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PEN 04 - Fato Típico

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DIREITO PENAL 
 04 
O Fato Típico 
 
 
 
 
 
 
 Elementos do Fato Típico 
 
 
 Noções Gerais 
 
Noções Iniciais: 
O crime é um fato típico e antijurídico. Para que se possa afirmar que o fato concreto tem tipicidade, 
é necessário que ele se contenha perfeitamente na descrição legal, ou seja, que haja perfeita 
adequação do fato concreto ao tipo penal. Deve-se, por isso, verificar de que se compõe o fato típico. 
 
Elementos do Fato Típico: 
São elementos do fato típico: 
a) conduta (ação ou omissão); 
b) o resultado; 
c) a relação de causalidade; 
d) a tipicidade. 
 
! Caso o fato concreto não apresente um desses elementos, não é fato típico e, portanto, não é crime. Excetua-se, no caso, a tentativa, em que não ocorre o resultado. 
 
 
 A Conduta 
 
Noções Iniciais: 
Não há crime sem ação (“nullum crimen sine conducta”). Para Damásio, a conduta é a ação ou 
omissão humana consciente e dirigida à determinada finalidade. 
 
 
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 Copyright 2003 – Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. 
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
Teoria Sobre a Conduta: 
 
1) Teoria Clássica Tradicional Causalista ou Naturalística: 
A conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior, que consiste em fazer ou não 
fazer. É um processo mecânico, muscular e voluntário (porque não é reflexo), em que se prescinde do 
fim a que essa vontade se dirige. 
 
2) Teoria Finalista da Ação (Welzel): 
Para a teoria finalista da ação, a conduta é uma atividade final humana e não um comportamento 
simplesmente causal. A conduta realiza-se mediante a manifestação da vontade dirigida a um fim. 
Insere-na conduta o dolo e a culpa, deslocando se da culpabilidade para a ação. 
 
3) Teoria Social da Ação ou Ação Socialmente Adequada: 
Surgiu para ser uma ponte entre as teorias causalista e finalista. O que importa é a relevância social 
da ação - só há uma ação típica se o fato for inadequado socialmente. 
 
Características da Conduta: 
É um comportamento humano, não estando incluídos, portanto os fatos naturais. Esse 
comportamento exige uma repercussão externa (não constitui conduta o simples pensamento). 
 
Elementos da conduta: 
Elemento interno psíquico cerebral: consciência e vontade. Elementos externos: movimento ou 
abstenção do movimento. 
 
! Conduta: Não constituem a conduta o caso fortuito e de força maior (fato causado pela força da natureza ou 
inevitável). Também não constituem a conduta os atos que não intervém a vontade (na 
inconsciência não há conduta, com exceção da embriaguez voluntária ou culposa). 
 
 
 Formas da Conduta 
 
Noções Iniciais: 
A conduta pode consistir em uma ação ou omissão. É, em regra, consubstanciada em uma ação em 
sentido estrito ou comissão, que é um movimento corpóreo, um fazer, um comportamento ativo 
(atirar, subtrair). Poderá, entretanto, constituir-se numa omissão, que, segundo a teoria normativa, é a 
inatividade, a abstenção de movimento, é o “não fazer alguma coisa que é devida”. O fundamento de 
todo crime omissivo constitui-se em uma ação esperada e na não-realização de um comportamento 
exigido do sujeito. 
 
Quanto à omissão, ela é elemento do tipo penal (crimes omissivos próprios ou puros), como nos 
delitos de omissão de socorro (art. 135), omissão de notificação de doença (art. 269) etc., ou é apenas 
forma de alcançar o resultado previsto em um crime comissivo, passando a ser, nessa hipótese, crime 
comissivo impróprio (ou comissivo por omissão, ou comissivo-omissivo). 
 
 
 
 
 
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" 
Crime Omissivo Próprio e Impróprio: 
Nos crimes omissivos próprios a simples omissão já é delito. A omissão imprópria é aquela em 
que a omissão por si só não perfaz o delito, necessitando-se do resultado. 
 
Art. 13... 
 
§ 2.º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 
Ex.: A mãe em relação ao filho. 
 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 
Ex.: O médico contratado para cuidar de um paciente. 
 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
Ex.: Um nadador convida uma pessoa inexperiente para atravessar um canal. 
 
 
 Caso Fortuito e Força Maior 
 
Noções Iniciais: 
Não há fato típico na ocorrência de resultado lesivo em decorrência de caso fortuito ou força maior. 
 
