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ARTIGO LUBRIFICAÇÃO


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ISSN 2359-4799 
Volume 6 / Número 1 / Ano 2020 – p. XX-YY 
DOI:YYYYYY 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO PARA A DIMINUIÇÃO DO 
ATRITO NOS PROCESSOS USINAGEM 
 
THE IMPORTANCE OF LUBRIFICATION FOR DECREASE OF ATTRITION 
ON MACHINING PROCESSES 
 
1Guilherme de Freitas Costa Grillo. 
 
 1Instituto Federal do Espírito Santo. E-mail: guilhermedefreitascostagrillo@gmail.com. 
 
 
 
Resumo: Os processos de usinagem são marcados por diversos fatores que influenciam da produção 
de peças. Entre esses fatores, há fenômenos complicam o processo e afetam não só a vida útil das 
ferramentas envolvidas, mas também dificultam o processo em si. Como forma de diminuir a 
ocorrência de tais fenômenos, a utilização de lubrificantes se mostra de grande influência para tornar o 
processo mais eficiente, protegendo e prolongando a vida dos equipamentos. 
Palavras-chave: Lubrificação; atrito; usinagem; desgaste 
 
Abstract: The machining processes are well-marked for several factors that influence the production 
of mechanical parts. Among these factors, there are phenomena that complicate the process and affect 
not only the life cycle of the tools involved, but also interfere the process itself. As a solution to 
decrease the occurrence of such phenomena, the use of lubricants shows considerable influence to 
make the process more efficient, protecting and prolonging the life cycle of the equipments. 
Keywords: Lubrification; attrition; machining; wear 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Quando das superfícies se 
encontram em contato e movimento 
relativo, aparecem forças que 
dificultam/impedem tal movimento, as 
quais são chamadas de forças de atrito. 
Devido a estas forças de atrito, grande 
parte da energia empregada na 
movimentação dos componentes de 
sistemas mecânicos é dissipada, 
principalmente na forma de calor. 
Juntamente com o atrito, há também o 
desgaste destes componentes, fazendo com 
que estes tenham uma vida útil reduzida 
(OLIVEIRA JÚNIOR, 2013). 
 
 Com o intuito de diminuir o atrito e 
o desgaste nos pares tribológicos, faz-se a 
inserção de lubrificantes no contato entre 
as superfícies separando-as por um filme 
lubrificante (OLIVEIRA JÚNIOR, 2013). 
No caso dos processos de usinagem, a 
lubrificação ocorre por meio do fluido de 
corte. 
 
 Na maioria das aplicações 
tribológicas, lubrificantes líquidos ou graxa 
são utilizados para combater o atrito e o 
desgaste, mas quando as condições se 
tornam muito severas (ou seja, 
temperaturas muito elevadas ou muito 
 
 
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baixas, ambiente em vácuo, radiação, 
pressões de contato extremas, limpeza e 
higiene, alimentos e farmacêutico etc.), os 
lubrificantes sólidos podem ser a única 
opção para controlar o atrito e o desgaste 
(ERDEMIR, 2001). 
 
 Neste trabalho, irá se destacar o 
atrito e o desgaste como sua consequência 
no processo de usinagem, quando se trata 
da interação entre a peça e a ferramenta, 
trazendo os fatores que influenciam e as 
consequências de ambas as incidências. 
Por fim, trazer as informações acerca o 
fluido de corte e como ele pode atuar como 
método de diminuição do atrito, 
solucionando o problema causado 
consequentemente pelo desgaste no 
processo. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 A usinagem é um processo que 
confere à peça diversos fatores, como 
forma, dimensão, acabamento superficial 
ou até todos esses fatores combinados, por 
meio da remoção de material sob a forma 
de cavaco, utilizando uma ferramenta de 
corte. Essa interação acontece na chamada 
interface ferramenta/cavaco e gera um 
fator que influencia no processo de 
usinagem: o atrito. 
 
