portanto a construção deve ser: “...pela contingência de seus fiéis...” Questão 18 - Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: A. Se o Papa dispusesse de inúmeras e bem armadas divisões, talvez Stalin reconsiderasse sua decisão e buscasse angariar a simpatia de Pio XI. B. Como alguém lhe perguntou se não é o caso de ganhar a simpatia de Pio XI, Stalin lhe respondera que ignorava com quantas divisões conta o Papa. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 23 de 87 C. Caso o Brasil não fosse um país estratégico para a Igreja, a Concordata não se revestirá da importância que lhe atribuíram os eclesiásticos. D. São tão delicadas as questões a serem discutidas na Concordata que será bem possível que levassem muito tempo para desdobrar todos os aspectos. E. Roberto Romano lembra-nos de que já houve, na História, atos religiosos que acabassem por atender a uma finalidade política que é prevista. Comentário - Tempos e modos verbais Dificilmente uma prova da FCC deixa de apresentar uma questão sobre tempos e modos verbais. Já passamos por outras questões com este conteúdo. Neste tipo de questão, conseguimos a forma correta através de mais de um modo de correção. Sempre optamos pela mais simples. O importante, é reconhecer o erro, não há solicitação de correção. O importante é perceber que os tempos e modos verbais têm uma sequencia fixa. A Nesta alternativa, todos os tempos e modos verbais estão bem empregados. Todas as formas verbais estão num mesmo tempo e modo: pretérito imperfeito do subjuntivo. A frase não é declarativa, mas apresenta uma hipótese, por isso subjuntivo.Esta é alternativa exigida pela questão. B O primeiro verbo está no pretérito perfeito – “perguntou” O segundo está no presente do indicativo – “é” O terceiro está no infinitivo – “ganhar” O quarto verbo está no mais-que-perfeito – “respondera” O quinto verbo está no pretérito imperfeito – “ignorava” Por fim o último verbo está no presente do indicativo – “conta” O que temos de fazer é buscar uma construção que compatibilize todos os tempos e modos verbais. Uma possibilidade é: “Como alguém lhe perguntou se não era o caso de ganhar a simpatia de Pio XI, Stalin lhe respondeu que ignorava com quantas divisões contava o Papa”, para manter o início da frase sem alteração, usando o pretérito em todas as orações. C Um procedimento é examinar cada forma verbal como fizemos na alternativa anterior. Logo após devemos buscar uma construção que respeite o padrão gramatical. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 24 de 87 A frase inicia com “fosse” (pretérito imperfeito do subjuntivo), por isso vamos dar continuidade a esta estrutura. “Caso o Brasil não fosse um paísestratégico para a Igreja, a Concordata não se revestiria da importância que lhe atribuíram os eclesiásticos. D O problema reside na forma verbal “levassem (pretérito imperfeito do subjuntivo)” O melhor é usar “levem” (presente do subjuntivo). A frase ficaria melhor construída da seguinte forma: “São tão delicadas as questões a serem discutidas na Concordata que é bem possível que levem muito tempo para desdobrar todos os aspectos”. E A frase é pretérita, portanto devemos substituir “acabassem” por “acabaram”, bem como a forma “é” deve ser substituída por “era”. Roberto Romano lembra-nos de que já houve, na História, atos religiosos que acabaram por atender a uma finalidade política que era prevista. Os clássicos são livros que exercem uma influência Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, preservando-se no inconsciente. Por isso, deveria existir um tempo na vida adulta dedicado a revisitar as leituras mais importantes da juventude. Se os livros permaneceram os mesmos (mas também eles mudam, à luz de uma perspectiva histórica diferente), nós com certeza mudamos, e o encontro é um acontecimento totalmente novo. Portanto, usar o verbo ler ou o verbo reler não tem muita importância. De fato, poderíamos dizer: toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta, como a primeira. � (Ítalo Calvino, “Por que ler os clássicos”) Questão 19 - Da leitura do texto depreende-se que os clássicos A. exercem grande efeito sobre nós, a menos quando se infiltram nas regiões do nosso inconsciente. B. adquirem especial sentido quando lidos na adolescência, idade em que nos revelam toda a sua grandeza. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 25 de 87 C. podem ser relidos sem que percam, por isso, o poder de revelação que demonstraram na primeira leitura. D. mudam de valor a cada vez que os lemos, já que o tempo vai esmaecendo a importância de cada leitura. E. gravam-se em nossa memória segundo a importância que tiveram para as gerações precedentes. Comentário - Interpretação de texto Observe a ordem da questão. Ela fala em “depreende-se”, isto indica que o solicitado é da área de interpretação, pois a alternativa correta não está explícita no texto. O elemento referente é “os clássicos”. Como se pode observar, esta questão apresenta alternativas que abordam o assunto do texto, mas não correspondem ao que está literalmente dito. Necessitamos estabelecer relações de sentido para podermos avaliar cada frase. A Pelo contrário, os clássicos exercem grande influência em dois casos: quando se impõem como inesquecíveis e quando se preservam no inconsciente. A afirmativa é incorreta. B O sentido que adquirem na adolescência pode mudar por dois fatores: devido à nova perspectiva histórica e pela mudança de nós mesmos. A leitura da juventude e a releitura na idade adulta são dois momentos de leitura que anulam a distinção entre “ler” e “reler”, pois cada momento revela uma nova face do texto. C Esta alternativa demonstra que as duas leituras podem ocorrer sem prejuízo ao prazer da leitura. Esta é a alternativa correta, pois ela é coerente com o último parágrafo. D A mudança que ocorre com leituras em fases distintas da vida não implica valor, mas apenas uma nova compreensão da leitura. O tempo não é capaz de esmaecer o gosto pelo texto. Não pode ser aceita como resposta correta. E A leitura é um ato pessoal e único (particular) o fato de permanecer em nossa memória é devido à intensidade com que nos influenciou e não em decorrência de aceitação por gerações precedentes. Questão 20 - Atente para as seguintes afirmações: I. A releitura de uma obra clássica é reconfortante pela recuperação exata do sentido que já lhe atribuímos no passado. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 26 de 87 II. Uma nova perspectiva histórica pode ser determinante para uma nova compreensão de uma mesma obra clássica. III. Assim como nós podemos permanecer os mesmos ao longo do tempo, o sentido de uma obra clássica pereniza-se na história. Em relação ao texto, APENAS está correto o que se afirma em: A. I. B. II. C. III. D. I e II. E. II e III. Comentário - Interpretação de texto Esta questão apresenta problema quanto ao gabarito. Acredito que, no concurso, tenha recebido recursos, ou talvez tenha sido anulada ou o gabarito tenha sido retificado. O gabarito apresenta a alternativa “d” como correta, mas, no meu entender, a correta seria a “b”. Vamos examinar cada uma para comentarmos. Vamos recordar os elementos modalizadores. Uma frase pode ter seu sentido mudado de forma radical ou apenas retificado pela inclusão de um elemento modalizador, O candidato foi aprovado no concurso / O candidato quase foi aprovado no concurso. Sairemos cedo / sairemos mais cedo. Em cada uma destas frases, apenas uma palavra foi capaz de alterar o sentido. I Correta/errada – O gabarito considera como correta a afirmativa, mas um exame mais detalhado revela sua falsidade. A recuperação do sentido é reconfortante, mas esta recuperação não é “exata” porque o tempo mudou e nós também mudamos. O sentido recuperado é o que nos deu prazer no passado, mas ele está modificado pelos dois fatores apontados. O termo “exato” é “exatamente” (olha o trocadilho) o que invalida a alternativa, ele retifica a frase, determina a proporção da recuperação do sentido. Considerando esta como falsa, o gabarito muda de “d” para “b”. No caso de um concurso, uma questão como esta tem chance de ser anulada, pois desrespeita um conhecimento teórico: “elementos CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 27 de 87 modalizadores”, assunto muito importante em termos de linguagem. II Correta - Esta alternativa é correta. Observem que o sentido desta frase contradiz o da anterior. Parece que a banca caiu em contradição. III Errada - Nós não permanecemos os mesmos ao longo do tempo, nem o sentido da obra é perene. Totalmente fora do que está expresso no texto. Questão 21 - O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: A. ......