Buscar

boletim-economico-agosto-2020-versao-final

Prévia do material em texto

BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | DEZEMBRO DE 2019 
 
 
 
 
 
 
Contas públicas e a Covid-19
A Instituição Fiscal Independente (IFI), orgão vinculado ao Senado 
Federal, publica mensalmente Relatório de Acompanhamento 
Fiscal (RAF) com análise dos principais resultados econômicos do 
país. Em seu último relatório (17/agosto), o IFI alerta para 
“deterioração das contas públicas” em decorrência da 
necessidade de enfrentamento da crise da COVID-19. Em linhas 
gerais, o instituto descreve a piora no resultado nominal do setor 
público que ocorreu em razão dos efeitos econômicos e sociais 
oriundos da pandemia da COVID-19. O relatório destaca os 
valores divulgados pelo Banco Central (BC) aonde o déficit 
nominal do setor público consolidado, que inclui o governo 
federal, o Banco Central, as empresas estatais e os governos 
regionais, chegou a 16,7% do PIB, no 1º semestre. Em igual 
período do ano passado, o mesmo déficit apurado foi de 5,3% do 
PIB. Em 12 meses, o resultado nominal do setor público foi 
negativo em R$ 818,6 bilhões (11,4% do PIB), contra 6,5% do PIB 
apurado um ano antes. 
Do ponto de vista da despesa, a elevação dos gastos públicos 
para combater os efeitos da pandemia está garantindo, de certa 
forma, uma pequena reativação na atividade econômica. Os 
programas de auxílio emergencial aos Estados, Municípios e 
Distrito Federal, o auxílio emergencial a pessoas em situação de 
vulnerabilidade, o benefício emergencial de manutenção do 
emprego e da renda, e outras despesas adicionais do ministério 
da saúde e demais ministérios, vêm permitindo uma reação 
positiva em setores específicos da atividade econômica, tais 
como: supermercados, farmácias e material de construção. O 
auxilio emergencial de R$600,00 para aproximadamente 66 
milhões de brasileiros tem sido o principal programa anticíclico do 
Governo Federal, por mais contraditório que possa ser. Essa 
flexibilização que aponta na direção de uma política fiscal 
expansionista, no caso do auxilio emergencial, termina em agosto 
e sua provável reedição deverá impactar diretamente no 
desempenho do PIB, no deficit público projetado e na relação 
dívida/PIB. O Boletim FOCUS, por quatro semanas consecutivas, 
vem diminuindo o impacto provocado pela pandemia na atividade 
econômica. A previsão no começo de julho era uma queda no PIB 
próxima de 6%, e na segunda semana de agosto passou para 
5,5%, com tendência de aproximar-se de 5%. 
Por outro lado, a manutenção do auxilio emergencial, mesmo com 
um valor menor (R$200,00 a R$300,00), mais o prolongamento 
de outras medidas de estímulo fiscal deverão elevar a relação 
dívida/PIB, que cresceu 9,7 pontos percentuais entre dezembro 
de 2019 e junho passado, alcançando 85,5% no fim do primeiro 
semestre. Existem projeções de chegar a 96% do PIB, até o final 
do ano. 
Qual seria a consequência desse resultado na economia 
brasileira? Normalmente, a relação dívida/PIB é usada para 
avaliar se as finanças públicas de um país está em bom estado 
ou não. No entanto, tão importante quanto essa diferença é a sua 
trajetória e sustentabilidade ao longo dos anos. Se a dívida 
pública de um país cresce sem previsão de retorno a uma 
trajetória sustentável, a percepção de risco pelo mercado 
aumenta e a taxa de juros demandada para emprestar àquele 
governo (via compra de títulos públicos) se eleva. Quanto maior o 
risco percebido, maior vai ser o retorno exigido, o que faz com que 
aumente o custo de novos empréstimos e a rolagem da dívida 
existente. Portanto, uma dívida que se demonstra insustentável 
poderá gerar uma pressão na taxa de juros básica. Conforme 
dados do tesouro nacional, 95% da divida pública é interna e 5% 
é externa. Dos 95%, 75% sofrem atualização monetária (inflação) 
e 25% são despesas com juros. 
Há, no entanto, uma outra maneira de financiar o déficit público 
sem necessariamente aumentar a dívida publica, à semelhança 
do que foi feito na crise de 2008-2009 nos EUA e na Zona do Euro. 
Trata-se da emissão monetária, mas é polêmica demais para ser 
debatida e aceita no curto prazo e no atual cenário político do 
país. 
 
