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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA CAMPUS PATOS - PB CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM ELETROTÉCNICA LEANDRO SANTOS DO CARMO DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE UMA INSTALAÇÃO RESIDENCIAL EM CACIMBAS/PB, COM BASE NA NBR 5410/2004. PATOS-PB 2018 2 LEANDRO SANTOS DO CARMO DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE UMA INSTALAÇÃO RESIDENCIAL EM CACMBAS/PB, COM BASE NA NBR 5410/2004. Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Patos, como requisito para obtenção do grau de técnico em Eletrotécnica. Orientador: Professor Joel de Siqueira Ferreira. PATOS – PB 2018 LEANDRO SANTOS DO CARMO 3 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE UMA INSTALAÇÃO RESIDENCIAL EM CACMBAS/PB, COM BASE NA NBR 5410/2004. Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Patos, como requisito para obtenção do grau de técnico em Eletrotécnica. Trabalho aprovado em _______ de ____________________________ de 2018 __________________________________ Joel de Siqueira Ferreira Orientador __________________________________________ MSc. José Herculano Filho Examinador PATOS – PB 2018 4 Bíblia sagrada Romanos 8:37 Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou Jesus Cristo. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças para nunca desistir dos meus objetivos. Agradeço a toda minha família por sempre me apoiar nessa caminhada, sempre me incentivando e dando palavras de ânimo principalmente aos meus pais. Agradeço ao meu orientador e todos meus professores que foram essenciais para minha formação acadêmica. Agradeço aos meus colegas de classe que sempre acreditaram em mim. 6 RESUMO A maneira correta de dimensionar os condutores isolados é de suma importância para o projeto de uma instalação residencial, haja vista que essa é a etapa onde deverá ser prevista a melhor maneira de se acertar a instalação com as demais condições oferecidas pelo ambiente. De acordo com a NBR 5410/2004, o correto dimensionamento visa garantir uma vida satisfatória a condutores e isolações submetidos aos efeitos térmicos produzidos pela circulação de correntes durante períodos prolongados em serviço normal. No entanto, o presente estudo tem como principal objetivo a análise de uma instalação residencial, em andamento, de uma determinada construção localizada no município de Cacimbas/PB. Tendo em vista isso, foi elaborado um novo projeto considerando o mesmo ambiente submetido às mesmas condições, mas desta vez levando em consideração as prescrições da NBR 5410/04.Tendo por base o estudo feito, foram investigados aspectos como corrente, capacidade de condução de corrente, temperatura máxima suportada pela isolação em serviço contínuo (temperatura de regime) e fator de agrupamento, que precisam ser analisados para o correto dimensionamento dos condutores isolados, a fim de que o circuito não sofra com superaquecimento. Ao analisar os referidos dados em que foi submetido a instalação, percebeu-se que a instalação possui algumas deficiências técnicas, uma vez que não se enquadra inteiramente dentro da norma. Essas deficiências estão relacionadas, principalmente, quanto ao número de luminárias e tomadas de uso geral em alguns cômodos, bem como o superdimensionamento desnecessário do circuito. Palavras-chave: Instalação Residencial. Isolação. Dimensionamento. NBR5410. 7 ABSTRACT The correct way of dimensioning insulated conductors is very important for the design of a residential installation, being this stage the best way to settle the installation with the other conditions offered by the environment. According to NBR 5410: 2004, the correct dimensioning is intended to ensure a satisfactory life for conductors and insulation subjected to the thermal effects produced by the circulation of currents during prolonged periods in normal service. However, the present study has as main objective the analysis of a residential installation, in progress, of a certain construction located in the City of Cacimbas / PB. From this, a new project was developed considering the same environment subject to the same conditions, but this time taking according to the requirements of NBR 5410/04. Based on the study, aspects such as current, conduction of electric current, maximum temperature supported by insulation in continuous service (regime temperature) and grouping factor, which must be analyzed for the correct dimensioning of insulated conductors, so that the circuit does not suffer from overheating. When analyzing the mentioned search data in which it was submitted the installation, it was noticed that the installation has some technical deficiencies, because it does not fit entirely within the norm. These problems are mainly related to the number of luminaires and sockets of general use in some rooms, as well as the unnecessary oversizing of the circuit. Keywords: Residential Installation. Insulation. Sizing. NBR5410. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Fator de agrupamento. .................................................................................. 19 Tabela 2 – Calculo de previsão de carga de iluminação................................................. 24 Tabela 3 –Calculo de previsão de carga de TUG e TUE. ............................................... 25 Tabela 4 –Previsão de carga de iluminação TUG e TUE, .............................................. 25 Tabela 5 – Queda de Tensão nos Condutores................................................................. 29 Tabela 6 – Isolação em ERP ou XLPE ........................................................................... 29 Tabela 7 – Tipos de Linhas Elétricas.............................................................................. 30 Tabela 8 – Dimencionamento- Secção Mínima dos Condutores. .................................. 31 Tabela 9 – Dijuntor Monopolar Schneider ..................................................................... 31 Tabela 10 –Fator de Demanda, Circuitos de tomada de Uso Especifico (TUE). ........... 32 Tabela 11 –Dimencionamento de condutores, ............................................................... 32 Tabela 12 – Dimencionamentode Eletrodutos................................................................ 33 9 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO.............................................................................................10 2. CARACTERIZAÇÃO DOS CONDUTORES E ISOLANTES ....................... 11 2.1. O uso Específico de Isolantes ......................................................................... 12 3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................... 13 3.1. Circuito Elétrico ............................................................................................. 13 3.2. Tensão Elétrica ............................................................................................... 13 3.3. Corrente Elétrica ............................................................................................. 13 3.4.Resistência Elétrica......................................................................................... 14 3.5. Potência .......................................................................................................... 14 3.6. Fatorde Potência ............................................................................................. 14 4. PLANEJAMENTO DA INSTALAÇÃO ............................................................ 15 5. CRITÉRIO DA CAPAIDADE DE CORRENTE .............................................. 16 6. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 17 6.1. Etapas do Estudo ............................................................................................ 17 6.2. Coleta de Dados .............................................................................................. 17 7. LEVANTAMENTO E DIMENSIONAMENTO ............................................... 18 7.1. Potência do Circuito de Iluminação ............................................................... 18 7.2. Circuito de Tomadas de Uso Geral (TUG) ..................................................... 18 7.3. Circuito de Tomadas de Uso Especifico (TUE) ............................................. 18 7.4. Capacidade de Corrente .................................................................................. 19 7.5. Fator de Agrupamento .................................................................................... 19 7.6. Caracterização Geral da Instalação Elétrica da Construção ........................... 20 7.7. Iluminação ...................................................................................................... 20 7.8. Capacidade de Condução de Corrente ............................................................ 