Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO Em qualquer tecido do corpo a elevação aguda da PA provoca o aumento imediato do fluxo sanguíneo. Após menos de 1 min, o fluxo na maioria dos tecidos retorna ao seu nível normal (embora PA ainda elevada). AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO (controle intrínseco do fluxo a curto prazo) Controle intrínseco do fluxo a curto prazo. 1. Teoria da Vasodilatação: quanto maior o metabolismo ou menor a disponibilidade de oxigênio e nutrientes, maior a produção de substâncias vasodilatadoras pelas células teciduais; Vasodilatadores: CO2, ácido lático, histamina, H+, K+. 2. Teoria da Demanda: O2 é necessário para formar o ATP. Abertura e fechamento dos esfíncteres pré-capilares. Abertura e fechamento desses esfíncteres compostos de músculo liso precisam de oxigênio para contrair, quanto mais oxigênio tecidual, são mantidos fechados. Com pouco oxigênio esfíncteres são mantidos abertos; 3. Teoria Miogênica: o estiramento súbito de pequenos vasos provoca a contração do músculo liso da parede por alguns segundos. Ela parece atuar em pequenas arteríolas, contrai para evitar que o aumento de pressão fosse transmitido a esses capilares; 4. Controle Nervoso: simpático e parassimpático; Autônomo: controle de fluxo a curto prazo. Artérias, arteríolas, veias e vênulas respondem a ação simpática, parassimpático não. 5. Controle Humoral: agentes vão ser largados na circulação; Agentes vaso constritores: vasopressina, angiotensina II e endotelina. Agentes vaso dilatadores: bradicinina e histamina. 6. Controle humoral por íons e outros fatores químicos no fluxo vascular. Aumento dos íons cálcio → vasoconstrição; Aumento de íons potássio, aumento de íons magnésio, aumento de acetato, aumento de citrato → vasodilatação; Aumento de íons hidrogênio, aumento de CO2 → vasodilatação. Controle a longo prazo – circulação colateral * Angiogênese: formação de novos vasos que brotam de outros pequenos vasos; * Causa da produção (fator angiogênico): tecidos afetados produzem fator angiogênico; * Tecidos que produzem o fator: aqueles que tem metabolismo muito elevado, como a glândula mamária em período de lactação; aqueles tecidos que tem crescimento autógeno, por exemplo tecido tumoral; e tecidos que sofreram processos isquêmicos, que faltam circulação; * Tipos de fatores. Circulação nas Veias: * Pressão venosa: é a pressão que o sangue faz contra a parede da veia, existem duas classificações: Pressão venosa central: aquela que está no átrio direito e ela é zero; Pressão venosa periférica: está nas veias e vênulas da grande circulação e pequena circulação, em torno de 7 mmHg * Fatores que determinam a PVC; * Fatores que determinam a PVP; * PVC X PVP. Fluxo Sanguíneo Tecidual Causas da Circulação Venosa: Por que o sangue, quando entra em uma veia, vai sempre em direção ao coração? * Bomba muscular – contratura da musculatura estriada esquelética aperta a veia; * Válvulas – cada vez que contrai, aperta a veia e o sangue não consegue passar em direção ao capilar porque tem a válvula impedindo; * Bomba abdomino-torácica – durante a inspiração, diafragma é contraído e se projeta no abdome, comprime as vísceras, ao comprimir as veias, facilita o trajeto do abdome para as veias torácicas; * Coração venoso plantar; * Vis a tergo; * Vis a fronte; * Pulsação arterial – do lado de uma artéria passa uma veia em sentido contrário, às vezes cruza sobre a outra. Toda vez que uma artéria pulsa, que distende, empurra a veia (comprime). Circulação nos Capilares Sanguíneos: * Estrutura do capilar – composto por uma única camada de célula endotelial e circundando essa camada, a membrana basal. Tem diâmetro tão pequeno que chega a passar hemácia por hemácia dentro dele; * Função do capilar – fazer as trocas de nutrientes e gases entre o tecido e o sangue; * Trocas entre sangue líquido e intersticial: sangue sai do interstício, e dele para a célula. O que precisa sair da célula e ir para o sangue, célula, líquido intersticial e sangue. subst. hidrossolúveis – substâncias que atravessam pelos poros; subst. lipossolúveis – atravessa pela camada lipídica. Pressões envolvidas nas trocas sangue x líquido intersticial O sangue quando chega das arteríolas para os capilares é arterial. Essa extremidade é a arterial, depois sofre trocas gasosas até sair nas vênulas, na extremidade venosa. Pressão coleidosmótica = fornecida pela proteína do liquido