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Artigo de opinião e Editorial P

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Prévia do material em texto

LP
Leitura e
Interpretação
Sequência Didática do Professor
Ensino Médio
Campo jornalístico-midiático
Artigo de Opinião e Editorial
Habilidade
FOCO
• (EM13LP05) Analisar, em textos argumentati-
vos, os posicionamentos assumidos, os mo-
vimentos argumentativos (sustentação, refu-
tação/ contra-argumentação e negociação) e 
os argumentos utilizados para sustentá-los, 
para avaliar sua força e efi cácia, e posicionar-
-se criticamente diante da questão discutida 
e/ou dos argumentos utilizados, recorrendo 
aos mecanismos linguísticos necessários.
Habilidades
RELACIONADAS
• (EM13LP02) Estabelecer relações entre as par-
tes do texto, tanto na produção como na leitura/
escuta, considerando a construção composicio-
nal e o estilo do gênero, usando/reconhecendo 
adequadamente elementos e recursos coesivos 
diversos que contribuam para a coerência, a 
continuidade do texto e sua progressão temática, 
e organizando informações, tendo em vista as 
condições de produção e as relações lógico-dis-
cursivas envolvidas (causa/efeito ou conse-
quência; tese/argumentos; problema/solução; 
defi nição/exemplos etc.).
• (EM13LP07) Analisar, em textos de diferentes 
gêneros, marcas que expressam a posição 
do enunciador frente àquilo que é dito: uso de 
diferentes modalidades (epistêmica, deôntica 
e apreciativa) e de diferentes recursos gramati-
cais que operam como modalizadores (verbos 
modais, tempos e modos verbais, expressões 
modais, adjetivos, locuções ou orações adjeti-
vas, advérbios, locuções ou orações adverbiais, 
entonação etc.), uso de estratégias de impessoa-
lização (uso de terceira pessoa e de voz passiva 
etc.), com vistas ao incremento da compreensão 
e da criticidade e ao manejo adequado desses 
elementos nos textos produzidos, considerando 
os contextos de produção.
EM.12.LP.2.2.54.P-2920
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 3
Ponto de
PARTIDA
Um dos temas que interessam diretamente aos estudantes brasileiros 
e suas famílias são os objetivos e o currículo da Educação Básica, ou seja, 
qual a finalidade e a compatibilidade curricular com a vida social, com o 
mundo das ideias e com as aspirações pessoais e profissionais dos estu-
dantes, o que vão aprender efetivamente na escola.
Entre 2016 e 2017, esse tema ganhou relevância com o surgimento de 
uma proposta de reforma do Ensino Médio que tem sido objeto de muitas 
reflexões, de pontos de vista contraditórios, de ocupações de escolas pelos 
estudantes, de muita polêmica, enfim. 
A reportagem da Folha de S. Paulo, a seguir, sintetiza esse tema e con-
textualiza algumas das muitas discussões a esse respeito.
LP
Leitura e
Interpretação
Ensino Médio
Campo jornalístico-midiático | 
Artigo de opinião e Editorial
A Sequência Didática (SD) está 
organizada para, contínua e progres-
sivamente, permitir ao aluno refletir 
sobre distintos modos de emitir 
opinião, argumentar em favor de um 
posicionamento nos gêneros artigo de 
opinião e editorial.
Como o tema, da reforma do Ensino 
Médio, na época, despertou muita 
discussão, opiniões divergentes e, 
portanto, tornou-se objeto de polêmi-
ca de que participaram não apenas 
os educadores e especialistas, mas 
também os alunos e suas famílias e 
a mídia em geral, foram selecionados 
para estudo um artigo de opinião e 
dois editoriais de jornais distintos.
O que se pretende nesse trabalho de 
análise é estudar como se manifesta 
a diversidade de posicionamentos, 
como se dá a construção da argu-
mentação e da contra-argumentação 
e quais os tipos de argumentos e 
operadores argumentativos utiliza-
dos em cada texto selecionado.
Os dois editoriais são estudados em 
contraponto, ou seja, comparativa-
mente, observando-se, nas entreli-
nhas, como o posicionamento midiá-
tico também influencia a formação da 
opinião pública sobre um tema que 
afeta diretamente os alunos e suas 
famílias, mas que, evidentemente, a 
médio prazo afetará todo o sistema 
educacional brasileiro e suas intercor-
rências com a formação da cidadania, 
o setor produtivo etc. 
Evidentemente, a mobilização de 
conhecimentos prévios (de mundo, 
textuais e linguísticos), os conheci-
mentos construídos, inclusive em 
SDs sobre argumentação, anteriores 
a esta, é condição para um melhor 
Orientação ao
PROFESSOR
Senado aprova medida provisória que reforma o ensino médio
DÉBORA ÁLVARES
DE BRASÍLIA
PAULO SALDAÑA
DE SÃO PAULO
08/02/2017
O Senado aprovou na noite desta quarta-feira (8) a medida provisória 
da reforma do ensino médio. O texto é o mesmo já avalizado pelos depu-
tados e, agora, segue para sanção do presidente Michel Temer. [...]
A proposta prevê a fl exibilização das disciplinas e o aumento da oferta 
de ensino em tempo integral. Até 60% da carga horária será destinada ao 
ensino de disciplinas comuns a todos os alunos. O restante será destinado 
ao aprofundamento em áreas específi cas.
Nesses casos, o aluno poderá optar por uma entre cinco áreas: lingua-
gens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação 
técnica e profi ssional. No entanto, a oferta das opções dependerá da rede 
de ensino e das escolas.
 [...]
4
Como se leu no texto acima, o fato virou polêmica, deu origem a debates na 
TV, no rádio e nas rodas de conversa. Muitos manifestaram suas opiniões por 
meio de variados gêneros de textos, escritos e publicados na imprensa brasileira: 
reportagens, editoriais de jornais, artigos e opinião, comentários de leitores, entre 
outros.
Agora, é sua vez de opinar sobre esse tema que o afeta diretamente.
