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Doença hipertensiva gestacional Fisiopatologia Hipertensão relacionada à gestação Hipertensão arterial sistêmica Hipertensão prévia à gestação ou detectada antes da 20ª semana Nesses casos, solicitar proteinúria para realizar comparativo a partir da 20ª semana Hipertensão gestacional Hipertensão após 20ª semana de gestação, sem demais alterações Marcador clínico >=2 medidas >140/90 >30% do basal Pré-eclâmpsia Consiste na patologia hipertensiva ocasionada pela implantação inadequada da placenta, levando à repercussão multissistêmica Caracterização Hipertensão após 20 semanas + 1 disfunção orgânica Proteinúria Disfunção hepática Complicações neurológicas Disfunção uteroplacentária Eclâmpsia Presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma em mulheres com quadros hipertensivos Gestantes, parto e puerpério imediato (até 10 dias) Eclâmpsia Hipertensão prévia + detecção de proteinúria previamente inexistente ou aumento da proteinúria “basal” Elevação súbita da pressão Emergência hipetensiva Gestantes, intraparto ou puerpério (10 dias) PAS >=160 mmHg e/ou PAD >=110 mmHg por mais de 15 minutos Síndrome HELLP Principal causa de mortalidade materno-fetal no mundo Visão geral Epidemiologia Patologias hipertensivas são a segunda maior causa de mortalidade materna no mundo Pré-eclampsia é mais comum em Pcte com alto risco cardiovascular Trombofilia História familiar de PE Fatores de risco Maior risco de implantação placentária inadequada Primiparidade PE em gestação anterior História familiar positiva FIV Idade materna avançada (>40 anos) Em multíparas, quando há troca de parceiro ou hipertensão prévia Doença trofoblástica gestacional Nesses casos, a pré-eclâmpsia ocorre antes de 20 semanas Comorbidades maternas associadas à disfunção endotelial HAS Doença renal Trombofilia DM I ou II Obesidade LES Visão geral Acomete mulheres com o fenótipo subclínico para hipertensão A situação gestacional transparece um fenótipo pré-existente, o qual poderia ocasionar em HAS mais tardiamente Fisiologia Implantação placentária Alargamento das artérias uterinas espiraladas (AUE) ocorre durante a invasão trofoblástica Primeira onda Segunda onda Consiste na destruição da musculatura vascular e membrana elástica do vaso, aumentando seu diâmetro Atinge os vasos da decídua Liga-se as artérias espiraladas do endométrio pelo sinciciotrofoblasto Finaliza até 20 semaas Alcança a camada muscular média Atinge vasos do miométrio Fase independente de trofoblasto Fase trofoblástica dependente Fisiopatologia O remodelamento inadequado das artérias uterinas espiraladas causa Isquemia sustentada + Disfunção placentária Liberação de mediadores no sangue materno Causa Disfunção endotelial generalizada Alteração da coagulação Hipertensão Disfunção orgânica Placentá hipóxica Libera moléculas antiangiogênicas sFlt-1 Causa lesão do endotélio glomerular → proteinúria Endoglinas (Seng) TGF-beta Vasoconstritor derivado do endotélio (ET-1) As moléculas agem inibindo VEGF e PIGF, via ocupação dos receptores VEGF: Vascular endothelial growth factor PIGF: fator de crescimento placentário A liberação de moléculas pela placenta insuficiente causa desequilíbrio endotelial Vasodilatadoras: EDRF (PGI2 e NO) Vasoconstritoras ECF (TXA2, ET-1 e angiotensina) Há mais moléculas constritoras que vasodilatadoras Desbalanço do equilíbrio TXSA2 e PGI2 (prostacilina) PGI2 é sintetizado pelo endotélio TXA2 é sintetizado pelas plaquetas Na gestação normal há mais PGI2, enquanto na PE há predomínio de TXA2 Ocorre pela ativação anormal da COX e inibição da prostaciclina sintetase Classificação PE Leve Grave Iminência de eclâmpsia Ausência de fatores de gravidade PAS >=160 PAD >=110 Proteinúria >=5g ou >=2g/24h EAP, oligúria ou CR >1,3 HELLP Hemólise DHL >=600 Esquizócitos presentes Bilirrubina total >=1,2 Elevação das enzimas hepáticas Plaquetopenia <100.000 Sinais e sintomas Hiperreflexia Epigastralgia Escotomas Cefaleia Diagnóstico Triagem Medida da PA em todas as visitas do pré-natal Definição do risco de pré-eclâmpsia na primeira consulta Suspeita Gestante com HAS prévia, edema e/ou proteinúria significativa após 20 semanas Pré-eclâmpsia Aumento da PA + Alteração orgânica Proteinúria PAS >=140 ou PAD >=90 mmHg Severa se PAS >=160 ou PAD >=110 mmHg >=300 mg/24h Relação proteína/creatinina urinária em urina isolada >=3 Trombocitopenia Plaquetas <100.000 Disfunção hepática Elevação das enzimas 2x no limite superior Dor epigástrica severa Insuficiência renal CR >1,1 ou aumento 2x do valor anterior Edema pulmonar Disfunção neurológica aguda Síndrome HELLP Eclâmpsia Convulsões Visão turva Hiperreflexia Alteração do estado mental Hemólise Elevação das enzimas hepáticas Plaquetopenia DHL >=600 Esquizócitos presentes Bilirrubina total >=1,2 <100.000 Hipertensão gestacional Hipertensão a partir de 20 semanas sem proteinúria ou demais alterações Melhora após 12 semanas do puerpério Conduta PE leve PE grave Eclâmpsia HAS na