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Estrutura e Funções do Poder Judiciário

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17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/12
1. PODER JUDICIÁRIO
A estrutura judiciária brasileira está prevista no texto constitucional de 1988, assim, antes
de tratar das Instituições Judiciárias cabe uma breve reflexão sobre os três Poderes da
União. De acordo com artigo 2º da Constituição Federal “São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
Remonta da Antiguidade a primeira base teórica sobre a separação de poderes, sendo na
obra Política[1] de Aristóteles que se vislumbrou a existência de três funções distintas que
eram exercidas pelo poder soberano, quais sejam, edição de normas, aplicação das referidas
normas e a função de julgamento, a fim de dirimir conflitos oriundos da aplicação das
normas aos casos concretos.
Não obstante, Aristóteles idealizou a teoria das três funções distintas exercidas por um
mesmo soberano, que mais tarde, foi aprimorada por Montesquieu na sua obra O Espírito
das Leis[2]. O aprimoramento se deu em razão de que as três funções eram exercidas por
três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. Com base nesta teoria, cada
órgão exercia uma função típica, predominante, ou seja, inerente à sua própria natureza.
A teoria de Montesquieu teve grande aceitação entre os Estados modernos sendo ao final
abrandada, permitindo-se que um órgão tivesse além do exercício da sua função típica, o
exercício de funções atípicas (de natureza de outros órgãos) sem, contudo, macular a
autonomia e independência dos mesmos. É o que ocorre na atualidade, os três Poderes
previstos constitucionalmente (art. 2º CF/88) são exercidos de forma autônoma e
independente, porém, com o exercício de funções típicas e atípicas. Nos termos do texto
constitucional cabe ao Poder Legislativo em sua função precípua, ou seja, típica, legislar. No
entanto, o legislativo ao dispor sobre sua organização a fim de prover cargos, conceder
férias e licenças a seus servidores, atua de maneira atípica, a qual seria uma função
executiva, portanto, típica de outro poder.
O Poder Executivo tem como função típica a prática de atos de chefia de Estado e atos da
administração, porém, quando o Presidente da República adota medida provisória, com
força de lei, estamos diante do exercício de uma função atípica, a qual seria legislativa.
Por fim, com maior interesse para nossos estudos, o Poder Judiciário tem como função típica
a função de julgar, também conhecida como função jurisdicional, ou seja, dizer o direito ao
caso concreto, dirimindo conflitos que lhe são levados, quando da aplicação das leis. Não
obstante, pode o Poder Judiciário exercer funções atípicas, tais como elaborar o regimento
interno de seus tribunais (legislativa) assim como, conceder licenças e férias a seus
magistrados e serventuários (executiva).
Para melhor visualização segue quadro com as funções típicas de cada Poder:
 
Poder Função Típica
Legislativo
a) Legislar
b) Fiscalização contábil, finenceira, orçamentária
e patrimonial do Executivo.
Executivo
Prática de Atos de Chefia de Estado, Chefia de
Governo e Atos de Administração.
 
Judiciário
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/12
Julgar (função jurisdicional).
Dizer o direito ao caso concreto, dirimindo os
conflitos de interesse, quando da aplicação da
norma.
 
Retomando o estudo sobre o Poder Judiciário, tem ele a função precípua de julgar, o mesmo
encontra-se regularmente estruturado para exercer a sua função jurisdicional através de
seus órgãos. O Poder Judiciário é o que detém o poder jurisdicional de forma que não pode
ele abster-se de analisar as demandas jurídicas que lhe são submetidas (art. 5º, XXXV da
CF/88), configurando o princípio da inafastabilidade da jurisdição que reza: "a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".
No entanto, pelo princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua de ofício nas
demandas, ou seja, deve ser ele provocado pelo interessado para poder intervir nas
relações conflituosas, é o disposto no artigo 2o do NCPC que dispõe:
"O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei".