intersticial. Extremidade arterial do capilar Forças que favorecem a saída de líquido no capilar sanguíneo Pressão capilar 30 mmHg Pressão (-) do L.I. 5,3 mmHg Pressão osmótica do L.I. 6 mmHg Total: 41,3 mmHg Forças que favorecem a entrada de líquido no capilar sanguíneo Pressão coloidosmótica do plasma 28 mmHg Pressão efetiva de filtração: 13,3 mmHg Extremidade venosa do capilar Forças que favorecem a saída de líquido no capilar sanguíneo Pressão capilar 10 mmHg Pressão (-) do L.I. 5,3 mmHg Pressão coloidosmótica do L.I. 6 mmHg Total: 21,3 mmHg Forças que favorecem a entrada de líquido no capilar sanguíneo Pressão coloidosmótica do plasma 28 mmHg Pressão efetiva de reabsorção: 6,7 mmHg * Por que a pressão de reabsorção é menor que a de filtração? Porque a extremidade capilar tem muito mais poros que a arterial. * Equilíbrio de Starling; Líquido Filtrado Líquido Reabsorvido Pequena diferença captada pelos linfáticos. 1/10 líquido filtrado retorna com linfa. 2 a 3 litros de linfa por dia. 120 ml/h. Equilíbrio entre a saída de 13 e retorno de 6, ficando apenas uma percentagem, de maneira que o líquido filtrado é praticamente igual ao liquido reabsorvido, é chamado de equilíbrio de Starling. *dados humanos. Circulação nos capilares linfáticos: * Função do capilar linfático: retornar líquido intersticial para o sangue; carrear proteínas e macromoléculas para fora do interstício, às vezes por causas não patológicas, pode haver extravasamento de proteínas e alguma macromolécula ir do sangue para o interstício, retorna pelo capilar linfático; reabsorver gordura – absorvida no intestino para o capilar linfático, grande função; defesa – sistema imunológico e fagocitose (linfonodos). * Estrutura dos capilares e vasos. Em verde, capilar linfático. Formado por uma única camada de células capilar linfática, não tem membrana basal e substituindo ela, existe essas estruturas pretas, chamadas filamentos de ancoragem. Fixam a célula endotelial capilar linfática para elas não se dispersarem quando a pressão aumentar. Aqui temos extremidade arterial e venosa do capilar. Há trocas entre os tecidos e o sangue e o que fica (1/10) entra nos capilares linfáticos. Como se forma a linfa? Saída de líquido do capilar sanguíneo, vai para o interstício, do interstício vai para o capilar linfático. Sai líquido do capilar sanguíneo para o capilar linfático. Composição da linfa: O teor de gordura da linfa do trato gastrointestinal depende do tipo de alimentação e da ingestão de alimentos. Como ela vem do sangue, possui componentes sanguíneos. A parte liquida é o plasma e a sólida são os glóbulos brancos. Ela pode ter gordura e proteínas (quando extravasa de um capilar sanguíneo, para retornar à circulação). Tem gordura pois, nos animais domésticos (com exceção das aves), a gordura é absorvida pelos vasos linfáticos. Nos mamíferos, aproximadamente 2ml de linfa por kg de peso corporal passam através do ducto torácico para a circulação sanguínea, por hora. Uma vaca com 500 kg de peso produz 24 litros de linfa por dia. Fatores que determinam o fluxo linfático: a) Pressão do líquido intersticial: Toda vez que sai líquido do capilar sanguíneo, fica no interstício. Aumenta a pressão, forçao líquido a entrar. Por que há fluxo para dentro do linfático se a pressão é negativa? b) Bomba linfática: bombeamento intrínseco (musc.) do vaso – músculo liso, toda vez que o vaso linfático se distende, porque aumentou o volume de linfa, inicia a contrair, mexe nos canais de cálcio voltagem dependentes; bombeamento por compressão externa – estruturas que dobram; movimentos respiratórios e contração da musculatura esquelética – toda vez que inspira, contrai o diafragma e isso comprime os vasos, facilita a passagem de linfa e de sangue do abdome para o tórax; aspiração das veias, pulsação arterial – aspiração das veias é quando os vasos linfáticos vão entregar a linfa em alguma região, a circulação do sangue venoso, ao passar na região faz aspiração, puxa a linfa para dentro da circulação. * Linfangiogênese – formação de novos capilares linfáticos a partir de um vaso linfático menor; * Linfático x Controle da concentração proteica – total, toda vez que extravasar proteína do capilar sanguíneo para o interstício, a ÚNICA maneira de retornar ao sangue é o sistema linfático. Teorias básicas da função circulatória: 1. Fluxo de sangue para o tecido é controlado pela necessidade do tecido; 2. Débito cardíaco (DC) é controlado