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17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/18 MÓDULO 6 Da responsabilidade civil na área da saúde (2ª parte): DA RELAÇÃO OBRIGATÓRIA ENTRE CULPA E FALTA ÉTICA. Em caso de responsabilidade médica deve haver perícia para saber se a obrigação é de meio ou de resultado (Carlos Alberto Bittar). Para Bittar, o ato anestésico é de resultado. Ocorre que o anestésico também tem efeitos colaterais que variam de pessoa para pessoa. Duas pessoas do mesmo sexo, com a mesma idade e compleição física podem apresentar reações diversas ao mesmo anestésico (na mesma dose). Por isso Léo Meyer Coutinho e Miguel Kfouri Neto pensam que também a obrigação do anestesista é de meio, e não de resultado. Ex.: o anestésico lidocaína, usado para raqui-anestesia ou para anestesia peridural pode desencadear em pacientes sensíveis a Aracnoidite Adesiva, que pode ser fatal ou então deixar sequelas como a paralisia de membros inferiores. E tal predisposição do paciente não pode ser diagnosticada previamente. Sem culpa não há como responsabilizar o médico. Por isso mesmo sem o resultado o trabalho diligente impede a responsabilização do anestesista (se não houve culpa). A cirurgia plástica: se for reparadora envolve obrigação de meio; se for estética (para embelezamento, mudança do padrão estético) a obrigação é de resultado. ________________//__________ A falha na perícia pode resultar em absolvição de culpado e condenação de inocente, e tal falha para o autor Léo Meyer Coutinho é muito comum. ________________//______________ * A imperícia médica pode se dar através da negligência e da imprudência. _____________//_____________ Infecção hospitalar: Pode o hospital provar que a infecção do paciente já existia quando ocorreu a internação; ou que a infecção se deu porque o paciente estava em condições de adquiri-la (desnutrido, idoso, debilitado etc.). O hospital deve informar o paciente dos índices (riscos) de infecção antes da internação. O médico pode ser parcialmente responsabilizado, e dever parte proporcional da indenização, se internar o seu paciente em hospital sem higiene adequada. _____________//____________ 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/18 São exemplos de condutas passíveis de ensejar a responsabilidade civil, sem prejuízo da caracterização, em muitos casos, de responsabilidade penal e administrativa (por causa de infração ética): Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal; não respeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados PROFISSIONAIS; aproveitar-se da situação decorrente da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou política; abuso sexual (o médico ginecologista, por exemplo, para se proteger de acusação injusta pode se fazer acompanhar de enfermeira; quando várias pacientes denunciam, fica mais provável a culpa do médico); ameaça de agressão; ameaça de contar ao cônjuge o caso extraconjugal que o paciente revela ao médico; exagerar a gravidade do diagnóstico ou exceder-se no número de visitas; pedir muito remédio ou muito exame, além do necessário (isto é muito comum, e pouco denunciado. Este erro é constatado em juízo pelo perito). Quando o médico pede muito remédio ou muito exame há duas causas: má formação científica (despreparo) ou vaidade e ganância. O prejuízo ao paciente é econômico ou/e à saúde (neste último caso estará associado a outras faltas). O paciente está sempre em inferioridade pela própria condição estabelecida por sua doença. O médico é o perito, e quem pode lhe trazer a cura. Tem autoridade tamanha que o paciente deixa de perceber os absurdos ditos, prescritos ou praticados pelo médico. Por vezes só depois da consulta é que percebe o que ocorreu. Para que o paciente possa livremente escolher é necessário que o médico informe ao paciente o diagnóstico, o prognóstico e os riscos e objetivo do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao mesmo possa provocar-lhe dano, devendo neste caso a comunicação ser feita ao seu representante legal. Se o médico não informar, assume sozinho os riscos do procedimento. O médico deve informar tratamentos alternativos, menos graves, por exemplo, que a retirada de um útero, ou outro órgão - deve trazer outras possibilidades de tratamento (terapêuticas), ainda que menos eficazes. Ex.: tratamento hormonal, curetagem uterina. O médico deve informar em caso de anti-inflamatório o risco de agressão à mucosa gástrica. Deve em caso de tranquilizante alertar sobre redução de reflexo e sonolência, mormente se o paciente for dirigir veículo. É possível inclusive pedir o consentimento por escrito do paciente. Na fecundação artificial, como em qualquer procedimento, os participantes devem estar de inteiro acordo e esclarecidos. _______________//_________________ São exemplos de ações e omissões culposas que implicam responsabilidade do médico: · delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos do médico (imprudência). O médico responde por isso e também por indicar auxiliar 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/18 incompetente, ainda que a tarefa possa ser feita por auxiliar (enfermeiro, por ex.). São feitos pelo médico: o diagnóstico, que é a avaliação do mal (propedêutica); a terapêutica (indicação dos remédios e procedimentos como a imobilização de um braço fraturado, que deve ser feita direito para não dar gangrena) e o prognóstico (avaliação de resultado ou consequência). Ex.: enfermeiro tira pontos de cesariana e não vê um infeccionado, o que causa necrose da parede ou peritonite. O médico responde porque a sua responsabilidade pelo ato cirúrgico só está encerrada após a retirada dos pontos. Obs.: nem o auxiliar que acompanha o médico por 50 anos pode se intitular médico e fazer sozinho o procedimento – isto ocorria antigamente, quando o auxiliar após aprender a arte de ser médico ganhava autonomia (livro indicado: O Físico, de Noah Gordon). · deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento do qual participou ou que indicou (mesmo quando vários médicos participaram também ou assistiram o paciente). A responsabilidade existe ainda em trabalho de equipe. Obs.: se o paciente troca de médico o novo médico é inteiramente responsável. Se o novo médico fizer exame ou cirurgia errada porque o médico antigo indicou, o novo médico que é responsável (deveria ter se recusado a fazer o procedimento errado). · receitar de forma ilegível, acarretando dano ao paciente por troca de remédio ou dose errada. · praticar atos desnecessários ou proibidos por lei. · descumprir a lei em caso de transplantes de órgãos ou tecidos, esterilização, fecundação artificial ou aborto. _______________//_________________ Processo penal e no Conselho Regional de Ética podem correr ao mesmo tempo ou não, e a absolvição em um não obriga a absolvição em outro, e vice-versa. _______________//_________________ Nem sempre que há falta ética há erro médico, mas sempre que há erro médico há falta ética. _______________//_________________ Prescrição: Só não há prescrição para o crime de racismo (art. 5º, XLII da CF) e para os crimes contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, art. 5º, inc. XLIV, CF. Prazo de prescrição para a punição administrativa: 5 anos. O prazo pode ser interrompido com notificação do médico ou o seu conhecimento expresso do ocorrido. Ao se defender, recomeça a fluir novo prazo prescricional. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/18 CDC – prazo do art. 27 para requerer a reparação dos danos: 5 anos do conhecimento do dano e de sua autoria. Prazo do CC: não se aplica.Aplica-se o prazo de 5 anos do CDC. ____________________//_____________________ Responsabilidade Civil do Advogado. A responsabilidade civil do advogado é subjetiva. Responde apenas por culpa (dolo ou imprudência, negligência ou imperícia). Possui responsabilidade civil de meio, em geral, e não de resultado. Deve atuar com diligência, para o alcance de bom êxito, mas não responde se simplesmente deixar de alcançar o resultado mais vantajoso para o seu cliente. Em uma disputa judicial, é certo que, salvo transação entre as partes, diante do litígio, um dos advogados terá ao final perdido a demanda, e nem por isso terá deixado de atuar com diligência, em favor do seu cliente (assim como o médico que não responderá quando não for possível salvar a vida de seu paciente, se houver agido com toda a perícia, prudência e diligência no caso). Por ter responsabilidade em regra contratual, posto que um contrato de mandato é firmado entre o advogado (mandatário) e seu cliente (o mandante), que lhe transfere poderes, podemos entender que diante da ação que visa atribuir, ao advogado, a responsabilidade civil, cabe a inversão do ônus da prova, com a culpa presumida do mandatário. Por outro lado, o advogado contratado para a elaboração de um contrato, ou de um termo, tem obrigação de resultado, devendo no prazo pactuado entregar o documento pronto e acabado, sob pena de responder por descumprimento de obrigação. Ainda assim, a responsabilidade civil do advogado é subjetiva e admite, na forma contratual, a inversão do ônus da prova, cabendo ao profissional a demonstração de ausência de culpa. Responsabilidade Civil nos Transportes. O transportador responde por danos materiais (às bagagens, inclusive) e pessoais aos transportados. Seja aéreo, marítimo, ferroviário ou terrestre o transporte, a responsabilidade civil do transportador, de natureza contratual, é objetiva, não depende de culpa, excluindo-se apenas nas hipóteses de culpa exclusiva da vítima, força maior ou culpa exclusiva de terceiro. A Súmula 161 do STF estipula: “Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar”. Considera-se não escrita, portanto, a cláusula de não indenizar, chamada também de cláusula de