A estrutura do Poder Judiciário está prevista no artigo 92 da Constituição Federal, qual seja:
“São órgãos do Poder Judiciário: O Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de
Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os
Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares
e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Cabe ressaltar que o rol do artigo 92 acima transcrito é um rol taxativo, de forma que
quaisquer outros órgãos, mesmo que recebam a denominação de Tribunal não integram o
Poder Judiciário, como é o caso do Tribunal Marítimo, Tribunal de Contas e outros. Ademais,
qualquer outro juízo criado à margem da Constituição Federal poderá ser considerado
ilegítimo (art. 5º XXXVII).
Para melhor exemplificar, reproduzimos abaixo o organograma do Poder Judiciário brasileiro
(Lenza, Pedro):
 
17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/12
 
A doutrina costuma fazer distinção entre os órgãos do Poder Judiciário dividindo-os entre
justiça comum ou ordinária e justiça especial ou especializada. Excetua-se o órgão de
cúpula do Poder Judiciário que é o Supremo Tribunal Federal também conhecido como órgão
de superposição, pois suas decisões se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais, não
pertencendo, portanto, a nenhuma Justiça específica (comum ou especial).
De acordo com a divisão doutrinária é a seguinte:
Justiça Especial ou Especializada: a) Justiça do Trabalho (composta pelo Tribunal Superior do
Trabalho – TST, Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s e pelos Juízes do Trabalho – Varas
do Trabalho); b) Justiça Eleitoral (composta pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Tribunais
Regionais Eleitorais – TRE’s, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais); c) Justiça Militar da União
(composta pelo Superior Tribunal Militar – STM e Conselhos de Justiça, Especial e
Permanente, nas sedes das Auditorias Militares); d) Justiça Militar dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios (composta pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ[3], Tribunal de
Justiça – TJ, ou Tribunal de Justiça Militar[4], sendo em primeiro grau, pelos Juízes de
direito togados e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares).
Com caráter residual, ou seja, o que não for da competência da justiça especializada, será
da justiça comum ou ordinária, assim estruturada: a) Justiça Federal (composta pelos
Tribunais Regionais Federais – TRF’s e Juízes Federais); b) Justiça do Distrito Federal e
Territórios (Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios); c) Justiça Estadual comum
(composta pelos Tribunais de Justiça e Juízes de Direito de 1º grau).
A discussão doutrinária gira em torno de pertencer o Superior Tribunal de Justiça – STJ a
uma justiça específica, no caso, a comum ou a especial. O entendimento majoritário da
doutrina está no sentido de que o STJ não pertence a nenhuma das duas justiças, sendo
considerado também um órgão de instância máxima da justiça brasileira. No entanto, faz-se
necessário uma breve reflexão sobre a estruturação do Poder Judiciário nos termos
prescritos pela Constituição Federal. Certo é que o STJ não recebe, em regra, recursos
advindos das justiças especializadas, quais sejam, trabalhista, militar[5] e eleitoral, sendo
que cada uma delas possui o seu próprio tribunal superior.
Desta forma, o STJ tem atuação em sede recursal no que toca aos recursos vindos da
justiça comum, ou seja, Federal e Estadual. Com baseneste entendimento, poder-se-ia
dizer que cada justiça especializada tem o seu tribunal superior, sendo Tribunal Superior do
Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar, sendo que a justiça comum
também teria o seu próprio tribunal superior, qual seja, o Superior Tribunal de Justiça. Mais
uma vez relembramos que o entendimento majoritário da doutrina está no sentido de que o
STJ não pertence a nenhuma das justiças específicas.
Cabe ressaltar mais uma divisão feita entre as justiças do Poder Judiciário. Temos órgãos
judiciários federais e órgãos judiciários estaduais. As Justiças que são organizadas pela
União são as chamadas Justiças Federais, são elas: Justiça Especializada do Trabalho,
Justiça Especializada Eleitoral, Justiça Especializada Militar da União, Justiça Comum Federal
e Justiça Comum do Distrito Federal e dos Territórios, além do Supremo Tribunal Federal e
do Superior Tribunal de Justiça.