-se (atribuir) aos clássicos a propriedade de nos encantar em qualquer tempo ou idade que os busquemos. B. ......-se (distinguir) os clássicos pelo fato de conservarem o mesmo poder de revelação ao longo do tempo. C. ......-nos (impressionar) nos clássicos o sentido de uma perenidade que não implica cristalização. D. ......-se (queixar) dos clássicos apenas quem os lê com a desatenção ou o desamor das tarefas obrigatórias. E. ......-nos (confortar) nos clássicos a companhia dos mais altos valores humanos que põem à nossa disposição. Comentário - Concordância verbal Esta é uma questão muito simples, pois apenas necessitamos encontrar a forma verbal plural. Observem que a banca buscou um detalhe na conjugação verbal para avaliar o conhecimento de conjugação. Esta é uma questão que poderia ser considerada de regência verbal, pois somente o reconhecimento dos verbos transitivos diretos é suficiente para resolver corretamente a questão. A Atribui-se aos clássicos a propriedade de nos encantar em qualquer tempo ou idade que os busquemos. Temos aqui um sujeito simples (a propriedade), com o verbo no singular, não pode ser a resposta correta. B Distinguem-se os clássicos pelo fato de conservarem o mesmo poder de revelação ao longo do tempo. Surge aqui uma voz passiva, portanto o sujeito é “os clássicos”, com o qual a forma verbal deve concordar. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 28 de 87 Os clássicos são distinguidospelo fato de conservarem o mesmo poder de revelação ao longo do tempo. – Aqui temos a voz passiva, agora na ordem direta. Este é o único verbo transitivo direto, os demais são transitivos indiretos. Esta é a alternativa correta, pois é a única forma verbal no plural. C Impressiona-nos nos clássicos o sentido de uma perenidade que não implica cristalização. (impressiona a nós). D Queixa-se dos clássicos apenas quem os lê com a desatenção ou o desamor das tarefas obrigatórias. Esta frase deve ser passada para a ordem direta para que possamos entender melhor. Apenas quem lê os clássicos com a desatenção ou o desamor das tarefas obrigatórias queixa-se deles. E Conforta-nos nos clássicos a companhia dos mais altos valores humanos que põem à nossa disposição. É evidente a forma singular do verbo, portanto, também não pode ser a resposta correta. Questão 22 - “..toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta, como a primeira”. Uma nova, clara e correta redação da frase acima apresenta-se em: A. Tal como a primeira, as outras leituras de um clássico sempre constituem uma revelação. B. Sendo de um clássico, todas as outras leituras são como de primeiras descobertas. C. É como se fosse uma primeira leitura de um clássico todas as descobertas que ele nos proporciona. D. Assim como é uma descoberta a leitura de um clássico, outras leituras também serão como a primeira. E. Todas as leituras de um clássico, haja vista a primeira, têm aquela mesma revelação. Comentário - Reescritura de frase O que devemos examinar numa questão destas é a correspondência entre os seguimentos da frase da ordem da questão e os das alternativas. O trabalho de reescritura sempre deve manter o sentido original da frase. Para isso, o melhor é isolar os seguimentos e depois buscar as correspondências. Nesta questão a banca não explorou a forma verbal, mas uma maneira de perceber a CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 29 de 87 reescritura correta é avaliar a permanência do mesmo modo e tempo verbal. A Tal como a primeira (como