Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | DEZEMBRO DE 2019 Contas públicas e a Covid-19 A Instituição Fiscal Independente (IFI), orgão vinculado ao Senado Federal, publica mensalmente Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) com análise dos principais resultados econômicos do país. Em seu último relatório (17/agosto), o IFI alerta para “deterioração das contas públicas” em decorrência da necessidade de enfrentamento da crise da COVID-19. Em linhas gerais, o instituto descreve a piora no resultado nominal do setor público que ocorreu em razão dos efeitos econômicos e sociais oriundos da pandemia da COVID-19. O relatório destaca os valores divulgados pelo Banco Central (BC) aonde o déficit nominal do setor público consolidado, que inclui o governo federal, o Banco Central, as empresas estatais e os governos regionais, chegou a 16,7% do PIB, no 1º semestre. Em igual período do ano passado, o mesmo déficit apurado foi de 5,3% do PIB. Em 12 meses, o resultado nominal do setor público foi negativo em R$ 818,6 bilhões (11,4% do PIB), contra 6,5% do PIB apurado um ano antes. Do ponto de vista da despesa, a elevação dos gastos públicos para combater os efeitos da pandemia está garantindo, de certa forma, uma pequena reativação na atividade econômica. Os programas de auxílio emergencial aos Estados, Municípios e Distrito Federal, o auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade, o benefício emergencial de manutenção do emprego e da renda, e outras despesas adicionais do ministério da saúde e demais ministérios, vêm permitindo uma reação positiva em setores específicos da atividade econômica, tais como: supermercados, farmácias e material de construção. O auxilio emergencial de R$600,00 para aproximadamente 66 milhões de brasileiros tem sido o principal programa anticíclico do Governo Federal, por mais contraditório que possa ser. Essa flexibilização que aponta na direção de uma política fiscal expansionista, no caso do auxilio emergencial, termina em agosto e sua provável reedição deverá impactar diretamente no desempenho do PIB, no deficit público projetado e na relação dívida/PIB. O Boletim FOCUS, por quatro semanas consecutivas, vem diminuindo o impacto provocado pela pandemia na atividade econômica. A previsão no começo de julho era uma queda no PIB próxima de 6%, e na segunda semana de agosto passou para 5,5%, com tendência de aproximar-se de 5%. Por outro lado, a manutenção do auxilio emergencial, mesmo com um valor menor (R$200,00 a R$300,00), mais o prolongamento de outras medidas de estímulo fiscal deverão elevar a relação dívida/PIB, que cresceu 9,7 pontos percentuais entre dezembro de 2019 e junho passado, alcançando 85,5% no fim do primeiro semestre. Existem projeções de chegar a 96% do PIB, até o final do ano. Qual seria a consequência desse resultado na economia brasileira? Normalmente, a relação dívida/PIB é usada para avaliar se as finanças públicas de um país está em bom estado ou não. No entanto, tão importante quanto essa diferença é a sua trajetória e sustentabilidade ao longo dos anos. Se a dívida pública de um país cresce sem previsão de retorno a uma trajetória sustentável, a percepção de risco pelo mercado aumenta e a taxa de juros demandada para emprestar àquele governo (via compra de títulos públicos) se eleva. Quanto maior o risco percebido, maior vai ser o retorno exigido, o que faz com que aumente o custo de novos empréstimos e a rolagem da dívida existente. Portanto, uma dívida que se demonstra insustentável poderá gerar uma pressão