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Introdução O músculo estriado cardíaco é o tipo de tecido muscular que forma as camadas musculares do coração, conhecida por miocárdio. Também é chamado tecido muscular estriado cardíaco. O coração é formado por três tipos principais de músculos: a) Ventricular: contrai de forma parecida com o músculo estriado, mas a duração de contração é maior; b) Atrial: contrai de forma parecida com o músculo estriado, mas a duração de contração é maior; c) Fibras Musculares Excitatórias e Condutoras: só se contraem de modo mais fraco, pois contêm poucas fibrilas contráteis; ao contrário, apresentam ritmicidade e velocidade de condução variáveis, formando um sistema excitatório para o coração. Funções do Sistema Cardiovascular: transporte de gases, nutrientes, resíduos metabólicos, hormônios e calor; coagulação sanguínea e distribuição de mecanismos de defesa. Coração Células contráteis: tecidos atriais e ventriculares. O músculo cardíaco tem junções tipo gap que formam canais que permitem a passagem dos eletrólitos, de uma célula para outra. Células condutoras: nodo sinoatrial (AS): tem comunicação nervosa com as fibras do átrio, se comunica com o AV pelo feixe intermodal; nodo atrioventricular (AV): se comunica com o feixe de his; feixe de His: se divide no sistema de purkinje direito e esquerdo; sistemas de Purkinje: células de purkinje fazem sinapse com a fibra muscular ventricular. Pequena Circulação: coração – pulmão – coração. Grande Circulação: coração – todo o corpo – coração. A grande circulação trabalha com pressões altas e a pequena com pressões baixas. Sangue sai no ventrículo esquerdo a 120 mmHg e retorna para o átrio direito a 0 mmHg. O sangue sai do ventrículo direito a 25/27 mmHg vai até o pulmão, é hematosado, e retorna para o átrio esquerdo com 7 mmHg de pressão. Circuito de transmissão do impulso elétrico através das fibras especializadas excitatórias e condutoras: Sistema Cardiovascular Potencial de repouso das células cardíacas: Nodo Sinoatrial: -55 a -60mV, (ritmo sinusal); menos negativa, despolariza e repolariza mais rápido; Nodo Atrioventricular: -65 a -70mV, (bradicardia nodal, 50/60 bat./min); Feixe de His: -75mV, (bradicardia idioventricular, 45bat./min); Fibras de Purkinje: -75mV, condução 6x mais rápida; Fibras Miocárdicas Atriais e Ventriculares: -80 a -100mV. Fases do Potencial de ação de resposta rápida: Fase 0, 1, 2, 3 e 4. Resposta Rápida: células que quando estimuladas rapidamente despolarizam. FASE 0: abre os canais de Na+ rápidos; FASE 1: fecha canais de Na+ e abertura abrupta dos canais rápidos de K+; FASE 2: abre canais lentos de Ca++ e fecha de K+ rápidos; FASE 3: fecha canais de Ca++ e abre de K+ lentos. Potencial de ação de resposta lenta Abertura dos canais 𝐼𝑓 = 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑁𝑎+ ; Despolarização – Positividade = fechamento 𝐼𝑓 e a abertura 𝐶𝑎2+ ; Repolarização = fechamento 𝑁𝑎+ e abertura 𝐾+; Quando acontece o estímulo, lentamente vão atingir seu potencial de ação, células marca-passo. Entrada constante de sódio, que não permite repouso. Quando o potencial chega em uma quantidade suficiente, mexe nas comportas de cálcio e ele começa a entrar na célula. Portanto, essa célula, seu potencial de ação, acontece pela entrada de sódio e cálcio. Depois tem-se a fase 2, fechamento do canal de cálcio e a fase 3, abertura do canal de potássio. Quando a célula chega no repouso, como está entrando sódio sem precisar de estímulo, é organizada a entrar em repouso e volta ao potencial de ação. Subida de fase 0 mais lenta (entrada de Na+-Ca++ mais lenta); Potencial de membrana de fase 4 aumenta lentamente; Disparo espontâneo ao atingir limiar de despolarização. Células marca-passo (nodo sinoatrial e atrioventricular); Células não marca-passo; Fibras