a primeira), as outras leituras de um clássico (releituras de um clássico) sempre (todas) constituem (é) uma revelação (uma leitura de descoberta). Cada segmento da alternativa pode ser traduzido, fielmente, por uma parte da frase da ordem da questão. Esta é a alternativa correta. B Há nesta alternativa diversos deslocamentos que a invalidam. Sendo de um clássico – não há condição na frase original. Primeiras descobertas – na frase original o termo descobertas refere-se à leituras. Não pode ser aceita como alternativa correta. C Esta alternativa não faz referência à releitura. Não abrange o significado total da frase original. Não serve como resposta. D Lendo esta frase, não podemos relacionar as “outras leituras com a leitura de um clássico. Não serve como resposta. E Esta frase é totalmente fora do sentido original, pois deixa de fazer referência à releitura para falar em “todas as leituras”. Questão 23 - Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: A. Os clássicos são livros em cuja particular influência torna-os inesquecíveis. B. As dobras da memória, aonde se ocultam imagens dos clássicos, são o refúgio do inconsciente. C. Há um tempo na vida adulta no qual poderíamos utilizar para uma redescoberta dos clássicos. D. A perspectiva histórica é determinante, por cuja os clássicos ganham um novo significado. E. O poder de revelação de que se imbuem os clássicos acaba por nos revelar para nós mesmos. Comentário - Emprego de “cujo”, “onde” e “aonde A Os clássicos são livros cuja particular influência torna-os inesquecíveis. Não podemos incluir uma preposição antecedendo o pronome “cujo”, salvo quando exigida pela regência de algum verbo. Neste caso, nenhum verbo exige esta preposição. É errada e não pode ser aceita. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 30 de 87 B As dobras da memória, onde se ocultam imagens dos clássicos, são o refúgio do inconsciente. “Aonde” só podemos usar com verbos de movimento, portanto deve ser “onde”. C Há um tempo na vida adulta o qual poderíamos utilizar para uma redescoberta dos clássicos. O relativo “o qual” retoma “tempo” e funciona como objeto direto do verbo “utilizar” (poderíamos utilizar o tempo para uma redescoberta dos clássicos). Fica evidente que não podemos ter preposição antes de “o qual”. Não serve como resposta correta. D Impossível o uso de “por cuja”, devemos substituir por uma outra construção como: A perspectiva histórica é determinante, pelo que (por isso, por tal) os clássicos ganham um novo significado E Esta é a alternativa correta. A preposição diante do “que” é por exigência do verbo “imbuem”. (imbuir de). Gabarito 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 B A C E D C E B D A C D B A E Questões de revisão IADES – MP-GO – Assistente - 2013 Quando utilizar a ouvidoria? Qualquer pessoa pode e deve procurar a ouvidoria quando não for atendida com a devida atenção e o empenho pelo Ministério Público. A ouvidoria é um canal de comunicação direto e desburocratizado entre o cidadão e o Ministério Público, pronto para receber, analisar e encaminhar suas denúncias, reclamações, críticas, pedidos de informações e elogios relacionados aos serviços e atividades desenvolvidas pela instituição. Com a colaboração do cidadão, a ouvidoria trabalha para a melhoria dos serviços prestados pelo o Ministério Público. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 31 de 87 Disponível em: <http://www.mp.go.gov.br/portalweb/37/no ticia/c37c9dl4bl5635f8b604c21 d8164c33b.html> Acesso em: 20/7/2013 (com adaptações). Questão 24 - Considerando a relação de sentido entre as orações que compõem o texto, assinale a alternativa correta. A. A resposta à pergunta apresentada no título não se restringe ao primeiro parágrafo, já que o parágrafo seguinte apresenta novas informações sobre a função da ouvidoria do Ministério Público. B. O conteúdo do segundo parágrafo é constituído por informações que se opõem ao que foi declarado no primeiro. C. Enquanto o primeiro parágrafo oferece informações pertinentes à pergunta feita no título, o