2.1 INTERFACE 
FERRAMENTA/CAVACO 
 
 A formação do cavaco é um 
processo periódico, com cada ciclo 
dividido em quatro eventos distintos, sendo 
o último o movimento do cavaco sobre a 
superfície de saída da ferramenta. As 
condições nas quais esse escorregamento 
acontece têm influências marcantes em 
todo processo, particularmente no 
mecanismo de formação do cavaco, na 
força de usinagem, no calor gerado durante 
o corte e, consequentemente, na 
temperatura de corte e nos mecanismos e 
taxa de desgaste das ferramentas, afetando 
assim seu tempo de vida (MACHADO, 
2009). 
 
 O conceito clássico de atrito, 
baseado nas leis de Amonton e Coulomb, 
não é apropriado para aplicação em 
usinagem dos metais, pois, nesse caso, a 
força de atrito é proporcional à força 
normal, sendo a constante de 
proporcionalidade chamada "coeficiente de 
atrito". Em condições usuais de corte, a 
pressão normal à superfície de saída da 
ferramenta é, geralmente, bastante elevada, 
chegando a 3,5 GN/m2 na usinagem de 
certos aços (TRENT, 1963). 
 
 Quem mais difundiu a teoria das 
condições da interface ferramenta/cavaco, 
nos meios científicos foi Trent, que desde 
1963 identificou e definiu com muita 
competência a "zona de aderência" (seizure 
zone ou sticking zone) e a "zona de 
escorregamento" (sliding zone). A zona de 
aderência se estende da aresta de corte para 
dentro da superfície de saída da 
ferramenta, com uma zona de 
escorregamento se desenvolvendo ao longo 
de sua periferia, identificadas na figura 1, 
pelas linhas BC sendo a zona de aderência 
e CD a zona de escorregamento. 
 
Figura 1: Áreas de aderência e 
escorregamento 
 
Fonte: (TRENT; WRIGHT, 2000) 
 
 Em determinadas condições, a zona 
de aderência pode ser suprimida, 
prevalecendo apenas a condição de 
escorregamento ou zona de 
 
 
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escorregamento, citada no parágrafo 
anterior e abordada mais à frente. Outra 
situação é a existência da APC, fenômeno 
que pode ocorrer a baixas velocidades de 
corte. A presença da APC altera a 
geometria da cunha cortante, o que afeta 
todo o processo de usinagem. 
 
2.1.1 Atrito 
 
 Quando duas superfícies são 
colocadas justapostas e em eminente 
movimento relativo, a área de contato real 
é muito menor que a área de contato 
aparente, devido às micro irregularidades 
presentes em qualquer superfície acabada, 
como ilustrado na figura 2. 
 
Figura 2: ilustração de área de contato com 
carregamento. 
 
Fonte: Machado (2009) 
 
 Aplicando-se uma força normal 
(N), os pontos de contato são deformados 
plasticamente, e a área de contato real (Ar) 
aumenta para suportar essa nova carga. A 
força tangencial (F) (ou força de atrito), 
por conseguinte, aumenta 
proporcionalmente, e o limite de 
proporcionalidade é o coeficiente de atrito 
µ, valendo, portanto, a Lei de Atrito de 
Coulomb (MACHADO, 2009). 
 
 Se a força normal aplicada for 
aumentada indefinidamente, pode-se 
atingir uma situação em que todos os picos 
das irregularidades se deformarão de tal 
maneira que a área real se iguala à área 
aparente. A força normal necessária para 
que isso aconteça é definida como "força 
normal limite" e, a partir desse valor, o 
aumento da força normal não altera mais a 
força tangencial (ou de atrito), isto é, a 
força tangencial não é mais proporcional à 
força normal, pois passa a ser constante e 
assume valor suficiente para vencera 
resistência ao cisalhamento do material 
menos resistente. Nessas condições, a Lei 
de Atrito de Coulomb não tem mais 
validade (MACHADO, 2009). 
 
2.1.2 Zona de aderência 
 
Foi por meio da análise de 
micrografias da raiz do cavaco (obtidas por 
quick-stop) de vários materiais usinados 
com aço rápido e metal duro que se pôde 
obter evidências claras de "contato 
absoluto" ao longo de uma grande porção 
da interface ferramenta/cavaco (TRENT, 
1963). Essa região foi denominada "zona 
de aderência". 
 