irresponsabilidade. ________________________//_____________ Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo. TUTELA CIVIL O CDC – art. 6o., VI, trata como direito básico do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/18 Assim, o CDC traz três capítulos sobre a tutela civil – cap. IV – da qualidade de produtos e serviços, da prevenção e da reparação de danos; cap. V – das práticas comerciais; cap. VI – da proteção contratual. A tutela civil busca garantir ao consumidor o ressarcimento civil, a reparação dos danos sofridos. E visa ainda impedir os danos, com mecanismos que o CDC prevê. Então: o CDC tem artigos de natureza administrativa, penal e processual, e de direito civil (natureza material), para garantir, preventiva ou repressivamente, a tutela do consumidor no plano civil. Ex.: quando define a responsabilidade do produtor por danos causados (art. 12); quando estabelece a responsabilidade do fornecedor por defeito do produto ou serviço (art. 13); ao reprimir a publicidade enganosa (art. 37); ao assegurar a proteção contratual (art. 46 e s.). Outras leis, além do CDC, protegem o consumidor, em seu direito material. É a tutela civil do consumidor. Ex.: leis que disciplinam planos de saúde, reajuste de mensalidade escolar, aluguel, consórcios e leis que impedem preços cartelizados (cartel). São leis esparsas, de direito material, que integram a tutela de que se cuida e devem ser usadas na formulação de eventual pleito judicial. O CDC reforça a tutela civil. Para a ampla e efetiva proteção do consumidor, cria meios amplos e adequados para o ressarcimento civil. O CDC amplia os limites da coisa julgada (de inter partes a ultra partes e erga omnes); consagra a responsabilidade objetiva do fornecedor, define prévia e legalmente as alternativas para o consumidor nas hipóteses de ressarcimento por vício do produto ou do serviço (art. 19, I a IV, e art. 20, I a III). Estende prazos de decadência e prescrição; abre nova via processual por meio das ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos de origem comum (art. 91 e s.). Exercício 1: Em uma cirurgia plástica estética, a obrigação do médico é de resultado. No entanto, a ementa abaixo não acolhe recurso especial de paciente que pleiteia indenização: Ementa: RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. ART. 14 DO CDC. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. CASO FORTUITO. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. 1. Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam verdadeira obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume verdadeiro compromisso pelo efeito embelezador prometido. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/18 2. Nas obrigações de resultado, a responsabilidade do profissional da medicina permanece subjetiva. Cumpre ao médico, contudo, demonstrar que os eventos danosos decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia. 3. Apesar de não prevista expressamente no CDC, a eximente de caso fortuito possui força liberatória e exclui a responsabilidade do cirurgião plástico, pois rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado pelo paciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura do paciente em “termo de consentimento informado”, de maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgir durante o pós-operatório. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. REsp 1180815 / MG RECURSO ESPECIAL 2010/0025531-0 (J. 19.8.2010. Publ. 26.8.2010) Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI. No caso acima, A) A indenização à paciente é concedida. B) Não se acolhe recurso da paciente porque o caso fortuito exclui a responsabilidade civil, ainda que a obrigação seja de resultado. C) Não se acolhe o recurso especial da paciente porque a responsabilidade civil do médico, sendo de resultado, não depende de culpa. D) O caso fortuito não exclui o nexo de causalidade. E) 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/18 O paciente é indenizado somente pelos danos morais. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) Exercício 2: Leia com atenção a ementa abaixo, de julgado do Superior Tribunal de Justiça, e responda à questão proposta: Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. PRESCRIÇÃO. TERMO A QUO. CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA VÍTIMA DO DANO IRREVERSÍVEL. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. MATÉRIA DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. 1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o prazo prescricional da ação para indenizar dano irreversível causado por erro médico começa a fluir a partir do momento em que a vítima tomou ciência inequívoca de sua invalidez, bem como da extensão de sua incapacidade. Aplicação do princípio da actio nata. 2. O acórdão recorrido fundamentou sua decisão no fato de que o julgamento da lide pelo magistrado de primeiro grau, com declaração da ocorrência da prescrição, foi prematuro, tendo em vista que o delineamento da controvérsia depende ainda da análise de um contexto probatório não produzido pelas partes . 