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Relatório 6 Fisiologia

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Propriedades funcionais do coração 
Aluna: Karitha Kelly Mota de Oliveira 
Para o experimento, foi utilizado a rã touro. O animal utilizado passou por um 
procedimento de descerebração e desmedulação. A rã descerebrada e desmedulada não 
reage quando estimulada, no entanto, ela continua mantendo seus batimentos cardíacos. 
Em primeiro momento é feito uma incisão na porção dorsal do animal. Após a retirada da 
escápula encontra-se o nervo braquial, este, é responsável pela movimentação da pata. 
Perpendicular ao nervo braquial, é possível visualizar o nervo vago. Este, é responsável 
pela inervação parassimpática de praticamente todos os órgãos abaixo do pescoço. Como 
por exemplo, o pulmão, estômago e o coração. 
Após o isolamento do nervo vago, o coração é exteriorizado para melhor visualização. As 
camadas de pele e o externo são removidos. Também é retirado o pericárdio, observa-se 
a presença de dois átrios na parte escura superior do coração e um ventrículo logo abaixo 
dos átrios. O ventrículo possui uma parede mais espessa pela necessidade de maior força 
de contração para ejeção de sangue. 
É observado a sequência de batimentos cardíacos. Nos anfíbios e também em peixes, a 
primeira câmara que recebe as diferentes veias do corpo é o seio venoso, onde também 
está localizado o nodo sinoatrial, que em mamíferos fica incorporado na parede posterior 
do átrio direito. Este nodo é responsável pelo automatismo cardíaco, sendo denominado 
o marcapasso do coração. 
Um alfinete é colocado no ápice do ventrículo fazendo com que a frequência cardíaca 
aumente. Isso ocorre devido ao estímulo mecânico dado pelo contato do metal com o 
coração. O alfinete preso ao coração e a pena que registrará no cardiomiograma os 
batimentos cardíacos, são conectados através de uma linha. No cardiomiograma, o 
batimento cardíaco é registrado por duas ondas. A onda menor registra a contração atrial, 
a maior onda registra a contração ventricular. A diferença na amplitude das ondas 
representa a diferença na força de contração. Portanto, pode-se afirmar que o ventrículo 
contrai mais fortemente que o átrio. 
Para a primeira experimentação, utiliza-se o aparelho de estímulo elétrico, este permite 
fazer estímulos múltiplos ou únicos, controlando a frequência e a intensidade do 
estímulo. 
Primeiramente, é realizado um estímulo elétrico no nervo vago, simulando o efeito da 
estimulação parassimpática. Este estímulo despolariza o nervo e faz com que ele libere 
vesículas de acetilcolina nas fendas sinápticas, ao interagir com as células dos nodos 
sinoatrial e atrioventricular, a acetilcolina provoca bradicardia. Ou seja, a frequência 
cardíaca é reduzida. Sendo representada pelos espaçamentos das ondas registradas no 
quimógrafo. 
Entre os procedimentos é necessário a lavagem do coração com a solução fisiológica de 
Ringer. Após isso, o coração recebe alguns estímulos químicos. Primeiramente, foi 
utilizado adrenalina, esta é um neurotransmissor liberado pelas fibras simpáticas do 
sistema nervoso autônomo. A adrenalina é aplicada diretamente no coração. A maior 
amplitude das ondas indica um aumento das forças de contração devido a abertura dos 
canais lentos de cálcio, o menor espaçamento das ondas representa o aumento da 
frequência cardíaca. 
O segundo estímulo químico aplicado foram algumas gotas de solução concentrada de 
acetilcolina. Ao adicionar acetilcolina diretamente no coração ocorre bradicardia seguida 
de parada ventricular. A forte estimulação coordenada pela segunda adição de 
acetilcolina causou um bloqueio da atividade do nodo sinoatrial, e, portanto, na geração 
de potenciais de ação por este nodo. 
A última estimulação química é realizada pela adição conjunta de atropina e acetilcolina. 
A atropina é um alcaloide que interfere na ação da acetilcolina, bloqueando seu efeito. 
Dessa forma, a adição conjunta destas soluções faz com que não ocorra nenhuma 
alteração do batimento cardíaco do animal. 
A capacidade de condutibilidade do coração pode ser observada fazendo-se a ligadura 
atrioventricular. Amarrou-se uma linha separando o átrio do ventrículo. O bloqueio 
ventricular causa parada ventricular, e segundos após o ventrículo continua batendo, 
porém com uma frequência mais baixa do que a do ritmo sinusal. O ritmo de batimento 
ventricular após a ligadura é dado pela despolarização das fibras de Purkinje, essas fibras 
conduzem o potencial de ação gerado nas células marcapasso para todas as fibras 
ventriculares. Ou no caso do bloqueio atrioventricular, elas são capazes de gerar o 
potencial elétrico. 
Mesmo com a ligadura o ventrículo é capaz de responder ao estímulo elétrico dado ao 
coração. O batimento é gerado a partir do local da estimulação, porém, este batimento 
não é completo. 
Os estímulos aplicados, elétricos e químicos, provocam alteração na contração cardíaca, 
caracterizando a excitabilidade do miocárdio.

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