de Purkinje; Miócitos auriculares; Miócitos ventriculares. Potencial de membrana em repouso menos negativo (-50 a -65 mv). Período Refratário Intervalo de tempo durante o qual não pode ser produzida uma segunda contração; O período refratário da fibra muscular é mais longo que a própria contração – nova contração após o relaxamento completo ou bem avançado; Evitar a tetania (contração sustentada) – alternância de contração e relaxamento – bombeamento do fluxo sanguíneo. As células de resposta rápida e lenta possuem um período refratário que dura toda a curva do potencial de ação. São períodos muito longos. Propriedades funcionais do coração Propriedades funcionais da fibra miocárdica: Automatismo – cronotropismo; Excitabilidade – batmotropismo; − Inexcitabilidade sistólica. Condutibilidade – dromotropismo; Contratilidade – inotropismo. Sistema de controle da sua ritmicidade do coração formado por: O nodo SA controla a frequência do batimento cardíaco, ele não precisa de estímulo pra gerar PA → MARCA- PASSO CARDÍACO. O QUE SIGNIFICA CONTROLAR A FREQUÊNCIA? O número de autodespolarizações por minuto é o número de batimentos por minuto do coração. Toda vez que for impedido de trabalhar, outras células atuam como marca-passo, como: nodo atrioventricular e feixe de his. Chamado marca-passo ectópico. O impulso cardíaco no nodo AV, sofre um retardo; De aproximadamente 160 milissegundos (0,16s). ] Importância do retardo: para que o estímulo do nodo sinoatrial promova a contração do átrio e depois do ventrículo. ] Por que do retardo: por dois motivos, a fibra do nodo atrioventricular é de menor calibre e tem menor número de canais de sódio. O CICLO CARDÍACO O bombeamento do sangue deve-se a sucessivas contrações (sístoles) e relaxamentos (diástoles) do coração. Durante a sístole ocorre um esvaziamento e durante a diástole ocorre o enchimento das cavidades do coração. A sequência de fenômenos que ocorre no coração durante um batimento cardíaco designa- se ciclo cardíaco. Num ciclo cardíaco existem três fases: A diástole geral (total) – átrio e ventrículo em diástole; A sístole auricular; Sístole ventricular. O número de despolarizações do nodo sinoatrial por minuto é o número de ciclos cardíacos por minuto. O ciclo cardíaco inicia-se com a geração do impulso rítmico pelo nodo SA. DIÁSTOLE GERAL: O miocárdio está relaxado e a pressão é baixa; As aurículas enchem-se de sangue; As válvulas auriculoventriculares inicialmente fechadas abrem-se com a pressão; O sangue passa para os ventrículos de uma forma passiva; As válvulas semilunares estão fechadas. O peso do sangue abre as atrioventriculares, sangue passa rapidamente para dentro do ventrículo. Como o sangue está retornando para o coração no átrio, encontra o átrio aberto, é a fase de diástase. Contração do átrio pra mandar o último resíduo de sangue do átrio para o ventrículo a bomba de reforço atrial. SÍSTOLE AURICULAR: Contração das aurículas e aumento de pressão; Passagem forçada do sangue para os ventrículos; Aumento da pressão nos ventrículos; Fechamento das válvulas auriculoventriculares; As válvulas semilunares permanecem fechadas. SÍSTOLE VENTRICULAR: Contração dos ventrículos e aumento da pressão; Abertura das válvulas semilunares; Passagem do sangue para a artéria aorta e artéria pulmonar; As válvulas auriculoventriculares permanecem fechadas; Diminuição da pressão nos ventrículos. Ventrículo cheio de sangue, começa a sístole. Aperta o sangue e ele tende a querer voltar pelas válvulas abertas. Essa contração fecha-as e continua contraindo, só que a pressão não é suficiente para abrir a sigmoide, não alterando seu volume, chamada fase isométrica sistólica. Quando continua a contrair, a ponto de conseguir abrir as sigmoides e rapidamentesai o sangue do ventrículo. Saiu todo o sangue, passa-se para diástole