As "condições de aderência" devem 
ser assumidas como inevitáveis para a 
usinagem de, praticamente, todos os 
materiais (exceto alguns de corte fácil), e 
utilizando-se qualquer tipo de ferramenta 
de corte. Altas tensões de compressão, 
grandes quantidades e altas taxas de 
deformação, que provocam altas 
temperaturasna interface 
ferramenta/cavaco, bem como a pureza do 
material da peça em contato com a 
ferramenta, promovem ligações atômicas 
nessa interface, causando aderência 
(TRENT, 1988a, 1988b, 1988c). 
 
Em condições de aderência, a taxa 
de desgaste da ferramenta vai depender dos 
mecanismos de desgaste que prevalecem 
na interface. As altas temperaturas 
desenvolvidas podem exercer influências 
marcantes nos mecanismos de desgaste 
termicamente ativados. 
 
Outro mecanismo que pode estar 
presente nessas condições de aderência é a 
deformação plástica, caso o material em 
usinagem possua razoável rigidez. Nesse 
caso, as elevadas temperaturas 
 
 
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desenvolvidas na zona de fluxo e 
acopladas às altas forças de usinagem 
desenvolvidas por esse tipo de material 
podem ser suficientes para vencer o limite 
de escoamento do material da ferramenta e 
provocar o seu colapso. 
 
Alguns lubrificantes sólidos podem 
atuar na interface ferramenta/cavaco e 
minimizar, ou mesmo suprimir, a zona de 
aderência, caracterizando as condições 
especiais em que prevalece apenas a zona 
de escorregamento. 
 
2.1.2 Zona de escorregamento 
 
 Além de aderência, condições de 
escorregamento também são observadas na 
periferia da área de contato entre o cavaco 
e a ferramenta (TRENT, 1988a). Nessas 
condições, a área real (Ap) é muto menor 
que a área aparente (A), bem como que a 
zona de intenso fluxo de material está 
ausente, porque as ligações que se formam 
são mais fracas que as ligações internas 
dos materiais da peça e da ferramenta. O 
movimento relativo acontece justamente na 
interface, por meio de um processo 
conhecido como stick-slip, no qual há um 
início de aderência seguido por 
escorregamento na interface (SHAW et al., 
1960). 
 
2.1.3 ARESTA POSTIÇA DE CORTE 
(APC) 
 
 Quando se usina a baixas 
velocidades de corte, um fenômeno 
conhecido como APC pode ocorrer na 
interface ferramenta/cavaco. Existem 
evidências de que a APC é contínua com o 
material da peça e do cavaco, em vez de 
ser um corpo separado de material 
encruado sobre o qual o cavaco se escoa 
(TRENT, 1963). 
 
 Na interface, a primeira camada do 
material da peça que se une por meio de 
ligações atômicas é endurecida a frio, 
aumentando, assim, seu limite de 
escoamento e, por conseguinte, a tensão de 
cisalhamento torna-se insuficiente para 
romper tais ligações. As deformações, 
então, continuam nas camadas superiores 
adjacentes, mais afastadas da interface, até 
que estejam também encruadas o suficiente 
(MACHADO, 2009). Esse processo ocorre 
até que seu tamanho atinja um valor no 
qual a tensão de cisalhamento é suficiente 
para mudar a zona primária de 
cisalhamento, ocorrendo uma ruptura, e 
assim reiniciando o processo, como mostra 
a sequência de 1 a 4 na figura 3. 
 
Figura 3: processo de formação da APC até 
sua ruptura 
 
Fonte: Machado (2009) 
 
 A formação da APC é desfavorável 
para o processo de usinagem, pois na 
presença da APC, as forças de usinagem 
são geralmente baixas, porque a APC age 
como se fosse uma ferramenta com área de 
contato restrito, reduzindo efetivamente o 
comprimento de contato na aresta de corte 
(TRENT & WRIGHT, 2000). Além disso, 
APC aumenta bastante o ângulo de saída 
efetivo, o que diminui as forças de 
usinagem. 
 
