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Imunodeficiência dos felinos Doenças infecciosas dos animais domésticos Prof. Juliana Mendonça Definição • Síndrome de felinos domésticos • Causada por um retrovírus • Utilizada para estudos da imunodeficiência adquirida dos humanos (AIDS/HIV) Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 2 Definição • Características • Declínio gradual no nº de LT CD4+ periféricos • Associação com outras alterações imunológicas • Debilidade imunológica • Infecções secundárias • Condições mórbidas debilitantes Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 3 Definição • Sinônimos • Síndrome da imunodeficiência felina • AIDS felina Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 4 Etiologia • Vírus da imunodeficiência dos felinos (FIV) • Gênero Lentivirus • Família Retroviridae • Patogenicidade semelhante ao HIV • Cinco subtipos • A, B, C, D, e E • Diferenças na sequência do gene env Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 5 Epidemiologia • Distribuição variável dos subtipos no mundo Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 6 S z il a s i e t a l. , 2 0 1 9 Epidemiologia • Prevalência • Gatos altamente expostos aos fatores de risco e gatos doentes • 4 a 24% • Fatores de risco • Livre acesso a ambientes externos • Regiões onde existem muitos gatos de vida livre • Comportamento → gatos que se mordem e lutam entre si • Animais adultos → mais sujeitos à infecção do que animais jovens • Comportamento Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 7 Epidemiologia • Inoculação viral • Mordeduras • Feridas resultantes de brigas • Fase inicial da infecção • Maior transmissão do vírus • Transfusão sanguínea • Doador sem histórico conhecido Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 8 • Transmissão Epidemiologia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 9 • Transmissão • Mãe→ filhote • Útero • Parto • Colostro e leite • Filhotes de gatas soropositivas saudáveis • Persistentemente infectados • Dependendo da carga viral da mãe durante gestação e parto Epidemiologia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 10 • Transmissão horizontal • Gatis ou domicílios com muitos gatos • Evento raro • Esporadicamente citado • Depende do comportamento dos gatos Epidemiologia • Pode acometer gatos de qualquer idade • Filhotes→ evolução mais rápida da doença • Não há predisposição sexual • Prevalência maior em machos (vida livre) • Comportamento (brigas) • Acomete felídeos silvestres Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 11 Patogenia • Curso e prognóstico da doença → variáveis • Estilo de vida do animal • Ambiente do animal • Idade do animal no momento da infecção • Gatos mais jovens desenvolvem sinais clínicos mais cedo • Condições clínicas do gato no momento da infecção • Ocorrência de infecções oportunistas Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 12 Patogenia • Curso e prognóstico da doença → variáveis (cont.) • Patogenicidade do vírus • Carga viral inicial • Via de infecção • Parenteral ou mucosa • Características do inóculo • Vírus associado a célula ou na forma livre Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 13 Patogenia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 14 Inoculação viral Linfócitos B e T e macrófagos Disseminação Órgãos linfoides SNC Alterações comportamentais Viremia Disfunção imune progressiva Imunidade celular e humoral Doenças oportunistas ↓ CD4+ Replicação viral contínua (baixo grau) Falha no sistema imune e aumento da viremia Sinais clínicos • Progressão lenta da infecção • Diversos estágios clínicos • Não há distinção clara entre os estágios • Progressão mais rápida para a fase terminal da doença • Intensidade da viremia durante fase aguda Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 15 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 16 Estágio clínico Duração Alterações imunológicas e clínicas I 2 a 5 semanas Fase aguda. Pico da viremia. Formação de anticorpos, febre. II Meses a anos Fase assintomática. Diminuição progressiva de linfócitos T CD4+ III Meses a anos Linfadenomegalia generalizada e progressiva IV Meses a anos ARC – complexo clínico relacionado com a AIDS – doenças oportunistas V Meses a