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brasil-politica-exterior-003517

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1995 02 22 GM Empresas defendem inc ce de nac|onaI|zacao nos
RC
Quarta feira, 22 de fevereiro de 1995 _ GAZETA ME
0 Indústria
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AUTOPEÇAS
Empresas defendem índice de
í'nacionalizaçao nos carros
fabricados no País
por Maria Beatriz Fovitzky
de São Paulo
Os fabricantes de autope
ças e as montadoras come
çaram, agora, a discutir, a
pedido do governo, possí
veis soluções para a elabo
ração de uma politica de
conteúdo local que defina
um índice de nacionaliza
ção dos componentes utili
zados pela indústria auto
mobilística do Pais. “As
discussões caminham com
grandes dificuldades, mas
acredito que possamos
achar saídas”, diz Paulo
Butori, presidente do Sindi
cato Nacional da Indústria
de Componentes para Vei
culos Automotores (Sindi
peças). `
A definição de uma políti
ca de conteúdo local foi
uma alternativa para a in
dústria de autopeças que es
tá preocupada com a con
corrência de produtos im
portados, e com o sistema
de “global sourcing” adota
do pelas montadoras. Em
principio, diz Butori, o setor
sugeriu ao governo que au
mentasse a aliquota de im
portação de autopeças (qgäe
oje varia de 12% a 16 )
para 20% para todos os pro
dutos. Isso tendo em vista o
fato de a aliquota para im
Êortação de veiculos ter su
ido para 32%.
“A politica para conteúdo
local seria em adição à es
trutura tarifária existen
te”, esclarece Butori acres
centando que a idéia da pro
teção tarifária para as auto
peças “não interessou ao
governo nem a montado
ras”. “Queremos proteção
que não seja apenas os
18%”, afirma.
Nelson Ferreira, vice
presidente do Sindipeças,
diz que mercados como o
Nafta e a Argentina já ado
taram suas políticas de con
teúdo local. No Nafta o indi
ce de nacionalização é de
62,5% sobre o custo, e na
Argentina, de 60%, sendo
que o exportador argentino
recebe o governo 15% do
valor d rsroduto embarca
do em ' eiro. Além disso,
para cada um dólar que a
montadora aiágentina ex
porta ela po e importar
'US$ 1,20 sem aliquota (Tari
fa Externa Comum TEC do
Mercosul).
“Hoje o indice de nacio
nalização na indústra auto
mobilística brasileira está
por volta de 90%, mas ele
varia de acordo com as
montadoras. Há modelos
como o Vectra com indice
de 65%. Por exemplo”, diz
Ferreira. Com o sistema de
“global sourcing” a tendên
cia é de que sejam elimina
dos os investimentos em de
senvolvimento e novas tec
nologias no Brasil. Se isso
ocorrer, teremos logo mais
um mercado de autopeças
Setor diz que
falta insumos
por Maria Beatriz Fovitzlty
de São Paulo
Os labricantes nacionais de au
topeças estõo com sérios proble
mas oorn lomecedores de insumos
como aço, alumínio, produtos qui
micos, plasticos, borracha e pa
pel. "Ha varias empresas que se
negaram a pagar os aumentos
pretendidos pelos Íomecedores e
eles, então, raram de entregar.
Esta cheio diagente que não esta
recebendo materia prima e ficou
com a produção travada. Inclusi
ve, montadoras também estão
oorn esse problema”, alinna Paulo
Butori, presidente do Sindipeças.
Fornecedores como Villares,
Acesita, Gerdau e Piratini, segun
do Butori, ia estão afetando em
presas como a Braseixos e a
Krupp, além de Íabricantes de pa
rafusos, cambio e motores entre
outros. Essa pressão para aumen
tar preços, se undo Butori, vem
desde o início ão ano e muitas ve
zes esta relacionada com aumen
tos de "commodities" no mercado
intemacional.
“Jó falamos com o Dallari e
quinta ou sexta leira, agora, va
mos nos reunir com ele e os fome
cedores para discutir o assunto.
Para Butori, a saída não sera lúcil.
“Quem sabe se cada um repassar
um pouquinho no preço e Ficar
com um pouquinho do prejuízo
para preservar o Plano Real$”,
imagina o presidente do Sindipe
cas.
importadas", diz Ferreira.
“Principalmente com um
câmbio tão favorável às im
portações”, acrescenta Bu
tori.
CUSTOS
O presidente do Sindipe
ças diz, ainda, que “não
adianta discutir, o ãmbito
da câmara setorial, aumen
tos de custos se não for em
toda a cadeia da indústria
automobilística". A seg
mentação, diz ele, não inte
ressa ao Sindipeças e a seus
associados.
Segundo Butori, o peso da
mão de obra no custo dos
produtos das montadoras é
de 7%, enquanto para as fá
bricas de autopeças ele é de
35% a 40%. “Cada vez que
as montadoras dão aos seus
funcionários reajustes de
15,5%, com 14° salário,
mais abono, etc., sofremos
Bressão dos nossos traba
adores que são da mesma
categoria”, ezäplica o presi
dente do Sin igeças. Mas
para acomdpan ar o passo
das monta oras na questão
salarial a pressão de custos
é maior para o fabricante
de autopeças, que não pode
repassar esses aumentos
para os preços.
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