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HELICOBATER E COLERA Discentes: Peddro Henrique, Gabriel Stumpf, Letícia Beatriz, Maria Clara Departamento de Parasitologia e Microbiologia / CCS Disciplina: Microbiologia Docente: Girlene Soares de Figueiredo NEOPLASIA GASTROINTESTINAL: INTERAÇÃO CARCINOGÊNICA ENTRE ÁCIDOS BILIARES E HELICOBACTER PYLORI Madeline Alizadeh e Jean-Pierre Raufman INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO GENOMA E DEPARTAMENTO DE MEDICINA, DIVISÃO DE GASTROENTEROLOGIA E HEPATOLOGIA, ESCOLA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE MARYLAND, BALTIMORE A Helicobacter pylori é uma bactéria de forma espiral; Gram-negativa; Microaerófila; Associada principalmente a células da mucosa gástrica É uma bactéria que se aloja no estômago ou intestino, onde prejudica a barreira protetora e estimula a inflamação, Helicobacter pylori Introdução Os ácidos biliares exercem diversas funções celulares, no entanto, os mecanismos relacionados às suas ações em células neoplásicas do trato gastrointestinal permanecem desconhecidos. Esse estudo analisou como as interações entre a infecção por Helicobacter pylori, deficiência de ferro e ácidos biliares modulam a inflamação gástrica e a carcinogênese Foram estudados camundongos nos quais a infecção por H.pylori imita a progressão da doença humana, Ácidos Biliares como Moléculas Sinalizadoras Tradicionalmente os ácidos biliares são conhecidos por seu papel de emulsificação de ácidos graxos, auxiliando o processo de digestão e absorção de lipídios O papel dos ácidos biliares se expandiu para incluir funções proeminentes como moléculas sinalizadoras no intestino e em outros órgãos Interagem com classes distintas de receptores nucleares e de membrana plasmática e transportadores de íons, modulando assim importantes funções celulares Ácidos Biliares como Moléculas Sinalizadoras Esses receptores incluem o farnesóide nuclear X (FXR), pregnane X (PXR), receptores de vitamina D e pelo menos quatro famílias de GPCRs de membrana plasmática Notavelmente, os receptores muscarínicos parecem desempenhar papéis proeminentes na neoplasia GI e, especificamente, no adenocarcinoma gástrico Ácidos Biliares e Câncer Gastrointestinal Os ácidos biliares no lúmen GI interagem com células epiteliais normais e neoplásicas, bem como micróbios intestinais, células imunes e neurônios entéricos dentro do microambiente tumoral Além da associação com adenocarcinoma gástrico, os ácidos biliares também estão implicados no desenvolvimento do adenocarcinoma esofágico, colangiocarcinoma, adenocarcinoma ductal pancreático e adenocarcinoma do cólon Entretanto, pouco se compreende sobre os mecanismos que levam a essa resposta H.pylori mais a deficiência de ferro aumenta o câncer gástrico H.pylori é reconhecido pela OMS como carcinógeno de classe 1 , entretanto a resposta varia muito, dependendo do hospedeiro e fatores genéticos, ambientais e de virulência da cepa bacteriana A depleção de ferro em gerbilos da Mongólia infectados com um gene A- positivo associado à citotoxina de uma cepa de H. pylori indicou aumento da proliferação neoplásica Da mesma maneira, cepas de H.pylori isoladas em humanos com baixos níveis de ferritina induziram respostas pró-inflamatórias mais robustas Ácidos biliares e H. pylori promovem câncer gástrico H. pylori causa aumento de ácido muricólico, ácido cólico e ácido desoxicólico (DCA) quando há deficiência de ferro Experimentos constataram que quando há excesso de DCA e de bile, H. pylori é capaz de causar inflamação e danos Clinicamente, observou-se que o uso de sequestradores de ácido biliar está associado à redução do risco de câncer gástrico Expressão de receptores de ácido biliar (TGR5) paralela a severidade da doença É necessária uma investigação mais ampla Ácidos biliares e micróbios intestinais promovem câncer gástrico Evidências em modelos animais sustentam que o refluxo biliar promove