ventricular. DIÁSTOLE VENTRICULAR O ventrículo relaxa e o sangue dentro da aorta e da pulmonar em alta pressão, tenta voltar fechando as sigmoides. Essa fase que ele se distende e ainda não alterou o volume dentro dele, é chamada fase isométrica diastólica. Ele vai se distendendo até o peso do sangue do átrio vencer a pouca pressão dentro do ventricular e abrir as válvulas atrioventriculares, fase diastólica. Um batimento cardíaco corresponde a cerca de 0,8 segundos. O coração bate em média 80 vezes por minuto, o que depende da idade e da atividade corporal. O número de batimentos cardíacos por unidade de tempo é normalmente expresso em batimentos por minuto (bpm). O fechamento das válvulas auriculoventriculares e das válvulas semilunares produzem ruídos, respectivamente 1º e 2º ruídos cardíacos que são audíveis com um estetoscópio. RITMICIDADE AUTOMÁTICA DAS FIBRAS SINUSAIS: Potencial de repouso = -55 a -60 mV; Fibra mais permeável ao sódio (negatividade menor); Potencial de ação gerado pelos canais de cálcio/sódio, no valor -40mv. Frequência cardíaca É o número de batimentos (ciclos)/minuto. FC: taquicardia; FC: bradicardia. EFEITO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA SOBRE A CONTRATILIDADE: FC → contratilidade FC → contratilidade Quando acaba o potencial de ação (PA), cálcio sai da célula pela bomba de cálcio, que é lenta. O cálcio retorna para as cisternas. Na recuperação desse potencial, o cálcio sai da célula trocado pelo sódio, também ação lenta. Esse sódio, para não ficar aumentado dentro da célula, vai ser retirado pela bomba de sódio-potássio. A quantidade de cálcio está diretamente relacionado a força contrátil. Regulação da frequência cardíaca Bomba de Ca++ AMPc Bomba Na+/Ca++ Intrínseca: nodo sinoatrial (NSA), do próprio coração, Extrínseca no bulbo influências do centro do cardiovascular no bulbo, transmitidas através dos componentes simpático e parassimpático do SNA. Parassimpático inerva o nodo sinoatrial e o atrioventricular. A função do parassimpático é que o nervo vago libera acetilcolina na sua terminação nervosa, a acetilcolina torna as células do sinoatrial ou atrioventricular mais permeáveis ao potássio. Potássio sai das células, torna essas células hiperpolarizadas, que tem dificuldade ou demora mais a chegar ao PA. Isso faz com que diminua a frequência cardíaca, toda vez que isso acontece, diminui a força contrátil. Simpático inerva o musculo atrial, musculo ventricular, nodo sinoatrial e nodo atrioventricular. A ação simpática no coração é que a noradrenalina e a adrenalina vão agir no nodo sinoatrial e atrioventricular tornando-os mais permeáveis ao sódio, aumentando a frequência cardíaca. Na ação muscular, torna a fibra mais permeável ao cálcio, cada contração aumenta a força contrátil. Variações fisiológicas da frequência cardíaca Tamanho do animal – quanto maior o animar, menor a frequência cardíaca, força contrátil do coração é menor; Idade – com o avançar da idade, frequência diminui; Sexo – fêmea, devido ao seu tamanho, tem frequência elevada; Exercício (condição física) – aumenta a frequência; Carga metabólica (desidratação) – aumenta a frequência; Posição do animal – em decúbito perde a ação da gravidade sobre os vasos sanguíneos, frequência levemente mais baixa que em estação; Temperatura corporal e ambiente – temperatura alta aumenta a frequência; SNA. Débito cardíaco Volume de sangue ejetado pelo coração (ventrículo esquerdo) em um minuto. DC = Volume Sistólico x Frequência Cardíaca DC do Ventrículo Esquerdo = DC do Ventrículo Direito VOLUME SISTÓLICO Volume de sangue ejetado pelo coração a cada sístole. VS animal atleta > VS animal sedentário. Retorno venoso A quantidade de sangue que está retornando da grande e pequena circulação aos átrios direito e esquerdo. Retorno Venoso Esquerdo = RVD Retorno