anos Profunda depleção de CD4+; disfunções imunológicas; síndrome relacionada com a imunodeficiência VI Meses a anos Miscelânea de doenças: neoplasias, doenças imunomediadas, doenças oculares Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 17 Gato infectado excreta o vírus pela saliva e transmite a infecção para outros gatos durante brigas Febre transitória, anorexia e linfadenopatia (1 a 3 meses) Fase aguda Excreção do vírus na saliva – em muitos gatos a doença não irá evoluir além dessa fase Fase assintomática Imunodeficiência funcional pode se desenvolver em alguns gatos, aumentando o risco de infecções secundárias, doenças imunomediadas ou neoplasias Fase clínica Sinais clínicos • Pouco específicos • Febre • Perda de apetite • Menor atividade física • Linfadenomegalia (discreta) • Evolução da doença • Sinais clínicos decorrentes de infecções oportunistas Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 18 Sinais clínicos • Estomatite/gengivite • Qualquer estágio da infecção • Maioria das vezes → causa indeterminada • Coinfecção por calicivírus felino • Estomatite mais grave Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 19 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 20 Sinais clínicos • Diarreia • Não há identificação de patógeno entérico específico • Refratária ao tratamento • Doenças oculares • Uveíte anterior • Infecções secundárias (toxoplasmose) • Pars platis • Infiltrado leucocitário no humor vítreo • Retinopatias Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 21 Sinais clínicos • Sistema nervoso central • Alteração comportamental • Convulsões • Anormalidade motora multifocal • Paresia • Comprometimento do aprendizado • Alterações no padrão de sono Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 22 Exclusivamente FIV ou associados à PIF, criptococose ou toxoplasmose Sinais clínicos • Síndrome do depauperamento • Perda de peso • Depauperamento gradual das condições orgânicas Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 23 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 24 Diagnóstico • Patologia clínica • Alterações laboratoriais muito inespecíficas • Testes sorológicos • Infecção persistente → contínua produção de Ac • Presença de Ac → ocorrência de infecção • Razoavelmente sensíveis e específicos • Usar preferencialmente soro (diminui resultados falso-positivos) • Combo FIV/FeLV Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 25 Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 26 Aplicar uma gota de plasma ou sangue total não coagulado Aplicar duas gotas de tampão em cada poço de amostra Aguardar 10 minutos Negativo FIV Negativo FeLV Negativo FIV Positivo FeLV Positivo FIV Positivo FeLV Positivo FIV Negativo FeLV Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 27 Diagnóstico • Biologia molecular • Necessita padronização dos métodos • Variabilidade do genoma viral • Alterações macroscópicas e histopatológicas • Dependem do desenvolvimento de neoplasias, infecções sistêmicas ou condições mórbidas associadas à FIV • Infiltrado inflamatório perivascular • Achado comum Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 28 Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 29 Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 30 Tratamento • Tratamento de afecções e infecções oportunistas • Tratamento de suporte • Anti-inflamatórios • Analgésicos • Fluidoterapia • Terapia nutricional • Cuidados na prescrição de drogas imunossupressoras Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 31 Tratamento • Terapia imunomoduladora e antiviral • Suprimir a replicação viral • Inibição da transcriptase reversa • Potencializar o sistema imune do indivíduo • Abrandar os sinais clínicos • Postergar a evolução da doença Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 32 Tratamento • Recomendações gerais • Diagnóstico da infecção (todos os gatos) • Examesclínicos periódicos (anuais ou semestrais) • Detecção precoce de alterações na saúde do animal • Perfil hematológico e bioquímico • Exames de imagem de abdome e tórax • Culturas de urina e citologia • Tratamento imediato de infecções secundárias • Em alguns casos, por períodos mais prolongados Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 33 