3. Qualquer conclusão em sentido contrário ao que decidiu o aresto impugnado envolve o reexame do contexto fático-probatório dos autos, providência incabível em sede de recurso especial, conforme o que dispõe a Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimentala que se nega provimento. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/18 ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP), Aldir Passarinho Junior, João Otávio de Noronha (Presidente) e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 22 de junho de 2010 (Data do Julgamento). MINISTRO RAUL ARAÚJO FILHO (Relator). O prazo prescricional a que faz menção o julgado, cuja ementa se transcreveu acima, é de: A) 3 anos. B) 10 anos. C) 15 anos. D) 5 anos. E) 2 anos. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: D) Exercício 3: Considere as proposições abaixo: 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/18 I. Processo penal e no Conselho Regional de Ética podem correr ao mesmo tempo ou não, e a absolvição em um não obriga a absolvição em outro, e vice-versa. II. Nem sempre que há falta ética há erro médico, mas sempre que há erro médico há falta ética. III. O prazo prescricional para se pleitear a indenização por erro médico é o do Código Civil de 2002 – 10 Anos. Pode-se afirmar que: A) I e II são corretas. B) I e III são corretas. C) II e III são corretas. D) Todas são corretas. E) Nenhuma das proposições é correta. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A) Exercício 4: Leia atenciosamente a ementa abaixo: Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. CIRURGIA PLÁSTICA. ERRO MÉDICO. DEFEITO NO SERVIÇO PRESTADO. CULPA MANIFESTA DO ANESTESISTA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/18 DO CHEFE DA EQUIPE E DA CLÍNICA. 1. O Tribunal a quo manifestou-se acerca de todas as questões relevantes para a solução da controvérsia, tal como lhe fora posta e submetida. Não cabe alegação de violação do artigo 535 do CPC, quando a Corte de origem aprecia a questão de maneira fundamentada, apenas não adotando a tese da recorrente. Precedentes. 2. Em regra, o cirurgião chefe dirige a equipe, estando os demais profissionais, que participam do ato cirúrgico, subordinados às suas ordens, de modo que a intervenção se realize a contento. 3. No caso ora em análise, restou incontroverso que o anestesista, escolhido pelo chefe da equipe, agiu com culpa, gerando danos irreversíveis à autora, motivo pelo qual não há como afastar a responsabilidade solidária do cirurgião chefe, a quem estava o anestesista diretamente subordinado. 4. Uma vez caracterizada a culpa do médico que atua em determinado serviço disponibilizado por estabelecimento de saúde (art. 14, § 4º, CDC), responde a clínica de forma objetiva e solidária pelos danos decorrentes do defeito no serviço prestado, nos termos do art. 14, § 1º, CDC. 5. Face as peculiaridade do caso concreto e os critérios de fixação dos danos morais adotados por esta Corte, tem-se por razoável a condenação da recorrida ao pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de danos morais. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, provido. STJ. REsp 605435 / RJ RECURSO ESPECIAL 2003/0167564-1 Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. J. 22.9.2009. Nos termos da ementa acima, a responsabilidade civil do médico anestesista: A) Não foi considerada pelo STJ no caso em questão. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/18 B) Foi constatada pelo STJ e considerada subjetiva. C) Foi considerada objetiva pelo STJ e não foi constatada no caso em questão. D) Foi considerada subjetiva mas não foi levada em conta no caso em tela. E) Foi levada em conta no caso em questão e considerada objetiva. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) Exercício 5: Considere as assertivas que seguem: I. Deixar de atender o paciente em caso de urgência, quando não haja outro médico que possa fazer o atendimento, é omissão que prescreve em 2 (dois) anos. II. Deixar de atender o paciente em caso de urgência, quando não haja outro médico que possa fazer o atendimento, configura crime de omissão de socorro. III. Deixar de atender o paciente em caso de urgência, quando não haja outro médico que possa fazer o atendimento, pode ensejar a responsabilidade civil do médico. Pode-se afirmar que: A) I e II são corretas. B) I e III são corretas. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/18 C) II e III são corretas. D) Todas são corretas. E) Nenhuma das proposições é correta. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: C) Exercício 6: Leia o texto abaixo e responda: “A responsabilidade civil do advogado é subjetiva. O advogado em geral tem responsabilidade civil de meio, e não de resultado. Deve atuar com diligência, para o alcance de bom êxito, mas não responde se simplesmente deixar de alcançar o resultado mais vantajoso para o seu cliente. Por ter responsabilidade em regra contratual, posto que um contrato de mandato é firmado entre o advogado (mandatário) e seu cliente (o mandante), que lhe transfere poderes, podemos entender que diante da ação que visa atribuir, ao advogado, a responsabilidade civil, cabe a inversão do ônus da prova, com a culpa presumida do mandatário”. É correto afirmar que: A) A responsabilidade civil do advogado tem previsão no Código de Defesa do Consumidor, e não no Código Civil. B) O advogado só pode ser contratado pelo cliente mediante contrato de mandato. C) A presunção de culpa do advogado é absoluta. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/18 D) Não se admite, na responsabilização do advogado, a inversão do ônus da prova. E) A responsabilidade civil do advogado depende de culpa, como regra geral. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: E) Exercício 7: Quanto à responsabilidade civil nas relações de consumo, é incorreto afirmar que: A) É direito básico do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. B) A tutela civil busca garantir ao consumidor o ressarcimento civil, a reparação dos danos sofridos, e ainda impedir os danos. C) A única lei de proteção ao consumidor é o CDC, Código de Defesa do Consumidor. D) A responsabilidade civil do fornecedor é objetiva. E) O consumidor tem direito a ressarcimento por vício do produto ou do serviço. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/18 A) E) D) B) C) Exercício 8: Nas relações de consumo, os prazos de decadência e prescrição são: A) estendidos, para a maior proteção ao consumidor. B) menores que aqueles previstos na regra geral do Código Civil. C) sempre de 5 (cinco) anos. D) livres, de modo que as ações são imprescritíveis para o consumidor. E) nenhuma das anteriores. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: E) A) Exercício 9: Considere, quanto à responsabilidade civil do advogado, as afirmativas seguintes, a assinale a alternativa correta: I. O advogado contratado para a elaboração de um contrato, ou de um termo, tem obrigação de resultado, devendo no prazo pactuadoentregar o documento pronto e acabado, sob pena de responder por descumprimento de obrigação. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/18 II. Como regra geral, a obrigação assumida pelo advogado é de meio, sendo subjetiva a sua responsabilidade. III. O advogado tem responsabilidade independentemente de culpa, pois a sua conduta está regulamentada no Código de Defesa do Consumidor. A) Somente I e II são corretas. B) Somente I e III são corretas. C) Somente II e III são corretas. D) Todas são corretas. E) Todas são incorretas. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A) Exercício 10: A Súmula 161 do STF estipula: “Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar”. Considera-se, portanto, a cláusula de não indenizar, chamada também de cláusula de irresponsabilidade: A) Válida se homologada judicialmente. B) 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 16/18 Anulável. C) Não escrita. D) Válida se estabelecida em contrato escrito. E) Válida se o contrato é feito por escritura pública. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: A) E) D) B) C) Exercício 11: Considere as assertivas abaixo: O transportador responde por danos materiais (às bagagens, inclusive) e pessoais aos transportados. Porque Seja aéreo, marítimo, ferroviário ou terrestre o transporte, a responsabilidade civil do transportador, de natureza contratual, é objetiva, não depende de culpa, excluindo-se apenas nas hipóteses de culpa exclusiva da vítima, força maior ou culpa exclusiva de terceiro. Pode-se afirmar que: A) As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira. B) As duas proposições são corretas e a segunda não justifica a primeira. 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 17/18 C) Apenas a primeira proposição é correta. D) Apenas a segunda proposição é correta. E) As duas proposições são incorretas. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: A) E) D) B) Exercício 12: Assinale, dentre as condutas abaixo descritas, aquela que não enseja a responsabilidade civil do médico: A) Exagerar a gravidade do diagnóstico ou exceder-se no número de visitas. B) Pedir muito remédio ou muito exame, além do necessário. C) Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico e os riscos e objetivo do tratamento quando a comunicação direta possa provocar dano ao paciente. D) Não informar sobre tratamentos alternativos, menos invasivos, mais amenos, ainda que menos eficazes. E) 17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 18/18 Não informar dos efeitos colaterais dos medicamentos que prescreve, havendo perigo iminente. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: E) A) B) C)
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