Você, estudante, acredita que é oportuna uma reforma do Ensino 
Médio para adequá-lo aos novos tempos, buscando melhorar a sua 
efi cácia?
Os gêneros textuais que você vai ler e analisar, a seguir, tratam desse tema 
educacional e refl etem parcialmente a polêmica ocorrida: um artigo de opinião e 
dois editoriais. 
aproveitamento do material, por 
isso nada pode ser desconsiderado, 
principalmente nas colocações orais 
dos alunos em vários momentos da 
aprendizagem.
Ponto de
PARTIDA
A leitura de trecho da reportagem da 
Folha de S. Paulo – Senado aprova 
medida provisória que reforma o en-
sino médio – contextualiza o tema 
e algumas das muitas discussões, 
como a polêmica causada por ele.
A questão feita ao aluno, além de 
respondida oralmente, pode ser de-
batida pela classe, caso o professor 
julgue conveniente, exercitando nos 
alunos a capacidade de defenderem 
também oralmente suas opiniões, 
usando argumentos/contra-argu-
mentos adequados e plausíveis para 
defendê-las, recorrendo a fatos, 
vivências, dados, relatos, citações e 
o que mais acharem por bem utilizar 
para obterem sucesso em sua 
argumentação. 
Obviamente, ao dar “voz aos jovens”, 
como propõe o Texto 1, é preciso 
que o professor esteja atento e 
aberto ao acolhimento de críticas de 
toda sorte, bem como não perder de 
vista o objetivo último desse debate: 
exercitar a argumentação oral. 
Orientação ao
PROFESSOR REPERCUSSÃO
A escolha do governo em acelerar a aprovação por medida pro-
visória foi muito criticada pelos especialistas por limitar o tempo de 
discussão de uma reforma como essa.
Para Anna Helena Altenfelder, do Cenpec (Centro de Estudos e 
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), o país perdeu a 
oportunidade de promover uma discussão consistente. [...]
“A reforma, como foi aprovada, tem grande potencial de acentuar 
as desigualdades. Como será a oferta de vários itinerários em cidades 
pequenas?”, questiona ela, indicando ainda o erro na ênfase sobre o 
ensino integral, que costuma atender famílias mais privilegiadas.
Para Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o 
que foi aprovado é de difícil aplicabilidade. “Será muito difícil que os go-
vernos consigam implementar, porque tudo que se prevê é alheio aos 
processos e difi culdades dos governos”, diz ele, que também critica o 
trâmite legislativo. [...]
Eduardo Deschamps, ex-presidente do Consed (conselho que reúne 
os secretáriosestaduais de Educação), discorda. Para ele, o caminho 
de implementação nos Estados não será simples, mas é viável.
“Os pilares da reforma foram mantidos, que é a fl exibilização e 
articulação maior com educação profi ssional. Obviamente os Estados 
terão que se adaptar, mas muita coisa vai depender de ajustes nas 
estruturas já existentes”, diz ele, que é secretário de Educação de Santa 
Catarina e membro do Conselho Nacional de Educação.
ÁLVARES, Débora; SALDAÑA, Paulo. Senado aprova medida provisória que reforma o 
ensino médio. Folha de S. Paulo, São Paulo, 08 fev. 2017. Educação. 
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?ce5404 Acesso em: 11 maio 2020.
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 5
Atividade 1
O Texto 1 é um artigo de opinião 
assinado por Maria Alice Setúbal 
e foi publicado no jornal Folha de 
S. Paulo, caderno Opinião, em 
14/11/2016, em plena efervescên-
cia da polêmica sobre a reforma do 
Ensino Médio. 
Orientação ao
PROFESSOR
Atividade 1
Texto 1 
A VOZ DOS JOVENS
A educação tem ocupado espaço de destaque nos meios de comunica-
ção nos últimos meses. Isso ocorre não apenas por conta da realização do 
Enem, principal porta de entrada ao ensino superior no país.
Deve-se, sobretudo, às propostas do teto dos gastos públicos e de 
reforma do ensino médio, que enfrentam forte resistência de diferentes 
setores da sociedade, em especial dos estudantes que ocuparam mais de 
mil estabelecimentos de ensino.
É neste contexto que reverberou nas redes sociais a fala da adolescente 
Ana Júlia Ribeiro, que defendeu o direito à educação e a posição contrária 
do movimento secundarista frente às reformas, em sessão na Assembleia 
Legislativa do Paraná.
Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas Júlias 
pelo Brasil afora. Por isso, vale destacar outras iniciativas que contribuem 
para ampliar o repertório argumentativo de nossas crianças e jovens e com-
provam que a escola pública é, sim, capaz de promover a aprendizagem.
É o caso da “Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro”, 
que reuniu estudantes do ensino médio, fi nalistas da etapa regional no 
gênero artigo de opinião, todos da rede pública.
Durante o encontro, além de escrever belos textos, eles debateram, com 
ponderação e bons argumentos, os avanços e os desafi os das políticas 
para a garantia e a ampliação do acesso à universidade.
Em um momento em que faltam diálogo e discussões qualifi cadas no 
debate público brasileiro, a fala de Ana Júlia e a dos fi nalistas da Olimpíada 
trazem pontos de vista diferentes, apoiados em estudos e dados, sobre 
possibilidades concretas de escolherem seus próprios projetos de vida.
Mas por que, hoje, temos jovens tão engajados? Pela primeira vez 
no país, há uma população oriunda de classes sociais mais amplas e 
diversas que se manifesta porque teve mais acesso à educação. Agora, 
ela quer mais.
O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. Con-
tudo, ainda há muito por fazer. São inúmeros os exemplos do nosso atraso.
Avançamos em todas as modalidades de ensino, mas o buraco era e 
ainda é muito fundo. Somente em 2014 o Brasil conseguiu ter 61,4% dos 
jovens de 15 a 17 anos no ensino médio e 17,7% da população de 18 a 24 
anos, no superior.