venoso → volume diastólico final → volume sistólico (ejeção). Fatores que afetam: a) Lei de Frank-Starling Em cada sístole, a força de contração é proporcional ao grau de estiramento das fibras cardíacas durante a diástole precedente. Essa lei diz que o coração se adapta a diferentes volumes sanguíneos. Chegou mais sangue, distende mais o ventrículo, melhora a força contrátil, ejeta mais sangue. Quanto mais sangue sai do coração, mais sangue retorna. b) Reflexo de bainbridge Toda vez que houver infusão venosa (soro fisiológico, transfusão e etc), vai aumentar o retorno venoso. FATORES QUE AFETAM O RV: Venoconstrição (constrição venosa) – aumenta o RV; Bomba muscular (bomba dos músculos esqueléticos durante a contração) – a contratura muscular esmaga a veia que passa entre as células musculares e facilita o RV; Bomba respiratória (ação de bomba do sistema respiratório) – na inspiração há contratura do diafragma onde é tracionado para dentro do abdome, caixa torácica aumenta, ao fazer isso aumenta o vácuo dentro da caixa torácica e facilita o sangue sair dos vasos abdominais e entrar na caixa torácica (facilita o retorno ao coração). DIFERENÇAS ENTRE ARTÉRIA E VEIAS VASO LÚMEN FUNÇÕES Artéria Lúmen maior Transportar o sangue sob alta pressão Arteríola Controlar fluxo sanguíneo para os tecidos de acordo com suas necessidades. Possui maior camada muscular. Capilar Fazer trocas entre o sangue e os tecidos. Só tem membrana basal e única camada de célula endotelial. Vênula Coletar o sangue dos capilares Veia Lúmen 4x maior, tem muita complacência Levar o sangue de volta ao coração e seria o reservatório sanguíneo de acordo com as necessidades Leis gerais da circulação Lei da Pressão: é máxima nas artérias, cai bruscamente nos capilares e diminui mais nas veias, é mínima nos átrios. O sangue se movimenta do local de maior pressão para o de menor pressão, portanto, sai do VE sob pressão 120 mmHg e retorna ao AD a 0 mmHg. O sangue sai do VD a 25 ou 27 mmHg e retorna ao AE a 7 mmHg. Lei da Velocidade: a velocidade depende da amplitude do leito vascular. V = 1/área de secção transversa Leito vascular aumenta à medida que se afasta do coração. − é máximo nos capilares; − diminui nas veias até os átrios. O sangue vai indo para vasos cada vez mais ramificados, sai de um diâmetro maior para menores. Área de secção transversa = diâmetro do vaso. Logo, vasos que tem maior diâmetro, tem menor velocidade. E, ainda, o maior leito vascular é o capilar. Depende totalmente da amplitude do leito vascular. VELOCIDADE DE FLUXO SANGUÍNEO VASO ARÉA DE SECÇÃO Aorta 2,5 cm² Artérias Pequenas 20 cm² Arteríolas 40 cm² Capilares 25.000 cm² Vênulas 250 cm² Veias Pequenas 80 cm² Veia Cava 8 cm² 𝑉 = 𝑄 𝐴 Exemplo: Q = 10mL/seg V na aorta = 4cm/seg V nos capilares = 0,4cm/seg V na cava = 0,125cm/seg Lei do Caudal: por qualquer secção transversal passa em intervalos iguais, igual quantidade de sangue. Se entrar 5 ml na aorta, vai entrar ao mesmo tempo 5 ml na arteríola, no capilar, na vênula e nas veias e vai retornar 5 ml no coração. Pressão sanguínea É a força que o sangue faz contra a parede da artéria, Pressão Sanguínea = Débito Cardíaco x Resistência Periférica Total Interferem na pressão arterial: débito cardíaco e resistência periférica total; Interferem no débito cardíaco: volume sistólico e frequência cardíaca; Interferem no volume sistólico: contratilidade do miocárdio e tamanho do compartimento; Interferem na resistência periférica: estrutura vascular, função vascular e viscosidade sanguínea. Pressão arterial sistólica ou máxima É a pressão arterial mais alta que pode ser medida durante um ciclo cardíaco; Fator Determinante:distensibilidade aórtica; É o maior valor de pressão que acontece nas artérias durante um processo de sístole, mais especificadamente na aorta. Pressão arterial