 Na usinagem com APC, se esta for 
estável, ela protege a superfície de saída da 
ferramenta. O desgaste, nesse caso, é 
provocado apenas por adesão e abrasão na 
superfície de folga, causado por partes da 
APC que se arrastam por entre a superfície 
de folga da ferramenta e da peça. No caso 
 
 
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de ser instável, isto é, existir uma 
frequência na sua existência, um outro 
importante mecanismo de desgaste, que 
envolve a aderência e o arrastamento de 
micropartículas estará presente e acelerará 
o desenvolvimento do desgaste 
(MACHADO, 2009). 
 
 Todos esses pontos corroboram 
para o aumento do desgaste da ferramenta 
no processo de usinagem, necessitando 
assim de uma solução que facilite o 
processo de usinagem. 
 
2.2 DESGASTE 
 
 A Norma ISO 3685 (1993) define 
desgaste em ferramentas como a "mudança 
de sua forma original durante o corte, 
resultante da perda gradual de material". 
Em tribologia, define-se desgaste como 
sendo a destruição de uma ou de ambas as 
superfícies que compõem um sistema 
tribológico, geralmente envolvendo perda 
progressiva de material (HUTCHINGS, 
1992). 
 
 À destruição relacionam-se 
alterações geométricas, e ao desgaste em 
usinagem, a mudança da geometria da 
ferramenta de corte por perda de massa. 
No desgaste essa perda acontece de 
maneira contínua e progressiva, e em 
proporções pequenas, às vezes no nível 
atômico, às vezes no nível dos grãos do 
material. O desgaste pode ocorrer segundo 
vários mecanismos e a deformação plástica 
pode fazer parte desses mecanismos. 
 
 Esse fenômeno pode ser diminuído 
com uso de substâncias conhecidas como 
fluidos de corte, cujo emprego veremos a 
seguir. 
 
2.2 FLUIDOS DE CORTE 
 
 Na usinagem, o uso de fluidos de 
corte, quando escolhidos e aplicados 
apropriadamente, traz benefícios. Para 
Machado (2009), a seleção adequada de 
um fluido de corte deve recair sobre aquele 
que possuir composição química e 
propriedades corretas para lidar com as 
adversidades de um processo de corte 
específico. Ele deve ser aplicado usando-se 
um método que permita sua chegada o 
mais próximo possível da aresta de corte 
dentro da interface ferramenta/cavaco, a 
fim de assegurar que suas funções sejam 
exercidas adequadamente. 
 
 Segundo Machado (2009) as 
principais funções dos fluidos de corte são: 
lubrificação a baixas velocidades de corte; 
refrigeração a altas velocidades de corte; 
remoção dos cavacos na zona de corte e 
proteção da máquina-ferramenta e da peça 
contra oxidação. 
 
 Embora as primeiras duas funções 
sejam normalmente consideradas 
prioritárias, há situações em que a remoção 
de cavacos se torna crítica, como na 
furação profunda e no serramento, 
processos nos quais a aplicação deficiente 
de fluido de corte pode resultar no 
engripamento dos cavacos, o que causa a 
quebra prematura da ferramenta de corte 
(MACHADO, 2009). 
 
Sob baixas velocidades de corte, 
caso em que as temperaturas são mais 
baixas, a refrigeração é relativamente sem 
importância, enquanto a lubrificação é 
fundamental para reduzir o atrito. Sob altas 
velocidades de corte, a temperatura de 
usinagem é mais elevada; além disso, as 
condições não são favoráveis para a 
penetração do fluido de corte na interface 
para que ele exerça suas funções 
(MACHADO, 2009). 
 
Agindo como lubrificante, o fluido 
de corte contribui para reduzir o atrito e a 
área de contato ferramenta/cavaco, e sua 
eficiência vai depender da habilidade de 
penetrar na interface ferramenta/cavaco no 
curto período de tempo disponível e de 
formar um filme (seja por ataque químico, 
seja por absorção física) com resistência ao 
 
 
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cisalhamento menor que a resistência do 
material da peça (SHAW, 1951). 
 
 Ainda não está completamente 
claro como o fluido de corte ganha acesso 
à interface, nem até onde ele pode chegar. 
Algumas experiências relatam que o 
lubrificante não consegue acesso à zona de 
aderência, mas que na zona de 
escorregamento pode ser possível a 
presença de fluido (TRENT, 1967 e 1991; 
CHILDS & ROVV'E,1973). 
 