Tratamento • Recomendações gerais • Estomatite • Limpeza periódica dos dentes • Uso de antibióticos • Evitar uso de glicocorticoides • Gengivite crônica refratária à tratamento → extração de todos os dentes • Anemia não regenerativa • Eritropoietina Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 34 Tratamento • Recomendações gerais • Esterilização de machos e fêmeas infectados • Minimizar estresse (cio ou acesso à rua) • Vacinas • Devem ser evitadas (principalmente felinos que não têm acesso a ambientes externos) • Exacerbação da resposta • Somente vacinas inativadas para Panleucopenia e rinotraqueíte devem ser administradas Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 35 Profilaxia e controle • Não existem vacinas • Evitar acesso dos animais a ambientes externos • Segregação dos animais positivos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 36 Leucemia viral felina Doenças infecciosas dos animais domésticos Prof. Juliana Mendonça Definição • Doença infectocontagiosa • Causada por retrovírus • Uma das principais doenças de felinos • Doença caracterizada por amplas síndromes clínicas • Neoplasias linfo ou mieloproliferativas • Doenças degenerativas • Citopenias • Síndrome de imunodeficiência e coinfecções Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 38 Etiologia • Vírus da leucemia felina (FeLV) • γ-retrovírus • Família Retroviridae • Quatro subgrupos • A, B, C e T • Apenas FeLV-A é contagioso e transmitido de maneira horizontal • Outros subgrupos → mutação ou recombinação do FeLV-A em um felino previamente infectado Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 39 Etiologia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 40 Subgrupo viral Características Doenças associadas A Alta contagiosidade e baixa patogenicidade, tem efeito citopático Neoplasias hematopoéticas, imunossupressão e outras doenças associadas ao FeLV B Ocorre associação com FeLV-A em ≥ 50% dos gatos com linfoma Isoladamente, não é patogênico nem contagioso; torna-se virulento em recombinação com o FeLV-A C Origina-se da mutação do FeLV-A Anemia arregenerativa, mielose eritrêmica; não se replica e nem é contagioso T Altamente citopático, tropismo por células T; origina-se do FeLV-A Linfopenia, neutropenia, febre, diarreia Epidemiologia • Doença afeta principalmente felinos domésticos • Há relatos em felídeos silvestres • Não há predisposição sexual ou racial • Taxas de infecção mais altas em felinos doentes • Distribuição mundial da doença Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 41 Epidemiologia • Transmissão • Horizontal • Saliva (maior concentração viral do que no plasma) • Gatos virêmicos • Eliminação constante de vírus • Principal forma de infecção • Contato prolongado com saliva e secreção nasal de gatos infectados Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 42 Epidemiologia • Formas efetivas de transmissão da doença Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 43 Compartilhamento de fontes comuns de água e alimentos Lambedura mútua Epidemiologia • Transmissão vertical • Pode ocorrer em felinos virêmicos • Infecção de neonatos • Transplacentária • Lambeduras • Leite materno • Infecção intrauterina • Reabsorção fetal • Abortos • Morte neonatal Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 44 Epidemiologia • Disseminação viral pouco provável • Urina • Fezes • Vetores hematófagos • Apesar da disseminação viral por diversos tecidos, fluidos e secreções Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 45 Epidemiologia • Fatores de risco • Idade • Acesso ao ambiente externo • Gatos que apresentam maior risco • Errantes • Acesso à rua • Habitantes de abrigos ou grandes agregados • Contato com indivíduos de status desconhecido Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 46 Epidemiologia • Doença afeta gatos de qualquer idade • Filhotes são mais suscetíveis à infecção • Desenvolvimento de viremia persistente • Diminui com a idade • Diminuição de receptores celulares ao vírus • Maturação da função de macrófagos • Desenvolvimento de imunidade • Presença de animais virêmicos no mesmo ambiente Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 47 Epidemiologia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 48 Níveis