Esses números ainda são baixos, mesmo comparados aos países da 
América Latina. Além disso, amargamos resultados vergonhosos de quali-
dade, tanto nas avaliações nacionais como nas internacionais.
A ausência de uma política de Estado, de um projeto de país que priorize 
a educação de seu povo, é um erro que trouxe graves consequências na 
qualifi cação da população. Contribuiu, de certa forma, para a permanência 
6
MARIA ALICE SETUBAL, a Neca, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos conselhos do Cen-
tro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec e da Fundação Tide Setúbal. Foi assessora 
de Marina Silva, candidata à Presidência, em 2014.
Leia, a seguir, um trecho de reportagem sobre fatos derivados da ocupação das escolas por estudantes do Ensino Mé-
dio (chamada de Primavera Secundarista), em 2016, que refutavam a proposta dessa reforma educacional por meio de uma 
MP (medida provisória) e também a PEC 55, uma Emenda Constitucional que estabelece um teto para o crescimento dos 
gastos públicos por 20 anos.
de enormes desigualdades sociais.
Refl etir sobre essa perspectiva nos ajuda a contextualizar as escolhas que o país precisa fazer diante da grave 
crise fi scal atual e da discussão sobre os gastos públicos.
Talvez nada seja mais ideológico do que apontar caminhos e saídas com foco exclusivo na economia, ainda que 
ela seja fator fundamental. 
Sem uma população com níveis adequados de educação, não conseguiremos ser um país desenvolvido em ne-
nhuma das métricas internacionais. É preciso encontrar novos caminhos e cabe a nós, sociedade brasileira, traçar 
esse rumo.
Os jovens podem e devem ser incluídos nesse debate. Será que mais uma vez cometeremos um erro histórico 
que poderá nos levar a sair da crise fi scal, mas deixará o país novamente na rabeira do desenvolvimento, por com-
prometermos o futuro de crianças e jovens? 
A opção está em nossas mãos.
SETÚBAL, Maria Alice. A voz dos jovens. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 nov. 2016. Opinião. 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/11/1831804-a-voz-dos-jovens.shtml. 
Acesso em: 11 maio 2020.
O quadro Você sabia? dá suporte 
para compreender a menção a Ana 
Julia Pires Ribeiro, uma estudante 
curitibana, nesse artigo de opinião. 
Orientação ao
PROFESSOR
Discurso de estudante de 16 anos constrange deputados na 
Assembleia Legislativa do Paraná
O discurso de uma estudante de apenas 16 anos deixou 
constrangidos os deputados estaduais que acompanhavam a sessão da 
última quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Aluna 
do Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães, em Curitiba, Ana 
Julia Pires Ribeiro subiu à tribuna para defender a “Primavera Secundarista” 
e responder a acusações dos próprios parlamentares, feitas no dia anterior, 
de que o movimento foi o responsável pela morte do jovem Lucas Eduardo 
Araújo Mota, também de 16 anos, na última segunda-feira (24), numa escola 
ocupada. 
“A minha pergunta inicial é: de quem é a escola? A quem a escola pertence? Eu 
acredito que todos aqui já saibam essa resposta. E é com a confi ança de que 
vocês conhecem essa resposta que eu falo para vocês sobre a legitimidade 
desse movimento, sobre a legalidade (...)”, afi rmou. O movimento já atinge 
mais de mil escolas no Brasil, sendo cerca de 800 no Paraná.
?
Você
SABIA?
RAMOS, Mariana Franco. Discurso de estudante de 16 anos constrange. 
Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 out. 2016. Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?bbfd37 
Acesso em: 11 maio 2020.
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 7
1. Em relação ao título do Texto 1, pode-se dizer que ele refl ete o posiciona-
mento e a tese defendida pela autora? Qual é? Justifi que.
2. Considere outras passagens do Texto 1:
I – “Isso ocorre não apenas por conta da realização do Enem, principal por-
ta de entrada ao ensino superior no país.”
II – “Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas 
Júlias pelo Brasil afora.”
III – “O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. 
Contudo, ainda há muito por fazer.”
IV – “Os jovens podem e devem ser incluídos nesse debate.”
 Os trechos do Texto 1 que retomam e reforçam o posicionamento e a tese 
presentes no título são:
A) I e II, apenas.
B) I, II e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) II e III, apenas. 
E) II e IV, apenas.
INSTRUÇÃO: Releia o trecho do Texto 1 para responder às questões 3 e 4.
Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas 
Júlias pelo Brasil afora. Por isso, vale destacar outras iniciativas que 
contribuem paraampliar o repertório argumentativo de nossas crianças 
e jovens e comprovam que a escola pública é, sim, capaz de promover a 
aprendizagem.
É o caso da “Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro”, 
que reuniu estudantes do ensino médio, fi nalistas da etapa regional no 
gênero artigo de opinião, todos da rede pública. 
Durante o encontro, além de escrever belos textos, eles debateram, 
com ponderação e bons argumentos, os avanços e os desafi os das políti-
cas para a garantia e a ampliação do acesso à universidade.
3. No trecho, as locuções conjuntivas apesar de e por isso, respectivamente, 
sem perda de sentido, poderiam ser substituídas por:
A) Ainda que; portanto
B) Não obstante; por essa razão
C) Mesmo com; entretanto 
D) Com exceção de; por causa disso
E) Além de; em conclusão
O título dado ao artigo de opinião 
– A voz dos jovens – (Questão 1) 
reflete o posicionamento da autora 
sobre o direito e a necessidade de 
participação dos jovens na discus-
são da reforma do Ensino Médio, 
subentendendo-se, de certa forma, 
uma crítica à sua proposição por 
meio de uma medida provisória 
(MP 746/2016). A tese defendida 
pela autora, portanto, é de que os 
estudantes estão qualifi cados para 
defenderem seu posicionamento, 
pois têm capacidade de argumen-
tação e de discernimento para tal. 
