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Le� d� Introduçã� à� Norma� d� Direit� Brasileir� Lei de Introdução ao Código Civil - Lei nº 4.657/42 - estabelece normas sobre a aplicação das leis no Brasil e sobre o conflito de leis nacionais e estrangeiras (direito internacional e privado ARTIGOS 1º AO 6º DA LEI DE INTRODUÇÃO - início e fim de vigência de lei de qualquer natureza; - modos de revogação da lei - presunção de conhecimento de lei em vigor - exigência de que o juiz julgue o caso ainda que inexista lei específica - condicionamento da aplicação da lei pelo juiz segundo os fins sociais e o bem comum; - princípio da garantia do direito adquirido, incluindo o ato jurídico perfeito e o trânsito em julgado da sentença judicial DA VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO Processo legislativo para a criação de leis → Vigência - após a vacatio legis: que pode vir especificada na norma ou não, caso não venha entenderá que será de 45 dias após a sua publicação oficial. → Como contar esse prazo? - inclui o dia do começo do prazo (publicação) e o dia do vencimento → Norma corretiva (art. 1º §3º da LINDB) é aquela que existe para achar equívocos importantes cometidos pelo comando legal - as correções do texto de lei já em vigor devem ser consideradas como sendo uma lei nova - os prazos mencionados no caso de uma nova publicação devem ocorrer a partir dessa nova data - se a correção for feita DENTRO DA VIGÊNCIA DA LEI , ela, mesmo errada, vigorará até a data do novo diploma civil publicado para corrigi-la, pois uma lei deverá presumir-se sempre correta. Assim, deverá ser respeitada até o momento de sua retificação. - se apenas uma parte da lei for corrigida, o prazo começa a fluir somente para a parte retificada REVOGAÇÃO DA LEI Revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia (só pode ser feito por outra lei) → Pode ser feita de 2 formas: - Total ou Ab-rogação: Ocorre quando toda a norma perde seu efeito, via norma emergente. - Parcial ou Derrogação: Ocorre quando uma lei nova perde parte de seu efeito mediante lei anterior → essas duas formas ainda se classificam em duas outras formas: - Expressa ou por via direta Quando a lei nova taxativamente declara revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que pretende retirar. - Tácita ou por via oblíqua Quando a lei posterior é incompatível com a anterior, não havendo previsão expressa no texto quanto à sua revogação → Princípio da continuidade da lei (art. 2º da LINDB) - após entrar em vigor, só perde sua eficácia até que outra a modifique ou revogue. → Normas com sentido complementar: - lei nova que estabelece disposições gerais ou especiais sobre as que já existem. A lei pode ter vigência temporária, cessando em caso de: → Advento de tempo fixado para a sua duração - leis destinadas a existir apenas durante determinado período. → Implemento de condição resolutiva (circunstanciais) - leis que perdem sua vigência em virtude de condição. (ex: caso de guerras, não há a determinação de um fim, ela cessará quando não houver mais função dentro do contexto) → Consecução de seus fins - lei destinada a um determinado fim, cessando quando esse se realiza. (ex: indenização a familiares de pessoas envolvidas no Golpe de 64, perdeu sua eficácia no momento em que o pagamento das indenizações foram concluídos) - caducidade da lei (o próprio contexto a revoga) Nem toda lei especial revoga a geral!! Havendo incompatibilidade haverá revogação tanto da lei geral pela especial e vice versa → Antinomia: (dúvida) É a presença de duas normas conflitantes. Decorre da existência de duas ou mais normas relativas ao mesmo caso. Imputando-lhe soluções contraditórias, válidas e vigentes. - divide-se em: a) real: conflito que não pode ser resolvido mediante a utilização dos aludidos critérios. (ex: dificuldade de determinar a norma predominante num conflito entre norma-superior-geral e uma norma-inferior-especial b) aparente: situação que pode ser resolvida com base nos critérios de interpretação. → Solução do conflito: - critério hierárquico ( a norma superior prevalece sobre a inferior) - critério cronológico (a norma posterior prevalece sobre a norma anterior) - critério da especialidade (a norma especial prevalece sobre a geral) → Antinomia de 1º grau - envolve apenas um dos critérios → Antinomia de 2º grau - quando envolver dois critérios ● especialidade > cronológico ● hierárquico > cronológico EFEITO REPRISTINATÓRIO É aquele pelo qual uma norma revogada volta a valer no caso de revogação da sua revogadora (art. 2º, § 3º) - exemplo: 1. norma A é válida 2. norma B revoga norma A 3. norma C revoga a norma B 4. norma A (que já foi revogada) volta a valer com a revogação (feita por C) de sua revogadora (B)? resposta: vai depender da disposição da lei mas, em geral, NÃO. ARTIGO 3º DA LINDB → Princípio da obrigatoriedade - iura novit curia - error facti/ error juris (não se pode alegar que não conhece uma lei para descumpri-la) ARTIGO 4º DA LINDB → Fenômeno da integração → analogia: aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de normas próximas, não havendo norma prevista para um determinado caso concreto → costumes: - práticas e usos reiteramos com conteúdo lícito e relevância jurídica Se dividem em: - segundo a lei (secundum legem): incidem quando há referência expressa aos costumes no texto legal - na falta de lei (praeter legem): aplicados quando a lei for omissa, costume integrativo. - contra a lei (contra legem): incidem quando a aplicação dos costumes contraria o que dispõe a lei. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO (ARTIGO 4º) Não decorrem rigorosamente das normas ou do ordenamento jurídico, mas da soma de vários fatores. - ajudar o aplicador do direito na busca da justiça, baseando-se na estrutura da sociedade - caráter normativo, regramentos básicos, aplicáveis a um determinado instituto ou ramo jurídico, visando auxiliar o aplicador do direito. Ver sobre a aplicação dos princípios constitucionais às relações privadas → Equidade (artigo 5º LINDB e artigo 140 do CPC) - não constitui meio supletivo de lacuna na lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta - é empregada quando a própria lei cria espaços ou lacunas para o juiz formular a norma mais adequada ao caso. - é utilizada quando a lei expressamente permite O juiz deve buscar a pacificação social mediante aplicação dos princípios fundamentais que protegem a pessoa humana, repulsa à interpretação puramente literal e ao sistema interpretativo da intenção ou vontade do legislador. ARTIGO 6º - da proteção do ato jurídico perfeito, da coisa julgada e o direito adquirido. - a norma é criada para valer ao futuro e não ao passado ( a irretroatividade é a regra e a retroatividade é a exceção) → Direito adquirido é o direito material ou imaterial já incorporado ao patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. - ex: benefício previdenciário já usufruído por alguém. → Ato jurídico perfeito é a manifestação de vontade lícita, já emanada por quem esteja em livre disposição e aperfeiçoada → Coisa julgada é a decisão judicial já prolatada, da qual não cabe mais recurso. Deve-se prezar por um sistema jurídico de maior mobilidade e de melhor possibilidade de adaptação às mudanças sociais.
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