Arrecadação do ICMS de Janeiro a Julho de 2020 
Em valores correntes, o arrecadado com o ICMS (base de incidência da cota-parte da Unesp) chegou aos R$57.674,1 milhões até julho, 
que somado ao repasse oriundo do PEP/2020 (R$369,7 milhões) totalizou R$58.043,8 milhões (Tabela 1). Os valores arrecadados no 
mês de julho (R$8.495,9 milhões) ficaram 2,4% abaixo do valor arrecadado no mesmo mês do ano anterior (R$8.706,3 milhões), em 
valores nominais. Em valores deflacionados pelo IPCA/IBGE, o percentual de queda passa a ser de 4,61% (Tabela 2). 
 
 
MÊS ICMS DEFINITIVO PEP TOTAL
JAN 9.625.259.969 59.670.943 9.684.930.912 
FEV 8.762.384.735 68.602.886 8.830.987.621 
MAR 8.987.508.089 53.228.199 9.040.736.288 
ABR 7.749.144.894 36.941.648 7.786.086.542 
MAI 6.693.388.675 45.281.887 6.738.670.562 
JUN 7.415.975.510 50.523.700 7.466.499.210 
JUL 8.440.446.321 55.510.372 8.495.956.693 
TOTAL 57.674.108.193 369.759.635 58.043.867.828 
MÊS ICMS DEFINITIVO PEP TOTAL
JAN 9.099.618.244 37.734.786 9.137.353.030 
FEV 8.263.953.845 38.175.293 8.302.129.138 
MAR 8.317.669.751 34.313.168 8.351.982.919 
ABR 8.848.660.121 34.779.656 8.883.439.777 
MAI 8.633.045.925 34.932.499 8.667.978.424 
JUN 8.394.502.002 32.309.881 8.426.811.883 
JUL 8.674.117.201 32.172.712 8.706.289.913 
TOTAL 60.231.567.089 244.417.995 60.475.985.084 
do ICMS do PEP Total
JAN 5,78 58,13 5,99
FEV 6,03 79,70 6,37
MAR 8,05 55,12 8,25
ABR -12,43 6,22 -12,35
MAI -22,47 29,63 -22,26
JUN -11,66 56,37 -11,40
JUL -2,69 72,54 -2,42
TOTAL -4,25 51,28 -4,02
MÊS Variação (%) Nominal
do ICMS do PEP Total
JAN 1,52 51,77 1,73
FEV 1,95 72,79 2,27
MAR 4,60 50,16 4,79
ABR -14,48 3,73 -14,41 
MAI -23,90 27,24 -23,69 
JUN -13,50 53,11 -13,25 
JUL -4,89 68,65 -4,61 
TOTAL -6,95 46,95 -6,74 
MÊS Variação (%) real
 PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG 
 