(H: Inferir a tese, o ponto de vista 
em um texto argumentativo, com 
base na argumentação construída 
pelo autor).
Na Questão 2 a resposta correta 
é (E) II e IV, apenas, porque os 
trechos são os únicos a discutirem 
o problema da educação citando 
a participação dos jovens, implíci-
tos também em “Anas Júlias”, no 
debate. (H: Inferir a tese, o ponto de 
vista em um texto argumentativo, 
com base na argumentação cons-
truída pelo autor).
A Questão 3 tem como resposta a 
alternativa (B) “Não obstante; por 
essa razão”. Trata-se da habilidade 
de identifi car o sentido de opera-
dores discursivos ou de processos 
persuasivos utilizados em um texto 
argumentativo.
Orientação ao
PROFESSOR
8
4. Em relação à frase do 4º § – “a escola pública é, sim, capaz de promover a 
aprendizagem” – o 5º § constitui um argumento 
A) de autoridade. 
B) de raciocínio lógico. 
C) por exemplifi cação. 
D) por consenso.
E) por comprovação. 
5. Assinale o trecho que, no Texto 1, constitui um argumento por comprovação: 
A) “Deve-se, sobretudo, às propostas do teto dos gastos públicos e de 
reforma do ensino médio, que enfrentam forte resistência de diferentes 
setores da sociedade, em especial dos estudantes que ocuparam mais 
de mil estabelecimentos de ensino.”
B) “O Brasil avançou muito desde a promulgação da Constituição de 1988. 
Contudo, ainda há muito por fazer.”
C) “Somente em 2014 o Brasil conseguiu ter 61,4% dos jovens de 15 a 17 
anos no ensino médio e 17,7% da população de 18 a 24 anos no supe-
rior.”
D) “A ausência de uma política de Estado, de um projeto de país que priori-
ze a educação de seu povo, é um erro que trouxe graves consequências 
na qualifi cação da população.”
E) “Sem uma população com níveis adequados de educação, não conse-
guiremos ser um país desenvolvido em nenhuma das métricas interna-
cionais.”
6. No trecho – “Em um momento em que faltam diálogo e discussões qualifi -
cadas no debate público brasileiro, a fala de Ana Júlia e a dos fi nalistas da 
Olimpíada trazem pontos de vista diferentes, apoiados em estudos e dados, 
sobre possibilidades concretas de escolherem seus próprios projetos de 
vida.” – o processo persuasivo utilizado é de 
A) contraposição de fatos.
B) comparação entre pessoas.
C) retifi cação de opiniões.
D) desqualifi cação dos oponentes.
E) explicitação de ideias comuns.
7. Destaque e compare as perguntas retóricas no Texto 1. Com que fi nalidade 
foram usadas? 
Na Questão 4 a resposta correta é 
(C), por exemplifi cação, visto que a 
autora exemplifi ca o que diz sobre 
os jovens: “É o caso da Olimpíada de 
Língua Portuguesa - Escrevendo o 
Futuro”. (H: Localizar um argumento 
utilizado pelo autor para defender sua 
tese, em um texto argumentativo).
O emprego de dados estatísticos, na 
Questão 5, caracteriza um argumen-
to por comprovação, alternativa (C): 
“Somente em 2014 o Brasil conse-
guiu ter 61,4% dos jovens de 15 a 17 
anos no ensino médio e 17,7% da 
população de 18 a 24 anos no supe-
rior”. (H: Localizar um argumento uti-
lizado pelo autor para defender sua 
tese, em um texto argumentativo).
Na Questão 6, o processo persua-
sivo serve-se da (A) contraposição 
de fatos, ou seja, ao fato 1 – “faltam 
diálogo e discussões qualifi cadas 
no debate público brasileiro” - con-
trapõem-se os fatos 2 - “a fala de 
Ana Júlia” - e 3 - “e dos fi nalistas da 
Olimpíada”. (H: Identifi car o sentido 
de operadores discursivos ou de 
processos persuasivos utilizados 
em um texto argumentativo).
No Texto 1, há duas perguntas 
retóricas (Questão 7): “Mas por que, 
hoje, temos jovens tão engajados?” 
e “Será que mais uma vez comete-
remos um erro histórico que poderá 
nos levar a sair da crise fi scal, mas 
deixará o país novamente na rabeira 
do desenvolvimento, por compro-
metermos o futuro de crianças 
e jovens?”. No primeiro caso, a 
questão retórica solicita a opinião 
do leitor, fazendo-o refletir sobre 
o que se pergunta, e responde em 
seguida: “Pela primeira vez no país, 
há uma população oriunda de clas-
ses sociais mais amplas e diversas 
que se manifesta porque teve mais 
acesso à educação. Agora, ela quer 
mais”. No segundo caso, a preten-
são da autora parece ser deixar no 
ar uma reflexão que o leitor deve 
Orientação ao
PROFESSOR
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 9
8. O Texto 1 apresenta trechos na primeira pessoa do plural. Observe esse 
emprego na frase: “É preciso encontrar novos caminhos e cabe a nós, 
sociedade brasileira, traçar esse rumo”. Trata-se de uma estratégia discursi-
vo-persuasiva da autora do texto? Explique.
9. Quais as características temáticas, estilísticas (linguísticas) e composicio-
nais do Texto 1 que permitem caracterizá-lo como um artigo de opinião? 
justifi que.
Gêneros argumentativos
Em jornais e revistas, é possível encontrar vários gêneros com 
características argumentativas: o editorial, o artigo de opinião, 
a resenha crítica, a carta ao leitor, as charges, os cartuns, entre outros. 
Em geral, caracterizam-se por apresentar um ponto de vista, um posiciona-
mento sobre um tema ou acontecimento polêmico e seu objetivo é conven-
cer o leitor a concordar com o posicionamento apresentado.