Fortuito: 
É aquilo que se mostra imprevisível, quando não inevitável. 
Ex.: quebra da direção do veículo. 
 
Força Maior: 
Ex.: coação física irresistível. 
 
 
 O Resultado 
 
Noções Iniciais: 
Não basta a conduta para que o crime exista, pois é exigido o segundo elemento do fato típico, que é 
o resultado. 
 
Teorias do Resultado: 
Duas são as teorias que procuram explicar a natureza do resultado: 
a) teoria naturalista: modificação do mundo exterior provocado pelo comportamento humano 
voluntário; 
b) teoria normativa: lesão ou perigo de lesão a um interesse protegido pela norma legal. 
 
 
 
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Crimes quanto ao Resultado: 
 
Crime Material Crime Formal Crime de Mera Conduta 
Aquele que tem na definição a 
conduta e o resultado. 
O resultado é exigido 
(Ex.: estelionato). 
Tem na definição a conduta e o 
resultado, porém não é exigido que 
o resultado se produza. 
(Ex.: extorsão). 
O tipo só menciona o 
comportamento do sujeito. 
(Ex.: violação de domicílio). 
 
 
 Nexo Causal 
 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
Causa e Resultado: 
Não há crime sem resultado, diz a lei. Resultado é a lesão ou perigo de lesão do bem jurídico, 
protegido pela lei penal. A relação de causalidade (nexo causal) liga a conduta ao resultado. O nosso 
Código Penal adotou a teoria da equivalência das condições ou “conditio sine qua non” (condição 
sem a qual o resultado não teria ocorrido). 
 
Causa Concausa 
É todo antecedente que contribui para o resultado. 
Se suprimida, afetaria no acontecimento final 
(processo hipotético de eliminação: método para 
saber se a conduta do agente deu causa ao 
resultado). 
Concausas são outras causas que confluem com 
a causa provocada pelo agente. Não são 
admitidas no sistema atual. 
 
 
 Superveniência de Causa Independente 
 
Art. 13... 
 
§ 1.º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si 
só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 
Causa Superveniente: 
A concausa relativamente independente é aquela que derivando de um fato de outrem ou de um 
acontecimento estranho ao agente, se intercala na cadeia causal por este inaugurada. Logo, se a 
segunda causa não for desdobramento da primeira, não teremos o nexo de causalidade. A contrário 
sensu, se for um prolongamento da primeira, o sujeito ativo será responsabilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ex.: Fato no qual o agente provoca envenenamentoem alguém: 
O sujeito morre porque caiu um 
lustre na cabeça e não devido ao 
envenenamento. 
A ambulância que transportava 
a vítima caiu no rio e ela morre 
afogada. 
No hospital o sujeito morre por 
alergia a lavagem estomacal. 
Causa independente. Acontecimento fortuito. Acontecimento normal em relação 
à causa. 
Tentativa de homicídio. Tentativa de homicídio. Homicídio consumado. 
 
 
 Tipicidade 
 
Conceito: 
A tipicidade é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto e a 
descrição contida na lei. Quando o fato se encaixa, ele é típico, quando não se encaixar ele é atípico. 
 
Função da Tipicidade: 
Ela funciona como indício de antijuridicidade, assim, todo fato típico é também antijurídico, salvo 
prova em contrário. 
 
Tipo Penal: 
É o conjunto de elementos descritivos do crime ou contravenção. Possui elementos: 
a) objetivos: aqueles que descrevem a infração sobre os aspectos de sua materialidade; 
b) subjetivos: também chamados de elementos subjetivos do injusto, são dados que informam 
sobre o estado anímico do agente; 
c) normativos: refletem uma situação e exigem uma apreciação do juiz (ex.: “sem justa causa”, 
“mulher honesta”, “decoro”, “indevidamente”). 
 
Tipos Aberto e Tipo Fechado: 
Tipos fechados são aqueles que apresentam a definição completa da ação delituosa (ex.: homicídio – 
matar alguém). Tipos abertos são os que não apresentam a definição completa da ação, o 
mandamento proibitivo não observado pelo sujeito não surge de forma clara, necessitando ser 
pesquisado pelo julgador no caso concreto. São exemplos: 
a) delitos culposos; 
b) crimes omissivos impróprios; 
c) delitos cuja descrição apresenta elementos normativos (“sem justa 
causa”,”indevidamente”,”sem as formalidades legais”). 
 