na taxa de juros básica. Conforme dados do tesouro nacional, 95% da divida pública é interna e 5% é externa. Dos 95%, 75% sofrem atualização monetária (inflação) e 25% são despesas com juros. Há, no entanto, uma outra maneira de financiar o déficit público sem necessariamente aumentar a dívida publica, à semelhança do que foi feito na crise de 2008-2009 nos EUA e na Zona do Euro. Trata-se da emissão monetária, mas é polêmica demais para ser debatida e aceita no curto prazo e no atual cenário político do país. Arrecadação do ICMS de Janeiro a Julho de 2020 Em valores correntes, o arrecadado com o ICMS (base de incidência da cota-parte da Unesp) chegou aos R$57.674,1 milhões até julho, que somado ao repasse oriundo do PEP/2020 (R$369,7 milhões) totalizou R$58.043,8 milhões (Tabela 1). Os valores arrecadados no mês de julho (R$8.495,9 milhões) ficaram 2,4% abaixo do valor arrecadado no mesmo mês do ano anterior (R$8.706,3 milhões), em valores nominais. Em valores deflacionados pelo IPCA/IBGE, o percentual de queda passa a ser de 4,61% (Tabela 2). MÊS ICMS DEFINITIVO PEP TOTAL JAN 9.625.259.969 59.670.943 9.684.930.912 FEV 8.762.384.735 68.602.886 8.830.987.621 MAR 8.987.508.089 53.228.199 9.040.736.288 ABR 7.749.144.894 36.941.648 7.786.086.542 MAI 6.693.388.675 45.281.887 6.738.670.562 JUN 7.415.975.510 50.523.700 7.466.499.210 JUL 8.440.446.321 55.510.372 8.495.956.693 TOTAL 57.674.108.193 369.759.635 58.043.867.828 MÊS ICMS DEFINITIVO PEP TOTAL JAN 9.099.618.244 37.734.786 9.137.353.030 FEV 8.263.953.845 38.175.293 8.302.129.138 MAR 8.317.669.751 34.313.168 8.351.982.919 ABR 8.848.660.121 34.779.656 8.883.439.777 MAI 8.633.045.925 34.932.499 8.667.978.424 JUN 8.394.502.002 32.309.881 8.426.811.883 JUL 8.674.117.201 32.172.712 8.706.289.913 TOTAL 60.231.567.089 244.417.995 60.475.985.084 do ICMS do PEP Total JAN 5,78 58,13 5,99 FEV 6,03 79,70 6,37 MAR 8,05 55,12 8,25 ABR -12,43 6,22 -12,35 MAI -22,47 29,63 -22,26 JUN -11,66 56,37 -11,40 JUL -2,69 72,54 -2,42 TOTAL -4,25 51,28 -4,02 MÊS Variação (%) Nominal do ICMS do PEP Total JAN 1,52 51,77 1,73 FEV 1,95 72,79 2,27 MAR 4,60 50,16 4,79 ABR -14,48 3,73 -14,41 MAI -23,90 27,24 -23,69 JUN -13,50 53,11 -13,25 JUL -4,89 68,65 -4,61 TOTAL -6,95 46,95 -6,74 MÊS Variação (%) real PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO BOLETIM ECONÔMICO PROPEG AGOSTO 2020 | Edição 21 BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 2 No acumulado de janeiro a julho, apenas observando os valores arrecadados do ICMS, temos R$57.674 milhões (2020) contra R$60.231 milhões (2019). Trata-se de uma queda de 4,25% que quando deflacionado pelo IPCA/IBGE passa a ser de 6,95%. O efeito recessivo causado pela pandemia já se percebe nos meses de abril até junho, com uma pequena recuperação em julho. O comportamento da curva (Gráfico 1) demonstra claramente a redução da arrecadação no semestre, que terminou com uma diminuição nas taxas de crescimento real, no acumulado em 12 meses, de 2,8% no mês de junho. No acumulado do ano (janeiro a junho), quando comparado com o mesmo período do ano anterior, a taxa apresenta índice negativo de -8,2%. Inflação acumulada no período de Janeiro a Julho/2020 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho foi de 0,36%, enquanto a taxa do mês anterior foi de 0,26%. No acumulado do ano, o índice registrou inflação de 0,46% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 2,30% (Gráfico 2 e Tabela 3). O centro da meta de inflação estabelecido pelo Banco Central é 4,0% com tolerância de +/- 1,5 pp. A gasolina