mínima ou diastólica É a mais baixa pressão arterial que pode ser medida durante um ciclo cardíaco; Fator Determinante: resistências periféricas; Menor pressão atingida durante a diástole ventricular. Fluxo sanguíneo O fluxo sanguíneo define, simplesmente, a quantidade de sangue que passa por um dado ponto na circulação em determinado período. Condutância – medida do fluxo sanguíneo através de um vaso para uma determinada diferença de pressão. Ou seja, vou colocar diferença de pressão no inicio e no fim de um determinado vaso e vou observar o quanto de fluxo passou com essa diferença de pressão. 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 1 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 Ou seja, a condutância é inversamente proporcional a resistência e diretamente proporcional ao diâmetro do vaso. Fluxo laminar e turbulento: são padrões de fluxo sanguíneo no qual o primeiro se caracteriza por linhas de corrente com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso, com a porção central permanecendo no centro do vaso, enquanto o segundo tipo se caracteriza por constante mistura do sangue, que corre em diversas direções e não apenas paralelamente ao vaso. No fluxo turbulento o atrito aumentado provoca aumento da resistência ao fluxo e é fator predisponente para formação de trombos. Teorias básicas da função circulatória 1. Fluxo de sangue para o tecido é controlado pela necessidade do tecido; 2. DC é controlado pelo fluxo tecidual total; 3. A PA é controlada independentemente do controle do fluxo sanguíneo e do DC. Resistência e condutância vascular: são grandezas físicas, na qual a primeira se refere ao impedimento ao fluxo sanguíneo em um vaso e a segunda é exatamente a recíproca da primeira (condutância = 1/resistência). A condutância aumenta proporcionalmente à quarta potência do diâmetro do vaso. Distensibilidade e complacência vascular: propriedade que os vasos possuem de aumentarem em volume quando submetidos à pressão. A distensibilidade é expressa como fração do aumento de volume para cada aumento da pressão (distensibilidade = aumento do volume/aumento da pressão x volume original), enquanto que a complacência é expressa como a quantidade total de volume aumentado para cada aumento da pressão (complacência = aumento do volume/aumento da pressão). Complacência = distensibilidade x volume A distensibilidade vascular é a fração de aumento do volume para cada milímetro de mercúrio de aumento da pressão. Distensibilidade vascular = aumento do volume/aumento da pressão x volume original Diferenças das distensibilidades das artérias e veias: As paredes das artérias são muito mais fortes do que das veias, fazendo com que as veias sejam oito vezes mais distensíveis que as artérias; Assim, um aumento de pressão causa um aumento oito vezes maior de volume sanguíneo na veia do que nas artérias. Complacência ou capacitância vascular: É a quantidade total de sangue que pode ser armazenada em uma região da circulação para cada mmHg de aumento de pressão; Complacência vascular = aumento do volume/aumento da pressão; A complacência da veia é 24 vezes maior do que sua artéria correspondente, pois tem volume três vezes maior e é oito vezes mais distensível. Fatores que determinam a resistência através de um tubo fluxo pressão Se aumentar o raio do vaso, diminui a resistência. Fatores que afetam o fluxo sanguíneo Fluxo sanguíneo: 𝑄 = 𝑉𝜋𝑟2 Fluxo é igual a velocidade vezes pi vezes r ao quadrado. Lei de Poiseuille: 𝑄 = ∆ 𝑃. 𝑟4 8𝜂. 𝐿 Fatores que afetam a resistência ao fluxo sanguíneo 𝑅 = 1 𝑟4⁄ Lei de Ohm: 𝑄 = Δ𝑃 𝑅⁄ 𝑅 = Δ𝑃 𝑄⁄ 𝑅 = 8𝜂. 𝐿 ¶𝑟4⁄ Complacência – volume de sangue que o vaso pode armazenar em uma dada pressão. 