Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profª Giuliana INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO: -Método de avaliação da vitalidade fetal, avaliação indireta da função respiratória placentária e da integridade do SNC fetal. -Estuda simultaneamente a FC fetal, a cinética corporal fetal (movimentação fetal) e a atividade uterina. -Analisa a condição fetal, a função placentária e se há hipóxia fetal. -Exame de alta sensibilidade e baixa especificidade, ou seja, se o exame der negativo/normal a chance de esse bebe estar bem é quase 100%, mas se ela vem alterada tem muito falso positivo. Por isso, ela tem um alto valor preditivo negativo, ou seja, se ele vem normal realmente podemos liberar essa mãe/bebê com segurança. Não se faz em gestação de baixo risco devido chance de falso positivo! -Exames iniciais com eletrodos diretamente no polo cefálico fetal (década de 60). -Monitorização externa indireta: princípio do US doppler. -Primeiros estudos observaram que a queda do BCF estava relacionada a menores índices de Apgar e óbitos fetais. -Anteparto (Teste sem estresse/CTB/NST): testa condição fetal. -Intraparto (teste com estresse): feito durante contração - aumento da pressão do líquido amniótico, leva a colapso de vasos na musculatura miometrial e a breve períodos de comprometimento na troca de O2, gerando uma queda do BCF. Testa função placentária (se patologia placentária, desacelerações patológicas). -Tempo: 20 minutos. CARDIOTOCOGRAFIA BASAL: -Identifica possíveis casos de insuficiência placentária. -Indicações: pós datismo, queixa de diminuição da movimentação fetal, patologias maternas prévias ou gestacionais (DM, pré eclâmpsia), intercorrências na gestação (oligo ou polidrâmnio, isoimunização Rh). -IG >32 semanas. -Estímulo vibroacústico: melhora a eficácia do método. TÉCNICA: -Paciente em decúbito lateral esquerda ou dorso elevado. -2 transdutores: para FC fetal posicionado no foco de ausculta máxima e para tônus uterino posicionado no fundo uterino. -Marcador de movimentação fetal com a paciente. -Paciente com alimentação recente, afebril, sem influência de drogas ou medicações. -Examinador na sala de exame. -Calibrar aparelho antes do início do exame. -Escala do papel gráfico: na horizontal 1cm=1min e na vertical 1cm=20-30bpm. CRITÉRIOS AVALIADOS: -FC fetal basal: BCF médio além das acelerações e desacelerações.ü Normal: 120-160bpm.ü Regulação pela maturação do controle cardíaco parassimpático.ü Avaliar por pelo menos 10 minutos. ü .Olhar a FCF basal pela linha traçada na cardiotocografia, logo, a FCF basal média desse feto é de 125bpm, ou seja, está normal. .Quando temos um feto taquicárdico, temos que pensar em corioamnionite ou infecção ovular), porque quando existe infecção ovular a primeira coisa que vai acontecer é taquicardia fetal. Logo, sempre que tivermos uma paciente com feto taquicárdico temos que pergunta pra ela se não perder líquido amniótico. -Variabilidade: Variação em relação ao nível basal de 10 ou mais bpm.ü Batimento a batimento (ponto a ponto ou curta) - de 10 a 25 bpm em relação à FC fetal basal.ü Variabilidade longa - de 1 a 5 ciclos/min.ü Variabilidade aumentada: avaliar respiração fetal, movimentos fetais e idade gestacional (>30 semanas).ü Variabilidade diminuída: menos que 5 bpm - atentar para acidose materna, drogas analgésicas, jejum materno, sulfato de magnésio, metildopa. ü Variabilidade diminuída ou ausente: sinal de hipóxia fetal, prematuridade, sono (lembrar do estímulo vibro acústico). ü .Existe uma alternância batida a batida, isso é variabilidade. Sendo o normal entre 6-25 batidas. .Variabilidade diminuída + FCF alta de 160bpm. .Variabilidade ausente/lisa/silente + FCF basal de 150bpm. A linha de base é reta. .Variabilidade ausente, linha de base é reta. .Variabilidade aumenta, geralmente devido movimentação fetal intensa. -Acelerações transitórias. -Desacelerações. PADRÕES DE FCF: -Basal: Normal: 120-160bpm.ü -Taquicardia: Leve: 160-180bpm.ü Severa: >180bpm.ü Por mais de 15min.