21 8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 22 9. REFERÊNCIAS.........................................................................................................23 ANEXO............................................................................................................................24 APÊNDICE A PLANTA BAIXA DA RESIDÊNCIA......................................................34 10 1. INTRODUÇÃO É notório que o dimensionamento de condutores de forma correta traz mais segurança em uma instalação e que materiais de má qualidade afetam a segurança e o desempenho da instalação, por mais simples que seja. A eletricidade é de suma importância para a vida de muitos. Tem sido muito claro o crescimento quanto ao uso de aparelhos eletroeletrônicos instalados à rede elétrica. Para tanto, passou-se a atentar mais para a importância do correto dimensionamento dos condutores, que compõe as instalações residenciais. De acordo com Cotrim (2009) os condutores são aqueles que transmitem energia ou sinal elétrico. É considerado condutor elétrico o material metálico que, em uma forma cilíndrica, possui comprimento maior do que sua dimensão transversal. Sabendo que os condutores elétricos podem ser divididosem fios ou os cabos que são feitos de cobre e também de alumínio, pois como todos nós sabemos, o cobre e o alumínio são metais com excelentes características condutoras de eletricidade e a um preço bastante acessível. Os condutores podem subdividir-se em fios ou cabos, que quando em uma instalação elétrica devem ser bem dimensionados quanto ao seu isolamento, para que sejam reduzidos, ou até mesmo eliminados, os riscos de choques elétricos e curtos circuitos. O tipo de isolamento dependerá da máxima temperatura que o condutor poderá atingir. Essa, por sua vez, irá variar de acordo com a corrente que percorre o mesmo. Segundo Cotrim (2009) o correto dimensionamento dos condutores está intimamente relacionado ao problema térmico. Portanto, o cálculo da corrente é importante para uma boa escolha de condutor, levando em consideração a temperatura suportada pelo isolamento. Dessa forma, esse trabalho tem como um dos principais objetivos aplica o critério da capacidade de corrente, para arealização do dimensionamento, visto que é o mais utilizado em instalações elétricasresidenciais. 11 2. CARACTERIZAÇÃO DOS CONDUTORES E ISOLANTES Para CavalineCervelin, (2006)os elétrons que compõem o átomo e que, consequentemente, giram ao redor de um núcleo podem ser atraídos com maior ou menor força por esse. Eles, por sua vez, estão dispostos em camadas, isto é, em níveis de energia diferentes, que são proporcionais à sua distância para o núcleo (GUSSOW, 1997). Ainda que, a partir do Princípio da Incerteza de Heisenberg seja impossível conhecer a posição exata do elétron (PIMENTEL, 2010). Para isto, elétrons mais próximos do núcleo possuem níveis de energia menores se comparados aos elétrons mais afastados, que se encontram na camada mais externa, também conhecida como camada de valência. Desse modo, quando os mesmos são movidos para a última camada são atraídos minimamente pelos prótons (GUSSOW, 1997). Portanto, os elétrons podem desprender-se da camada de valência, caso seja aplicada ao átomo uma energia suficiente. Esses, por sua vez, são denominados de elétrons livres (GUSSOW, 1997). A facilidade de desgarrar-se do átomo caracteriza o material como condutor elétrico, caso contrário, apresentando o elétron dificuldade de libertar-se tal material recebe o nome de isolante elétrico (CAVALIN e CERVELIN, 2006). Para Cotrim (2009), os condutores elétricos são materiais que compõem as linhas elétricas, e, portanto, são responsáveis pela transmissão da energia e/ou dos sinais elétricos. Entretanto, de acordo com Cotrim (2009), é importante atentar ao fato de que o termo “condutor elétrico”, na prática, se refere a barras, fios e cabos podendo estar isolados ou nus. Dessa forma, em condutores com isolação, o cobre tem se sobressaído quanto a sua utilização, pois, além de suas propriedades, destaca-se também pelo baixo custo. A isolação possui como principal finalidade a de isolar eletricamente os condutores, dessa forma, acontece tanto entre condutores próximos, quanto com o ambiente (COTRIM, 2009). Por tantoos condutores isolados são fios ou cabos que possuem isolação, podendo essa ser formada por uma ou mais camadas de materiais isolantes. 