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑎𝑐ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑉𝑎𝑠𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 = 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 É importante pois, se entrar 10 ml de sangue na artéria, esses 10 ml vão exercer pressão sobre a parede da artéria de mais ou menos 5mmHg. Os mesmos 10 ml que entram na veia, como é mais distensível, vai formar uma pressão contra a parede de 2mmHg. Variação fisiológica da pressão arterial a. Posição do animal – o animal em decúbito, com a cabeça no mesmo nível do coração, tem levemente mais baixa a pressão arterial. O efeito da gravidade sobre o peso do sangue inexiste. Quando em estação, quanto mais abaixo do coração existe o vaso, mais ação da gravidade, mais peso hidrostático desse sangue vai haver, e o sangue acima do coração a tendencia é reduzir a pressão; b. Sono – reduz a pressão; c. Exercício – estimula e aumenta a pressão arterial; d. Sexo; e. Temperatura ambiente – quando muito quente queda da pressão; f. Peso – animal mais obeso tem aumento de pressão; g. Idade – aumento da idade tendencia é diminuir a pressão; h. Temperamento animal – agressivo tem pressão mais alta; i. Variação respiratória – reflexo de Hering-Breuer (cão e homem) – estimulado apenas quando há hiper insuflação pulmonar. Regulação da pressão arterial Centro Vasomotor: a. Área vasoconstritora; b. Área vasodilatadora; c. Área sensorial. Mecanismos de regulação da PA Mecanismo de ação rápida: − retorna a pressão em alguns segundos; − retorna a pressão acima do normal; − perde o efeito. Mecanismo de ação lenta: − demora dias; − retorna a pressão normal; − não se adapta. Mecanismos nervosos de ação rápida no controle da pa 1. Reflexo Baroceptor (Barorreceptor) Altera a frequência cardíaca; Localizados nas paredes de quase todas as grandes artérias sistêmicas, os barorreceptores ou pressorreceptores são terminações nervosas ramificadas que são estimulados em poucos segundos após uma distensão das artérias, devido a uma elevação da pressão arterial; Os impulsos inibem o centro vasoconstritor bulbar e excitam o centro vagal, causando uma vasodilatação em todo o sistema circulatório periférico e uma diminuição de frequência cardíaca, com consequente queda de pressão arterial; Localizados no arco aórtico e no seio carotídeo; Barorreceptor é considerado um tampão pressórico, regula tanto pressão alta, quanto pressão baixa; Ele regula alterações de pressão dentro de limites fisiológicos, e ele se adapta muito facilmente. Toda vez que aumenta a pressão sanguínea, estira as artérias, ocorre uma estimulação dos barorreceptores. O barorreceptor manda uma estimulação para o centro cardio inibidor, aumenta a estimulação vagal e reduz a frequência cardíaca. Ao mesmo tempo, o barorreceptor inibe o centro vasomotor, diminui a estimulação simpática, reduz o tônus vascular e acontece a vasodilatação. Como o barorreceptor regula a queda de pressão arterial? A queda da pressão arterial diminui a frequência de descarga no seio carotídeo e isso gera duas coisas: diminuição da atividade parassimpática para o coração e aumento da frequência cardíaca; e, aumento da atividade simpática para o coração e vasos sanguíneos gerando aumento da frequência cardíaca, aumento da contratilidade, a constrição das arteríolas ( RPT), constrição das veias e tudo isso aumenta a pressão arterial. 