ü Causas: febre materna, corioamnionite, arritmias cardíacas fetais, drogas (terbutalina), sofrimento fetal, evento hipóxico inicial, tireotoxicose. SEMPRE TEM QUE EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO! ü -Bradicardia: FCF < 120bpm por mais de 15 minutos.ü Entre 100-119bpm sem outras alterações não é sofrimento fetal, pode ser compressão de polo cefálico, variedade de posição (occipito púbica ou occipito transversa) ou iminência de parto. ü Bradicardia é sempre ruim até que se prove ao contrário, devido alto risco de hipóxia fetal. ü Moderada: 80-100bpm.ü Severa: <80bpm por >3min.ü Causas: hipóxia fetal, DPP, DDH materno. ü .FCF basal está entre 90-110bpm, logo temos um feto que está bradicárdico, acendendo luzinha de alerta para risco de hipóxia fetal. -Acelerações (AT): FCF periódica, desvios da linha de base relacionados às contrações uterinas.ü Aumento de 15bpm por 20 segundos.ü São tranquilizadoras.ü Ocorrem por movimentação fetal, contrações ou estímulo fetal (manual ou vibro acústica).ü Acontece sempre em toda gestação mas, o critério de aumento de 15bpm por pelo menos 15-20s é quando o feto tem >32 semanas de IG. Logo, em IG<32 semanas, o feto faz aceleração transitória também, mas não aumenta tanto a FCF basal e não sustenta por muito tempo também. Então, se for <32 semanas, consideramos aceleração transitória quando aumenta 10bpm e sustenta por 10 segundos. ü .FCF basal está normal entre 110-160bpm + 3 acelerações transitórias com aumento de pelo menos 15bpm por 15 segundos (sinal de que o feto está se mexendo e tem uma vitalidade adequada). .Lembrar que 1 quadradinho corresponde a 1 minuto. .Muitas acelerações transitórias o que nos diz que o feto está bem, está se movimentando bastante, está bem oxigenado. .FCF basal desse feto é de 140 bpm, mas sem acelerações transitórias. Pode ser que esse feto não esteja se mexendo porque ele não está bem, podendo ser um indicativo de hipóxia fetal também. Então, é bom que tenha aceleração transitória, se não tem, temos que pensar em hipóxia. .Tomar cuidado, porque em algumas situações o feto não está tendo aceleração transitória porque está apenas dormindo e não em hipóxia. .Como saber se a falta de aceleração transitória é por hipóxia ou porque ele está dormindo? Estímulo vibro acústico com uma buzina. -Desacelerações: FCF periódica, desvios da linha de base relacionados às contrações uterinas.ü Precoce ou DIP I: ü .FCF entre 100-110bpm ou diminuição de 30bpm abaixo da linha basal; .Pico de desaceleração coincide com pico de contração - toda vez que contrai o útero cai a FCF; .Reflexo vagal (barorreceptores sentem o aumento da pressão e vão fazer uma descarga parassimpática, que é rica em acetilcolina a qual abaixa a FCF) por compressão do polo cefálico. .Normal de acontecer no final da fase ativa do trabalho de parto e em gestantes que já tiveram bolsa rota ou pouco líquido amniótico. .Traçado cheio de variabilidade + FCF normal + todas as vezes que tem uma contração uterina, tem-se uma desaceleração da FCF e, o pico da contração coincide com o pico de desaceleração. .DIP I é normal, não precisamos fazer nada. Especialmente em fase final de trabalho de parto. Tardia ou DIP II:ü .Diminuição da FCF cerca de 30 segundos após início da contração; .Inclinação da curva é gradual e simétrica; .Indica insuficiência placentária e sofrimento fetal; .Causas: hipotensão materna, taquissistolia, disfunção placentária por patologias prévias. .Feto com baixa reserva de oxigênio - fetos que tem alguma patologia como crescimento uterino restrito - toda vez que o útero contrai acaba diminuindo a oferta de oxigênio para o feto, mas em um feto normal nada vai acontecer, mas se o feto já tem baixa reserva de oxigênio, quando o útero contrair vai faltar oxigênio e vai baixar a pO2 desse feto, aumentar a pCO2 (placenta não está conseguindo fazer as trocas, está insuficiente) e o feto vai ficar acidótico. .Acidose não é bom e quem sente essa acidose são os quimiorreceptores que respondem fazendo uma vasoconstrição periférica. Com isso,os barorreceptores vão entender que está tendo uma dificuldade do sangue em perfundir esse feto, sentindo que está aumentando a pressão, respondendo fazendo uma descarga parassimpática, ou seja, liberam acetilcolina e o feto vai fazer bradicardia. .Esse mecanismo citado acima leva um tempo para acontecer e, esse tempo é mostrado no registro do cardiotoco. Vai desacelerar depois da contração. .