gestação Paciente com <40 semanas Paciente >=40 semanas Seguimento ambulatorial Dieta normossódica Repouso relativo Conferir PA ao menos 2x/dia Pesagem diária Proteinúria na fita reagente conferida semanalmente Orientar sinais de alerta Manter conduta expectante até o termo, avaliando condições maternas e fetais Realizar parto por via apropriada Farmacologia associada Alfa-metildopa Sulfato de magnésio Mecanismo de ação É um inibidor da descarboxilase de aminoácidos aromáticos Reduz a quantidade de noradrenalina Reduz a atividade da renina plasmática Estimula os receptores inibitórios alfa- adrenérgicos centrais Farmacocinética Posologia A resposta costuma ocorrem em 24-48 horas Iniciar com 1g Se não resolver, usar até dose máxima de 2g SUS → disponível 250mg Princípios A conduta deve ser instituída em 30-60min Internamento imediato e tratamento farmacológico Anti-hipertensivos + SM + Interrupção da gestação Anti-hipertensivos Sulfato de magnésio Interrupção da gestação Medicamentos Hidralazina Labetalol Nifedipino Hidralazina EV Labetalol EV Nifedipina EV ou VO de liberação imediata (caso EV esteja indisponível) Manutenção com metildopa VO Indicação PA >160/100 mmHg Objetivos Manter PAS entre 140-150 e PAD 90-100 Maior risco de hipotensão materna (PAS <=90) Risco Bradicardia neonatal Contraindicação Asma, doença cardíaca e ICC Aumento da FC Indicação Iminência ou eclâmpsia Função Profilaxia de convulsão Posologia Esquema de Zupan EV Ataque 4g em 12mL de água Manutenção Ampola 50% em 10mL (5g) → fazer 8 mL da ampola + 12 mL de água 150-30 min Ou 5g IM cada nádega 1-2g/h 10 mL 50% diluído em 500mL de soro glicosado Manter por 24 a 48 horas Ou 100mL bomba de infusão Cuidados pós-administração Sempre manter sondagem vesical de demora Reflexo patelar deve estar presente, mesmo se diminuído FR deve estar >12 Manter sulfato mesmo após o parto Diurese deve manter >25mL/h Pode evoluir para eclâmpsia no puerpério Intoxicação Reflexo patelar ausente ou bradipnéia Suspender medicação e aplicar gluconato de cálcio 10% É o tratamento definitivo Se >34 semanas Vias de parto Se <34 semanas Corticóide → betametasona IM 12 mg/dia por 2 dias Betametasona 2 ampolas de 6mg dose única + repetir em 12 horas Piora → realizar parto Estabilização materna e parto Vaginal é o preferível, evitando o estresse adicional da cirurgia Mecanismo de ação Mecanismo de ação Mecanismo de ação Mecanismo de ação Vasodilatador de ação direta Inibe produção de superóxido, que neutraliza o NO Portanto, reduz a atividadedo inibidor do vasodilatador, aumentando sua ação Antagonista de cálcio Ocorre inibição dos influxos de Ca2+ com pouca ou nenhuma interferência no Na+ ou K+ Causa Vasodilatação do leito arterial Inibição da função cardíaca Células do miocárdio Musculatura lisa das artérias coronárias e vasos arteriais periféricos Simpaticolítico não seletivo Bloqueador competitivo dos receptores adrenérgicos Beta 1 Beta 2 Alfa-1 Miocárdio Músculo liso vascular e brônquios Músculo liso vascular Características farmacológicas É um cofator de reações enzimáticas com papel na transmissão neuroquímica e excitabilidade muscular Prevenção ou controle de convulsões Bloqueia a transmissão neuromuscular Reduz a Ach liberada no final da placa motora Depressor do SNC Vasodilatação periférica Fisiologia relacionada Redução ocorre com magnésio próximo de 4 mEq/L Cessação ocorre próximo de 10 mEq/L Pode cursar com PCR Excreção renal Atenção em caso de insuficiência renal Intoxicação Gluconato de Cálcio 10% Age como antagonista dos efeitos tóxicos centrais e periféricos, até certo ponto Posologia Administrar lentamente, por infusão intravenosa, 10 a 20 mL de solução de cálcio, à concentração de 5% (diluído, se possível, em solução isotônica de cloreto de sódio 0,9% injetável) Cuidados gerais Terapia anticonvulsivante Decúbito em 30º e face lateralizada Cateter nasal com O2 5 mL/min Manter cateter vesical Punção central ou periférica calibrosa Sulfato de magnésio Resolução da gestação Indicação de terapia anti-hipertensiva PAS >+160 mmHg ou PAD >=110 mmHg Contraindicado se PA abaixo dos valores + ausência de disfunção orgânica Medicamentos 1ª linha Labetalol Nifedipino Metildopa Diuréticos Indicados em caso de HAS sensível ao sal Não é indicado o uso de inibidores do SRAA Risco de acometimento fetal Prevenção Indicação Grupos de risco Cálcio AAS Suplementação com carbonato de cálcio 1000- 2000 mg/dia Dietas com baixo cálcio possuem incidência aumentada de eclâmpsia Função Melhora da implantação placentária Redução do risco de PE Posologia 100-150 mg/dia Deve ser iniciada antes da 16º semana Geralmente suspensa na 36ª para evitar sangramento aumentado no parto Mecanismo de ação Inibe a agregação plaquetária bloqueando a síntese de TXA2 nas plaquetas Inibe irreversivelmente a COX1 O efeito é acentuado nas plaquetas, pois não são capazes de sintetizar novamente as enzimas Em 2 semanas normaliza o equilíbrio TXA2/PGI2
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