No entanto, eles não têm o mesmo tipo de composição, de estrutura. No 
editorial e no artigo de opinião, por exemplo, verifi ca-se a formulação de 
uma tese que expressa o posicionamento do autor, defendida por meio 
de argumentos e contra-argumentos que conduzem a uma conclusão, ou 
seja, à reiteração e confi rmação da tese. Mas eles têm diferentes aspectos 
composicionais: 
- o artigo de opinião é assinado, por isso expressa o ponto de vista e o 
posicionamento do articulista, e, em geral, faz parte de uma coluna do 
jornal ou revista, ou de um blog do próprio jornalista; 
- o editorial expressa a opinião do jornal, isto é, a sua linha editorial, por 
isso não é assinado e aparece nas primeiras páginas do periódico. 
O esquema básico encontrado, geralmente, no artigo de opinião e no editorial é:
TESE ARGUMENTOS CONCLUSÃO
!
Você já
 SABE
fazer, responsabilizando-se por sua 
opinião, que está implícita na frase 
fi nal do Texto 1: “A opção está em 
nossas mãos”. (H: Identifi car o sen-
tido de operadores discursivos ou 
de processos persuasivos utilizados 
em um texto argumentativo).
Ao apresentar no Texto 1 trechos 
em primeira pessoa do plural 
(Questão 8), a autora inclui o leitor 
em suas ponderações e apela para a 
responsabilidade e comprometimen-
to dele com o tema. Na frase – “É 
preciso encontrar novos caminhos 
e cabe a nós, sociedade brasileira, 
traçar esse rumo”. – o “nós” usado 
no textosignifi ca toda a “sociedade 
brasileira”, sem exceção, portanto 
nenhum leitor poderá se eximir de 
discutir o tema e de ter um posicio-
namento sobre ele. (H: Identifi car o 
sentido de operadores discursivos 
ou de processos persuasivos utiliza-
dos em um texto argumentativo).
O Texto 1 (Questão 9) caracteri-
za-se como um artigo de opinião 
porque seu tema é atual, factual e 
polêmico (a proposição da reforma 
do Ensino Médio); trata-se de texto 
opinativo, assinado e escrito em 
linguagem formal; apresenta uma 
tese/posicionamento sobre um fato, 
os argumentos que a sustentam e 
uma conclusão. (H: Reconhecer o 
gênero de texto com base em seus 
elementos composicionais, estilísti-
cos e temáticos).
Orientação ao
PROFESSOR
10
Atividade 2 
10. Leia integralmente os Textos 2 e 3, a seguir. Ambos são editoriais, pois 
expressam a opinião dos próprios jornais sobre um fato, por isso não são 
assinados.
Em seguida, responda às questões propostas.
Texto 2
Atividade 2
Nessa atividade, o objetivo principal 
é analisar em contraponto dois edito-
riais que expressam a “voz editorial”, 
ou seja, o posicionamento da empre-
sa jornalística responsável pela linha 
editorial do veículo de comunicação. 
Trata-se, nesse caso, de editoriais de 
dois importantes jornais paulistas: 
editorial de 19/12/2016, da Folha de 
S. Paulo, que antecede a aprovação 
da MP, e editorial de O Estado de S. 
Paulo, de 20/02/2017, posterior à 
aprovação da reforma.
Há muito tempo, os estudiosos da 
linguagem discutem qual a partici-
pação dessas mídias – e de outras 
como o rádio, a TV, a Internet etc. – 
na formação da opinião pública, no 
entendimento e na interpretação que 
se tem dos fatos noticiados. Sabe-se 
que a pretendida isenção midiática 
não é possível, visto que a linguagem 
não é neutra, propriamente. 
As mídias marcam-se por um 
contrato de comunicação paradoxal: 
por um lado, reivindicam valores 
cidadãos, quando declaram seu 
papel de informar com objetividade 
e isenção; por outro lado, drama-
tizam as cenas sociais, políticas 
etc. com a fi nalidade de captar e 
fi delizar seus leitores e/ou telespec-
tadores. Por isso é que as mídias, 
na atualidade, têm papel decisivo, 
muitas vezes, nos modos de cons-
trução – ou desconstrução – das 
identidades sociais e políticas. A 
propósito, a fi m de expandir essa 
reflexão, indica-se a leitura do livro 
de Patrick Charaudeau (Trad. Ângela 
M. S. Corrêa) Discurso das mídias. 
São Paulo: Contexto, 2006.
O quadro Você já sabe tem a 
função de retomar informações 
relativas aos gêneros argumentati-
vos que atendam ao esquema tese/
argumentos /conclusão, tais como 
o artigo de opinião e o editorial.
Orientação ao
PROFESSOR
ESCOLA MAIS FLEXÍVEL
A aprovação da proposta de reforma do ensino médio pela Câmara 
dos Deputados na semana passada representa um passo importante 
para enfrentar o desinteresse dos jovens brasileiros pela escola.
Um dos principais pontos da medida provisória apresentada 
pelo governo, que ainda precisa passar pelo Senado, é oferecer aos 
alunos maior autonomia na escolha dos temas em que desejam se 
aprofundar.
Pelo texto, 60% do currículo deve ser comum a todos, enquanto 
40% dependerão da preferência individual por áreas específi cas do 
conhecimento. Segundo pesquisa realizada pelo “Datafolha” com es-
tudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio, 
a maior fl exibilidade vai ao encontro dos anseios dos jovens.
A medida é vista como boa ou ótima por 58% deles. Por outro 
lado, apenas 40% dos pais, também ouvidos no levantamento, 
pensam da mesma forma. A atitude cautelosa talvez refl ita insegu-
rança em relação à maturidade dos estudantes para decidir sobre o 
próprio futuro.
A escolha, de fato, será precoce para alguns. Preservar a atual 
estrutura do ensino médio, todavia, trará ainda mais prejuízos nessa 
etapa da educação formal. Pesquisas recentes apontaram que, 
estagnados em patamares muito baixos de desempenho, os adoles-
centes se distanciam das escolas.