Tipicidade Conglobante (Zaffaroni): 
É a comparação do fato penal típico com o ordenamento jurídico para verificar se não há neste 
ordenamento jurídico alguma norma de natureza penal ou extrapenal que obrigue a realização da 
conduta típica. 
 
Adequação Típica: 
É o processo de enquadramento perfeito do fato concreto ao tipo penal. São formas de adequação 
típica: 
a) adequação típica de subordinação imediata ou direta: quando um só artigo já é suficiente para 
tipificar o crime (ex.: A mata B – aplica-se o art. 121 do Código Penal); 
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b) adequação típica de subordinação mediata ou indireta: quando a adequação típica fica 
subordinada a dois dispositivos, um da parte especial e outro da parte geral (ex.: indivíduo A 
manda B matar C – aplica-se conjuntamente o art. 121 e o art. 29 do Código Penal). 
 
 
 
 
 
 
 Elementos Estruturais do Tipo Penal 
 
 
 Objeto Jurídico 
 
Objeto Jurídico: 
É o bem interesse protegido pela lei penal. 
 
 
 Sujeito Ativo 
 
Conceito: 
Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita na lei, ou seja, o fato típico. Só o 
homem isoladamente ou associado a outros (co-autoria ou participação) pode ser sujeito ativo de 
crime. 
 
! Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica: Sobre a responsabilidade penal da pessoa jurídica existem duas teorias principais: 
 
1) Teoria da Ficção: 
De acordo com esta teoria, a pessoa jurídica não existe na realidade, é um ente criado pela lei e não 
pode delinqüir. Pode ser sujeito passivo de crime (furto, difamação, etc.). O crime apresenta dolo e 
culpa, elementos que a pessoa jurídica não pode apresentar. 
 
2) Teoria da Realidade: 
A pessoa jurídica é um ente existente no mundo naturalístico, podendo delinqüir por intermédio de 
seus representantes (posição de Damásio E. de Jesus). 
 
Segundo aos arts. 173, § 5.º e 225, § 3.º da Constituição Federal, as pessoas físicas e jurídicas 
respondem administrativa e penalmente por certos delitos. A Lei de Crimes Ambientais (Lei 
9.605/98) também disciplina a responsabilidade penal da pessoa jurídica nos artigos 21 e 23. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Sujeito Passivo 
 
Noções Iniciais: 
É chamado na lei de vítima e ofendido. É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado (posto em 
risco) pela conduta criminosa. Há duas espécies de sujeito passivo: 
a) sob o aspecto formal é o Estado; 
b) sob o aspecto material é o titular do bem jurídico. 
 
Quem pode ser sujeito passivo: 
Pode ser: 
a) o homem (ser humano); 
b) a pessoa jurídica (furto de patrimônio, honra objetiva ou reputação); 
c) o Estado; 
d) a coletividade, grupo de pessoas (sentimento religioso, respeito aos mortos). 
 
! Nos crimes pluriofensivos há um ou mais sujeitos passivos. 
 
 
 Elementos Objetivos do Tipo 
 
Tipo Objetivo: 
O tipo objetivo (descrição abstrata de um comportamento) compreende a ação delituosa descrita com 
todas as suas características descritivas e, às vezes, de elementos normativos e subjetivos. Compõe o 
tipo: 
a) a ação; 
b) o objeto material: é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo 
que a ação delituosa atinge; 
c) o resultado; 
d) circunstâncias de tempo, lugar, modo e meios executivos, finalidades da ação, etc. 
 
 
 Elementos Subjetivos do Tipo 
 
Tipo Subjetivo: 
O tipo subjetivo compreende necessariamente o dolo, como elemento intencional e genérico, e, 
eventualmente, outros elementos subjetivos especiais da conduta, chamados elementos subjetivos do 
tipo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 O Dolo e a Culpa 
 
 
 Dolo 
 
Conceito: 
O dolo é a consciência (previsão) e vontade de concretizar as características objetivas do tipo. 
 
Teorias: 
Há três teorias sobre o dolo: 
a) teoria da vontade: o agente quis o resultado (dolo direto); 
b) teoria da representação: o dolo é a simples previsão do resultado; 
c) teoria do assentimento: o agente assumiu o risco de produzir o resultado (dolo indireto). 
 