AGOSTO 2020 | Edição 21 
 
 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 
 
 
2 
 
 
No acumulado de janeiro a julho, apenas observando os valores arrecadados do ICMS, temos R$57.674 milhões (2020) contra R$60.231 
milhões (2019). Trata-se de uma queda de 4,25% que quando deflacionado pelo IPCA/IBGE passa a ser de 6,95%. O efeito recessivo 
causado pela pandemia já se percebe nos meses de abril até junho, com uma pequena recuperação em julho. O comportamento da curva 
(Gráfico 1) demonstra claramente a redução da arrecadação no semestre, que terminou com uma diminuição nas taxas de crescimento 
real, no acumulado em 12 meses, de 2,8% no mês de junho. No acumulado do ano (janeiro a junho), quando comparado com o mesmo 
período do ano anterior, a taxa apresenta índice negativo de -8,2%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inflação acumulada no período de Janeiro a Julho/2020 
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho foi de 0,36%, enquanto a taxa do mês anterior foi de 0,26%. No 
acumulado do ano, o índice registrou inflação de 0,46% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 2,30% (Gráfico 2 e Tabela 3). O centro 
da meta de inflação estabelecido pelo Banco Central é 4,0% com tolerância de +/- 1,5 pp. A gasolina foi o item que colaborou com o maior 
impacto individual (0,16 p.p.) na inflação do mês passado, com alta de 3,42%. O óleo diesel (4,21%), o etanol (0,72%) e o gás veicular 
(0,56%) também subiram, levando o grupo dos combustíveis a um resultado de 3,12%. O grupo habitação teve alta de 0,8% nos preços e 
contribuiu com 0,13 p.p para o índice. Neste grupo, a segunda maior contribuição individual para o IPCA do mês (0,11 p.p.), foi o item 
energia elétrica que subiu 2,59%. Das 16 regiões pesquisadas, 13 apresentaram aumento, reflexo de reajustestarifários em várias 
capitais. Em São Paulo, onde houve um reajuste de 3,6% em uma das concessionárias, a alta no item foi de 4,49%. De acordo com o 
relatório do IBGE, alimentação e bebidas tiveram leve alta em julho, de 0,01%, após 
incremento de 0,38% um mês antes. Responsável por um quarto do orçamento das famílias, 
o grupo não teve influência estatística sobre o IPCA de julho. No lado das quedas, os 
destaques foram ao grupo vestuário (-0,52%), o grupo despesas pessoais (-0,11%) e 
educação (-0,12%). 
Gráfico 2: IPCA-IBGE: acumulado em 12 meses (julho/2020) 
 
Var.
2,30%
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
m
a
r/
15
m
a
i/
1
5
ju
l/
15
se
t/
15
n
o
v
/1
5
ja
n
/1
6
m
a
r/
16
m
a
i/
1
6
ju
l/
16
se
t/
16
n
o
v
/1
6
ja
n
/1
7
m
a
r/
17
m
a
i/
1
7
ju
l/
17
se
t/
17
n
o
v
/1
7
ja
n
/1
8
m
a
r/
18
m
a
i/
1
8
ju
l/
18
se
t/
18
n
o
v
/1
8
ja
n
/1
9
m
a
r/
19
m
a
i/
1
9
ju
l/
19
se
t/
19
n
o
v
/1
9
ja
n
/2
0
m
a
r/
20
m
a
i/
2
0
ju
l/
20
 Tabela 3 – Variação do IPCA/IBGE 
 
Período Taxa 
Janeiro 0,21% 
Fevereiro 0,25% 
Março 0,07% 
Abril -0,31% 
Maio -0,38% 
Junho 0,26% 
Julho 0,36% 
Acumulado no ano 0,46% 
Acumulado Jan a Jul. 
de 2019 2,42% 
Acumulado nos últimos 
 12 meses 2,30% 
 