podem ser alterados dependendo do status imunológico do gato Patogenia • Evolução e desfecho da infecção → variáveis • Idade • Status imunológico do hospedeiro • Características de patogenicidade viral • Carga viral inicial • Pressão de infecção Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 49 Patogenia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 50 Gato infectado excreta o vírus pela saliva, secreções respiratórias, urina, leite e fezes a um gato não infetado Eliminação do vírus Abortiva Integração do provírus e replicação viral em tecidos linfoides e orofaringe Viremia inicial – vírus infecta linfócitos e monócitos e se dissemina para outros órgãos Infecção da medula óssea com alta liberação de células contendo RNA viral e provirus Replicação viral controlada antes ou logo após a infecção da medula óssea. Baixo risco de doenças relacionadas à FeLV. Regressiva Viremia secundária com infecção de células epiteliais associadas à disseminação viral Viremia persistente e alto risco de doenças relacionadas à FeLV Progressiva Patogenia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 51 Patogenia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 52 Infecção pelo FeLV Exposição oral ou nasal Replicação no tecido linfoide orofaríngeo Resposta imune eficaz Resposta imune ineficaz Gato regressor Vírus eliminado Eliminação completa Infecção latente FeLV negativo FeLV negativo Gato sadio Gato sadio Viremia Replicação nas células da medula óssea e tec. linfoides FeLV positivo Viremia contínua Viremia persistente FeLV positivo Viremia transitória Neoplasia maligna Leucemia Linfoma Mielodisplasia Mielossupressão Anemia Trombocitopenia Granulocitopenia Imunossupressão Linfopenia Anormalidade da função linfocitária Outros distúrbios Glomerulonefrite Distúrbios da reprodução Osteocondromas Doença relacionada com o FeLV Portador sadio Sinais clínicos • Infecção resulta em diversas doenças e síndromes clínicas • Curso clínico • Fatores relacionados ao hospedeiro • Idade • Status imunológico • Fatores relacionados ao vírus • Patogenicidade • Subgrupo infectante Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 53 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 54 Doenças relacionadas ao FeLV Neoplasias Síndromes de supressão da medula óssea Imunossupressão Doenças imunomediadas Outras síndromes Sinais clínicos - neoplasias • Linfoproliferativas • Linfoma • Leucemia linfática • Inserção do provírus próximo ao oncogene celular (myc) • Ativação e expressão exacerbada do gene • Proliferação descontrolada da célula infectada Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 55 Sinais clínicos - neoplasias Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 56 Sinais clínicos - neoplasias Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 57 Exame de aspirado do líquido torácico de um gato, mostrando uma população de células linfoides pleomórficas composta de blastos, uma figura mitótica e um pequeno linfócito. Foi estabelecido o diagnóstico de linfoma. Sinais clínicos - neoplasias • Mieloproliferativas • Todas as linhagens celulares hematopoiéticas são suscetíveis à infecção pelo FeLV • Proliferação de uma ou mais linhagens da medula óssea em detrimento de outras Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 58 Sinais clínicos - neoplasias • Mieloproliferativas (leucemias) • Pirexia intermitente (irresponsiva a antibióticos) • Fraqueza • Disorexia • Perda de peso • Letargia• Anemia • Trombocitopenia • Hepatomegalia Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 59 • Esplenomegalia e/ou linfoadenomegalia • Contagens celulares aberrantes (leucocitose, neutrofilia, linfocitose, monocitose, policitemia, eosinofilia) • Presença de precursores em grande quantidade no sangue periférico (eritroblastemia, linfoblastemia) Sinais clínicos - neoplasias Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 60 Esfregaço de sangue periférico de um gato com eritroleucemia. Mais de 95% das células nucleadas circulantes consistiram em precursores eritroides com graus variáveis de maturidade. Foi observada granulocitopenia grave Sinais clínicos - neoplasias • Mielodisplasias • Citopenias (bicitopenia ou pancitopenia periférica) • Displasias na série eritroide, mieloide