O Código Penal adotou tanto a teoria da vontade como a teoria do assentimento. 
 
Art. 18. Diz-se o crime: 
 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
 
Dolo Natural e Dolo Normativo: 
O dolo pode ser considerado: 
a) natural (teoria finalista da ação): corresponde à simples vontade de concretizar os elementos 
objetivos do tipo; 
b) normativos (teoria clássica): contém a consciência da antijuridicidade. 
 
Elementos do Dolo: 
Presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os seguintes elementos: 
a) consciência da conduta e do resultado; 
b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; 
c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 
 
 
 Espécies de Dolo 
 
Dolo Determinado e Indeterminado: 
 
1) Dolo determinado é quando o agente quis o resultado: ex.: O elemento quis assassinar outrem e 
assim o fez. 
 
2) Dolo indeterminado pode ser alternativo, cumulativo ou eventual: 
a) no dolo alternativo o agente deseja um evento ou outro (ex.: matar ou aleijar); 
b) no dolo cumulativo o agente pretende a realização de dois resultados (ex. estuprar e matar); 
c) no dolo eventual o agente assume o risco da realização do evento. 
 
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Dolo Eventual Culpa Consciente 
Quando o agente fizer algo sabendo que corre o 
risco da produção do evento criminoso 
(previsão positiva). 
O agente não aceita a realização do evento 
(previsão negativa, o evento não se verificará), 
repele mentalmente o resultado previsto, agindo na 
esperança de não se verificar o evento. 
 
Dolo Genérico e Dolo Específico: 
Dolo genérico é quando o agente deseja apenas o fato descrito na norma penal. 
O dolo específico pode ser considerado como a vontade excedente, que se aglutina ao dolo genérico 
de base (ex.: fim libidinoso de obter vantagem indevida). 
 
Dolo de Dano e Dolo de Perigo: 
Dolo de dano se o sujeito quis lesar (destruir ou danificar) o bem tutelado 
Dolo de perigo se pretendeu apenas ameaçá-lo. 
 
Dolo de Ímpeto e Dolo de Propósito: 
Dolo de ímpeto é quando entre a formulação do propósito e a conduta, não há um hiato temporal. 
Dolo de propósito é quando existe um destaque notável entre a formação do propósito e a atuação. 
 
 
 A Culpa 
 
Noções Iniciais: 
É a modalidade menos grave do elemento psicológico normativo da culpabilidade. 
 
Art. 18 ... 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
Parágrafo único. Salvo nos casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto 
como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
Conceito de Culpa: 
Consiste a culpa em praticar voluntariamente, sem atenção ou o cuidado devido, um ato do qual 
decorre um resultado definido na lei como crime, que não foi querido nem previsto pelo agente, mas 
que era previsível. 
 
Negligência Imprudência Imperícia 
Culpa in onimitendo. O agente 
não toma as cautelas exigíveis 
por displicência ou preguiça 
mental (ex.: deixar veneno ao 
alcance das crianças ou não 
verificar os freios do veículo). 
Culpa in agendo. O agente atua 
com precipitação, desconsideração, 
com afoiteza, sem cautelas, não 
usando de seus poderes inibidores 
(ex.: limpar arma carregada perto 
de pessoas, dirigir carro em alta 
velocidade e com sono). 
É a incapacidade, a falta de 
conhecimento técnicos no 
exercício da arte ou profissão, 
não tomando o agente em 
consideração o que sabe ou 
deve saber (ex.: dirigir uma 
escavadeira sem saber). Erro 
Profissional é diferente de 
imperícia. 
 
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Elementos do fato culposo: 
1) Ato voluntário realizado com negligência, impudência ou imperícia. 
2) Gerar um resultado de dano ou perigo. 
3) O evento não deve ser desejado pelo sujeito. 
 
" 
Compensação de Culpas: 
Em direito penal não se admite a compensação de culpas. Ex.: indivíduo A atravessa sinal 
vermelho e indivíduo B que corria acima do limite de velocidade colidem. Os dois são culpados, 
não há compensação. 
 
Graus de Culpa: 
1) Leve. 
2) Levíssima. 
3) Grave. 
 
! O juiz leva em consideração os graus de culpa para a fixação da pena (doutrina). 
 
Agravação Pelo Resultado: 
 
Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver 
causado ao menos culposamente. 
 