foi o item que colaborou com o maior impacto individual (0,16 p.p.) na inflação do mês passado, com alta de 3,42%. O óleo diesel (4,21%), o etanol (0,72%) e o gás veicular (0,56%) também subiram, levando o grupo dos combustíveis a um resultado de 3,12%. O grupo habitação teve alta de 0,8% nos preços e contribuiu com 0,13 p.p para o índice. Neste grupo, a segunda maior contribuição individual para o IPCA do mês (0,11 p.p.), foi o item energia elétrica que subiu 2,59%. Das 16 regiões pesquisadas, 13 apresentaram aumento, reflexo de reajustestarifários em várias capitais. Em São Paulo, onde houve um reajuste de 3,6% em uma das concessionárias, a alta no item foi de 4,49%. De acordo com o relatório do IBGE, alimentação e bebidas tiveram leve alta em julho, de 0,01%, após incremento de 0,38% um mês antes. Responsável por um quarto do orçamento das famílias, o grupo não teve influência estatística sobre o IPCA de julho. No lado das quedas, os destaques foram ao grupo vestuário (-0,52%), o grupo despesas pessoais (-0,11%) e educação (-0,12%). Gráfico 2: IPCA-IBGE: acumulado em 12 meses (julho/2020) Var. 2,30% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 m a r/ 15 m a i/ 1 5 ju l/ 15 se t/ 15 n o v /1 5 ja n /1 6 m a r/ 16 m a i/ 1 6 ju l/ 16 se t/ 16 n o v /1 6 ja n /1 7 m a r/ 17 m a i/ 1 7 ju l/ 17 se t/ 17 n o v /1 7 ja n /1 8 m a r/ 18 m a i/ 1 8 ju l/ 18 se t/ 18 n o v /1 8 ja n /1 9 m a r/ 19 m a i/ 1 9 ju l/ 19 se t/ 19 n o v /1 9 ja n /2 0 m a r/ 20 m a i/ 2 0 ju l/ 20 Tabela 3 – Variação do IPCA/IBGE Período Taxa Janeiro 0,21% Fevereiro 0,25% Março 0,07% Abril -0,31% Maio -0,38% Junho 0,26% Julho 0,36% Acumulado no ano 0,46% Acumulado Jan a Jul. de 2019 2,42% Acumulado nos últimos 12 meses 2,30% Gráfico 1 - Comportamento da arrecadação do ICMS/SP - posição até junho/20 Variação (%) real acumulada em 12 meses e variação (%) real acumulada no ano (valores deflacionados pelo IPCA-IBGE) Jun/20 -8,2 Jun/20 -2,8 -12,00 -7,00 -2,00 3,00 8,00 13,00 se t/ 14 no v/ 14 ja n/ 15 m ar /1 5 m ai /1 5 ju l/1 5 se t/ 15 no v/ 15 ja n/ 16 m ar /1 6 m ai /1 6 ju l/1 6 se t/ 16 no v/ 16 ja n/ 17 m ar /1 7 m ai /1 7 ju l/1 7 se t/ 17 no v/ 17 ja n/ 18 m ar /1 8 m ai /1 8 ju l/1 8 se t/ 18 no v/ 18 ja n/ 19 m ar /1 9 m ai /1 9 ju l/1 9 se t/ 19 no v/ 19 ja n/ 20 m ar /2 0 m ai /2 0 va ria çã o pe rc en tu al (% ) acumulado no ano acumulado em 12 meses BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 3 Tabela 4: Nível de comprometimento da Folha de Pagamentos com as Liberações Financeiras Mensais (janeiro a julho/2020) NOTA: Royalties do Petróleo - Conforme previsto na LDO (Lei nº 16.511, de 27 de julho de 2017) os recursos correspondentes à participação das Universidades na compensação financeira devida ao Estado em função da exploração de petróleo e gás natural (Lei nº 16.004, de 23 de novembro de 2015) são deduzidas da insuficiência financeira no mês subsequente (valores da Unesp: jan. = R$1.158.371,00 fev. = R$419.239,00, mar.=R$11.104.490,00 abr.= R$9.166.751,00 , mai. = R$1.393.257,00 jun. = R$9.868.861,00 e jul. = R$541.684,00 ICMS LÍQUIDO MÊS PREVISTO EM R$ 1,00 JAN 9.816.673.415 FEV 9.013.584.414 MAR 9.133.134.417 ABR 7.898.334.434 MAI 6.644.541.425 JUN 6.655.206.412 JUL 8.173.531.357 TOT.ACUM. 57.335.005.874 UNESP 245.913.980 208.252.548 209.863.256 183.025.788 153.162.687 158.251.670 210.667.173 1.369.137.102 UNESP 183.292.776 184.184.814 173.202.654 179.144.673 181.235.762 175.514.339 177.444.828 1.254.019.846 UNESP % 74,54 88,44 82,53 97,88 118,33 110,91 84,23 91,59 UNESP % 74,54 