ou megacariocítica • Fibrossarcomas • Recombinação do FeLV-A com oncogenes celulares→ FeSV • Neoplasias altamente malignas • Múltiplos nódulos cutâneos ou subcutâneos • Metástases em pulmão e outros órgãos Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 61 Sinais clínicos - neoplasias Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 62 Sinais clínicos – síndromes de supressão da medula óssea • Distúrbios hematopiéticos • Citopenias • Causados pela replicação do vírus • Associados à viremia • Provírus integrado pode interromper ou inativar genes celulares • Indução da expressão de antígenos de superfície celular • Destruição imunomediada das células Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 63 Sinais clínicos – síndromes de supressão da medula óssea Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 64 Tipo Mecanismo Alterações hematológicas Anemia hemolítica imunomediada Expressão de ag estranhos na superfície das hemácias Macrocitose e reticulocitose Micoplasmose hemotrópica Imunossupressão causada pelo vírus: proliferação de hemopatógenos Anemia regenerativa, icterícia e hemoglobinemia variáveis (os microrganismos podem ser visualizados nas hemácias ou reveladas por PCR) Trombocitopenia Supressão da produção induzida pelo vírus Anemia regenerativa, trombocitopenia (< 50.000 plaquetas) Pancitopenia Alteração da expressão do gene hematopoiético induzida pelo vírus que acomete precursores medulares jovens Anemia arregenerativa, trombocitopenia e leucopenia Síndrome panleucopênica Replicação e destruição de precursores mieloides e linfoides e epitélio intestinal Pancitopenia, vômito, diarreia Sinais clínicos – síndromes de supressão da medula óssea Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 65 Tipo Mecanismo Alterações hematológicas Aplasia eritroide pura Alteração a expressão do gene hematopoiético, seletiva para os precursores eritroides Anemia arregenerativa, outras linhagens celulares dentro dos valores de referência Anemia dos processos crônicos Citocinas inflamatórias estimuladas por vírus ou bactérias que sequestram ferro; doenças secundárias à infecção pelo FeLV Anemia normocítica, normocrônica não regenerativa Doenças mieloproliferativas Transformação neoplásica dos precursores eritroides, precursores dos leucócitos e/ou células-tronco Anemia arregenerativa com macrocitose e variável número de eritroblastos Mielotística: leucemia linfocítica ou granulocítica e outras síndromes proliferativas da medula óssea Processo neoplásico induzido pelo FeLV, causando supressão da eritrogênese Anemia arregenerativa; pode comprometer outras linhagens celulares Leucemias Neoplasias induzidas pelo FeLV, envolvendo linhagens celulares linfoides ou mieloides Grande número de leucócitos ou de seus precursores na circulação sanguínea; anemia não regenerativa Neutropenia Neutropenia imunomediada ou idiopática induzida pelo vírus Neutropenia Sinais clínicos – imunossupressão • Responsável por grande parte da morbidade e mortalidade dos felinos infectados • Redução de macrófagos • Alteração quantitativa e qualitativa de linfócitos T (CD4+) • Infecções secundárias comumente associadas • PIF • Micoplasmose hemotrópica • Infecções do TRS Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 66 Sinais clínicos – imunossupressão • Sintomas associados à imunossupressão de gatos infectados por FeLV Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 67 Sintomas Lesão/afecção Orais Gengivite, estomatite, periodontite Respiratórios Pneumonia, piotórax, rinite, sinusites Digestórios Enterites persistentes (diarreia e vômito) Cutâneos Piodermite, abcessos, fístulas drenantes, otites Oculares Conjuntivite, queratite Gerais: febre, letargia Infecção sistêmica Sinais clínicos – imunossupressão Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 68 Sinais clínicos – imunossupressão Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 69 Sinais clínicos – doenças imunomediadas • Glomerulonefrite • Uveíte com deposição de imunocomplexos • Poliartrites • Anemia hemolítica autoimune • Trombocitopenia • Ulcerações mucocutâneas • Síndromes semelhantes ao pênfigo e lúpus eritrematoso Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 70 Sinais clínicos – doenças