2. Reflexos dos Quimiorreceptores: Sempre que PA diminui para um determinado valor crítico, os quimiorreceptores são estimulados devido à disponibilidade reduzida de oxigênio (O2), e também pelo acúmulo de dióxido de carbono (CO2) e de íons hidrogênio (H+) no sangue, os quais não são removidos devido ao fluxo sanguíneo lento (Guyton & cols., 1992). Quedas na pO2 e pH e/ou elevação na pCO2 são transformados pelos quimiorreceptores, nas células glomais, emsinais elétricos. Os quimiorreceptores estimulam primeiramente os centros respiratórios, determinando alterações apropriadas da ventilação (frequência respiratória e volume de ar corrente), mas também estimulam centros cardiovasculares, determinando alterações na pressão arterial (Daly e cols., 1965; Daly e Ungar, 1966; Daly e cols., 1979). Localizados também no arco aórtico e no seio carotídeo. Ele regula a pressão baixa, sendo estimulados por queda de pressão de oxigênio no sangue arterial, aumento da produção de CO2 no sangue arterial, o aumento da concentração de hidrogênio e a queda do pH no sangue arterial. No momento em que cai a pressão arterial, estimula os quimiorreceptores que vão ao centro vasomotor (bulbo) gerando a resposta, que vai ser a ativação da fibra simpática cardíaca, ativação da medula da suprarrenal para potencializar a ação simpática. 3. Reflexos atriais e das artérias pulmonares a. Local; b. Reflexo (de baixa pressão). − gerado por elevação do volume de sangue; − desencadeia reflexo semelhante ao baroceptor. Não regulam baixa pressão, são reflexos de baixa pressão pois estão localizados na pequena circulação. Regulam pressão alta. É desencadeado exatamente igual ao barorreceptor, ou seja, vai haver a estimulação da distensão da parede, estimula receptores de pressão da parede e dali vai levar o estimulo até o centro vasomotor. 4. Reflexo dos átrios para os rins (reflexo de volume) Distende átrios → distensão reflexa da arteríola aferente → aumenta a filtração glomerular → diurese de pressão. Toda vez que distende o átrio, principalmente o direito, ocorrem duas coisas reflexas: dilatação reflexa das arteríolas aferentes renais e sinais do hipotálamo. Por dilatar as arteríolas aferentes renais, aumenta a filtração glomerular, e por mandar sinais pro hipotálamo há a redução da liberação do ADH. Isto gera o aumento da diurese, como foi causada por aumento de pressão chama-se diurese de pressão. 5. Reflexo de Bainbridge Receptor nas cavas e átrios. Aumento do retorno venoso → distende receptor que está na parede do átrio e nas cavas → via vago aferente → Centro Vasomotor → aumento da frequência cardíaca + aumento da força cardíaca. 6. Resposta Isquêmica do SNC Redução do fluxo sanguíneo ao centro vasomotor os neurônios vasoconstritores do centro vasomotor ativados e cardioinibidores tornam-se inibidos. Isso resulta na pressão sistêmica eleva-se até níveis máximo de bombeamento cardíaco. 7. Reflexo de compressão abdominal Controle rápido da pressão. Caiu a pressão arterial, ocorre a contração do abdome para que com isso, contraia os vasos e ejete o sangue do abdome para a caixa torácica para melhorar o retorno venoso. Mecanismos nervosos de ação rápida no controle da pa Mecanismos hormonais de ação rápida no controle da pressão arterial 1. Adrenalina e noradrenalina – produzidas pela medula da suprarrenal; 2. ADH – hormônio antidiurético ou vasopressina. − reabsorção de água no rim; − vasoconstrição. Toda vez que baixar até 10% da volemia ou baixar até 10% da pressão arterial, haverá um estímulo no hipotálamo, mais precisamente no núcleo supraóptico e paraventricular, para produzir o ADH e a neurohipófise liberar o ADH na circulação. O ADH age nas células que tem receptores para ele. 3. Sistema renina-angiotensina Regulação rápida da pressão, toda vez que cai a pressão arterial estimula as células justaglomerular a liberar renina (rim) para o sangue. Essa renina se encontra com angiotensinogenio (produzido no fígado) e converte o angiotensinogenio em angiotensina I. A angiotensina I circulando no sangue, lá no endotélio vascular, encontra a enzima conversora angiotensina (ECA) que converte a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II é um potente vasoconstritor, aumenta a resistência periférica, aumenta a pressão arterial. Angiotensina II via sanguínea vai ao hipotálamo e ativa a liberação de ADH e ativa o mecanismo da sede. A angiotensina II também vai aos túbulos renais e faz com que aumentem a reabsorção de sódio. E também diminuem a filtração renal, com isso forma menos urina e mantem a volemia. 