Em 2012, 79% dos jovens brasileiros de 15 anos afi rmaram 
não ter faltado um dia letivo nas duas semanas anteriores ao Pisa, 
exame realizado pela OCDE (organização de países desenvolvidos). 
Esse número caiu para 52% no ano passado.
Parte do problema resulta de uma combinação nada atraente 
do ensino médio brasileiro – formato engessado e conteúdo enci-
clopédico. A reforma proposta pelo governo federal só terá êxito se 
conseguir alterar essa base defasada.
Embora os deputados tenham reintroduzido como obrigatório o 
ensino de Filosofi a, Sociologia, Artes e Educação Física – disciplinas 
que a medida provisória antes tornava optativas –, deixaram uma 
margem para que as escolas ministrem essas aulas de forma com-
binada a outras áreas.
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 11
Parece ser uma boa solução, ao reconhecer o caráter interdisciplinar de muitos 
campos de estudo e atender a demanda dos jovens que protestaram contra a elimi-
nação dessas matérias.
Tudo indica que não haverá obstáculos para aprovar a reforma também no 
Senado. Ainda assim, restarão os desafi os de defi nir a base comum para a parte fi xa 
do currículo – ainda em discussão pelo governo – e garantir que todos os Estados 
e Municípios terão, na prática, as condições de oferecer aos alunos a fl exibilidade 
prometida pela nova legislação. 
ESCOLA mais flexível. Folha de S. Paulo, São Paulo, 19 dez. 2016. Opinião. Disponível em:
 http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/12/1842638-escola-mais-flexivel.shtml 
Acesso em: 11 maio 2020.
Texto 3
A REFORMA DO ENSINO MÉDIO
Desde o início, o projeto de reforma proposto por Temer contou com o apoio 
generalizado de pedagogos e especialistas em educação básica, o único problema 
foi o modo como a reforma foi proposta
Ao sancionar a lei que fl exibiliza o currículo do ensino médio, o presidente Michel 
Temer tirou de entidades estudantis, corporações docentes e movimentos sociais 
um dos principais pretextos de que se valiam para se opor ao governo. Essa foi a 
primeira reforma lançada pelo governo Temer. Apesar de os gastos públicos por 
aluno terem se multiplicado por quatro nos últimos 15 anos, o ensino médio é a eta-
pa mais problemática do sistema educacional brasileiro. Com 8 milhões de alunos, 
apresenta altas taxas de evasão escolar e baixos índices de aprendizagem. Um em 
cada quatro alunos desse ciclo de ensino está com mais de dois anos de atraso es-
colar, segundo o Censo Escolar de 2016, divulgado no mesmo dia da sanção da lei.
Desde o início, o projeto de reforma proposto por Temer contou com o apoio 
generalizado de pedagogos e especialistas em educação básica. O único problema 
foi o modo como a reforma foi proposta, por meio de uma medida provisória, que 
limitou o tempo de discussões entre as autoridades educacionais, as entidades de 
professores e as ONGs do setor educacional.
A principal mudança é a divisão do currículo do ensino médio em duas partes: 
60% para disciplinas comuns a todos os alunos e 40% para que aprofundem seus 
conhecimentos em uma área de interesse, entre Linguagens, Matemática, Ciências 
da Natureza, Ciências Humanas e Sociais e Formação Técnica Profi ssional. Somente 
Português e Matemática serão obrigatórios nos três anos do ensino médio. E, para 
toda a rede, a carga horária aumentará gradativamente das atuais 800 horas anuais 
para 1.400 horas.
A nova lei prevê ainda a ampliação do número de escolas com aulas em período 
integral, por meio de fi nanciamento do governo federal às redes de ensino básico 
sob responsabilidade dos Estados. Atualmente, a carga diária é de 4 horas e meia 
e apenas 5,7% das escolas desse ciclo de ensino oferecem jornada ampliada. Além 
12
disso, elas terão de ensinar Artes, Filosofi a e Sociologia, mas a lei permite que, em vez de aulas específi cas, 
essas disciplinas possam ser oferecidas de modo “diluído” entre as demais disciplinas, por meio de estudo, 
práticas e módulosque ainda precisam ser defi nidos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que vem 
sendo elaborada pelo Ministério da Educação, devendo ser concluída até o fi nal do ano.
Em seu formato atual, que está em vigor desde 1996, o ensino médio tem 13 disciplinas e está organizado 
com base num currículo único de preparação para o Enem, que seleciona os alunos das universidades fede-
rais. No novo formato, os estudantes poderão optar por diferentes áreas de concentração – das mais acadê-
micas, voltadas para a preparação para o ensino superior, às mais práticas, voltadas para a qualifi cação para 
o mercado de trabalho. A criação de alternativas de estudo adequadas aos diferentes interesses pessoais e 
condições sociais dos alunos é outra importante inovação da reforma do ensino médio, uma vez que eles já 
estão numa idade que lhes permite decidir os percursos de aprendizado com base no qual nortearão suas vi-
das. Apesar de esse ciclo de ensino ser obrigatório por lei, 40% dos jovens brasileiros não conseguem comple-
tar as três séries. E, dos que completam, dois terços terminam sem qualquer preparo para a vida profi ssional e 
apenas um terço consegue ingressar numa faculdade.
Os especialistas em ensino médio afi rmam que as inovações introduzidas pela nova lei podem demorar 
algum tempo para serem implementadas e que os resultados só começarão a ser sentidos depois de 2019, 
mas reconhecem que elas levarão esse ciclo de ensino a fi car mais próximo das aspirações e demandas das 
novas gerações. E como as mudanças permitem que a parte formativa do currículo seja oferecida conforme 
a capacidade de cada rede de ensino, os especialistas temem que os estudantes dos pequenos municípios e 
das periferias das grandes cidades não recebam tão cedo o tratamento pedagógico necessário. Independente-
mente disso, classifi cam a reforma como um importante avanço no sistema educacional.
A reforma do ensino médio. O ESTADO DE S. PAULO, São Paulo, 20 fev. 2017. Opinião. 