pelo fluxo tecidual total – se precisa mais fluxo, aumenta o débito. Mecanismos de controle do fluxo sanguíneo O controle do fluxo sanguíneo local pode ser dividido em duas fases distintas: 1. Controle agudo: é obtido por alterações rápidas da constrição local das arteríolas, metarteríolas e esfíncteres précapilares, ocorrendo dentro de segundos a minutos, de modo a proporcionar um meio rápido de manutenção do fluxo sanguíneo tecidual local apropriado; 2. Controle em longo prazo: indicam alterações lentas do fluxo, em período de dias, semanas ou até meses. Em geral, as alterações em longo prazo ocorrem como consequência de aumento ou diminuição das dimensões físicas e do número de vasos sanguíneos que de fato suprem os tecidos. Controle agudo do fluxo sanguíneo local Regulação do fluxo sanguíneo local quando a disponibilidade de oxigênio é alterada: Toda vez que a disponibilidade de oxigênio diminui, o fluxo sanguíneo pelos tecidos aumenta acentuadamente. Há duas teorias básicas para a regulação do fluxo sanguíneo local quando é alterada a intensidade metabólica ou a disponibilidade de oxigênio para o tecido. São elas: 1. A teoria vasodilatadora; 2. A teoria da demanda de oxigênio; A teoria vasodilatadora para a regulação do fluxo sanguíneo local: De acordo com esta teoria, quanto maior for o metabolismo, quanto menor for o fluxo sanguíneo ou quanto menor for a disponibilidade de oxigênio para um tecido, maior ficará a intensidade de formação de uma substância vasodilatadora. Acredita-se, então, que esta substância vasodilatadora se difunda de volta para os esfíncteres précapilares, metarteríolas e arteríolas, causando sua dilatação. Muitas das teorias vasodilatadoras supõem que a substância vasodilatadora seja liberada pelo tecido, principalmente em resposta à deficiência de oxigênio. Muitos fisiologistas sugeriram que a substância adenosina talvez seja o mais importante dos vasodilatadores relativamente ao controle do fluxo sanguíneo local. Diminutas quantidades de adenosina são, por exemplo, liberadas pelas células musculares cardíacas sempre que o fluxo sanguíneo coronário fica pequeno demais, acreditando-se que isso cause vasodilatação local no coração e, assim, faça voltar ao normal o fluxo sanguíneo. Também, toda vez que o coração fica excessivamente ativo e seu metabolismo aumenta, isso também ocasiona utilização excessiva de oxigênio, seguida de diminuição da concentração de oxigênio no músculo cardíaco, com a consequente degradação de trifosfato de adenosina (ATP) e maior formação de adenosina. Aqui também acredita-se que parte dessa adenosina vaza para fora das células para causar vasodilatação coronária, com aumento do fluxo sanguíneo coronário para suprir as demandas de nutrientes do coração ativo. A teoria de demanda de oxigênio para o controle local do fluxo sanguíneo: Embora a teoria vasodilatadora seja aceita por muitos fisiologistas, alguns fatos críticos fizeram com que outros fisiologistas preferissem outra teoria, que pode ser denominada teoria da demanda por oxigênio ou, mais precisamente, teoria da demanda por nutrientes (porque provavelmente, estão envolvidos também outros nutrientes além do oxigênio). O oxigênio, assim como outros nutrientes, é necessário para manter a contração dos músculos vasculares. Por esta razão, na ausência de suprimento adequado de oxigênio e de outros nutrientes é razoável supor-se que os vasos sanguíneos iriam dilatar-se naturalmente. Também, a maior utilização de oxigênio pelos tecidos, em consequência do aumento do metabolismo, teoricamente diminuiria a disponibilidade de oxigênio local no tecido, e isso também causaria vasodilatação. Como a concentração de oxigênio no tecido local pode regular o fluxo sanguíneo nessa área? Como o músculo liso requer oxigênio (e/ou outros nutrientes) para permanecer contraído, pode-se supor que a força de contração dos esfíncteres aumentasse por aumento na concentração de oxigênio. Como consequência, quando a concentração de oxigênio no tecido eleva-se acima de certo nível, os esfíncteres pré-capilares e metarteriolares presumivelmente se fecham e permanecem fechados até que as células do tecido consumam o excesso de oxigênio. Quando a concentração de oxigênio cai a um nível suficientemente baixo, os esfíncteres se abrem mais uma vez, para dar início a um novo ciclo. Fluxo linfático A intensidade do fluxo de linfa é determinada principalmente por dois fatores: 1. A pressão do