 Qualquer que seja o método de 
penetração do fluido de corte, uma vez na 
interface, ele deve formar um filme com 
resistência ao cisalhamento menor que a 
resistência do material da peça. Ele 
também pode restringir o caldeamento 
(união) do cavaco com a superfície de 
saída da ferramenta se aditivos apropriados 
forem acrescentados. A eficiência da 
lubrificação dependerá das propriedades do 
fluido, como característicasde 
molhabilidade, viscosidade, oleosidade e 
resistência do filme. Essas propriedades 
podem ser conseguidas com uma mistura 
adequada de aditivos (MACHADO, 2009). 
 
3 PROCESSOS METODOLÓGICOS 
 Este artigo foi baseado em estudo 
de artigos e livros acadêmicos para 
formulação da análise proposta. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Visto o que foi trabalhado no 
referencial teórico acerca das 
consequências das forças que dificultam o 
processo de usinagem, destacam-se alguns 
pontos. 
 
 Diversos fatores são fundamentais 
para a usinagem. Parâmetros como a 
velocidade de corte são pontos chave para 
o estudo do processo. Quando tratamos do 
processo de usinagem em baixas 
velocidades, há a acentuação de forças que 
se opõem ao movimento (forças de atrito), 
trazendo consequências que podem até 
inviabilizar o processo. 
 
A força de atrito acontece de forma 
mais complexa nos processos de usinagem 
devido as altas tensões que são submetidas 
no processo. Há a formação das zonas de 
aderência e de escorregamento, nas quais 
ocorrem mecanismos que causam o 
desgaste da ferramenta de corte, como 
deformações plásticas e mecanismos de 
desgaste térmicos, prejudicando a vida útil 
da mesma e a eficiência do processo de 
usinagem. 
 
 Além disso, sob baixas velocidades 
pode ocorrer a formação da aresta postiça 
de corte (APC). Esse fenômeno prejudica o 
processo de usinagem, pois é constatado 
uma diminuição na força de usinagem. 
 
 Os pontos destacados nos levam a 
buscar soluções que facilitem o processo. 
 
 Uma delas é a utilização dos fluidos 
de corte, que, com suas propriedades 
lubrificantes, causam a diminuição dessas 
forças que se opõem ao corte do material. 
 
 De acordo com Reis (2000) os 
fluidos de corte com a finalidade de 
lubrificar são aplicados em operações com 
baixas velocidades de corte, pois se 
acredita que nestas condições eles podem 
penetrar na interface cavaco-ferramenta. E 
nestas condições de corte a temperatura 
não é um problema para uso de 
refrigerante. 
 
Como lubrificante, o fluido de corte 
contribui para reduzir o atrito e a área de 
contato ferramenta/cavaco e 
ferramenta/peça, sua eficiência vai 
depender da habilidade da penetração na 
interface peça-ferramenta-cavaco 
(MACHADO, 2009). 
 
 A seleção do fluido de corte para 
cumprir as finalidades do local em que será 
empregado, dependem, inicialmente, das 
 
 
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características gerais de operação do 
equipamento, bem como as propriedades 
do lubrificante. Porém essa seleção é difícil 
devido à grande variedade de produtos 
disponíveis em um mercado altamente 
competitivo. O custo é alto e a utilização 
de um fluido de corte tem de ser justificada 
economicamente, isto é, os benefícios 
devem superar o investimento. 
 
5 CONCLUSÕES 
 Pode-se concluir que os fluidos de 
corte são uma solução eficiente como 
grande facilitador para o processo de 
usinagem, reduzindo as forças de atrito e 
impedindo o surgindo da APC. 
 
 Os fluidos de corte quando 
aplicados de maneira correta podem 
contribuir para o aumento da produtividade 
e reduzir os custos, tornando possível o uso 
de altas velocidades de corte. A aplicação 
eficaz de fluidos de corte pode também 
prolongar a vida da ferramenta e diminuir a 
quantidade de energia consumida, em 
comparação com o corte a seco. 
 
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