neoplasia gástrica Da mesma forma, o derramamento de bile no cólon está relacionado com a neoplasia de cólon Após a desconjugação por hidrolases bacterianas, os ácidos biliares sofrem desidroxilação e outras modificações por populações distintas de bactérias intestinais, transformando assim os ácidos biliares primários em secundários Por outro lado, a composição da própria microbiota é moldada pelos ácidos biliares Muitas interações entre ácidos biliares e micróbios intestinais nesse complexo ambiente Perguntas não respondidas A neoplasia gástrica no cenário de infecção de H. pylori e deficiência de ferro é causada pela inflamação crônica potencializada pelos ácidos biliares, ou pelos próprios ácidos? Existem interações sinérgicas semelhantes entre os efeitos carcinogênicos dos ácidos biliares e a inflamação associada aos micróbios intestinais em outros compartimentos do trato GI? Os canceres derivados de inflamação crônica do trato GI podem ser atenuados pelo sequestro de ácidos biliares, ou por outras intervenções que alterem concentração ou composição do ácidos? Conclusões e implicações translacionais O potencial translacional imediato dessas observações pode ser limitado, pois a infecção de H. pylori , uma vez diagnosticada, geralmente é prontamente eliminada com antibióticos. Os sequestrantes de ácidos biliares são constipantes e geralmente intragáveis, e a administração deve ser cuidadosamente programada para evitar sua adsorção e, assim, reduzir a biodisponibilidade de outros medicamentos. Assim, as implicações mais amplas deste trabalho, para entender a interação dos ácidos biliares com diferentes micróbios pró carcinogênicos menos facilmente erradicados, podem ser ainda mais importantes. . Viabilidade na utilização do direcionamento na interação dos ácidos biliares com GPCRs para atenuar a inflamação GI e neoplasia VIBRIO CHOLERAE: TOXINA DA CÓLERA Davy Vanden Broeckuma,∗, Caroline Horvathb, Marc JS De Wolfuma Introdução Vibrio Choleraeé, - Gram negativa Saneamento Básico - Cólera endêmica Portadores assintomáticos - surtos epidêmicos em imunossuprimidos Visão Geral da Patogênese Seu genoma contém 2 Cromossomos, dos quais o cromossomo I abriga todos os fatores de virulência - CT e o pilus co-regulado por toxina (TCP) Coloniza o intestino delgado utilizando o TCP e interage com receptores do epitélio intestinal Após aderida, a bactéria secreta sua toxina acompanhada pela liberação de hemaglutinina/protease HA/protease corta a subunidade CT-A em ARG 19, produzindo discreta CT -A1 e CT-A2, conectadas unicamente por uma ligação dissulfeto Essa modificação translacional é crítica para a atividade total da toxina, levando a um aumento na produção de cAMP Secreção maciça de eletrólitos e de agua no lúmen intestinal, paralelamente à excreção de bactérias Canal de transmissão: Feco-oral Tratamento Profilaxia - combinação de células mortas (inteiras) e excesso de subuniadade CT-B purificada ou recombinante. Estrutura do fator de virulência CT pertence a superfamília das toxinas AB Subunidade B: dispostas em configuração semelhante a um anel CT-A1 e CT-A2 localizam-se acima do plano do anel pentamérico, consistindo em duas cadeias polipeptídicas distintas CT-A2O possui função de ligantes e ocupa o canal central Com base na sequencia primária do gene CTgene, o CT-A2A subunidade possui um sinal de recuperação KDEL (Lys/Asp/Glu/Leu) C- terminal, inferindo para a reproduzir um papel no tráfego retrógado de golgi para o retículo endoplasmático (ER) - subunidade A (heterodimérica) subunidade B (homopentamérica) Estrutura do fator de virulência CT- A1 é um polipeptídeo catalítico: mono- ADOribosiltransferase, envolvido na ADP - ribosilação do Gs-subunidade de uma proteína reguladora de ligação ao GTP estimuladora, seguida pela estimulação da adenilato ciclase basolateral (AC) Função biológica Após a colonização do intestino delgado, as bactérias começam a produzir e liberar