Gráfico 1 - Comportamento da arrecadação do ICMS/SP - posição até junho/20 
 Variação (%) real acumulada em 12 meses e variação (%) real acumulada no ano 
(valores deflacionados pelo IPCA-IBGE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jun/20
-8,2
Jun/20
-2,8
-12,00
-7,00
-2,00
3,00
8,00
13,00
se
t/
14
no
v/
14
ja
n/
15
m
ar
/1
5
m
ai
/1
5
ju
l/1
5
se
t/
15
no
v/
15
ja
n/
16
m
ar
/1
6
m
ai
/1
6
ju
l/1
6
se
t/
16
no
v/
16
ja
n/
17
m
ar
/1
7
m
ai
/1
7
ju
l/1
7
se
t/
17
no
v/
17
ja
n/
18
m
ar
/1
8
m
ai
/1
8
ju
l/1
8
se
t/
18
no
v/
18
ja
n/
19
m
ar
/1
9
m
ai
/1
9
ju
l/1
9
se
t/
19
no
v/
19
ja
n/
20
m
ar
/2
0
m
ai
/2
0
va
ria
çã
o 
pe
rc
en
tu
al
 (%
)
acumulado no ano
acumulado em 12 meses
 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 
 
 
3 
 
Tabela 4: Nível de comprometimento da Folha de Pagamentos com as Liberações Financeiras Mensais (janeiro a julho/2020) 
 
 
 
NOTA: Royalties do Petróleo - Conforme previsto na LDO (Lei nº 16.511, de 27 de julho de 2017) os recursos correspondentes à participação das Universidades 
na compensação financeira devida ao Estado em função da exploração de petróleo e gás natural (Lei nº 16.004, de 23 de novembro de 2015) são deduzidas da 
insuficiência financeira no mês subsequente (valores da Unesp: jan. = R$1.158.371,00 fev. = R$419.239,00, mar.=R$11.104.490,00 abr.= R$9.166.751,00 , mai. 
= R$1.393.257,00 jun. = R$9.868.861,00 e jul. = R$541.684,00 
ICMS
LÍQUIDO
MÊS PREVISTO
EM R$ 1,00
JAN 9.816.673.415 
FEV 9.013.584.414 
MAR 9.133.134.417 
ABR 7.898.334.434 
MAI 6.644.541.425 
JUN 6.655.206.412 
JUL 8.173.531.357 
TOT.ACUM. 57.335.005.874 
UNESP
245.913.980 
208.252.548 
209.863.256 
183.025.788 
153.162.687 
158.251.670 
210.667.173 
1.369.137.102 
UNESP
183.292.776 
184.184.814 
173.202.654 
179.144.673 
181.235.762 
175.514.339 
177.444.828 
1.254.019.846 
UNESP
%
74,54
88,44
82,53
97,88
118,33
110,91
84,23
91,59
UNESP
%
74,54
80,91
81,42
84,98
90,09
92,93
91,59
91,59
Liberação
Financeira
R$1,00
Valor da 
Folha de 
Pagamento
R$1,00
% da Folha 
sobre as 
liberações
% da Folha 
sobre as 
liberações 
(acumulado)
ICMS Líquido 
Previsto
R$1,00MÊS
Liberações financeiras e comprometimento com a folha de pagamento 
De acordo com a planilha CRUESP (Tabela 4), as liberações 
financeiras à Unesp, no acumulado até julho, somaram 
R$1.369,1 milhões para cobrir uma folha de pagamento bruta 
de R$1.254,0 milhões, já deduzida os repasses dos royalties do 
petróleo. Portanto, no acumulado do período janeiro a julho, o 
valor da folha bruta correspondia a 91,59% do total liberado. No 
mesmo período do ano passado, o comprometimento 
acumulado era igual a 87,91%. Convém lembrar dois aspectos: 
a) na folha bruta, conforme metodologia da planilha CRUESP, é 
previsto o provisionamento do décimo terceiro salário e do 
abono de férias, distribuídos igualmente ao longo do ano e b) os 
royalties do petróleo (nota da Tabela 4) são considerados para 
efeito de redução da insuficiência financeira, que até o 
momento, pelo entendimento na SPPREV, têm sido utilizados 
para deduzir da folha de pensionistas. 
Outra forma de apurar o nível de comprometimento, além da 
planilha CRUESP, está exposto no Gráfico 3. Nele está mostrado 
a evolução, em termos percentuais, da razão dos valores 
anualizados das despesas efetivamente pagas com a folha de 
pagamento (pessoal e reflexos) e as liberações financeiras do 
tesouro. As variações ao longo de 2019 foram discutidas nas 
edições anteriores deste boletim. Aqui vamos destacar que, no 
final de julho de 2020, o comprometimento das liberações 
financeiras do estado com as despesas de pessoal e reflexos foi 
de 92,6%, fruto da queda de receita devido aos reflexos da 
pandemia. Além disso, deve-se recordar que as despesas com 
a folha contêm os valores relativos ao décimo terceiro salário e 
os valores correspondentes ao ressarcimeto da folha de 
servidores afastados para o HC/Botucatu não estão 
computados nas receitas do tesouro, pois ingressam na 
universidade como receita própria. Considerando esses valores, 
o comprometimento diminuiria cerca de 3,5%. 
O Gráfico 4 compara os valores anualizados das receitas e 
despesas efetivamente pagas nas fontes tesouro e receita 
própria. O aspecto que mais chama a atenção é a recuperação 
observada em julho. Ela é fruto de diversos fatores: 1- o repasse 
acima daqueles dos meses do trimestre anterior e também do 
previsto pelo estado nesse mês (R$ 210 milhões); 2- o valor 
acumulado dos tributos federais (FGTS, INSS patronal e PASEP) 
não recolhidos no trimestre abril a junho (~R$ 27,6 milhões) – 
em julho ocorreu apenas o recolhimento da primeira de seis 
parcelas correspondentes ao FGTS no valor de R$ 1,035 milhão; 
3- não pagamento do terço de abono de férias para todos os 
servidores e do não pagamento em pecúnia de 1/3 da férias e 
adiantamento de metade do 13º salário, garantidos por lei aos 
empregados contratados pela CLT nos meses de vigência da MP 
No 927 de 22 de março de 2020 (R$8,5 milhões) e 4- 
recebimento da segunda parcela trimestral do ressarcimento da 
folha de pagamento dos servidores afastados para prestarem 
serviços junto ao Hospital das Clínicas de Botucatu (~R$ 20 
milhões). Importante lembrar que por força da metodologia 
adotada, anualização dos valores efetivamente recebidos, os 
dois repasses ocorridos neste ano estão somados ao repasse 
integral do ano de 2019, também ocorrido em duas parcelas 
nos meses de novembro e dezembro, portanto, dentro do 
período de doze meses. Assim, descontados esses valores, as 
despesas estariam ligeiramente superiores às receitas no 
período de doze meses encerrados em julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 
 
