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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA (FEQ/ITEC UFPA) CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA EQ01058 - Laboratório de Engenharia Química III RELATÓRIO: DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE CINEMÁTICA Dabir Hadassa Y. Miranda Pinto Jamilly Rose Freitas Dias Rian Cristian D. Amorim Belém-PA 2023 SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................................ 1 SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA: ..................................................................................... 2 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3 2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 4 2.1. Equipamento. .................................................................................................................... 4 2.2. Materiais. .......................................................................................................................... 4 2.3. Procedimento Experimental. ............................................................................................. 4 2.4. Procedimento analítico ..................................................................................................... 5 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 7 4. CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 9 5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 10 6. APÊNDICES ......................................................................................................................... 11 6.1. Memória de cálculo ........................................................................................................ 11 1 RESUMO O presente relatório tem como objetivo calcular a viscosidade cinemática de uma solução contendo detergente diluído em água a partir de dados experimentais advindos de um viscosímetro. O experimento foi realizado em temperatura ambiente e com um capilar de 300. Inicialmente, adicionou-se a amostra (água e detergente) em um béquer e então a solução foi transferida para o capilar até a metade da marca maior. Em seguida, conectou-se o cabo que solta o jato de ar no capilar, o equipamento foi configurado para realizar 4 medições do tempo de escoamento da amostra da parte superior até a parte inferior. Os tempos fornecidos pelo equipamento foram anotados para ser efetuado o cálculo da viscosidade cinemática da amostra a partir de uma equação que relaciona a viscosidade cinemática com o tempo de escoamento. O tempo de escoamento médio foi de 5,62 s e a viscosidade cinemática média foi de 1,4038 cts. O Detergente apresentou viscosidade menor, quando comparado a outros detergentes, em função de sua diluição em água no procedimento experimental. Palavra-chave: Viscosidade 2 SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA: 𝑣 – Viscosidade cinemática [cst]; K – Fator capilar [adimensional]; 𝜌 – Massa específica [Kg/m3]; 𝑅 – Raio do capilar [adimensional]; 𝜇 – Viscosidade dinâmica [Pa.s); g – Gravidade [Kg.m-1.s-2]; t – Tempo [s]. 3 1. INTRODUÇÃO Segundo Brunetti (2008), a mecânica dos fluídos é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos, assim como as leis que regem esse comportamento. Sendo assim, percebe-se a importância dessa disciplina nos cursos de engenharia, pois se encontra presente na usabilidade dos seus conceitos e leis para a compreensão do universo físico que nos cerca, também é fundamental no dimensionamento de maquinas e estruturas que são pertinentes às engenharias. O fluído é uma substância que se deforma continuamente quando sujeito à ação de uma força e apresentam uma resistência à deformação ou ao escoamento submetido. Portanto, um fluido muito viscoso oferece maior resistência às forças viscosas e escoa com maior dificuldade do que um fluido pouco viscoso (MATSUMOTO, 2019). Como a viscosidade é a propriedade física