segundo não faz referência direta ou indireta ao objetivo do trabalho realizado pela ouvidoria. D. O segundo parágrafo apresenta apenas exemplos do que foi exposto no parágrafo anterior. E. O conteúdo do segundo parágrafo limita-se a uma definição para o vocábulo ouvidoria, já o primeiro fica responsável pela apresentação da resposta à pergunta feita no título. Questão 25 - Assinale a alternativa que, em conformidade com a norma-padrão, reproduz uma mensagem coerente com o sentido do período “Qualquer pessoa pode e deve procurar a ouvidoria quando não for atendida com a devida atenção e o empenho pelo Ministério Público.” (linhas de 1 a 3) A. Toda a pessoa que não for atendida com a devida atenção e empenho pelo Ministério Público, pode e deve procurar a ouvidoria. B. Ao ser mau atendida, qualquer pessoa pode e deve acionar a ouvidoria do Ministério Público. C. Toda pessoa, ao ser atendida com a atenção e o empenho indevidos pelo Ministério público, pode e deve procurar a ouvidoria. D. Uma pessoa, à qual foi atendida pelo Ministério Público de forma indevida, pode e deve procurar a ouvidoria. E. Pode e deve, procurar a ouvidoria, qualquer pessoa que tiver sido atendida pelo Ministério Público com indevidos empenho e atenção. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 32 de 87 Questão 26 - A respeito das regras que orientam o uso do sinal indicativo de crase e a acentuação gráfica, assinale a alternativa correta. A. Se, no lugar de “procurar” (linha 1), fosse empregadoo verbo recorrer, o uso da crase passaria a ser obrigatório em “a ouvidoria”. B. A acentuação gráfica de “Ministério” e “denúncias” ocorre por razões distintas. C. Outra redação possível para “elogios relacionados aos serviços e atividades desenvolvidas” (linhas 7 e 8) seria elogios relacionados aos serviços e as atividades desenvolvidas. D. Os vocábulos “público” e “críticas” são acentuados por serem paroxítonos terminados em vogal, respectivamente no singular e no plural. E. O último período poderia apresentar a seguinte redação No que se refere à colaborações feitas pelos cidadãos, a ouvidoria trabalha para garantir à melhoria dos serviços prestados pelo Ministério Público. Charge – É legal ter pai É legal ter pai O Ministério Público de Goiás (MP-GO) lançou, no dia l2 de fevereiro de 2012, a campanha “É legal ter pai”, que tem como objetivo ampliar a atuação institucional na investigação de paternidade, a partir de uma estratégia de divulgação direta à população dos serviços que podem ser oferecidos nessa área, tanto em Goiânia quanto no interior. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 33 de 87 Disponível em: <http://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/ca mpanha-e-legal- ter-pai#.Ue0No403vQV> Acesso em: 21/7/2013 (com adaptações). Questão 27 - Com base nas informações do texto e na relação entre a imagem e o parágrafo, julgue os itens a seguir. I. - O adjetivo constante do título da campanha foi empregado, intencionalmente, com duplo sentido. II. - O Ministério Público de Goiás pretende, com a campanha, iniciar a sua atuação na investigação de paternidade. III. - A imagem exerce apenas uma função decorativa. IV. - A expectativa da campanha é propiciar a um maior número de famílias a cena retratada na imagem. A quantidade de itens corretos é igual a (A) 0. (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4. Questão 28 - A propósito dos aspectos morfossintáticos de “E legal ter pai” (título), é correto afirmar que A. “É”, especificamente nesse caso, funciona como verbo transitivo direto. B. o sujeito referente a “E” classifica-se como oculto ou desinencial. C. o período é constituído por uma oração principal e uma oração sem sujeito. D. o predicado “ter pai” é verbo-nominal, pois indica, ao mesmo tempo, ideia de ação e estado. E. “ter pai” desempenha o papel de sujeito da oração anterior. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 34 de 87 Questão 29 - Considerando que os pronomes relativos desempenham um importante papel para a garantia da coesão textual, é correto afirmar que, na passagem “a partir de uma estratégia de divulgação direta à população dos serviços que podem ser oferecidos nessa área” (linhas 4 a 6), o termo destacado foi utilizado a fim de A. estabelecer a coordenação entre duas orações. B. introduzir o complemento do verbo da oração anterior. C. indicar a oposição entre as orações relacionadas por ele. D. retomar o termo “serviços”, evitando uma repetição desnecessária. E. conectar termos coordenados entre si. Eram cinco horas da manhã Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de is acumulações de espumas secas. Aluísio Azevedo. O cortiço. Disponível em: <http:/Avww. biblio.com. br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com. br /conteudo/AluizioAzevedo/ocortico.htm> Acesso em. 20/7/2013 (com adaptações). Questão 30 - Com relação à organização das ideias e às estruturas linguísticas do texto 3, assinale a alternativa correta. A. O texto é uma descrição objetiva do cortiço, portanto um exemplo de digressão, de corte no decurso temporal da narração. B. O autor do texto atribui características humanas ao cortiço. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 35 de 87 C. Em “Um acordar alegre e farto” (linha 4), o verbo “acordar” exemplifica a derivação regressiva. D. A expressão “à luz” (linha 7) pode ser substituída por “sobre a luz” sem alteração sintática e semântica do texto. E. Pelo contexto, depreende-se que o pronome “lhe” (linha 11) retoma o termo “A roupa lavada” (linha 10) e exerce função de objeto direto do verbo pôr. Questão 31 - Com base na estruturação linguística e na organização das ideias do texto 3, assinale a alternativa correta. A. O verbo ser (linha 1) está no plural para concordar com o sujeito “cinco horas da manhã”. B. O sujeito da forma verbal “abrindo” (linha 2) é inexistente. C. O trecho “a sua infinidade de portas e janelas alinhadas” (linhas 2 e 3) pode ser assim reescrito sem alteração sintática ou semântica do texto: a infinidade de portas e janelas alinhadas dele. D. O sujeito da forma verbal “sentiam” (linha 5) é “as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente”. E. O termo “que nem” (linha 8) pode ser substituído por conforme sem alteração sintática e semântica do texto. Gabarito 24 15 16 17 18 19 30 31 A X A C E D B D Aspectos teóricos Ortografia. Algumas bancas não exigirão conhecimentos sobre a nova grafia, mas não devemos esquecer que a prova estará redigida de acordo com as novas regras. Isto exige certo cuidado, para não tomarmos por erro alguma grafia alterada pelo acordo. A grafia na Língua Portuguesa segue a etimologia, ou seja, depende da origem da palavra. A grande dificuldade que nossos CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 36 de 87 estudantes estão apresentando, quando à grafia, deriva da falta de conhecimentos básicos sobre a evolução das palavras, desde a sua origem até a atualidade. Vejamos alguns exemplos simples: Por que escrevo “pêssego” com dois “ss” e não com “c”? Não haveria nenhum prejuízo fonético ao escrever com “c”. Você sabe o país de origem do pêssego? Sabendo que é da antiga Pérsia, está resolvido o problema, pois a fruta era denominada “persecum” que significa “originária da Pérsia”. Como o “s” assimila o “r”, surgem os dois “ss”, o “c” sonoriza em “g” e o final nasal “um” perde a nasalidade e passa para “o”. Revelada a palavra “pêssego”! Com certeza você está dizendo, isto é um caminho muito longo, impossível aprender diante de uma prova de concurso. Concordo plenamente, mas asseguro que, se ao longo do ensino médio, você tivesse adquirido algum conhecimento desta área, hoje não diria que Língua Portuguesa é difícil, que é cheia de exceções e outras coisas deste teor. Pajé ou pagé? Imediatamente, você opta por “pajé”, mas qual a razão desta escolha? Simples, as palavras de origem indígena ou africana são grafadas com “j” e não com “g”. Agora você não erra mais: canjica, jequitibá, jerimum, jibóia, jirau, jiló. Cuidado! Você escreve: Bagé (RS), embora seja palavra de origem indígena. Esta anomalia gráfica devemos ao