 
4 
 
Gráfico 4: Evolução dos valores de receitas e despesas com as fontes tesouro e receita própria 
(valores nominais, em R$ bilhões) 
 
2.730,5
2.657,7
2.300,0
2.400,0
2.500,0
2.600,0
2.700,0
2.800,0
2.900,0
3.000,0
ja
n/
17
fe
v/
17
m
ar
/1
7
ab
r/
17
m
ai
/1
7
ju
n/
17
ju
l/
17
ag
o/
17
se
t/
17
ou
t/
1
7
no
v/
17
de
z/
17
ja
n/
18
fe
v/
18
m
ar
/1
8
ab
r/
18
m
ai
/1
8
ju
n/
18
ju
l/
18
ag
o/
18
se
t/
18
ou
t/
1
8
no
v/
18
de
z/
18
ja
n/
19
fe
v/
19
m
ar
/1
9
ab
r/
19
m
ai
/1
9
ju
n/
19
ju
l/
19
ag
o/
19
se
t/
19
ou
t/
1
9
no
v/
19
de
z/
19
ja
n/
20
fe
v/
20
m
ar
/2
0
ab
r/
20
m
ai
/2
0
ju
n/
20
ju
l/
20
Receita (Tesouro + Receita Própria) Despesas (Tesouro + Receita Própria)
D
éf
ic
itde
 
