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Estudo sobre leis injustas na visão de Javier Hervada

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Leis injustas
O Direito natural é anterior à justiça.
A justiça é anterior ao direito positivo.
Existem leis injustas porque a noção de justo é anterior ao direito positivo. Se o justo é,
aristotelicamente, uma virtude que consiste na vontade constante e perene de dar a cada
um o que é seu de direito então uma lei positiva que designa o que é devido a alguma
pessoa de maneira que fira um princípio de direito natural ela é uma lei de natureza injusta.
Considera-se também que os direitos naturais são universais, imutáveis e relativos aos
direitos da pessoa humana por sua condição de ser humano.
Desenvolvendo o raciocínio que conclui que há leis e direitos naturais a partir da
noção clássica de justiça e da percepção empírica da existência de leis positivas
injustas
As existência e legitimação das leis e direitos naturais são baseadas na noção de
justiça. Essa virtude, de acordo com Aristóteles, é “a vontade constante e perene de dar a
cada um que é seu”, considerando que só pode ser designado o que é de direito a partir da
existência de uma regra que o institua, é viável afirmar que o direito natural institui por
natureza as bases de direitos reconhecidos em virtude da condição de ser humano. Uma
vez que o direito natural é anterior ao direito positivo e também anterior ao conceito de
justiça, é factível que ele seja a base para a estipulação do justo, em muitas relações
jurídicas, e para a criação de leis justas.
Porém, é perceptível a existência de leis positivadas que causam a sensação de
injustiça àqueles que observam a relação jurídica. Essa percepção é correta nos casos em
que a lei positivada pelo poder legiferante cria uma norma de direito positivo que conflita
com normas de direito natural. Quando o direito positivo se se afasta do direito natural, na
ordem de suas designações e comandos, ele desrespeita direitos de liberdade, a vida ou
integridade da pessoa e
“atribuem coisas a pessoas de forma diferente às quais eram atribuídas
anteriormente por direito natural, ou negam atitularidade de algo a quem o tem por
direito natural, ou atribuem algo a alguém que por direito natural é negado”
(Hervada, p27).
Nesses casos citados, a lei pode ser corretamente classificada como uma lei injusta por
desrespeitar normas de direito natural.

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