 
 Crimes Preterdolosos 
 
O crime preterdoloso ou preterintencional é aquele em que a conduta produz um resultado mais grave 
que o pretendido pelo sujeito. O agente quer um “minus” e seu comportamento causa um “majus”, de 
maneira que se conjugam o dolo na conduta antecedente e a culpa no resultado (conseqüente). Daí 
falar-se que o crime preterdoloso é um misto de dolo e culpa: dolo no antecedente e culpa no 
conseqüente, derivada da inobservância do cuidado objetivo. Constitui elemento subjetivo-normativo 
do tipo (o dolo é o elemento subjetivo; a culpa,o normativo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Consumação e Tentativa 
 
 
 Crime Consumado e Tentativa 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 
Crime Consumado: 
Está consumado o crime quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto se 
subssume no tipo abstrato descrito na lei penal. Preenchidos todos os elementos do tipo objetivo pelo 
fato natural, ocorreu a consumação. 
 
“Iter Criminis”: 
O iter criminis é o itinerário a percorrer entre o momento da idéia da sua realização até aquele em 
que ocorre a consumação do crime e é composto de uma fase interna (cogitação) e de uma fase 
externa (atos preparatórios, atos de execução e consumação). 
 
1) A cogitação não é punida. 
 
2) Os atos preparatórios são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva, como a 
aquisição de arma para a prática de um homicídio e também escapam, regra geral, a aplicação da lei 
penal; por vezes, contudo, o legislador transforma esses atos em tipos penais especiais, quebrando a 
regra geral, como nas hipóteses de “apetrechos para a falsificação da moeda”. Atos de execução são 
os dirigidos diretamente à prática do crime, “quando o autor se põe em relação direta e imediata com 
a ação típica”. 
 
A Tentativa: 
A tentativa situa-se no iter criminis a partir da prática de um ato de execução, desde que não haja 
consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente. São, pois, elementos da tentativa: a 
conduta (ato de execução) e a não consumação por circunstâncias independentes da vontade do 
agente. Iniciada a prática dos atos executórios, a execução do fato típico pode ser interrompida: 
a) por desejo do agente; 
b) por circunstâncias alheias à vontade do sujeito ativo. 
Na primeira hipótese não há que se falar em tentativa, havendo apenas a desistência voluntária ou o 
arrependimento eficaz. Na segunda, por interrupção externa, haverá tentativa. 
 
Elemento Subjetivo da Tentativa: 
O elemento subjetivo da tentativa é o dolo do delito consumado, tanto que no artigo 14, II, é 
mencionada a vontade do agente. Não existe dolo especial de tentativa. Pelo elemento subjetivo é que 
se pode distinguir, por exemplo, um delito de lesão corporal da tentativa de homicídio: no primeiro, o 
dolo é a vontade de causar a lesão; no segundo, é a de matar. 
 
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Tentativa Perfeita ou Acabada Tentativa Imperfeita 
Quando o agente tiver realizado tudo aquilo 
que planejou, embora o crime não obteve 
êxito pela interferência de circunstâncias 
alheias a sua vontade. 
O elemento não chega a esgotar a sua capacidade 
ofensiva contra o bem jurídico visado. 
 
Pena de Tentativa: 
 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente 
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
Há duas teorias existem a respeito da punibilidade da tentativa: 
a) teoria subjetiva: o agente deveria responder pelo crime consumado; 
b) teoria objetiva: alicerçada na lesão efetiva do bem tutelado pela norma, a tentativa poderá 
ficar até mesmo isenta de pena. 
Sistemas penais mistos, como o nosso, adotam para o conatus uma solução intermediária: pune-se a 
tentativa, de forma abrandada. 
 
" 
Adota-se, porém, a teoria subjetiva por exceção (“salvo disposição em contrário”). 
Ex.: No crime de evasão depresos: “evadir-se ou tentar evadir-se” se aplica a mesma pena para os 
dois casos. 
 
Inadmissibilidade da Tentativa: 
Não se admite a tentativa o crime culposo e o preterdoloso, uma vez que depende sempre de um 
resultado lesivo diante da sua definição legal. Também não se admite nos crimes unissubsistentes de 
ato único, já que é impossível o fracionamento dos atos de execução. Também não nos crimes 
omissivos puros, pois não se exige um resultado naturalístico decorrente da omissão e no crime 
habitual. No crime complexo haverá tentativa sempre que não se consumarem os crimes 
componentes, já que a consumação exige a realização integral do tipo, no caso um todo complexo 
incindível. 
 