R$
33
0m
ilh
õe
s
Su
pe
rá
vi
t d
e 
R$
72
,8
m
ilh
õe
s
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Execução Orçamentária e Resultado Financeiro: julho/2020 
A dotação orçamentária inicial em 2020 era de R$2.671.833.936,00 (fonte tesouro), valor referente a cota-parte do ICMS (base de 
incidência dos 2,3447%). No dia 05/05, as universidades foram informadas pela Secretaria da Fazenda que por conta da revisão dos 
níveis de arrecadação do ICMS, a projeção do referido imposto passaria de R$114 bilhões para R$101,3 bilhões no ano. Tal redução seria 
reflexo da crise do COVID-19 e, consequentemente, da crise econômica. Com essa nova perspectiva de arrecadação, o orçamento da Unesp 
irá diminuir em R$280,4 milhões, passando a ser de R$2.391.376.918,00 (fonte tesouro). 
Em decorrência do corte acima mencionado e da queda dos repasses mensais (vide os meses de abril, maio e junho), várias medidas 
administrativas e orçamentárias foram tomadas pela administração central da universidade em consonância com a Comissão de 
Orçamento do CADE, como por exemplo: I) suspensão temporária de recolhimentos do INSS, FGTS e PASEP, enquanto vigorar a medida 
provisória No 927/2020 e a Portaria Ministerial No 139/2020; II) publicação da Portaria Unesp No 130, de 30-04-2020 que cancela a 
realização de novos concursos públicos, bem como aqueles em andamento, incluindo de Professor Titular; a realização de novos concursos 
para obtenção do título de Livre - docente, inclusive os em andamento; a promoção por escolaridade formal, de que trata a Portaria Unesp 
No 43, de 31 de janeiro de 2020; os processos de mobilidade funcional, bem como as homologações daqueles em andamento, de que 
trata a Portaria Unesp nº 489, de 02 de agosto de 2012 e suas alterações, III) publicação da Portaria Unesp No 133, de 15-05-2020 que 
trata de medidas de redução de despesas com pessoal e encargos sociais durante a vigência do estado de calamidade pública decretado 
em razão da pandemia da Covid-19, e, por fim, IV) o contingenciamento nas despesas de custeio das unidades universitárias 
(R$4,7milhões), o corte no PDI da universidade (R$6,0milhões) e a redução inevitável das despesas com contratos e prestação de serviços, 
por conta da quarentena (R$5,0 milhões). Além das medidas acima implantadas, deve-se considerar a economia orçamentária de cerca 
de R$39,0 milhões devido às alterações das alíquotas nas contribuições previdenciárias. 
 
 
Gráfico 3: Evolução, em termos percentuais, da razão dos valores anualizados das despesas pagas com pessoal 
e reflexos e as liberações financeiras referentes a cota-parte do ICMS da Unesp 
 
 
Jul/20
92,6%
80,0%
85,0%
90,0%
95,0%
100,0%
105,0%
ja
n/
17
fe
v/
17
m
ar
/1
7
ab
r/
17
m
ai
/1
7
ju
n/
17
ju
l/
17
ag
o/
17
se
t/
17
ou
t/
17
no
v/
17
de
z/
17
ja
n/
18
fe
v/
18
m
ar
/1
8
ab
r/
18
m
ai
/1
8
ju
n/
18
ju
l/
18
ag
o/
18
se
t/
18
ou
t/
18
no
v/
18
de
z/
18
ja
n/
19
fe
v/
19
m
ar
/1
9
ab
r/
19
m
ai
/1
9
ju
n/
19
ju
l/
19
ag
o/
19
se
t/
19
ou
t/
19
no
v/
19
de
z/
19
ja
n/
20
fe
v/
20
m
ar
/2
0
ab
r/
20
m
ai
/2
0
ju
n/
20
ju
l/
20
 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 
 