bageense (ou bajeense) Emílio Garrastazu Médici! Outra maneira importante de você descobrir a grafia de uma palavra é procurar pela família de palavras. Os termos derivados seguem a grafia da palavra originária. Cereja > cerejeira; rijo > rijeza; tábua > tabuada; oscilar > oscilante. Este é um assunto muito longo, não cabe num curso rápido, vamos revisar muita coisa, mas durante a resolução de questões,vamos aprofundar alguns casos, à medida em que aparecerem. Para encerrar o assunto de grafia, é importante relembrar que a leitura é a grande fonte de conhecimento em termos de vocabulário. Quando lemos, ampliamos o vocabulário e aprendemos muito sobre grafia. a. O fim do trema - O acordo aboliu o trema, permanecendo apenas nos nomes próprios registrados e em algumas palavras estrangeiras. Ex: tranquilo, linguística, linguiça. Permanece em nomes como Müller. b. O alfabeto recebe três letras: k, w e y. Esta é uma alteração que não tem grande efeito, pois são letras em desuso. c. As consoantes mudas. Neste aspecto o acordo causou problema, pois permite dupla grafia, caso a consoante seja pronunciada. Como há divergência de pronúncia entre Brasil e Portugal, surgem casos estranhos: ficção e apto são CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 37 de 87 pronunciados tanto no Brasil como em Portugal da mesma maneira, portanto permanecem o “c” e o “p”, nestes casos, pois não são mudos. Vejamos alguns casos de flutuação: Assumpção/assunção; sumptuoso/suntuoso; amígdala/amídala. A primeira forma é usada em Portugal e a segunda no Brasil. d. O sufixo “-iano” e “-iense” provocou uma avalanche de protestos, pois exige que mesmo nas palavras terminadas por “e”, esta vogal seja retirada e o sufixo permaneça com “i”. Já estávamos acostumados com “acreano” e “torrense”, agora mudam para “acriano” e “torriense”. Particularidades sobre grafia Palavras cognatas são as que derivam de um mesmo radical, mantendo uma relação de sentido com a original. As palavras “assessor, acessório, acesso e aceso”, embora tenham semelhanças em termos de grafia, são palavras de origem diferente, porém: “cheio, plano e pleno” são cognatas. Vamos examinar alguns caso e avaliar a importância para a ortografia. a) Assessor – (lat. assessore), a pessoas que presta auxílio, colaborador, ajudante. Ex: João é assessor parlamentar. b) Acessório – (lat. acessoriu), objeto secundário a outro que é principal. Pode adquirir sentido de objeto sem importância, ou dispensável. Outras vezes, assume o sentido de complementar. Ex: A calota é acessória ao carro. c) Acesso – (lat. acessu), entrada, estágio inicial, promoção (no caso de carreira). Em informática significa, também, conferência de dados até chegar ao registro solicitado. Ex: Entrem pelo acesso principal. O HD parou de funcionar e não tivemos mais acesso aos endereços dos clientes. d) Aceso – (particípio irregular do verbo acender), traz o sentido de ligado, incendiado. O verbo acender tem particípio duplo, aceso como irregular e acendido como regular. Ex: O farol do carro está aceso. Tenho acendido as luzes do carro, mesmo durante o dia, quando em viagem. Como se vê são palavras totalmente diferentes entre si, portanto não são cognatas, embora semelhantes entre si. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 38 de 87 Por outro lado, a palavra latina “plenus” originou tanto “plano” quanto “pleno” em português. Na evolução da linguagem o “pl” passa para “ch”, em diversas situações, assim “plenus” > “chenus” (forma hipotética) > passando no português contemporâneo para “cheio”. Vamos aproveitar este conhecimento e resolver mais alguns problemas de grafia. a) Caçar – caça – aprisionar o animal b) Cassar – cassação – agora o sentido é de “recolher”, “retomar”. Como “cassar” é com “ss”, “cass(ar)+ação” c) No latim temos “lex, legis”, observe a presença do “g”, portanto em português: legal, legislativo, legítimo etc.. d) Também é o mesmo caso “rex, regis”, portanto: regente, regimento, reger... e) Os nomes de origem indígena são grafados com “j”, portanto – pajé, pajelança, acarajé.... f) Para