4. Peptídeo natriurético atrial Produzido pelos miócitos do átrio. Regula pressão alta. Toda vez que aumenta a pressão sanguínea, estimula o miócito atrial a secretar o peptídeo natriurético atrial. Esse peptídeo faz a vasodilatação da arteríola aferente lá no néfron, isso faz com que aumente a filtração glomerular, e aumenta a formação de urina. Diminuindo a pressão arterial. Além disso, o peptídeo ele é antagônico ao sistema renina- angiotensina-aldosterona. Mecanismo circulatório intrínseco de ação rápida no controle da PA Relaxamento por estresse (tensão) – regula tanto pressão alta como pressão baixa; toda vez que aumenta a volemia, entra mais volume dentro do vaso e distende o vaso. Pra distender o vaso tem de haver um deslizamento das fibras musculares, então esse deslizamento tende a reduzir a pressão. O inverso é verdadeiro, quando cai a pressão, o vaso tende a diminuir seu diâmetro para tentar manter uma pressão mínima dentro dele; Transferência de líquidos no capilar – toda vez que aumenta a pressão arterial, a pressão do sangue é tanta contra o vaso que lá no capilar começa a extravasar líquido para o interstício para tentar diminuir a volemia e regular a pressão arterial. Mecanismos de ação lenta no controle da pa Sistema renina-angiotensina-aldosterona Toda vez que cai a pressão arterial, há uma maior reabsorção de cloreto de sódio nos túbulos renais. Na luz do túbulo renal, diminui a concentração de cloreto de sódio. Isso estimula a mácula densa (quimiorreceptor) e esta sinaliza as células justaglomerulares. Essas células são estimuladas a liberar renina, renina vai pro sangue e se encontra com o angiotensinogenio, que se torna angiotensina I. A angiotensina I através da ECA nos pulmões converge a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II, passados dois dias, atua no córtex da suprarrenal estimulando a liberação de aldosterona. A aldosterona vai até o túbulo distal final e aumenta a reabsorção de sódio. Locais anatômicos de controle da pa EFEITOS DE INFUSÕES VENOSAS Infusão intravenosa aumenta o volume do sangue, aumenta a pressão no átrio direito, estimula receptor atrial que vai gerar o reflexo de bainbridge cuja finalidade é aumentar a frequência cardíaca que vai escoar esse sangue. Mas ao mesmo tempo, o aumento do volume pela infusão vai aumentar o débito cardíaco, isso aumenta a pressão arterial e consequentemente estimula o barorreceptor que diminui a frequência cardíaca. A resposta será uma frequência nem aumentada e nem diminuída, será um equilíbrio entre as duas alterações de frequência cardíaca. REGULAÇÃO DA PA NA HEMORRAGIA Quando ocorre a hemorragia, diminui a volemia. A queda da volemia diminui o retorno venoso. A queda do retorno venoso diminui o débito cardíaco. E isto diminui a pressão arterial. A queda na pressão diminui a perfusão do sangue para o cérebro e para o miocárdio (assim como para todos os outros tecidos). A queda de pressão vai estimular o barorreceptor, que vai tender a aumentar no centro vasomotor a descarga simpática. E isso vai fazer alterações como: aumento do tônus venoso, aumento da atividade cardíaca, aumento da contratilidade miocárdica e faz a venoconstrição da pele, músculos e vísceras (direcionamento do sangue para a porção interna do corpo). O aumento do tônus venoso aumenta o retorno venoso. Esse aumento, aumenta o debito cardíaco. A vasoconstrição, aumentando a resistência periférica, aumenta a pressão sanguínea. O aumento do debito cardíaco aumenta a pressão sanguínea. E com isso ocorre a normalização daperfusão cerebral e miocárdica.
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