 
 Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 
 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
Natureza Jurídica: 
É uma causa de exclusão da tipicidade. 
 
Arrependimento: 
Quando o sujeito-agente esgota a sua atividade delitiva e volta atrás para impedir o resultado 
anteriormente pretendido, dá-se o arrependimento, que será eficaz se conseguir realmente evitar o 
evento. Como se vê, o arrependimento ativo, confrontado com a desistência, é muito mais atuante, 
muito mais radical no impedimento do evento. Isto porque, como já foi observado, no 
arrependimento o agente já se encontra bem mais próximo do resultado típico. Faz-se mister que a 
desistência precisa ser voluntária, não sendo decorrente de fatores externos (ex.: arma emperrada, 
polícia, súplica da vítima, rogação de terceiros). 
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 Arrependimento Posterior 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos em violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a 
pena será reduzida de um a dois terços. 
 
Natureza Jurídica: 
É causa geral de diminuição da pena. 
 
Noções Iniciais: 
O arrependimento posterior não se diversifica ontologicamente do arrependimento eficaz. A essência 
é a mesma, A diferenciação reside somente no momento cronológico. Enquanto o arrependimento 
eficaz deverá apresentar-se após percorrido o iter criminis, mas antes que o resultado se verifique, o 
arrependimento posterior tem lugar após o momento consumativo do delito. Para ocorrer o benefício 
da atenuação da pena são necessários três requisitos. 
 
1) O primeiro requisito a ser cumprido pelo elemento, para beneficiar-se da atenuante, é proceder ao 
ressarcimento do dano sofrido pela vítima, ou restituir-lhe a coisa da qual se apossou indevidamente. 
A doutrina pátria entende, com base na italiana, possível a reparação do dano não patrimonial em 
dinheiro. O mesmo não se diga do dano moral que, por sua própria natureza, é insuscetível de uma 
quantificação material. 
 
2) Voluntariedade da conduta. 
 
3) Se se tratar de um arrependimento posterior, haverá ele de evidenciar-se, necessariamente, após a 
consumação do delito. Nesse ponto se situa sua diferenciação do arrependimento eficaz, que tem 
lugar anteriormente à execução embora esgotado o momento executivo do crime. 
 
" No caso de homicídio culposo a doutrina e a jurisprudência admitem o arrependimento posterior. 
 
Grau de Redução da Pena: 
O juiz deve basear-se no grau de sinceridade e espontaneidade do agente como requisito para a 
graduação de redução da pena (um a dois terços). 
 
 
 Crime Impossível 
 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
Noções Iniciais: 
Há duas espécies diferentes de crime impossível, em que de forma alguma o agente conseguiria 
chegar a consumação, motivo pelo qual a lei deixa de responsabilizá-lo pelos atos praticados. 
 
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1) Ineficácia absoluta do meio empregado pelo agente para conseguir o resultado; o meio é 
inadequado, inidôneo, ineficaz para que o sujeito possa obter o resultado pretendido (ex.: tentativa de 
envenenamento com substância inócua, utilização de revólver desmuniciado). Não exclui a 
inexistência da tentativa a utilização de meio relativamente inidôneo. 
 
2) Absoluta impropriedade do objeto material do crime, que não existe ou, nas circunstâncias em que 
se encontra, torna impossível a consumação. Há crime impossível nas manobras abortivas praticadas 
em mulher que não está grávida e no disparo de um revólver contra um cadáver. 
 
 
 
 
 
 
 Erro de Tipo 
 
 
 Noções Gerais 
 
Erro de Tipo: 
Incide sobre elementos constitutivos da figura delituosa e impede o autor de ter a representação de 
estar, em concreto, realizando a conduta abstratamente descrita na lei (ex.: um caçador, no meio da 
mata dispara sua arma sobre um objeto no escuro, supondo tratar-se de um animal e atinge um 
fazendeiro); neste exemplo o erro incide sobre elementos do tipo, ou seja, sobre um fato que compõe 
um dos elementos do tipo. Um erro que recai sobre elemento normativo do tipo também é erro de 
tipo excludente do dolo (ex.: não age com dolo, o elemento que leva o guarda-chuva de outrem 
pensando ser seu). No caso de erro de tipo, desaparece a finalidade típica, ou seja, não há no agente a 
vontade de realizar o tipo objetivo. Como o dolo é querer a realização do tipo objetivo, quando o 
agente não sabe que está realizando um tipo objetivo, porque se enganou a respeito de um dos seus 
elementos, não age dolosamente: há erro de tipo. São casos em que há tipicidade objetiva, mas não há 
tipicidade subjetiva por estar ausente o dolo. 
 