80,91 81,42 84,98 90,09 92,93 91,59 91,59 Liberação Financeira R$1,00 Valor da Folha de Pagamento R$1,00 % da Folha sobre as liberações % da Folha sobre as liberações (acumulado) ICMS Líquido Previsto R$1,00MÊS Liberações financeiras e comprometimento com a folha de pagamento De acordo com a planilha CRUESP (Tabela 4), as liberações financeiras à Unesp, no acumulado até julho, somaram R$1.369,1 milhões para cobrir uma folha de pagamento bruta de R$1.254,0 milhões, já deduzida os repasses dos royalties do petróleo. Portanto, no acumulado do período janeiro a julho, o valor da folha bruta correspondia a 91,59% do total liberado. No mesmo período do ano passado, o comprometimento acumulado era igual a 87,91%. Convém lembrar dois aspectos: a) na folha bruta, conforme metodologia da planilha CRUESP, é previsto o provisionamento do décimo terceiro salário e do abono de férias, distribuídos igualmente ao longo do ano e b) os royalties do petróleo (nota da Tabela 4) são considerados para efeito de redução da insuficiência financeira, que até o momento, pelo entendimento na SPPREV, têm sido utilizados para deduzir da folha de pensionistas. Outra forma de apurar o nível de comprometimento, além da planilha CRUESP, está exposto no Gráfico 3. Nele está mostrado a evolução, em termos percentuais, da razão dos valores anualizados das despesas efetivamente pagas com a folha de pagamento (pessoal e reflexos) e as liberações financeiras do tesouro. As variações ao longo de 2019 foram discutidas nas edições anteriores deste boletim. Aqui vamos destacar que, no final de julho de 2020, o comprometimento das liberações financeiras do estado com as despesas de pessoal e reflexos foi de 92,6%, fruto da queda de receita devido aos reflexos da pandemia. Além disso, deve-se recordar que as despesas com a folha contêm os valores relativos ao décimo terceiro salário e os valores correspondentes ao ressarcimeto da folha de servidores afastados para o HC/Botucatu não estão computados nas receitas do tesouro, pois ingressam na universidade como receita própria. Considerando esses valores, o comprometimento diminuiria cerca de 3,5%. O Gráfico 4 compara os valores anualizados das receitas e despesas efetivamente pagas nas fontes tesouro e receita própria. O aspecto que mais chama a atenção é a recuperação observada em julho. Ela é fruto de diversos fatores: 1- o repasse acima daqueles dos meses do trimestre anterior e também do previsto pelo estado nesse mês (R$ 210 milhões); 2- o valor acumulado dos tributos federais (FGTS, INSS patronal e PASEP) não recolhidos no trimestre abril a junho (~R$ 27,6 milhões) – em julho ocorreu apenas o recolhimento da primeira de seis parcelas correspondentes ao FGTS no valor de R$ 1,035 milhão; 3- não pagamento do terço de abono de férias para todos os servidores e do não pagamento em pecúnia de 1/3 da férias e adiantamento de metade do 13º salário, garantidos por lei aos empregados contratados pela CLT nos meses de vigência da MP No 927 de 22 de março de 2020 (R$8,5 milhões) e 4- recebimento da segunda parcela trimestral do ressarcimento da folha de pagamento dos servidores afastados para prestarem serviços junto ao Hospital das Clínicas de Botucatu (~R$ 20 milhões). Importante lembrar que por força da metodologia adotada, anualização dos valores efetivamente recebidos, os dois repasses ocorridos neste ano estão somados ao repasse integral do ano de 2019, também ocorrido em duas parcelas nos meses de novembro e dezembro, portanto, dentro do período de doze meses. Assim, descontados esses