CT no lado luminal. A toxina inicia sua ação ligando-se com alta afinidade e especificidade ao seu receptor de membranaapical, GM1, dos enterócitos do hospedeiro. Função biológica Estudos morfológicos mostram que a TC se agrupa preferencialmente em invaginações de membrana não revestidas, as cavéolas, e entra em vários tipos de células por meio de vesículas lisas e não revestidas por clatrina. Ademais, estudos usando agentes perturbadores docolesterol e toxinas quiméricas indicam bandas lipídicas envolvidas na entrada tóxica do CT. Além disso, a CT entra nas células por uma via regulada por Arf6 ou mesmo por uma quarta via independente de dinamina e Arf6. Função biológica Modelo proposto para intoxicação do enterócito por TC. CT se liga com alta afinidade ao seu receptor GM1 e é ativamente internalizado pela maquinaria da célula hospedeira nos endossomos iniciais e de reciclagem, independentemente do mecanismo de internalização. Posteriormente, a CT é transportada como uma holotoxina de maneira retrógrada para o Golgi e posteriormente para o RE. Função biológica No RE, CT se dissocia em um CT-A1e um CT-A2Complexo /CT-B conduzido pela PDI, que também é responsável pelo desdobramento da CT-A1. CT-A1é posteriormente retrotranslocado via complexo Sec61p para o citosol, evitando a degradação proteassômica, onde se associa ao AC basolateral. Função biológica Transferência de mono-ADP-ribose de NAD+ para GS - desencadeia constitutivamente a adenilato ciclase (AC), resultando em um aumento substancial nas concentrações intracelulares de cAMP, seguido por uma fosforilação mediada por proteína quinase (PKA) do principal canal de cloro das células epiteliais intestinais, o regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) . O aumento líquido em Cl−A secreção é acompanhada por movimento osmótico de uma grande quantidade de água para o lúmen intestinal, resultando em diarreia grave. Aplicações clínicas Além de seu papel estabelecido como mediador causal da diarreia, a CT é agora reconhecida como tendo notáveis propriedades imunológicas. A CT gera anticorpos antitoxina extremamente potentes após a imunização sistêmica, mesmo na ausência de adjuvantes clássicos, fornecendo potencialmente uma estratégia para aumentar a imunogenicidade de antígenos administrados na via oral. O problema óbvio de usar CT como adjuvante é o potencial para induzir diarreia patológica. No entanto, a CT atua como um adjuvante em doses inferiores às necessárias para a indução de efeitos colaterais tóxicos e, de maneira importante, a subunidade B foi identificada como agente adjuvante imunológico, pelo menos quando administrado por via intranasal ou parenteral. Aplicações clínicas Nas vacinas administradas por via oral, o CT-B sozinho não apresentou capacidade imunológica, o que pode ser explicado pela falta de estabilidade durante a passagem do estômago, que requer a presença da subunidade A. Dados mostraram que o acoplamento do antígeno ao CT-B, antes da administração oral, pode induzir tolerância imunológica. A este respeito, resultados promissores foram obtidos na área de distúrbios autoimunes, onde o acoplamento de um autoantígeno ao CT- B induziu tolerância, por exemplo, o uso oral de um complexo insulina/CT- B como uma terapia eficaz contra diabetes em camundongos. Conclusão CT é uma proteína notável em muitos aspectos. Inicialmente surgiu como uma proteína tóxica com características incomuns, como sua estrutura única, transporte retrógrado, retrotranslocação e atividade mono-ADP-ribosiltransferase. Por estas razões, a CT revelou-se um veículo útil para o direcionamento de drogas intracelulares, bem como um agente anti-inflamatório. Sua capacidade única de evocar respostas imunes ou induzir tolerância imunológica posiciona o CT como um jogador proeminente em novas estratégias terapêuticas para modular distúrbios imunológicos. Obrigado!
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