Erro Culposo: 
O erro é invencível e exclui o dolo e a culpa, entretanto, se poderia tê-lo evitado com as cautelas 
exigíveis nas condições em que se encontrava, ocorrerá o erro culposo, o qual responderá o agente 
criminalmente. (ex.: o caçador do exemplo anterior, tendo podido evitar atirar em virtude da 
existência de outras pessoas na área, responderá ele por homicídio culposo). 
 
Erro de Tipo Pode Recair Sobre: 
 
Elementos ou circunstâncias do tipo: A numa caçada pensando que é um animal atira em B, 
matando-o. 
Pressupostos de causas justificativas 
(descriminantes putativas): 
A pensando em estar em legítima defesa atira em B, 
matando-o. 
Dados secundário do tipo penal: A deseja roubar um videocassete e acaba roubando 
um gravador. 
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Os dois primeiros são erros essenciais, que podem ser vencíveis ou invencíveis, o último se trata de 
erro acidental. 
 
" No erro de tipo essencial o agente não quer praticar o crime, no erro acidental, ele quer praticar, mas acaba errando na sua execução: 
 
Modalidades de Erro Acidental: 
1) Erro sobre o objeto: “error in objecto” - queria furtar uma coisa e furta outra. 
2) Erro sobre a pessoa: “error in persona” - art. 20 §3º. 
3) Erro na execução: “aberratio ictus” - art. 73. 
4) Resultado diverso do pretendido: “aberratio criminis” - art. 74, quer praticar um crime e 
pratica outro. 
 
 
 Erro Sobre Elementos do Tipo 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal exclui o dolo, mas permite a punição 
por crime culposo, se previsto em lei. 
 
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a puniçãopor 
crime culposo, se prevista em lei. 
 
Este dispositivo abrange também as circunstâncias qualificadoras, as causas de aumento de pena e as 
circunstâncias agravantes. (ex.: elemento mata outrem sem saber que é descendente, o elemento não 
responde com agravante). 
 
Eventualmente o erro de tipo leva a uma desclassificação do crime. (ex.: elemento desacata outrem, 
sem saber de que se trata de um funcionário público no exercício da função, o elemento não responde 
por desacato, mas por injúria). 
 
Distingue-se o erro essencial do erro acidental. O erro essencial é o que recai sobre um elemento do 
tipo, ou seja, sobre fato constitutivo do crime, e sem o qual o crime não existiria (ex.: o caçador não 
atiraria se soubesse que se tratava de um fazendeiro). O erro acidental recai sobre circunstâncias 
acessórias da pessoa ou da coisa estranhas ao tipo, que não constituem elementos do tipo. Sem ele o 
crime não deixa de existir (ex.: elemento rouba bijuteria pensando ser ouro). 
 
O erro de tipo distingue-se do erro de proibição. Enquanto o primeiro exclui o dolo, o segundo afasta 
a compreensão da antijuridicidade. O erro de tipo dá-se quando o “agente não sabe o que faz”; o erro 
de proibição quando “sabe o que faz, mas acredita que não é contrario à ordem jurídica”; o erro de 
tipo elimina a tipicidade dolosa; o erro de proibição pode eliminar a culpabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Descriminantes Putativas 
 
Art. 20... 
§ 1.º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o 
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. 
 
Isenta o agente da pena em razão de “erro plenamente justificado pelas circunstâncias”. 
 
" As descriminantes putativas podem recair sobre erro de tipo ou de proibição. 
 
Aquelas em que o elemento fica isento de pena em razão de “erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias”, supondo “situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima”. 
 
O agente supõe estar atuando de acordo com as normas autorizantes sem em realidade estar. Por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, imagina estar em estado de necessidade, de legítima 
defesa, de estrito cumprimento de dever legal, ou exercício regular de direito (ex.: indivíduo atira 
contra conhecido, que lhe invade imprudentemente o domicílio, imaginando tratar-se de ladrão). 
 
O erro haverá de ser invencível, para inocentar por completo o agente. Se houver negligência, 
imprudência ou imperícia por parte dele, será punido, desde que a modalidade culposa seja prevista 
em lei. 
 