12 2.1. O Uso Específico de Isolantes Para garantir a segurança de quem trabalha diretamente com eletricidade ou de famílias que usufruem das comodidades da energia dentro de casa o correto uso de isolantes é primordial em uma instalação. Tudo começou com a invenção e consequente aperfeiçoamento dos cabos e fios, quando, ainda no século XVIII, os condutores eram usados em telégrafos. Em 1795, Dom Francisco Salva usou papel para isolar os condutores. Entre 1812 e 1815, foi desenvolvido, por Von Schilling, o primeiro cabo de fato isolado, na qual “[...] era feito de fios de cobre e isolado com um tipo de borracha indiana seca e envernizada” (GOEKING, 2009). Em 1882, o uso de condutores veio a populariza-se, com Thomas Alva Edison, devido sua utilização em iluminação pública. Contudo, o sistema de Edison foi substituído por outro que utilizava menos cobre, desenvolvido por John Hopkinson. Esse último, por sua vez, foi trocado por cabos com características semelhantes às conhecidas nos dias de hoje (GOEKING, 2009). No ano de 1890, o papel começou a conquistar seu espaço, o material era impregnado ao betume a fim de não perder suas características isolantes em decorrência da umidade (GOEKING, 2009). Em seguida no ano de 1910 os fios esmaltados vieram a populariza-se, o que acarretou sua produção em maior escala. O uso desse material, como isolante sólido, persiste até os dias de hoje, embora com uma composição química bastante diferenciada e complexa, já que os estudos possibilitaram maioresdescobertas a respeito do uso desses polímeros (MOREIRA, [2008]). Na atualidade, os isolantes sólidos mais usados são: o cloreto de polivinila, o polietileno reticulado e o etileno-propileno (MOREIRA, [2008]). Se bem que esses materiais apresentem características em comum, tais como: ausência de escoamento, insensibilidade às vibrações e à umidade, bom comportamento diante do fogo e boa resistência ao envelhecimento, possuem também propriedades específicas que serão expostas a seguir (COTRIM, 2009). 13 3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS No item a seguir será abordado alguns conceitos iniciais, a fim de que se tenha uma maior percepção no que diz espeito a instalação elétrica e, consequentemente, a eletricidade. 3.1. Circuito Elétrico O conjunto de elementos da própria instalação, incluindo condutores e demais equipamentos a ele ligados, alimentados pela mesma fonte de tensão e ligados ao mesmo dispositivo de proteção Cotrim (2009). Para Cotrim (2009) tal característica de proteção é a principal, já que protege os condutores de sobrecorrentes, que pode ser garantida por dois ou apenas um dispositivo, guardando de correntes de sobrecarga e de curto-circuito. 3.2. Tensão Elétrica È a quantidade de energia gerada para movimentar uma carga elétrica e sua unidade de medida é o volt (V). Então, tensão elétrica é uma indicação de quanta energia é envolvida na movimentação de uma carga elétrica entre dois pontos no espaço. 3.3. Corrente Elétrica A corrente elétrica é representada pela letra I e sua unidade de medida é o Ampère(A), na qual define o fluxo de cargas elétricas, que percorrem um condutor, em umdeterminado intervalo de tempo. De acordo com Cotrim (2009), a corrente elétrica é o movimento sistemático dos elétrons livres dentro do condutor, influenciado por uma diferença de potencial (d.d.p.) ou fonte de tensão. Para Creder (2007), tal movimento visa restaurar o equilíbrio que, devido a ação do campo elétrico ou por influência de outros fatores, como atrito ou alguma reação química, havia sido desfeito.Desta forma, a corrente existirá apenas quando houver carga em um circuito fechado (CAVALIN e CERVELIN, 2006). 14 3.4. Resistência Elétrica É a capacidade de um corpo de opor-se à corrente elétrica. Ela está ligada ao choque entre elétrons livres e átomos no interior dos condutores. A unidade de medida da resistência no SI é o Ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão George Simon Ohm. O físico Georg Simon Ohm (1789-1854) foi quem realizou os primeiros estudos daresistividade dos materiais ôhmicos. Nessa ocasião, o pesquisador concluiu que conforme a diferença de potencial (d.d.p.), ou tensão elétrica, variava em um circuito, a corrente também sofria variação (CAVALIN e CERVELIN, 2006). 3.5. Potência Segundo Creder (2007), potência é a “energia aplicada por segundo” no momento dautilização de determinado equipamento. Potência é “o produto da tensão pela corrente”, onde, para fins práticos, tem-se: P = V x I Na qual: P – Potência aparente (VA); V – Tensão elétrica, em volt (V); I – Intensidade de corrente elétrica, em ampère (A). Em uma instalação residencial deve existir a potência de alimentação, que correspondeao máximo de potência solicitada da instalação em um período de 24 horas. Para isto,devem-se calcular as potências nominais de todos os equipamentos que serão utilizados no ambiente, bem como o fator de potência de cada ponto de utilização previsto (COTRIM, 2009). 