associada a resistência que um fluído oferece à determinada deformação por cisalhamento, podemos estudar dois tipos de vicosidade: dinâmica e cinemática (ÇENGEL, 2012). Para o estudo de escoamentos a viscosidade cinemática é uma das principais variáveis, uma vez que é normalmente empregada na equação do número de Reynolds e influencia na escolha das equações relacionadas ao regime de escoamento (laminar, crítico de transição ou turbulento) durante a simulação (SANTANA et al., 2005). A viscosidade cinemática equação (1), é a razão entre a viscosidade dinâmica (𝜇) e densidade (ρ) e é dada em m2/s ou stoke. 𝑣 = 𝜇 𝜌 Eq. (1) Ademais, caracterizar um fluido a partir da sua viscosidade, é essencial para compreender o comportamento reológico do fluído, ou seja, sua resistência ao fluxo (PELENGRINE et al, 2000), e para definir a qualidade da substância que pode ser ou não um produto final. O presente relatório objetiva entender o funcionamento viscosímetro capilar Cannon- Fenske, o qual mede o tempo de escoamento de um volume pré-determinado de líquido ou mistura líquida através de um capilar, e calcular a viscosidade cinemática a partir dos dados experimentais. 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Equipamento. 2.1.1. Viscosímetro Cannon Frensck; 2.2. Materiais. 2.2.1. Capilar de 300; 2.2.2. Detergente; 2.2.3. Espátula; 2.2.4. Água destilada; 2.2.5. Becker. 2.3. Procedimento Experimental. O procedimento experimental foi realizado no Laboratório de catálise e biocatálise (LABCAT) disposto no prédio do laboratório de engenharia química (LEQ) na Universidade Federal do Pará (UFPa). A amostra utilizada para a análise foi um detergente líquido diluído em água, para que tal solução escorresse com mais facilidade no interior do capilar. A Figura 1 apresenta a amostra utilizada no experimento. Figura 1 - Amostra utilizada no experimento. Fonte: Autores, 2023. 5 Para a determinação da viscosidade cinemática da solução foi utilizado um viscosímetro capilar, realizou-se o experimento em temperatura ambiente e com um capilar de 300. Inicialmente, adicionou-se a amostra (água e detergente) em um béquer e então a solução foi transferida para o capilar até a metade da marca maior. Por conseguinte, conectou-se o cabo que solta o jato de ar no capilar, depois foi configurado o equipamento para realizar 4 medições do tempo de escoamento da amostra da parte superior até a parte inferior do viscosímetro. Os tempos fornecidos pelo equipamento foram anotados para então ser efetuado o cálculo da viscosidade cinemática. 2.4. Procedimento analítico O mecanismo de funcionamento do viscosímetro utilizado para a determinação da viscosidade do fluido se baseia na medida do tempo necessário para que o líquido escoa entre as marcas 1 (inicial) e 2 (final) que possuem um volume fixo na equação abaixo, a qual relaciona a viscosidade cinemática do fluido, v, e o tempo de escoamento. Figura 2 - Viscosímetro utilizado no experimento. Fonte: Autores, 2022. 6 A viscosidade seguinte a lei de Hagen-Poiseulle: 𝜂𝑎𝑝𝑝 = 𝜋𝑅4( ℎ1+ℎ2 2 )𝜌𝑔 8𝐿𝑉 . 𝑡 Eq. (2) Após manipulações: 𝜂𝑎𝑝𝑝 = 𝜋𝑅4(ℎ1+ℎ2)𝜌𝑔 16𝐿𝑉 . 𝑡 Eq. (3) A massa específica da amostra não é conhecida, passando para o lado esquerdo daequação, tem-se: 𝜂𝑎𝑝𝑝 𝜌 = 𝜋𝑅4(ℎ1+ℎ2)𝑔 16𝐿𝑉 . 𝑡 Eq. (4) A equação da viscosidade cinemática é representada pela seguinte equação: 𝜈𝑎𝑝𝑝 = 𝜂𝑎𝑝𝑝 𝜌 Eq. (5) Substituindo a equação 5 na equação 6, tem-se: 𝜈𝑎𝑝𝑝 = 𝜋𝑅4(ℎ1+ℎ2)𝑔 16𝐿𝑉 . 𝑡 Eq. (6) Em que: 𝜋𝑅4(ℎ1+ℎ2)𝑔 16𝐿𝑉 = 𝐾 Eq. (7) Sendo “K” um “fator capilar” das constantes, o qual é tabelado. Substituindo na equação 5, tem-se a equação característica para cálculo de viscosidade a partir de viscosímetros: 𝜈𝑎𝑝𝑝 = 𝐾. 