valores, as despesas estariam ligeiramente superiores às receitas no período de doze meses encerrados em julho BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 4 Gráfico 4: Evolução dos valores de receitas e despesas com as fontes tesouro e receita própria (valores nominais, em R$ bilhões) 2.730,5 2.657,7 2.300,0 2.400,0 2.500,0 2.600,0 2.700,0 2.800,0 2.900,0 3.000,0 ja n/ 17 fe v/ 17 m ar /1 7 ab r/ 17 m ai /1 7 ju n/ 17 ju l/ 17 ag o/ 17 se t/ 17 ou t/ 1 7 no v/ 17 de z/ 17 ja n/ 18 fe v/ 18 m ar /1 8 ab r/ 18 m ai /1 8 ju n/ 18 ju l/ 18 ag o/ 18 se t/ 18 ou t/ 1 8 no v/ 18 de z/ 18 ja n/ 19 fe v/ 19 m ar /1 9 ab r/ 19 m ai /1 9 ju n/ 19 ju l/ 19 ag o/ 19 se t/ 19 ou t/ 1 9 no v/ 19 de z/ 19 ja n/ 20 fe v/ 20 m ar /2 0 ab r/ 20 m ai /2 0 ju n/ 20 ju l/ 20 Receita (Tesouro + Receita Própria) Despesas (Tesouro + Receita Própria) D éf ic itde R$ 33 0m ilh õe s Su pe rá vi t d e R$ 72 ,8 m ilh õe s Execução Orçamentária e Resultado Financeiro: julho/2020 A dotação orçamentária inicial em 2020 era de R$2.671.833.936,00 (fonte tesouro), valor referente a cota-parte do ICMS (base de incidência dos 2,3447%). No dia 05/05, as universidades foram informadas pela Secretaria da Fazenda que por conta da revisão dos níveis de arrecadação do ICMS, a projeção do referido imposto passaria de R$114 bilhões para R$101,3 bilhões no ano. Tal redução seria reflexo da crise do COVID-19 e, consequentemente, da crise econômica. Com essa nova perspectiva de arrecadação, o orçamento da Unesp irá diminuir em R$280,4 milhões, passando a ser de R$2.391.376.918,00 (fonte tesouro). Em decorrência do corte acima mencionado e da queda dos repasses mensais (vide os meses de abril, maio e junho), várias medidas administrativas e orçamentárias foram tomadas pela administração central da universidade em consonância com a Comissão de Orçamento do CADE, como por exemplo: I) suspensão temporária de recolhimentos do INSS, FGTS e PASEP, enquanto vigorar a medida provisória No 927/2020 e a Portaria Ministerial No 139/2020; II) publicação da Portaria Unesp No 130, de 30-04-2020 que cancela a realização de novos concursos públicos, bem como aqueles em andamento, incluindo de Professor Titular; a realização de novos concursos para obtenção do título de Livre - docente, inclusive os em andamento; a promoção por escolaridade formal, de que trata a Portaria Unesp No 43, de 31 de janeiro de 2020; os processos de mobilidade funcional, bem como as homologações daqueles em andamento, de que trata a Portaria Unesp nº 489, de 02 de agosto de 2012 e suas alterações, III) publicação da Portaria Unesp No 133, de 15-05-2020 que trata de medidas de redução de despesas com pessoal e encargos sociais durante a vigência do estado de calamidade pública decretado em razão da pandemia da Covid-19, e, por fim, IV) o contingenciamento nas despesas de custeio das unidades universitárias (R$4,7milhões), o corte no PDI da universidade (R$6,0milhões) e a redução inevitável das despesas com contratos e prestação de serviços, por conta da quarentena (R$5,0 milhões). Além das medidas acima implantadas, deve-se considerar a economia orçamentária de cerca de R$39,0 milhões devido às alterações das alíquotas nas contribuições previdenciárias. Gráfico 3: Evolução, em termos percentuais, da razão dos valores anualizados das despesas pagas com pessoal e reflexos e as liberações financeiras referentes a cota-parte do ICMS da Unesp Jul/20 92,6% 80,0% 85,0% 90,0% 95,0% 100,0% 105,0% ja n/ 17 fe v/ 17 m ar /1 7 ab r/ 17 m ai /1 7 ju n/ 17 ju l/ 17 ag o/ 17 se t/ 