imunomediadas Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 71 Sinais clínicos – outras síndromes • Alterações reprodutivas • Infertilidade • Natimortalidade • Enterites associadas ao FeLV • Enterite hemorrágica • Enterocolite com necrose da cripta e atrofia das vilosidades • Ulcerações e inflamações gengivais • Anorexia • Perda de peso Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 72 Sinais clínicos – outras síndromes • Síndrome do definhamento do filhote • Filhotes nascidos de gatas infectadas • Maioria → persistentemente infectado • Morte em 2 semanas • Falha na ingestão de leite • Desidratação • Hipotermia • Atrofia do timo Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 73 Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 74 ELISA FeLV + Testar novamente dentro de 3 a 4 meses para que se confirme o resultado Hemograma e bioquímico Anemia, neutropenia, linfopenia, trombocitopenia PCR FeLV + Teste com maior sensibilidade diagnóstica Ultrassonografia Presença de massa em mediastino (linfoma), derrame pleural Biópsia Radiografia Hepatomegalia, esplenomegalia, aumento de volume em TGI (linfomas) Citologia Biopsia de medula óssea Detecção de síndromes mieloproliferativas Material pode ser utilizado para diagnóstico molecular Pacientes com suspeita de linfoma Pacientes com suspeita de linfoma/ leucemia Animal suspeito Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 75 Tratamento • Confinamento de animais positivos • Manutenção de boa nutrição • Evitar alimentos cárneos crus • Avaliações veterinárias semestrais • Detecção de alteração do estado de saúde do animal Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 76 Tratamento • Tratamento de afecções e infecções oportunistas • Tratamento de suporte • Anti-inflamatórios • Analgésicos • Fluidoterapia • Terapia nutricional • Cuidados na prescrição de drogas imunossupressoras Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 77 Tratamento • Manutenção do programa de vacinação para prevenção de doenças comuns • Transfusões de sangue • Animais com anemia • Doadores imunizados Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 78 Tratamento • Terapia imunomoduladora e antiviral • Suprimir a replicação viral • Inibição da transcriptase reversa • Potencializar o sistema imune do indivíduo • Abrandar os sinais clínicos • Postergar a evolução da doença Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 79 Profilaxia e controle • Doença de grupos de animais amigáveis • Transmissão horizontal→ contato direto • Isolamento dos animais positivos • Eutanásia • Decisão do proprietário • Medida não necessária para controle da doença • Teste de todos os felinos contactantes • Vacinação de animais suscetíveis Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 80 Profilaxia e controle • Vacinas • Vírus inativado • Eficácia controversa • Introdução de animal portador • Não recomendada • Mesmo com vacinação dos demais • Não interfere na infecção já instalada Prof. JulianaMendonça - FIV e FeLV 81 Profilaxia e controle • Esquema vacinal • Filhotes negativos • 1ª dose: 8 a 9 semanas de idade • 2ª dose: 3 a 4 semanas após • Reforço anual Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 82 Profilaxia e controle • Sarcomas associados a vacinas • Aparecimento dos tumores • 4 meses a 2 anos após a vacinação • Malignos • Origem • Inflamação granulomatosa no local da injeção • Resposta aos adjuvantes de vacinas inativadas • Estimulação do SI Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 83 Profilaxia e controle Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 84 Profilaxia e controle Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 85 Profilaxia e controle • Prevenção dos sarcomas • Vacinar apenas gatos negativos • Vacinar apenas gatos sob risco de infecção • Considerar idade do animal • Gatos mais velhos têm mais chance de desenvolver sarcomas • Remoção de nódulos persistentes • > 3 meses após aplicação da vacina • Avaliação histopatológica Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 86 Profilaxia e controle • Prevenção dos sarcomas • Aplicação correta da vacina • Alternar membros antirrábica e anti- FeLV Prof. Juliana Mendonça - FIV e FeLV 87
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