3.6. Fator de Potência Cavalin e Cervelin (2006) definem o fator de potência como sendo a porcentagem de energia elétrica realmente utilizada, ou seja, indica o quanto da energia que está requerida à concessionária de energia como potência aparente, está de fato sendo usada como potência ativa. 15 4. PLANEJAMENTO DA INSTALAÇÃO Segundo a Norma Brasileira (NBR) 5410, de 2004, os circuitos terminaisdevem ser diferenciados de acordo com os equipamentos a ele ligados. Portanto, pontos de iluminação e tomadas devem possuir circuitos terminais distintos. A norma não estabelece a quantidade de circuitos terminais que a instalação deve possuir. Entretanto, em caso de seccionamento, um circuito não deve oferecer riscos a outro e muito menos à instalação como um todo. Além disso, existem pontos, na própria norma (NBR 5410/2004), que devem ser atendidos para garantir a confiabilidade da instalação. O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração no circuito é a segurança, deste modo, pode-se evitar carência nos demais pontos da instalação; o segundo ponto a ser observado é a conservação de energia, no qual permite que as cargas sejam solicitadas de acordo com as necessidades. Os autores Cavalin e Cervelin (2006) destacam o fato de que a divisão em circuitos terminais ocasiona a queda de tensão e a corrente nominal, o que proporciona também a diminuição da seção dos condutores e dos dispositivos de proteção dimensionados. 16 5. CRITÉRIO DA CAPAIDADE DE CORRENTE Em relação à aplicação do critério da capacidade de corrente, Cotrim (2009) lista pontosfundamentais, para o dimensionamento de circuitos. Segundo o autor faz-se necessárioconhecer a corrente de projeto do circuito (IB); o material do condutor isolado; a forma de instalação; a temperatura ambiente ou do solo; no caso de linhas subterrâneas, a resistividade do solo; o número de condutores carregados; e as categorias de agrupamento. Tem como objetivo a verificação da seção mais apropriada do condutor, de forma que possibilite o percurso da corrente sem um grande aquecimento do mesmo (CAVALIN E CERVELIN, 2006). Tal aquecimento se dá devido à resistência elétrica do material isolante, que, por sua vez, aliado ao meio em que se situa, influenciará diretamente na dissipação de calor, por efeito Joule (COTRIM, 2009). A corrente de projeto representa a corrente elétrica que está sendo conduzida pelocondutor, até o ponto de carga que está sendo alimentado (BERTONCEL, 2008). Cotrim (2009) define-a da seguinte forma: 𝐼𝐵 = PA 𝑡 . 𝑉 . 𝑐𝑜𝑠𝜑 Onde: PA – Potência de alimentação; t – 1 para circuitos monofásicos e √3 para circuitos trifásicos; V – Tensão elétrica (V); Cos Φ – Fator de potência. 17 6. MATERIAIS E MÉTODOS 6.1. Etapas do Estudo Foi feito uma vistoria na literatura a respeito dos conceitos fundamentais para um correto dimensionamento de fios e cabos condutores. Desse modo, o fundamento científico foi realizado um levantamento de informações a respeito da instalação elétrica de uma construção, localizada no município de Cacimbas/PB. Por seguinte, foram feitas análises numéricas a fim de dimensionar ainstalação conforme o mínimo previsto na NBR 5410/2004, levando em consideração, ainda, o critério da capacidade de corrente. 6.2. Coleta de Dados A pesquisa de campo aconteceu em meados do mês de julho de 2017, aonde foramexaminados alguns aspectos fundamentais da edificação. Desta forma, foram colhidas informações a respeito do tipo e quantidade de circuito, tipo de material condutor e tipo de isolação, diâmetro da seção dos condutores. Ainda, foi perguntado a respeito da existência de circuitos terminais, bem como aquantidade de tomadas de uso geral, tomadas de uso específico e luminárias, e ainda, asdimensões de cada compartimento. 18 7. LEVANTAMENTO E DIMENSIONAMENTO O método utilizado para o dimensionamento foi o critério da capacidade de corrente, no qual será encontrada a corrente de projeto (IB) bem como a corrente de regime e a máxima temperatura atingida, a fim de observar se o material isolante, usado na construção visitada, suporta a máxima temperatura do circuito. A NBR 5410 (2004) estabelece critérios de dimensionamento de cargas para cadaambiente de acordo com as dimensões (áreas e perímetros)dos mesmos. Tais critériosestabelece o valor de potência aparente mínima, para efeito de dimensionamento, a serconsiderada em cada circuito, sendo ele de iluminação ou de tomadas uso geral. Para oscircuitos de tomadas de uso específico, a potência a ser considerada dependerá da potência nominal do equipamento. 