É ruim pois nos mostra que o feto está em hipóxia aguda, indicativo de sofrimento fetal. .FCF desacelera depois da contração uterina, por isso desaceleração tardia. Variável ou DIP III ou umbilical:ü .Por oclusão do cordão umbilical (funículo), parcial ou completa - aumentando a pressão no feto, desencadeando resposta dos barorreceptores baixando a FCF; .Não relacionada à contração; .Desaceleração abrupta, onda de aspecto recortado, pode ter ombro de aceleração; .Causas: circular ou nó de cordão, oligoâmnio. .Indicador de prognóstico ruim - hipóxia fetal. .A desaceleração da FCF não tem nada haver com a contração uterina. Prolongada:ü .Diminuição da FCF por mais de 60 segundos e por menos de 15 minutos; .Causas: parto iminente, taquissistolia, hipotensão materna, analgesia, DPP, prolapso de cordão, nó de cordão. -Arritmias: Picos abruptos de bradicardia ou taquicardia.ü Em 30% há defeito cardíaco estrutural associado.ü Significativo se hidropsia fetal. ü -Padrão sinusoidal: Casos de anemia fetal severa.ü Sofrimento fetal.ü PONTUAÇÃO: -Linha de base: se >120 e <160: 1. -Variabilidade: se >10 e <25: 1. -Acelerações: 2 em 10min (1), se com contração (1) ou se presente em 60% das movimentações fetal (2). -Desacelerações: se ausentes: 1. -4 ou 5 : feto ativo. -2 ou 3: feto hipoativo. -0 ou 1: feto inativo. REATIVIDADE: -Fazer estímulo vibro acústico se o feto estiver hipoativo. -Estímulo no polo cefálico. -Reativo quando aumento da FCF em 15bpm por mais que 2 minutos. -Tranquilizador. FCF <120bpm ( ) 0 120-160bpm ( ) 1 <160bpm ( ) 1 VARIABILIDADE <10bpm ( ) 0 10-25bpm ( ) 1 ACELERAÇÃO TRANSITÓRIA/MOVIMENTAÇÃO FETAL <02 AT em 10min ( ) 0 >02 AT em 10 min ( ) 1 OBS: AT com amplitude de 15bpm e duração mínima de 15 segundos. ACELERAÇÃO TRANSITÓRIA/CONTRAÇÃO Presente ( ) 1 Ausente ( ) 2 DESACELERAÇÕES Presente ( ) 0 Ausente ( ) 1 Feto ativo ( ) 4-5 Feto Reativo ( ) Feto hipoativo ( ) 2-3 Feto hiporreativo ( ) Feto inativo ( ) 0-1 Feto não reativo ( ) Reatividade = cardioaceleração de 20bpm por 3 segundos. TEM QUE SABER --> Preditores de hipóxia fetal = bradicardia fetal e ausência de variabilidade. Marcadores de morte fetal iminente. QUAIS SINAIS SUGEREM HIPÓXIA FETAL AGUDA? R: Variabilidade ausente, DIP II, DIP III, bradicardia fetal persistente e padrão sinusoidal. PADRÕES DA CARDIOTOCOGRAFIA INTRAPARTO: -Padrão tipo I: tudo que está dentro da normalidade --> FCF basal entre 110-160bpm, variabilidade presente entre 6-25bpm, AT podem ou não estar presentes (ausentes quando a mulher já está em trabalho de parto e o bebê não consegue se mexer muito, pois já está todo apertado no canal de parto) e não pode ter desaceleração (exceto se for DIP I, que é fisiológica). Conduta: expectante.ü -Padrão tipo II: tudo que tem indeterminado --> ex: paciente com variabilidade normal e DIP II. Conduta: Identificar a causa, mudança de decúbito, descontinuar ocitocina, colocar cateter nasal de O2 e manter o registro da cardiotocografia. Geralmente, depois dessa conduta a cardiotocografia vai assumir um padrão ou ela vai virar um tipo III ou um tipo I, se virar tipo III temos que fazer o parto pela via mais rápida (seja cesariana ou instrumentação do parto normal se dilatação completa) e se virar tipo I, podemos observar mais um pouco. ü -Padrão tipo III: tudo que tem de achado que sugere hipóxia fetal aguda --> variabilidade ausente e DIP II, DIP III ou bradicardia fetal + padrão sinusoidal. Conduta: Identificar a causa, mudança de decúbito, descontinuar ocitocina e colocar cateter nasal de O2. Se fizermos essa conduta por 1-2min e continua do mesmo jeito a cardiotocografia, temos que realizar o parto pela via mais rápida, devido sofrimento fetal agudo. ü CARDIOTOCOGRAFIA terça-feira, 7 de junho de 2022 11:03
Compartilhar