As Justiças que são organizadas pelos Estados são as chamadas Justiças Estaduais, são
elas: Justiça Especializada Militar dos Estados e a Justiça Comum Estadual. A estrutura das
Justiças Federais está prevista no texto constitucional, enquanto que das Justiças Estaduais
no texto das respectivas Constituições Estaduais, respeitadas as diretrizes constitucionais.
No que toca ao Poder Judiciário há que se falar ainda do princípio do duplo grau de
jurisdição, tendo como significado que toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para
apreciação está sujeita a um duplo exame, sendo o primeiro exame feito pelo juízo
monocrático (um só juiz) e o segundo exame, em caráter recursal, por um juízo colegiado
(vários juízes), com prevalência da segunda decisão em relação à primeira. Exceção a este
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princípio ocorre nas causas que têm início diretamente nos Tribunais ou órgãos colegiados e
não no juízo monocrático, denominada competência original dos Tribunais.
[1] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, p. 199.
[2] Idem.
[3] Cabe aqui um esclarecimento sobre o assunto em tela, o STJ não é um órgão da Justiça Militar Estadual, no entanto, poderá o mesmo julgar,
dependendo do assunto, recursos interpostos em face dos acórdãos do TJ ou TJM. Nestes casos, o STM não julgará matéria da justiça militar
estadual já que a sua competência está restrita à justiça militar federal (enquanto instância recursal).
[4] Nos Estados em que o efetivo militar for superior a 20.000 integrantes.
[5] Verificar nota de número 3.
2. ÉTICA
Conceito - Ética é a ciência do comportamento moral (costumes, regras, convenções
estabelecidas por cada sociedade), dos homens em sociedade. É uma reflexão sobre a
moral. [1]
Desta forma, a ética tem como objeto o comportamento moral do indivíduo através da
prática reiterada de seus atos livres, visando à realização do bem comum. Sabemos que a
reiteração de certos atos pode nos tornar virtuosos ou viciados.
Objeto – Comportamento moral humano.
A ação humana nada mais é do que uma movimentação de energias que se desenvolvem no
tempo e no espaço, tais como trabalhar ou roubar, elogiar ou ofender, construir ou destruir,
agradar ou desagradar.
Normas sociais - Podemos dizer que as normas morais decorrem na verdade das
experiências morais das práticas vivenciais sócio-humanas. Desta forma, as normas éticas
têm em vista o que a experiência sócio-humana registrou como sendo bom e como sendo
mau.
Direito - Complexo de normas e obrigações, para serem cumpridas pelos homens,
compondo o conjunto de deveres, aos quais não podem fugir, sem que sintam a ação
coercitiva da força social organizada.
As normas jurídicas em muito se assemelham às normas morais, que muitas vezes
antecedem àquelas. No entanto, as normas jurídicas caracterizam-se pela cogência,
imperatividade e sanção. As normas jurídicas decorrem de um procedimento formal,
complexo e rígido (processo legislativo), com o qual se dá publicidade aos mandamentos
jurídicos.
Lacuna legal - Há regras morais que balizam as condutas humanas em sociedade, porém,
não são consideradas relevantes para o ordenamento jurídico. Exemplo: incesto.
Há, no entanto, regras jurídicas que demonstram a importância da moralidade e dos bons
costumes. Exemplo: Art. 4° da LINDB, senão vejamos: Art. 4° Quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Justiça - Nada seria mais certo do que o entendimento de que o Direito que advém da
moral fosse justo. O conceito de justiça tem-se mostrado bastante relativo. Pode adotar o
conceito jurídico daquilo que se faz conforme o Direito, ou ainda, a realização do Direito, ou
mais, num ponto de vista de discussão ética, dar a cada um o que é seu [...] a impulsão
firme e consciente para o bem.
