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MONITORIZAÇÃO FETAL INTRAPARTO E SOFRIMENTO FETAL AGUDO AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO MONITORIZAÇÃO FETAL INTRAPARTO - É um método de monitorização fetal para identificar acidose e hipoxemia fetal. Isso envolve a monitorização externa e interna · Monitorização externa · Ausculta fetal intermitente · Monitorização eletrônica · Monitorização interna · Eletrodo no couro cabeludo fetal - A atividade cardíaca fetal basal é resultado do equilíbrio dos fatores aceleradores (simpático) e desaceleradores (parassimpático) da FCF e FCF média em 10 minutos. · Com o amadurecimento progressivo fetal há uma redução da FCF, cerca de 24 bpm em média entre 16 semanas e o termo. Isso se deve à maturação do controle parassimpático (vagal) do coração fetal. - Por isso é um exame que não está indicado abaixo das 26 semanas de gestação, pela imaturidade fisiológica do SNA e inexistência de parâmetros de normalidades disponíveis. - Além disso, a hipoxemia e hipercapnia fetal aumentam o ácido lático, e a acidemia metabólica grave reduz a FCF. SOFRIMENTO FETAL AGUDO - Ocorre durante o trabalho de parto, e resulta em hipoxia, acidose e hipercapnia. - Sofrimento fetal · Crônico – queda progressiva da oxigenação fetal · Histórico de pré-natal de alto risco – manifestações de CIUR, alterações do doppler, oligodramnia · Agudo – a queda de oxigenação é súbita · A mulher já chega em trabalho de parto – alterações no BCF, no perfil biofísico fetal - Causas · Hiperatividade uterina – taquissistolia, A. uterina não consegue suprir · Hipotensão materna – hipoperfusão · Gestação de alto risco – HG, DMG · Acidentes com cordão umbilical – compressão do cordão, p.ex · Parto prolongado · Amniorrexe prematura Diagnóstico - Avaliação da movimentação fetal – baixo custo e pouca efetividade (método de rastreio) · E se estiver alterado, eu preciso fazer um outro método - Microanálise do sangue fetal – pouco empregado atualmente, é invasivo (precisa pegar o escalpo do bebe) e tem baixa sensibilidade. - Avaliação da frequência cardíaca fetal (FCF) – é o método atual de rastreio · Ausculta fetal intermitente no parto pode ser empregado em gestações de baixo e alto risco (de um modo geral em baixo risco) · Baixo risco – 30/30 minutos na fase ativa, e 15/15 minutos no período expulsivo · Alto risco – 15/15 minutos na fase ativa, e 5/5 minutos no período expulsivo. · Cardiotocografia – atividade cardíaca e contração uterina (feita uma correlação dessas duas informações), é recomendada quando na ausculta intermitente é achado uma desaceleração, e é mais usado em gestações de alto risco. Cardiotocografia – conceitos e interpretação - Primeira coisa que temos que avaliar é a linha de base que é a FCF média num intervalo de 10 minutos. - A segunda coisa é a variabilidade que é a diferença entre o maior e o menor valor da FCF em 1 minuto · Acentuada acima de 25 · Pode ser normal quando há movimentação corporal, progressão da gestação, respiração fetal · Moderada de 6 a 25 · Mínima de não 0 a 5 – indica SFA · Condições associadas à baixa variabilidade – acidemia grave, analgésicos, meperidina, sulfato de magnésio. · Ausente – muito grave/hipoxia do SNC · É a medida mais confiável, isoladamente de bem estar fetal. - Padrão sinusoidal (Anemia Fetal Grave) – é um padrão ondulado visualmente suave semelhante a uma onda senoidal na linha de base com uma frequência de ciclo de 3-5 bpm e amplitude de 5-15bpm que persiste por 20 minutos ou mais. · No traçado patológico sinusoidal, o FHR não responde a contrações uterinas, movimento fetal ou estimulação fetal. · Pode estar associada à sucção fetal do dedo, soluço, respiração rítmica e morfina materna, remifentanil, butorfanol, alfaprodina, meperidina ou nalbufina. · Os padrões pseudosinusionais são transitório e resolvem espontaneamente. - Frequência cardíaca fetal – identificada no período mínimo de 2 a 10 minutos, excluindo-se alterações periódicas da FCF, variabilidade acentuada e mudança maior que 25bpm entre as linhas de base. · 110 a 160 bpm – normal · >160 bpm – taquicardia · <110 bpm – bradicardia · É uma medida que sofre influência da movimentação fetal, infecções agudas, febre materna e medicações. - Aceleração é o aumento transitório da FCF de pelo menos 15 batimentos por pelo menos 15 segundos. · É um achado de bem-estar fetal, mas a ausência de aceleração não está obrigatoriamente associada com sofrimento. Tem um VPP bom quando presente. - Desaceleração é a queda transitória da FCF · DIP I ou Cefálico ou Precoce – queda coincide com a contração, contração do polo cefálico no período expulsivo com uma resposta vagal (é um achado fisiológico, uma imagem em espelho de uma contração) · DIP II ou Placentário ou Tardio – é uma queda após a contração, é um sinal de sofrimento fetal e a gestação deve ser interrompida o mais rápido possível. · Acidose fetal e hipercapnia · DIP III ou Umbilical ou Variável – variável em relação à contração uterina (pode ocorrer sem contração, com vários formatos), ocorre por uma contração do cordão umbilical. · Não Complicadas (favoráveis) – rápida desaceleração precedida por uma aceleração inicial e seguida por um retorno rápido à linha de base com aceleração secundária da FCF. · Complicadas (desfavoráveis) · FCF atinge valores abaixo de 70bpm, com duração >60s · Perda da variabilidade da FCF durante a desaceleração · Desaceleração bifásica · Aceleração secundária prolongada · Regresso lento à linha de base em nível inferior ao presente antes da desaceleração ou em nível de taquicardia ou bradicardia fetal. - Categorias da cardiotocografia · Categoria 1 – BCF 110-160bpm com variabilidade normal, sem DIP II ou III, com ou sem DIP I ou aceleração. · É fisiológica · Categoria 2 – não tá na categoria 1 e nem da 3, então é 2. · Categoria 3 – sem variabilidade e: DIP II ou III recorrente, bradicardia, sinusoidal. Conduta - Categoria 1 · Conduta de rotina · 1º estágio – reavaliar de 30/30 minutos · 2º estágio – reavaliar de 15/15 minutos - Categoria 2 · Aceleração presente ou variabilidade moderada · Continuar avaliação e considerar possível parto · Aceleração ausente ou variabilidade ausente/mínima · Reanimação intrauterina – se não melhorar = parto - Categoria 3 · Preparar para o parto – reanimação intrauterina, e se não melhorar = parto - Reanimação intrauterina Encefalopatia hipóxico isquêmica neonatal - É uma complicação do SFA - Fase aguda (até 60 minutos do evento) – redução do fluxo sanguíneo cerebral que leva a isquemia cerebral. - Fase latente (1-6 horas) – recuperação parcial quando o metabolismo oxidativo restaurado, no entanto, a inflamação e a morte celular continuam a aumentar. - Fase secundária (6-15 horas) – edema citotóxico, excitotoxicidade e falha de energia secundária que pode resultar em morte celular, convulsões e deterioração clínica. - Fase terciária (meses) – morte celular tardia, remodelação devido a lesão cerebral e astrogliose. - Sequelas · Deficiência no neurodesenvolvimento · Paralisia cerebral · Deficiência auditiva · Convulsões · Microcefalia · Cegueira · Dificuldades do aprendizado e comportamentais
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