7.1. Potência do Circuito de Iluminação Os valores de potência aparente, para o circuito de iluminação são previstos pelanorma (NBR 5410/2004), na qual levam em consideração as dimensões do local. Portanto, tornou-se possível descobrir a potência ativa do circuito, já que se aplicou o fator de potência 0,83, máximo rendimento da lâmpada fluorescente, segundo Cotrim (2009, p. 110). 7.2. Circuito de Tomadas de Uso Geral( TUG ) O circuito de tomadas de uso geral terá sua quantidade de tomadas definidos pelanorma (NBR 5410/2004), bem como seus valores de potência aparente. Para descobrir a potência ativa de tomadas de uso geral, multiplicou-se por 0,8, que é o fator de potência aplicado a circuitos do mesmo. 7.3. Circuito de Tomadas de Uso Específico (TUE) Para o circuito de tomadas de uso específico, deve-se prever um valor de potência paracada equipamento. A quantidade de TUE´s é estabelecida de acordo com o numero de aparelhos de utilização, com corrente nominal superior a 10A. 19 7.4. Capacidade de Corrente A NBR 5410/04 estabelece seções mínimas para circuitos de tomadas e iluminação.Sabendo disso, aplicou-se na Equação 4, tanto o valor do coeficiente, que corresponde ao tipo de linha utilizada no ambiente de estudo, quanto os valores de seções pré- estabelecidos pela norma. Uma vez o valor da capacidade de corrente (Iz) sendo inferior ao da corrente de projeto, o mesmo cálculo deverá ser feito utilizando uma seção de diâmetro superior. 7.5. Fator de Agrupamento O fator de agrupamento deve ser aplicado quando, em uma linha elétrica, existir maisde um circuito instalado ou quando existirem linhas elétricas próximas (COTRIM, 2009). Os fatores de agrupamento, usados para os cálculos, estão expostos na Tabela abaixo. Tabela 1:Fatores de agrupamentos Quantidade de circuitos no interior do eletroduto Fator de agrupamento 1 1,00 2 0,80 3 0,70 4 0,65 5 0,6 6 0.57 7 0,54 8 0,52 9 a 11 0,50 12 a 15 0,45 16 a 19 0,41 ≥ 20 0,38 Fonte:Bertoncel (2008). 20 7.6. Caracterização Geral da Instalação Elétrica da Construção Inicialmente as informações fornecidas foram as de que a edificação é alimentadamonofasicamente com dois condutores carregados, uma fase e um neutro. Utiliza- se do cobre como material condutor e esse, por sua vez, apresenta uma isolação de PVC. A instalação é dividida em circuitos terminais de iluminação, tomadas de uso geral. Além disso, foram colhidas informações a respeito do diâmetro dos fios utilizados na instalação, na qual são utilizados fios condutores, cuja seção nominal é 2,5mm², seja para circuitos de iluminação, seja para circuitos de tomadas. Foram colhidas, também, informações a respeito das dimensões de cada cômodo da residência e de toda a área de circulação interna. Tais informações estão expostas na Tabelas 3. 7.7. Iluminação Segundo os dados pesquisados, cada cômodo da residência irão dispor apenas de umaluminária com exceção da cozinha que será instalada no mínimo três pontos segundo a NBR5410/2004.A NBR 5410/2004 estabelece que, para cada cômodo, deve ser calculado pelo menos umponto de luz fixo no teto. Devendo, para um cômodo de área inferior ou igual a 6m², serprevista uma potência mínima de 100 VA e, para uma dependência de área superior, serestimada uma carga de 100 VA para os primeiros 6m² e uma carga com 60 VA para cada 4m² (inteiros) que passam. Sendo esses valores de potências usados para efeito dedimensionamento dos circuitos, não significando dizer que será a potência nominal dasluminárias. Portanto, tem-se a distribuição das lâmpadas e suas respectivas potências ativas para o circuito, encontradas a partir do produto da potência aparente com o fator de potência 0,83, usado para iluminação, já que será considerado o uso de lâmpadas fluorescentes. 21 7.8. Capacidade de Condução de Corrente O critério da capacidade de corrente está intimamente relacionado aos métodos dereferência e ao valor do coeficiente a para linhas a temperatura ambiente (COTRIM, 2009). De acordo com a Tabela 33 da NBR 5410/04, a construção analisada trabalha com o método de instalação B1, no qual os condutores, dispostos no eletroduto, ficam embutidos na parede, além disso, conforme já dito, a instalação possui dois condutores de cobre carregados e com isolação de PVC. Admitindo as seções nominais mínimas, de acordo com a NBR 5410, tem-se 1,5mm²para circuitos de iluminação e 2,5mm² para circuitos de tomadas. E então, têm-se o máximo valor de corrente, que condutores com tais diâmetros podem suportar. 