Códigos de Ética - A ética profissional, quando regulamentada, perde seu conteúdo de
espontaneidade, passando a ser um conjunto de prescrições de conduta. Portanto, não se
fala mais em normas puramente éticas, e sim, em normas jurídicas de direito administrativo
com sanções administrativas (perdas de cargo, advertências, suspensões etc.).
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Normas puramente éticas – livre arbítrio do cidadão.
Normas éticas – conduta prescrita pelas normas administrativas.
Normas jurídicas – conteúdo legal. Coerção do Estado.
[1] NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 5 ed. São Paulo: RT, 2006. 
3. MAGISTRATURA
Conceito: Derivado do latim magistratus, exprime o cargo ou dignidade de magistrado.
Assim, literalmente, quer significar uma função de mando ou designar aquele que a exerce
[...] que manda, que ordena, que dirige. [1] 
 
Requisitos para Ingresso: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado, 
b) ser diplomado em Curso de Direito por Instituição de Ensino oficial assim reconhecida
pelo Ministério da Educação, 
c) possuir 03 anos de atividade jurídica (incluindo exercício de cargos, empregos ou
funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização de conhecimento jurídico –
Resolução 75 do CNJ), 
d) regularidade com o serviço militar, 
e) estar em pleno gozo dos direitos políticos, 
f) integridade física e mental 
g) boa conduta social.
Ingresso na Carreira: O concurso público de provas e títulos para ingresso na carreira de
magistrado, em regra, é composto de fases, sendo todas eliminatórias. A Resolução 75 do
CNJ dispõe sobre as diretrizes para ingresso na carreira de Magistrado. Acesse abaixo o
arquivo com a íntegra da Resolução.
Ética do Magistrado: Ao se exigir do Magistrado, enquanto aplicador da lei e da justiça,
um comportamento ético, este virá revestido por uma ética da prudentia (o bem julgar
implica em exercício constante de faculdades garantidoras da higidez psíquica. A paciência,
a prudência, o interesse pelos dramas humanos, a sadia análise dos fatos e seu cotejo com
o fluir da história, convertem o juiz em eficaz redutor de conflitos). [2] 
O juiz é antes de tudo um agente público atuante na realização da justiça e na pacificação
dos conflitos. Para que ele possa exercer com liberdade e independência seu mister,
proferindo seus julgamentos com isenção e retidão de acordo com sua convicção racional,
faz-se necessária a existência de mecanismos reguladores e sustentadores da carreira.
Garantias Constitucionais: As garantias funcionais da magistratura são atributos que
permitem ao juiz agir com liberdade e imparcialidade. Não constituem simples privilégios ou
tampouco afrontam o princípio da igualdade (Art. 5°, caput da CF/88), pois existem em
favor do jurisdicionado.
São duas espécies de garantias funcionais: de liberdade e de imparcialidade.
• São garantias funcionais de liberdade de acordo com o artigo 95 caput da
CF/88: 
https://online.unip.br/Arquivo?id=82224.pdf
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Vitaliciedade: impossibilidade da perda do cargo por mero procedimento administrativo do
Tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. Esta garantia é adquirida após 2 anos de efetiva
atividade do magistrado quando o ingresso na Magistratura se dá por meio de concurso
público, sendo considerado este período como estágio probatório, com a necessidade do
envio de relatórios periódicos à Corregedoria-Geral de Justiça. Uma vez vitaliciado, o
magistrado somente poderá perder o cargo através de processo judicial específico, mediante
sentença judicial transitada em julgado, sendo-lhe assegurados o contraditório e a ampla
defesa.
Inamovibilidade: garantia dada aos juízes titulares, que não poderão ser removidos de
seus respectivos cargos, ou até mesmo promovidos para entrância/instância superior, sem
seu consentimento. A inamovibilidade não é uma garantia absoluta, comportando exceção
que é o interesse público. Nestes casos, a decisão caberá ao respectivo Tribunal ao qual o
juiz estiver vinculado ou ao Conselho Nacional de Justiça, por voto da maioria absoluta de
seus membros, sempre assegurado o exercício da ampla defesa (art. 93, VIII CF/88).