o som “ch” (como em chapéu), usa-se o “x” (e não ch) em palavras de origem indígena ou estrangeira. Assim: xavante, caxangá, maxixe, haxixe, macaxeira... Gostaram da brincadeira? Resolvam alguns casos: cabelerero Ou cabeleireiro Xampu Ou champu cônscio Ou Côncio Acentuação gráfica. A acentuação, na Língua Portuguesa, segue regras fixas. Não tem sentido revermos regras e exceções neste momento. As bancas não são “tão boazinhas” para cobrar conhecimentos gerais sobre acentuação. O que elas preferem é avaliar o conhecimento do candidato sobre alguns casos que são menos evidentes, mas que têm um uso intenso. Vejamos alguns casos: a) Distinguir a forma singular (tem) da plural (têm) no presente do indicativo do verbo “ter” é um “atrativo” muito forte para as bancas de concurso. b) Verificar a acentuação do “i” quando forma sílaba sozinho, (juízes) ou quando está apoiado na consoante seguinte (juiz). c) Outra situação interessante ocorre nas formas verbais, acompanhadas do pronome oblíquo, como em “comprá- CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 39 de 87 la”, pois nem todos percebem que, independente do hífen, a forma verbal é uma oxítona em “a”. Algumas observações sobre a reforma ortográfica A última reforma ortográfica está em vigor, desde janeiro deste ano (2009). Não é nosso objetivo discuti-la, pois isto é um assunto acadêmico. Para nós cabe examinar os pontos mais importantes e que tenham maiores probabilidades de causarem confusão na prova do concurso. Não vamos tratar do acordo de uma só vez, pois isto tomaria muito tempo. Neste módulo abordaremos alguns aspectos e retornaremos sempre que uma questão de prova exigir conhecimento de ortografia. Embora algumas divergências ainda permaneçam, manteremos o que está consagrado pelo VOLP da Academia Brasileira de Letras, e na obra O que muda com o novo acordo ortográfico do professor Evanildo Bechara. Os casos que o novo acordo ortográfico mantém a grafia anterior, não comentaremos, pois basta continuar redigindo da mesma forma. Vejamos as alterações: Quanto à acentuação houve algumas mudanças bem severas, mas a maioria das regras continuou sem alteração. As proparoxítonas continuam acentuadas da mesma maneira: médico e lâmpada. As oxítonas terminadas em “a”, “e” ou “o” permanecem com a mesma forma de acentuação: vatapá, café, paletó. Os monossílabos tônicos seguem esta mesma regra: pá, fé, dó. Vamos examinar alguns casos em que há mudança: • O acordo abre possibilidade de dupla grafia quando houver divergência de pronúncia (aberta/fechada): bebê/bebé; Antônio/António. • Os ditongos abertos “éi” “éu” e “ói” permanecem acentuados quando em palavras oxítonas: fiéis; véu (s); herói (s). Mas cuidado! Nas palavras paroxítonas, estes ditongos perderam o acento: estreia, ideia, heroico. • Os dois “oo” perdem o acento: voo, enjoo, assim como os dois “ee” nas formas verbais: veem, leem, creem. e deem. • O “i” e o “u” tônicos, formando sílaba sozinhos (quando não seguidos de “l”, “r” ou nasal) continuam recebendo acento: país, saúde. A alteração é: se forem antecedidos por ditongo perdem o acento quando paroxítonas: feiura, baiuca, mas se forem oxítonas, mantêm o acento: Piauí. CURSO DE PORTUGUÊS – Metrô/DF Prof. Odiombar Rodrigues www.pontodosconcursos.com.br Página 40 de 87 Emprego do sinal indicativo de crase. As regras sobre crase são muito simples e, dificilmente, um aluno erra questão sobre este assunto. Sabedoras disso, as bancas não pedem casos de crase diretamente nas alternativas, mas estabelecem relações com outros assuntos como locuções adverbiais (à vista, a prazo) e distinção entre uso da crase, do verbo haver e do artigo (à, há, a). Assim, torna-se sem sentido o estudo detalhado de todas as ocorrências sobre crase, pois o que interessa às bancas são algumas particularidades que podemos esclarecer durante os exercícios. Por outro lado, não podemos deixar de revisar alguns casos que são frequentes em provas. Conceito É fusão da preposição “a” com o artigo
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