Disponível em: www.iqe.org.br/surl/?1ae94d 
Acesso em: 11 maio 2020.
Questão 10: a) O fato comentado 
é a reforma do Ensino Médio. b) 
O Texto 2 expressa a opinião de 
que a reforma “representa um 
passo importante para enfrentar o 
desinteresse dos jovens brasileiros 
pela escola”; no Texto 3, o editorial 
atribui a especialistas a opinião 
de que “ a reforma (é vista) como 
um importante avanço no sistema 
educacional”. (H: Distinguir fato (da 
opinião pressuposta ou subentendi-
da em relação a esse mesmo fato) 
e/ou opinião).
10. a) Qual o fato que ambos os editoriais (Textos 2 e 3) comentam?
 b) A opinião de ambos os editoriais sobre o fato comentado é a mesma? 
Explique.
11. Compare as características composicionais dos Textos 2 e 3 e preencha, 
com X, o quadro a seguir:
Orientação ao
PROFESSOR
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 13
De um texto ao outro
Composição 
(estrutura)
Critérios TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Há título sugestivo e adequado.
b) Há subtítulo que sintetiza o conteúdo e o posicionamento
c) Apresenta um ponto de vista /uma tese.
d) Existem diferentes tipos de argumentos para sustentar o ponto 
de vista/a tese.
e) Utiliza estratégias argumentativas (contra-argumentos, pergun-
tas retóricas, paralelo entre épocas, pessoas etc.).
f) A conclusão do texto retoma a tese e propõe solução.
Questão 11 - (H: Reconhecer o gênero de texto com base em seus elementos composicionais e temáticos).
De um texto ao outro
Composição 
(estrutura)
Critérios TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Há título sugestivo e adequado. x
b) Há subtítulo que sintetiza o conteúdo e o posicionamen-
to
x
c) Apresenta um ponto de vista /uma tese. x x
d) Existem diferentes tipos de argumentos para sustentar o 
ponto de vista/a tese.
x x
e) Utiliza estratégias argumentativas (contra-argumentos, 
perguntas retóricas, paralelo entre épocas, pessoas etc.).
x x
f) A conclusão do texto retoma a tese e propõe solução. x x
Orientação ao
PROFESSOR
14
12. Em relação aos argumentos encontrados nos Textos 2 e 3, preencha o 
quadro a seguir, copiando um exemplar da cada caso, se houver.
De um texto ao outro
Tipos de 
argumentos
TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Autoridade
b) Raciocínio lógico
c) Consenso
d) Comprovação
e) Exemplifi cação
Questão 12 - (H: Localizar um 
argumento utilizado pelo autor para 
defender sua tese, em um texto 
argumentativo).
Objetivação:
No caso do trecho do § 7 “Uma 
combinação nada atraente... for-
mato engessado...”, o que se afi rma 
não é consensual para todos os 
leitores (talvez para professores do 
EM), pois poderia ser contestado, 
trata-se de uma crítica do autor 
que necessitaria ser comprovada. 
O argumento de consenso é aquele 
que contém, em geral, “ditados 
populares, máximas, que remetem 
a valores sociais, morais, religiosos 
aceitos pela maioria das pessoas”.
Orientação ao
PROFESSOR
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 15
De um texto ao outro
Tipos de 
argumentos
TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Autoridade
Não há - Desde o início, o projeto de reforma proposto 
por Temer contou com o apoio generalizado de 
pedagogos e especialistas em educação básica.
- Os especialistas em ensino médio afi rmam que 
as inovações introduzidas pela nova lei podem 
demorar algum tempo para serem implemen-
tadas e que os resultados só começarão a ser 
sentidos depois de 2019, mas reconhecem que 
elas levarão esse ciclo de ensino a fi car mais 
próximo das aspirações e demandas das novas 
gerações.
- E como as mudanças permitem que a parte 
formativa do currículo seja oferecida conforme a 
capacidade de cada rede de ensino, os especia-
listas temem que os estudantes dos pequenos 
municípios e das periferias das grandes cidades 
não recebam tão cedo o tratamento pedagógico 
necessário. Independentemente disso, classifi -
cam a reforma como um importante avanço no 
sistema educacional.
b) Raciocínio lógico
Não há Não há
c) Consenso
- A criação de alternativas de estudo adequadas 
aos diferentes interesses pessoais e condições 
sociais dos alunos é outra importante inovação 
da reforma do ensino médio, uma vez que eles 
já estão numa idade que lhes permite decidir 
os percursos de aprendizado com base no qual 
nortearão suas vidas.
Orientação ao
PROFESSOR
16
Tipos de 
argumentos
TEXTO 
2
TEXTO 
3
d) Comprovação
 Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha 
com estudantes do 8º e 9º anos do ensino 
fundamental e do ensino médio, a maior 
fl exibilidade vai ao encontro dos anseios 
dos jovens.
- A medida é vista como boa ou ótima por 
58% deles. 
- Por outro lado, apenas 40% dos pais, 
também ouvidos no levantamento, pensam 
da mesma forma. A atitude cautelosa talvez 
refl ita insegurança em relação à maturidade 
dos estudantes para decidir sobre o próprio 
futuro.
- Pesquisas recentes apontaram que, estag-
nados em patamares muito baixos de de-
sempenho, os adolescentes se distanciam 
das escolas.
- Em 2012, 79% dos jovens brasileiros de 
15 anos afi rmaram não ter faltado um dia 
letivo nas duas semanas anteriores ao Pisa, 
exame realizado pela OCDE (organização 
de países desenvolvidos). Esse número caiu 
para 52% no ano passado.
- Um em cada quatro alunos desse 
ciclo de ensino está com mais 
de dois anos de atraso escolar, 
segundo o Censo Escolar de 2016, 
divulgado no mesmo dia da san-
ção da lei.