 
5 
 
 Gráfico 5: Saldo Financeiro Bruto (sem descontar restos a pagar). De 2013 a julho/20 (valores nominais em R$ milhões) 
 
 
292,29
25,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00
726,01
514,72
408,74
176,73
95,82 109,25 109,57
116,15 123,22
148,96 166,50 143,50 126,27 147,65
130,68
235,41
153,94
93,57
138,21
40,38 41,43
42,21 48,99
42,21 45,87 42,81 38,41
59,33
35,41
47,07
36,39
50,19
59,87
51,93 48,35
47,74
46,85 44,70
43,94 47,52
47,44
50,31
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
800,00
900,00
1.000,00
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20
Convênios Receita Própria Recurso do Tesouro Provisionamento 13o
8,2* 9,2 9,2
* Os pagamentos do INSS patronal (R$5mi), FGTS(R$2mi) e PASEP(R$2,2mi) foram, temporariamente, suspensos. ** Suspensão dos pagamentos de férias, 
1/3 de férias e adiantamento do 13º salário. 
2,2** 6,3
 Tabela 6: Saldo Inicial e Final de Caixa (JULHO/2020) 
 
 
199.349.670,74 231.099.444,80 254.062.608,59 270.871.900,78 291.315.620,19 268.835.187,48 247.124.454,53
2. Saldo Final de Caixa (R$1,00) 231.099.444,80 254.062.608,59 270.871.900,78 291.315.620,19 268.835.187,48 247.124.454,53 292.296.711,81
3. Diferença (2-1) (R$1,00) 31.749.774,06 22.963.163,79 16.809.292,19 20.443.719,41 -22.480.432,71 -21.710.732,95 45.172.257,28
4. Diferença Acumulada no Ano 31.749.774,06 54.712.937,85 71.522.230,04 91.965.949,45 69.485.516,74 47.774.783,79 92.947.041,07
Descrição/ período jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20
1. Saldo Inicial de Caixa (R$1,00)
O saldo inicial de caixa em janeiro/2020 (Tabela 6) era de R$199,3 milhões, incluindo os recursos de convênios (R$48,3 milhões). 
Considerando os ingressos de recursos até julho e os respectivos pagamentos ocorridos no mesmo período, o saldo era igual a R$292,3 
milhões (R$50,3 milhões de convênios) no final do mês de julho. A recuperação do saldo financeiro no mês de julho decorre dos seguintes 
fatores: 
 
1) O liberação financeira de R$210,6 milhões da cota-parte, sendo R$19milhões em decorrência da diferença de junho. (Tabela 4) 
2) O repasse da segunda parcela do ressarcimento do Hospital: R$20milhões (em receita própria). 
3) A suspensão dos pagamentos de férias, 1/3 de férias e adiantamento do 13º salário em cerca de R$8,5 milhões (julho). 
4) A postergação do recolhimento do INSS patronal, FGTS e PASEP da ordem de R$9,2 milhões /mês (abril, maio e junho) 
 
Por fim, é importante evidenciar que se os pagamentos dos itens 3 e 4 fossem efetuados, o saldo de julho seria R$35,1milhões menor do 
que o valor registrado, ou seja, estaríamos com saldo financeiro em caixa semelhante ao momento pré-pandemia (fevereiro/20). Isso 
comprova que: 1- a recuperação do equilíbrio orçamentário e financeiro no início de 2020 foi essencial para o enfrentamenteo inicial da 
pandemia e 2- a postergação dos recolhimentos descritos anteriormente permitiu que atravessássemos, com certa tranquilidade, os meses 
de queda brusca na arrecadação, não afetando significativamente o fluxo de caixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG • ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
ASSESSORES: Prof. Dr. José Roberto Ruggiero • Rogério Luiz Buccelli 
Esta é uma publicação bimestral. A reprodução de artigos ou reportagens é permitida desde que cite a fonte.

Continue navegando