Irredutibilidade de subsídio: refere-se à proteção do valor nominal dos subsídios, não
alcançando esta regra a reposição de eventuais perdas inflacionárias, bem como não
impedindo descontos previdenciários e tributos incidentes.
• São garantias funcionais de imparcialidade de acordo com o artigo 95 § único
CF/88:
As garantias funcionais de imparcialidade manifestam-se por meio de vedações
constitucionais à magistratura, e são elas:
I - Exercer ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - Dedicar-se à atividade político-partidária;
IV - Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena). (g.n).
O dever de imparcialidade é antes de tudo um dever ético, de dignidade, de paridade de
tratamento entre as partes e de justiça na aplicação correta da lei ao caso concreto. Para
assegurar esta imparcialidade, o legislador infraconstitucional também cuidou de algumas
situações, que uma vez verificadas poderão comprometer a imparcialidade do juiz na sua
atuação processual.
Estatuto da Magistratura: De acordo com a CF/88, lei complementar, de iniciativa do
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, caput). Na
falta de uma nova lei que dispusesse sobre o Estatuto da Magistratura tem-se aplicado a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), lei complementar n. 35, de 14-3-1979,
recepcionada pela Carta Magna. 
A exemplo do que ocorre com outras carreiras jurídicas, o magistrado possui deveres
fixados em lei e deve cumpri-los à risca, uma vez que, da sua atuação decisória implicará no
destino material, moral, psicológico, familiar e profissional das pessoas. A LOMAN, por
exemplo, em seu artigo 35 faz a previsão dos deveres do magistrado:
Art. 35. São deveres do magistrado: 
I - cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais
e atos de ofício; 
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar; 
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos
prazos legais; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as
testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a
qualquer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de
urgência; 
17/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/12
V - residir na sede da comarca, salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver
subordinado; 
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou sessão, e não se
ausentar injustificadamente antes de seu término; 
VII - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à
cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes; 
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular. 
[1] SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 25ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
[2] NALINI, José Renato. Ética e justiça. São Paulo: Oliveira Mendes, 1998.
4. STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Órgãos do Poder Judiciário → Art. 92 da CF/88 que reza:
São órgãos do Poder Judiciário: 
I – O Supremo Tribunal Federal;
I-A – O Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça.
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
4.1 Supremo Tribunal Federal - STF
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, isso quer dizer, é a
máxima instância da Justiça brasileira, cabendo-lhe especialmente a guarda da Constituição
Federal.
Nos termos do artigo 101 da CF/88 o STF é composto de 11 Ministros que são escolhidos e
indicados pelo Presidente da República, devendo esta escolha ser aprovada pela maioria
absoluta do Senado Federal. Uma vez aprovada a escolha e indicação, passa-se à nomeação
do Ministro, momento em que ele é vitaliciado.
São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STF:
a) ser brasileiro nato, 
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade,
c) ser cidadão (estar em pleno gozo dos direitos políticos),
d) ter notável saber jurídico,
e) reputação ilibada.
A competência do STF vem prescrita na Constituição Federal em seus artigos 102 a 103,
sendo competência:
a) originária, 
b) recursal ordinária, 
c) recursal extraordinária
d) competência para a edição de súmulas vinculantes.
(O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei - artigo 103-A CF/88).
O Supremo Tribunal Federal tem sede na Capital Federal (Brasília) e jurisdição em todo o
território nacional.
4.2 Superior Tribunal de Justiça – STJ
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Composição → O Superior Tribunal de Justiça, nos termos do artigo 104 da CF/88 é
composto de pelo menos 33 Ministros, os quais serão escolhidos e nomeados pelo
Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal em maioria absoluta.
Requisitos → São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STJ: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado,
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos,
c) notável saber jurídico,
d) reputação ilibada.