𝑡 Eq. (8) O viscosímetro utilizado na presente prática adiciona mais uma variável para a equação 8, a velocidade, entretanto, somente para tempos de 50 a 500 segundos, portanto, utilizou-se a 7 equação 8 para cálculo da viscosidade cinemática a partir dos 4 tempos obtidos, e adotou-se a média como a viscosidade cinemática final para a amostra utilizada no presente experimento. O capilar de 300 apresenta um diâmetro de 1,26 milímetros e seu valor de K, pode ser observada na Figura 3. Substituindo o valor de K na equação o 8, tem-se: 𝜈𝑎𝑝𝑝 = 0,25 . 𝑡 Eq. (9) Em que t é o tempo advindo do viscosímetro para cada análise. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados para os tempos de escoamento da amostra estudada (da marcação inicial até a marcação final) advindos do viscosímetro estão presentes na tabela 1. Tabela 1 – Tempos advindos do viscosímetro. ANÁLISES TEMPOS (s) 1o 5,65 Figura 3 - Valores de K, D e medição para cada capilar. Fonte: Autores, 2023. 8 2o 5,62 3o 5,60 4o 5,61 Fonte: Autores, 2023. A partir da Tabela 1, confirma-se a precisão do viscosímetro utilizado, o qual não apresentou variações significativas para os tempos obtidos. A partir dos tempos da tabela 1, obteve- se os valores da viscosidade cinemática, utilizando a equação 9. A Tabela 2 apresenta os resultados das viscosidades cinemáticas a partir dos tempos apresentados na tabela 1, assim como, a média das viscosidades. Tabela 1 – Valores das viscosidades. ANÁLISES TEMPOS (s) VISCOSIDADE (cts) 1o 5,65 1,4125 2o 5,62 1,4050 3o 5,60 1,4000 4o 5,61 1,4025 MÉDIA 5,62 1,4038 Fonte: Autores, 2023. Observa-se na tabela 2 que não houve uma variação significativa nos valores de viscosidade pois a única variável da equação 9 é o tempo, o qual teve baixa variação nas 4 análises. Deve-se esclarecer, contudo, que a análise com o viscosímetro de Ostwald não levou em consideração a temperatura como fator de alteração da viscosidade, logo a impulsão sofrida pelo detergente houve influência apenas da gravidade e da massa especifica do detergente no momento de arraste do líquido. 9 A viscosidade obtida no presente experimento, foi abaixo quando comparada a viscosidade teórica dos detergentes industriais e ao trabalho de GOMES (2007) tal fato se deve a diluição inicial do detergente no procedimento experimental, diminuindo o tempo de escoamento da marca inicial até a marca final e conforme a equação 9, o tempo de escoamento é diretamente proporcional a viscosidade cinemática. 4. CONCLUSÕES • O viscosímetro capilar de Cannon-Fenske se mostrou adequado na determinação da viscosidade de misturas líquidas que tenham comportamento de fluido newtoniano; •Percebeu-se uma dificuldade para analisar o detergente puro, uma vez que foi formada bolhas. Sendo assim, nota-se que fluidos com possibilidades para formar bolhas devem ser analisados em outros viscosímetros, como o viscosímetro rotacional; • A mistura de água e detergente segue uma relação linear, portanto é denominada como fluido newtoniano; • O experimento conseguiu atingir os objetivos, sendo possível caracterizar o fluido e aplicar o cálculo da viscosidade cinemática. 10 5. REFERÊNCIAS BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2. ed. rev. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. ÇENGEL, YUNUS A. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. AMGH Editora Ltda.Porto Alegre. 2012. MATSUMOTO, TSUNAO. Conceitos básicos e viscosidade. 2018. Universidade estadual paulista (UNESP). PELENGRINE, H. D; VIDAL, J. R. M. B; GASPARETTO, C. A. Estudo da viscosidade das polpas de manga (keitt) e abacaxi (pérola). Food Science and Technology, Brazil, Techol 20, v.1, 1 abr. 2000. SANTANA, C. W. S., TÔRRES, E. G., LACERDA, I. S. Ajuste de equações para a viscosidade cinemática de produtos de petróleo em função da temperatura. 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás. Universidade Federal de Campina Grande-PB. 2005. 11 6. APÊNDICES 6.1. Memória de cálculo Dados: Análises Tempo (s) Viscosidade V= K. t 1 5,65 1,4125 2 5,62 1,4050 3 5,60 1,4000 4 5,61 1,4025 P/ capilar 300 D= 1,26 K= 0,25 Média: 5,62 1,40
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