líquido intersticial; 2. O grau de atividade da bomba linfática. Portanto, qualquer fator que aumente a pressão do líquido intersticial também aumenta normalmente o fluxo linfático. Esses fatores incluem. * Pressão capilar elevada; * Diminuição da pressão coloidosmótica plasmática; * Aumento das proteínas no líquido intersticial; * Aumento da permeabilidade dos capilares. Todos eles fazem o equilíbrio da troca de líquido na membrana dos capilares sanguíneos favorecer o movimento de líquido para o interstício, aumentando, portanto, ao mesmo tempo, o volume de líquido intersticial, a pressão desse líquido e o fluxo linfático. Efeito da bomba linfática: Há válvulas em torno os canais linfáticos. Nos grandes vasos linfáticos há válvulas a intervalos de alguns milímetros e nos vasos linfáticos menores muito mais próximos que isso. Bombeamento intrínseco pelo vaso linfático: Quando um vaso linfático é distendido por líquido, o músculo liso da parede do vaso contrai-se automaticamente. Além disso, cada segmento do segmento do vaso linfático entre válvulas sucessivas funciona como uma bomba automática distinta. Ou seja, o enchimento de um segmento faz com que ele se contraia, e o líquido é bombeado, através da válvula, para o segmento linfático seguinte. Isso enche o segmento subsequente e, alguns segundos depois, ele também se contrai, continuando o processo por toda a extensão do vaso linfático, até o líquido ser finalmente lançado na circulação. Bombeamento causado por compressão externa dos vasos linfáticos: Além do bombeamento causado pela contração intrínseca das paredes dos vasos linfáticos, qualquer fator externo que comprima o vaso linfático também pode ocasionar o bombeamento. Por ordem de importância, esses fatores são: * Contração dos músculos; * Movimento de partes do corpo; * Pulsações arteriais; * Compressão dos tecidos por objetos fora do corpo. A bomba linfática fica muito ativa durante o exercício, muitas vezes aumentando por até 10 a 30 vezes o fluxo linfático. Duranteperíodo de repouso, por outro lado, o fluxo linfático é muito lento. A bomba linfática capilar: Muitos fisiologistas acham que o capilar linfático também é capaz de bombear linfa, além da bomba linfática dos vasos linfáticos maiores. As paredes dos capilares linfáticos encontram-se estreitamente aderidas às células teciduais circunvizinhas, por meio de seus filamentos de ancoração. Por esta razão, cada vez que um excesso de líquido chega ao tecido e faz com que ele inche, os filamentos de ancoração abrem os capilares linfáticos e o líquido flui para seu interior, pelas junções entre as células endoteliais. Então, quando o tecido é comprimido ou quando o capilar linfático se contrai, a pressão interior do capilar aumenta e faz as bordas superpostas das células endoteliais se fecharem como válvulas. Assim sendo, a pressão empurra a linfa para adiante, em direção aos vasos linfáticos coletores, em vez de refluir através das junções celulares. Papel do sistema linfático no controle da concentração de proteínas, volume e pressão do líquido intersticial O sistema linfático funciona como “mecanismo de transbordamento”, para fazer voltar à circulação o excesso de proteínas e de volume líquido proveniente dos espaços teciduais. Por esta razão, o sistema linfático também contribui de forma fundamental para o controle: 1. Da concentração de proteínas nos líquidos intersticiais; 2. Do volume do líquido intersticial; 3. Da pressão desse líquido. Pequena quantidade de proteínas vaza continuamente para fora dos capilares sanguíneos e passa para o interstício. Apenas quantidade muito pequena das proteínas vazantes retorna à circulação por meio das extremidades venosas dos capilares sanguíneos. Por esta razão, essas proteínas tendem a se acumular no líquido intersticial e isso, por sua vez, aumenta a pressão coloidosmótica dos líquidos intersticiais. Segundo, a pressão coloidosmótica crescente no líquido intersticial desloca o equilíbrio de forças na membrana dos capilares sanguíneos em favor da filtração de líquido para o interstício. Em vista disso, o líquido é osmoticamente puxado para o interstício por essas proteínas, aumentando, assim, tanto o volume como a pressão do líquido intersticial. Terceiro, a crescente pressão do líquido intersticial aumenta muito a intensidade do fluxo linfático, isto, por sua vez, leva embora o excesso de volume e de proteínas que se acumulou nos espaços.
Compartilhar