22 8. CONCLUSÃO O estudo realizado em uma construção, localizada no município de Cacimbas-PB, teve como principal objetivo investigar a maneira como é feita a instalação elétrica daedificação, com o propósito de constatar se a instalação elétrica está de acordo com as recomendações da NBR 5410/2004 e propondo possíveis melhorias. Durante o estudo, percebeu-se que os procedimentos realizados não são integralmenteaplicados conforme o estabelecido pela norma que regula as Instalações Elétricas de Baixa Tensão, a NBR 5410/04. Foi possível observarque à seção nominal (bitola) dos condutores estava de maneira errada. A NBR5410/04 estabelece uma seção mínima para circuito de iluminação e de tomadas, contudo viu-se que, para todo o circuito, são usados fios que possuem o mesmo diâmetro (2,5m2). Dessa forma, nota-se que o fio condutor está superdimensionado, já que, conforme apresentado nas tabelas, já existe uma folga em todos os circuitos, isto é, a capacidade de condução de corrente do condutor é muito superior a corrente que percorre o mesmo. Sendo assim, é possível atentar para eficiência da isolação dos condutores, visto que notransporte da corrente não se atinge a temperatura máxima de regime suportada pela isolação. Portanto, através dessa análise na execução da instalação elétrica da residêscia, percebe-sehá carências na instalação, atribuídas, principalmente, a não existências de um projetoelétrico, onde seriam pensados e planejados todos os aspectos pertinentes à execução dainstalação, aliando custo, conforto e segurança tanto para o construtor, como para odono da residêscia 23 9. REFERÊNCIAS ANEEL. Nota Técnica, n° 0083 /2012-SRD/ANEEL, de 12 jun. 2012. Processo: 48500.002798/2012-61. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. BERTONCEL, Andréa B. Instalações Elétricas Prediais: Redação e projeto gráfico. 2008. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/6981486/29/Fator-de-agrupamento>. Acesso em: 8 jul. 2017. CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas e Prediais. 14. ed. São Paulo: Érica, 2004. CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas.5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. GUSSOW, Milton. EletricidadeBásica. Pearson Makron Books, 1997. Tradução de: Aracy Mendes da Costa. LASKOSKI, Gustavo Theodor.Relatório de Estágio Supervisionado. Curitiba: 2007. MOREIRA, Bruno. Coleção elétrica: As histórias e os personagens do mundo das instalações elétricas. São Paulo: Atitude Editorial, v. 2, [2008?]. O'MALLEY, John. Análise de Circuitos.2. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. Tradução de: Moema Sant'Anna Belo. PRYSMIAN. Cabos Energia: Construção e Dimensionamento. v. 1, 2012. SCHNEIDER ELECTRIC. Manual e Catálogo do eletricista: Guia prático para instalaçõesresidenciais. 2009. 257 p. Disponível em: <http://www.slideshare.net/allaneandrea/manualdo eletricistaresidencial>. Acesso em: 10 ago. 2017. 24 ANEXO Tabela 2: Cálculo da Previsão de Carga de Iluminação Dependência Dimensões Área (m2) Potência de iluminação (VA) Sala 13,3 13,3m2 = 6m2 + 4m2 Desconsiderando os 3,3m2 temos um ponto de 100VA e outro de 60VA 160 VA Quarto 1 9,5 9,5m2 = 6m2 + 3,5m2 Desconsiderando os 3,5m2 temos um ponto de 100VA 100 VA Quarto 2 8 8,0 m2 = 6m2 + 2,0m2 Desconsiderando os 2,0m2 temos um ponto de 100VA 100 VA Banheiro 2,85 Como a área é de 2,85 m2 então teremos um ponto de 100VA 100 VA Cozinha 11,2 11,2 m2 = 6m2 + 4m2 + 1,2m2 Desconsiderando os 1,2m2 temos um ponto de 100VA e um de 60VA 160 VA Fonte: autoria própria 25 Tabela 3: Cálculo da Previsão de Cargas de tomadas TUG,se TUE,s Dependência Dimensões Quantidades Previsão de Carga Área (m2) Perímetro (m) TUG,s TUE,s TUG,s TUE,s Sala 13,3 2 x (3,5 + 3,8 ) = 13,4 m 3 - 3 x 100 = 300 VA - Quarto 1 9,5 2 x (2,5 + 3,8 ) = 12,6 m 3 - 3 x 100 = 300 VA - Quarto 2 8 2 x (3,2 + 2,5 ) = 11,4 3 - 3 x 100 = 300 VA - Banheiro 2,85 2 x (1,9 + 1,5 ) = 6,8m 1 1 1 x 100 VA 5500W Cozinha 11,2 2 x (3,5 + 3,2)= 13,4 m 4 1 3 x 600 + 1 x 100 = 1900 VA 1500W Fonte: autoria própria Tabela 4: previsão de cargas iluminação, TUG e TUE Fonte: autoria própria 26 Capacidade da condução de corrente da iluminação: I = P V = 620 220 = 2,81A De acordo com a tabela 6 o cabo que será utilizado é o de 0,5 mm2, mas iremos usar o de 1,5 mm2 visto que os de 0,5 mm2 não é fácil de encontrar. Queda de Tensão O quadro de distribuição será instalado na cozinha. Como a maior distância do quadro de distribuição a sala que é o ultimo recinto da residência em relação ao quadro de distribuição é de 10m então: X = P x D X = 620 x10 X = 6200 Dimensionando o condutor: Sendo assim