17 ou t/ 17 no v/ 17 de z/ 17 ja n/ 18 fe v/ 18 m ar /1 8 ab r/ 18 m ai /1 8 ju n/ 18 ju l/ 18 ag o/ 18 se t/ 18 ou t/ 18 no v/ 18 de z/ 18 ja n/ 19 fe v/ 19 m ar /1 9 ab r/ 19 m ai /1 9 ju n/ 19 ju l/ 19 ag o/ 19 se t/ 19 ou t/ 19 no v/ 19 de z/ 19 ja n/ 20 fe v/ 20 m ar /2 0 ab r/ 20 m ai /2 0 ju n/ 20 ju l/ 20 BOLETIM ECONÔMICO PROPEG | AGOSTO DE 2020 5 Gráfico 5: Saldo Financeiro Bruto (sem descontar restos a pagar). De 2013 a julho/20 (valores nominais em R$ milhões) 292,29 25,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 726,01 514,72 408,74 176,73 95,82 109,25 109,57 116,15 123,22 148,96 166,50 143,50 126,27 147,65 130,68 235,41 153,94 93,57 138,21 40,38 41,43 42,21 48,99 42,21 45,87 42,81 38,41 59,33 35,41 47,07 36,39 50,19 59,87 51,93 48,35 47,74 46,85 44,70 43,94 47,52 47,44 50,31 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 Convênios Receita Própria Recurso do Tesouro Provisionamento 13o 8,2* 9,2 9,2 * Os pagamentos do INSS patronal (R$5mi), FGTS(R$2mi) e PASEP(R$2,2mi) foram, temporariamente, suspensos. ** Suspensão dos pagamentos de férias, 1/3 de férias e adiantamento do 13º salário. 2,2** 6,3 Tabela 6: Saldo Inicial e Final de Caixa (JULHO/2020) 199.349.670,74 231.099.444,80 254.062.608,59 270.871.900,78 291.315.620,19 268.835.187,48 247.124.454,53 2. Saldo Final de Caixa (R$1,00) 231.099.444,80 254.062.608,59 270.871.900,78 291.315.620,19 268.835.187,48 247.124.454,53 292.296.711,81 3. Diferença (2-1) (R$1,00) 31.749.774,06 22.963.163,79 16.809.292,19 20.443.719,41 -22.480.432,71 -21.710.732,95 45.172.257,28 4. Diferença Acumulada no Ano 31.749.774,06 54.712.937,85 71.522.230,04 91.965.949,45 69.485.516,74 47.774.783,79 92.947.041,07 Descrição/ período jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 1. Saldo Inicial de Caixa (R$1,00) O saldo inicial de caixa em janeiro/2020 (Tabela 6) era de R$199,3 milhões, incluindo os recursos de convênios (R$48,3 milhões). Considerando os ingressos de recursos até julho e os respectivos pagamentos ocorridos no mesmo período, o saldo era igual a R$292,3 milhões (R$50,3 milhões de convênios) no final do mês de julho. A recuperação do saldo financeiro no mês de julho decorre dos seguintes fatores: 1) O liberação financeira de R$210,6 milhões da cota-parte, sendo R$19milhões em decorrência da diferença de junho. (Tabela 4) 2) O repasse da segunda parcela do ressarcimento do Hospital: R$20milhões (em receita própria). 3) A suspensão dos pagamentos de férias, 1/3 de férias e adiantamento do 13º salário em cerca de R$8,5 milhões (julho). 4) A postergação do recolhimento do INSS patronal, FGTS e PASEP da ordem de R$9,2 milhões /mês (abril, maio e junho) Por fim, é importante evidenciar que se os pagamentos dos itens 3 e 4 fossem efetuados, o saldo de julho seria R$35,1milhões menor do que o valor registrado, ou seja, estaríamos com saldo financeiro em caixa semelhante ao momento pré-pandemia (fevereiro/20). Isso comprova que: 1- a recuperação do equilíbrio orçamentário e financeiro no início de 2020 foi essencial para o enfrentamenteo inicial da pandemia e 2- a postergação dos recolhimentos descritos anteriormente permitiu que atravessássemos, com certa tranquilidade, os meses de queda brusca na arrecadação, não afetando significativamente o fluxo de caixa. BOLETIM ECONÔMICO PROPEG • ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ASSESSORES: Prof. Dr. José Roberto Ruggiero • Rogério Luiz Buccelli Esta é uma publicação bimestral. A reprodução de artigos ou reportagens é permitida desde que cite a fonte.
Compartilhar