 
 Erro Determinado por Terceiro 
 
Art. 20... 
§ 2.º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
 
Erro Determinado por Terceiro: 
Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa conforme o 
caso. Ex.: Indivíduo solteiro influencia amigo casado a se casar novamente fazendo este pensar ser 
certo. O solteiro então responde por crime de bigamia. 
 
 
 Erro Sobre a Pessoa 
 
Art. 20... 
§ 3.º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o 
agente queria praticar o crime. 
 
“Error in Persona”: 
A pretende matar B, e por erro mata o filho, não será considerado infanticídio e sim um homicídio. 
Considera-se no caso, a vítima pretendida e não a atingida. 
 
 
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“Aberratio Ictus”: 
O erro se processa na execução do delito. A vontade não está viciada. Há um desvio do golpe, 
durante a execução. Na aberratio, a vítima pretendida sofre o perigo, ao passo que no error in persona 
a vítima visada, ausente, não corre o menor risco. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Ministério Público/MG – 40) Sobre o momento consumativo do crime, assinale a alternativa 
falsa: 
( ) a) nos crimes materiais, a consumação ocorre com o evento ou resultado; 
( ) b) nos crimes culposos, só há consumação com o resultado naturalístico; 
( ) c) nos crimes formais a consumação ocorre com a própria ação, já que não se exige 
resultado naturalístico. 
( ) d) nos crimes permanente, a consumação se protai no tempo, desde o instante em que se 
reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente; 
( ) e) nos crimes omissivos impróprios, a consumação ocorre com a simples omissão do 
agente. 
 
 
02 - (Ministério Público/MG – 40) De acordo com os postulados da teoria da imputação objetiva é 
correto afirmar, exceto: 
( ) a) para que ocorra a imputação objetiva da conduta típica basta que o agente provoque 
situação de risco juridicamente proibido, pouco importando a materialização desse 
risco em resultado lesivo; 
( ) b) sendo a imputação objetiva tema afeto à tipicidade, a atuação nos limites do risco 
permitido não é penalmente típica, estando ausente o desvalor da conduta. 
( ) c) a imputação é excluída quando a conduta geradora do resultado se configurar como 
uma ação que diminuiu o risco existente ao invés de incrementa-lo; 
( ) d) para a identificação do risco proibido, além do princípio do incremento do risco 
permitido, é indispensável que se observe o princípio da finalidade protetiva da norma; 
( ) e) não há imputação se a conduta geradora do resultado, apesar de haver ocasionado um 
perigo relevante para o bem jurídico, é considerada socialmente adequada. 
 
 
03 - (Ministério Público/MG – 40) Sobre a tipicidade é correto afirmar, exceto: 
( ) a) em virtude do conceito de tipicidade material, excluem-se dos tipos penais aqueles 
fatos reconhecidos como de bagatela, nos quais têm aplicação o princípio da 
insignificância; 
( ) b) a teoria da ratio essendi, também conhecida como teoria da identidade, desenvolvida 
por Mezger, concebe a tipicidade como a própria razão de existir da ilicitude, no 
âmbito do tipo-de-injusto; 
( ) c) a tipicidade é uma decorrência natural do princípio da reserva legal; 
( ) d) a tentativa é hipótese de adequação típica de subordinação mediata ou indireta, 
constituindo-se em causa de extensão da figura delituosa descrita nos diversos tipos 
penais e nas contravenções; 
( ) e) para os adeptos da teoria dos elementos negativos do tipo, toda vez que não for ilícita 
a conduta do agente faltará a própria tipicidade. 
 
 
 
 
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04 - (Ministério Público/SP – 81) Responde pelo resultado lesivo final o agente 
( ) a) sempre que sua conduta típica o produziu. 
( ) b) cuja conduta típica e antijurídica, para produzi-lo, se conjuga a uma concausa 
preexistente da qual tinha ciência e cujos efeitos aceitou. 
( ) c) cuja conduta típica e antijurídica, para produzi-lo, se conjuga a uma concausa 
superveniente relativamente independente. 
( ) d) produtor da concausa superveniente relativamente independente, mesmo que sem 
culpa ou dolo. 
() e) produtor da concausa superveniente relativamente independente, agindo com culpa ou 
dolo, que assim afasta a responsabilidade do autor da conduta inicial por quaisquer 
fatos praticados. 
 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.E 02.A 03.D 04.B 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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