considerando uma queda de 2% da tabela 5 o cabo utilizado será o de 1,5 mm2 e a secção mínima de acordo com a tabela 8 será de 1,5 mm2 Disjuntor utilizado para o circuito de iluminação: Disjuntor de 4A Capacidade da condução de corrente Tomada de Uso Geral I = P V = 2900 220 = 13,18A De acordo com a tabela 5 o cabo que será utilizado é o de 1,5 mm2, para uma eficiência maior será usado um cabo de 2,5 mm2. Queda de Tensão Como a maior distância do quadro de distribuição a sala que é o ultimo recinto da residência é de 10 m então: X = P x D X = 2900x 10 X = 29000 Sendo assim considerando uma queda de 2% da tabela 5o cabo utilizado será o de 1,5 mm2 e a secção mínima de acordo com a tabela 6 será de 2,5 mm2 27 Disjuntor utilizado para o circuito de TUG: Tabela 9: corrente de 13,18A Disjuntor de 16A Dimensionamento do eletroduto para iluminação e TUG. No eletrodutoira passar os dois circuitos então, considerando que ira passar 5 fios no eletroduto sendo dois para a iluminação e 3 para a TUG e considerando o da maior secção que é da TUG 2,5 mm2 de acordo com a tabela 11 o eletroduto será de 20mm. Capacidade da condução de corrente para o chuveiro elétrico I = P V = 5500 220 =25,00 A De acordo com a tabela 11 o cabo que será utilizado é o de 4 mm2 Queda de Tensão Considerando a distância do quadro de distribuição ao banheiro de 7m então: X = P x D X = 5500 x 7 X = 38500 Sendo assim considerando uma queda de 2% da tabela 5 o cabo utilizado será o de 4 mm2 e a secção mínima de acordo com a tabela 8 será de 2,5 mm2 cabo utilizado no circuito será de 4 mm2 Disjuntor utilizado para o circuito do chuveiro elétrico: Disjuntor de 32A Considerando um eletroduto específico para o chuveiro então: Passando três fios de acordo com a tabela 12 o eletroduto será de 16 mm Capacidade da condução de corrente para o micro-ondas I = P V = 1500 220 = 6,81 A De acordo com a tabela 11 o cabo que será utilizado é o de 1,5 mm2 28 Queda de Tensão A distância do quadro para o micro-ondas é de 3m então: X = P x D X = 1500 x3 X = 4500 Sendo assim considerando uma queda de 2% da tabela 5 o cabo utilizado será o de 1,5 mm2 e a secção mínima de acordo com a tabela 6 será de 2,5 mm2 Disjuntor utilizado para o circuito do micro-ondas: Disjuntor de 10A Como o micro-ondas fica perto do quadro de distribuição então será usado um eletroduto especifico que de acordo com a tabela 12 será de 16mm Disjuntor Geral Somando a potencia de iluminação mais a potência de TUG 2900 + 620 =3520 w Aplicando a Demanda ficara: 3520x 0,66 = 2323 w Para o TUE 5500 + 1500 = 7000 w Aplicando a demanda como é calculado pela a quantidade de circuitos então ficara: 7000 x 1 = 7000 w Somando a potência de iluminação e TUG mais o TUE ficara: 2323 + 7000 = 9323 w Então ficara: I = P V = 9323 220 = 42,38A Então será utilizado um disjuntor monopolar de 50A 29 Tabela 5: queda de tensão nos condutoresa Fonte: 5410:2004 TABELA 6: Isolação em ERP ou XLPE Fonte: Tabela 37 DA NBR 5410:2004 p.102 mm2 1 2 3 4 5 1,5 21054 42108 63162 84216 105270 2,5 35090 70180 105270 140360 175450 4 56144 112288 168432 224576 280720 6 84216 168432 252648 336864 421080 10 140360 280720 421080 561440 701800 16 224576 449152 673728 898304 1122880 25 350900 701800 1052700 1403600 1754500 35 491260 982520 1473780 1965040 2456300 50 701800 1403600 2105400 2807200 3509000 70 982520 1965040 2947560 3930080 4912600 95 1333420 2666840 4000260 5333680 6667100 120 1684320 3368640 5052960 6737280 8421600 150 2105400 4210800 6316200 8421600 10527000 185 2596660 5193320 7789980 10386640 12983300 240 3368640 6737280 10105920 13474560 16843200 300 4210800 8421600 12632400 16843200 21054000 400 5614400 11228800 16843200 22457600 28072000 500 7018000 14036000 21054000 28072000 35090000 Queda de tensão [%] 30 Tabela 7:Tipos de linhas elétricas Fonte: Tabela 33 DA NBR 5410:2014 p. 90. 31 Tabela 8: Tabela 47 da NBR 5410: Dimensionamento - Seção Mínima de Condutores Fonte:Tabela 47 da NRB 5410 p.103 — Seção mínima dos condutores. Tabela 9: Tabela de disjuntor monopolar Schneider Icn - 4500 A - ABNT NBR NM 60898 Icu - 5 kA/10 kA - ABNT NBR IEC 60947-2 Fonte: Tabela de disjuntor monopolar Schneider. 32 Tabela 10: Fator de demanda circuitos de tomadas de uso específico (TUE) Schneider Fonte: Fator de demanda circuitos de tomadas de uso específico (TUE) Schneider. Tabela 11: Dimensionamento de Condutores Fonte: NBR 5410 ; Wetzel Divisão eletrotécnica. 33 Tabela 12: Dimensionamento de Eletroduto Fonte: NBR 5410; Wetzel Divisão eletrotécnica.
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