- Apesar de esse ciclo de ensino 
ser obrigatório por lei, 40% dos 
jovens brasileiros não conseguem 
completar as três séries. E, dos 
que completam, dois terços termi-
nam sem qualquer preparo para 
a vida profi ssional e apenas um 
terço consegue ingressar numa 
faculdade.
e) Exemplifi cação Não há Não há
Orientação ao
PROFESSOR
13. A alternativa que apresenta um contra-argumento encontrado no Texto 2 é:
A) “Um dos principais pontos da medida provisória apresentada pelo gover-
no, que ainda precisa passar pelo Senado, é oferecer aos alunos maior 
autonomia na escolha dos temasem que desejam se aprofundar.”
B) “Pelo texto, 60% do currículo deve ser comum a todos, enquanto 40% 
dependerão da preferência individual por áreas específi cas do conhe-
cimento.”
C) “A escolha, de fato, será precoce para alguns. Preservar a atual estru-
tura do ensino médio, todavia, trará ainda mais prejuízos nessa etapa 
da educação formal.”
D) “Parte do problema resulta de uma combinação nada atraente do en-
sino médio brasileiro – formato engessado e conteúdo enciclopédico.”
E) “Parece ser uma boa solução, ao reconhecer o caráter interdisciplinar 
de muitos campos de estudo e atender a demanda dos jovens que 
protestaram contra a eliminação dessas matérias.”
Na Questão 13, a resposta correta é (C) 
“A escolha, de fato, será precoce para 
alguns. Preservar a atual estrutura do 
ensino médio, todavia, trará ainda mais 
prejuízos nessa etapa da educação 
formal”. A afi rmação inicial, reconhe-
cendo uma possível crítica, (A escolha, 
de fato, será precoce para alguns.) vem, 
na sequência, rebatida pelo emprego 
da conjunção todavia. (H: Identifi car o 
sentido de operadores discursivos ou 
de processos persuasivos utilizados em 
um texto argumentativo).
Orientação ao
PROFESSOR
Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Interpretação de Textos | Artigo de Opinião e Editorial 17
A Questão 14 trata da habilidade de reconhecer os elementos contextuais, organizacionais e linguísticos dos textos.
De um texto ao outro
Composição 
textual e 
Linguagem
Critérios TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Há adequada organização do texto em parágrafos. x x
b) Utiliza conjunções/operadores argumentativos adequa-
dos (coesão textual).
x x
c) Estabelece relações semânticas adequadas entre pala-
vras e expressões (clareza).
x x
d) Há bom uso do vocabulário, sem clichês e frases feitas. x x
e) Utiliza a modalidade escrita formal (padrão) da Língua 
Portuguesa. x x
f) Há correção linguística (gramatical). x x
14. Preencha, com X, o quadro a seguir de acordo com os aspectos organizacionais e de linguagem (linguísticos) en-
contrados nos Textos 2 e 3.
De um texto ao outro
Composição 
textual e 
Linguagem
Critérios TEXTO 
2
TEXTO 
3
a) Há adequada organização do texto em parágrafos.
b) Utiliza conjunções/operadores argumentativos adequados 
(coesão textual).
c) Estabelece relações semânticas adequadas entre palavras e 
expressões (clareza).
d) Há bom uso do vocabulário, sem clichês e frases feitas.
e) Utiliza a modalidade escrita formal (padrão) da Língua Portu-
guesa.
f) Há correção linguística (gramatical).
Orientação ao
PROFESSOR
18
INSTRUÇÃO: Releia o trecho do Texto 3 a seguir para responder às ques-
tões 15 e 16.
A nova lei prevê ainda a ampliação do número de escolas com aulas 
em período integral, por meio de fi nanciamento do governo federal às 
redes de ensino básico sob responsabilidade dos Estados. Atualmente, 
a carga diária é de 4 horas e meia e apenas 5,7% das escolas desse 
ciclo de ensino oferecem jornada ampliada. Além disso, elas terão de 
ensinar Artes, Filosofi a e Sociologia, mas a lei permite que, em vez de 
aulas específi cas, essas disciplinas possam ser oferecidas de modo 
“diluído” entre as demais disciplinas, por meio de estudo, práticas e 
módulos que ainda precisam ser defi nidos pela Base Nacional Cur-
ricular Comum (BNCC), que vem sendo elaborada pelo Ministério da 
Educação, devendo ser concluída até o fi nal do ano.
A correta resposta à Questão 15 é 
(B) aliás, por se tratar de um advér-
bio que também expressa noção de 
acréscimo. (H: Identifi car o sentido 
de operadores discursivos ou de 
processos persuasivos utilizados 
em um texto argumentativo).
A Questão 16 tem como resposta 
a alternativa (E) uma citação, pois 
essa expressão está na MP 756/16. 
(H: Reconhecer o valor expressivo 
e o efeito de sentido de recursos 
gráfi co-visuais).
Orientação ao
PROFESSOR
15. A locução adverbial além disso, sem alteração de sentido, poderia ser substituída por: 
A) apesar disso
B) aliás
C) contudo
D) mesmo assim
E) por isso
16. O uso de aspas em “diluído” marca 
A) uma ironia.
B) um estrangeirismo.
C) um neologismo.
D) uma gíria.
E) uma citação.
Sistematizando
APRENDIZAGENS
Nessa Sequência Didática, você continuou a refl etir sobre os gêneros argumentativos, aprofundando seus estudos 
sobre o artigo de opinião e o editorial.
Pôde também ampliar seus conhecimentos sobre a diversidade de posicionamentos presente em diferentes textos 
que tratam de um mesmo tema, nesse caso, a reforma do Ensino Médio proposta pelo governo federal em 2016 e apro-
vada em 2017. Além disso, teve a oportunidade de retomar e aprofundar o estudo dos diversos tipos de argumentos e de 
contra-argumentos para defender uma tese; o reconhecimento do sentido de operadores argumentativos e de estraté-
gias e recursos discursivos para argumentar. 
A retomada e o aprofundamento relativo ao estudo das características de composição e de linguagem de cada um 
desses gêneros também foram objeto de estudos nessa SD.

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