Regra do terço constitucional → A escolha dos Ministros do STJ segue a regra do terço
constitucional, ou seja, 1/3 de Desembargadores Federais dos Tribunais Regionais Federais,
1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça, 1/3 de Advogados e Membros do
Ministério Público (não especializado – regra do artigo 94 da CF/88).
Art. 94 – Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, commais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. (g.n).
Nota - Verifica-se uma limitação no poder de escolha do Presidente da República, uma vez
que necessariamente, o Ministro a ser escolhido será proveniente de um dos órgãos do
Poder Judiciário listados, da Advocacia ou do Ministério Público. No caso dos
Desembargadores Federais e dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, o STJ
elaborará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República que escolherá um nome e
depois o nomeará Ministro após a aprovação do Senado Federal.
No caso da escolha de Advogados e Membros do Ministério Público, os órgãos de
representação de cada classe farão a indicação em lista sêxtupla de seus membros.
Órgãos de representação → Colégio de Procuradores da República pela indicação de
membros do Ministério Público Federal. Conselhos Superiores de cada Ministério Público
Estadual e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil com relação à Advocacia. 
Competência → A competência do STJ vem prescrita na Constituição Federal em seu artigo
105, sendo competência originária, recursal ordinária e recursal especial (guarda do direito
federal comum).
Jurisdição → O Superior Tribunal de Justiça tem sede na Capital Federal (Brasília) e
jurisdição em todo o território nacional. 
Há divergência na doutrina quanto à classificação do STJ como um órgão de superposição,
tal qual o STF, como visto acima.
Exercício 1:
De acordo com o texto constitucional, o Superior Tribunal de Justiça - STJ é composto por:
A)
11 Ministros.
B)
20 Ministros.
C)
Pelo menos 33 Ministros.
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D)
Pelo menos 35 Ministros.
E)
11 Ministros e 10 juízes dos Tribunais dos Estados.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 2:
Segundo texto constitucional, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) é composto de 1/3 de
juízes dos Tribunais Regionais Federais, 1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça e
1/3 de advogados e Membros do Ministério Público.
A regra acima prevista é chamada de:
 
A)
regra do quinto constitucional.
B)
regra da reserva constitucional.
C)
regra do terço constitucional.
D)
regra da magistratura de carreira.
E)
regra do merecimento e antiguidade.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 3:
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sede:
A)
Em Brasília com jurisdição em todo o território nacional.
B)
Nas capitais de cada Estado, com jurisdição nas respectivas Capitais.
C)
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Em cada região do país, a saber Norte, Sul, Leste, Oeste e Central, com jurisdição específica
na região Central.
D)
Em Brasília porém sem função jurisdicional.
E)
Não tem sede no país.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 4:
A quem compete a guarda da Constituição Federal? 
A)
ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
B)
aos Tribunais Regionais Federais (TRFs).
C)
ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
D)
ao Supremo Tribunal Federal (STF).
E)
aos Tribunais de Exceção (TE).
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A) 
D) 
Exercício 5:
Analise as assertivas abaixo:
I - Em regra, toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para apreciação está sujeita a um duplo
exame.
II - As decisões do segundo grau de jurisdição são em regra proferidas por um juízo monocrático.
III - A decisão proferida em segundo grau prevalece em relação à proferida em primeiro. 
Assinale a alternativa correta:
A)
Todas são verdadeiras.
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B)
Todas são falsas.
C)
Apenas I é verdadeira.
D)
I e II são verdadeiras.
E)
I e III são verdadeiras.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) 
Exercício 6:
Podemos dizer que o princípio pelo qual o Poder Judiciário deva ser provocado pelo interessado para
poder intervir nas relações conflituosas é chamado de:
A)
Princípio do devido processo legal.
B)
Princípio da legalidade.
C)
Princípio da inércia da jurisdição.
D)
Princípio da economia processual.
E)
Princípio do nom bis in idem.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Comentários:
C)

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