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Caso Clínico 1 - Dor Pélvica Crônica Identificação: A.M.J.L., 18 anos de idade, solteira, natural de Minas Gerais, procedente de São Paulo. Anamnese - Queixa e Duração: dor em hipogástrio há 5 dias, com piora nas últimas horas. - HPMA: paciente refere que há 2 dias iniciou quadro de febre (temperatura axilar 38,7°C),náuseas e vômitos, fez uso de analgésico e antitérmico, sem melhora dos quadros de febre e dor. No trajeto de casa para o hospital, percebeu a saída de “secreção purulenta” de odor fétido pela dor fétido pela vagina. - Antecedentes menstruais: telará e pubarca: entre 10 e 12 anos de idade e a menarca aos 13 anos de idade. Ciclos menstruais regulares, a cada 28 dias, com duração de 5 dias, DUM: há 8 dias. - Antecedentes sexuais: secaria aos 15 anos de idade; múltiplos parceiros. - Métodos Anticoncepcional: uso de camisinha irregularmente e pílula de emergência, esporadicamente. Nunca engravidou. Exame Físico - Geral: REG, lúcido, orientada no tempo e espaço, descorada ++/4+, desidratada ++/+4, icterícia +/3+, acianótica, eupneica, febril, - PA: 110 X 70 mmHg; temperatura axilar 38,7 °C. Pulso radial: 120 bpm Altura: 1,55 m. Peso: 53,3 kg. - Ginecológico Mamas: Simétricas e sem alterações a inspeção estática e dinâmica, palpação ausência de nódulos palpáveis, expressão papilar: negativa; gânglios axilares e supraclaviculares não palpáveis Abdome: Globoso, tenso, difusamente doloroso à palpação. DB: positivo; Ruídos hidro aéreo: diminuído. Palpação: Volumosa massa em hipogástrio, ocupando FID e flanco direito, que se estende até a cicatriz umbilical, com limites mal definidos, dolorosa à palpação. Vulva e períneo: Normal para sexo e idade, hímen roto (já tem teve relação). Especular: Conteúdo vaginal apresentando exsudato purulento em quantidade moderada. Após remoção do conteúdo vaginal,com gaze, identificou-se orifício fistuloso em fundo de saco vaginal posterior -> limite com a bexiga, drenando secreção purulenta (Figura 1). Toque vaginal bimanual: Colo uterino fibroelástico, doloroso à mobilização. Anexo direito palpável e doloroso. -> há uma infecção. Toque retal: Presença de abaulamento da parede retal anterior pela presença de massa endurecida, de mobilidade reduzida e dolorosa. EXAMES COMPLEMENTARES - Laboratoriais Colhidos no Pronto Atendimento - Beta HCG quantitativo: negativo - Hemograma: Hb 11, 8 - Leucocitose em sangue periférico. - Proteína C-reativa (PCR): elevada - Velocidade de hemossedimentação (VHS): elevada - Sorologias para hepatites (B e C) , HIV: Negativas, VDRL: Negativa Cultura do conteúdo vaginal: Pesquisa de chlamydia (PCR): positivo. Secreção endocervical: presença de 8 leucócitos por campo de imersão. - Imagem Tomografia computadorizada de abdome e pelve: Útero apresentava-se em AVF, contornos regulares e dimensões normais. Ecotextura preservada. Dimensões do útero: 7,2 x 4,2 x 3,0 cm, com volume estimado em 49,0 cc. Endométrio centrado e heterogêneo, com espessura de 1,4 cm (aspecto de endometrite). - Cavidade pélvica com presença de volumosa coleção multiloculada, com volume aproximado de 100 mL, estendendo-se para a fossa ilíaca direita. A coleção tem íntimo contato com o cólon sigmóide, a bexiga, o útero e os ovários. Presença de abscesso tubo-ovariano a direita caracterizado por formação sólido-cística multiloculada e septada de conteúdo anecogênico, com algumas áreas de conteúdo mais espesso, medindo 6 cm no seu maior eixo. Foram encontradas, também, hepatoesplenomegalia homogênea e pequena quantidade de líquido livre peri-hepático Exclui a possibilidade de um abortamento Critérios maiores Critérios menores Critérios elaborados Pode haver um abscesso hepático exclui a partir de exames. Abdome agudo infeccioso Devido ao processo infeccioso ou pode ser um achado Diagnóstico: DIP. Caso de indicação cirúrgica (abscesso roto), não necessariamente imediato (depende da condição clínica da paciente). Interna + analgesia + antiemético + antibiótico (CEFTRIAXONE + DOXICICLINA + METRONIDAZOL -> depende do tamanho do abscesso, se for grande - drena. Se estiver fistulizado, está roto (pus saindo daquela lugar e indo para outro) - CIRURGIA. Se estiver íntegro, espera 48hs para que o antibiótico possa atingir seu nível terapêutico) Cultura de chlamydia Caso Clínico 2 - Síndrome Hipertensivas na Gestação ID: R.O.G., 32 anos, natural de Nigéria, procedente do AMA Boracda, casada, barreira linguística. QD: cavaleira frontal e turvação visual há cerca de 3/4 horas. HPMA: paciente procedente do AME Boracea onde foi admitida com história de cefaleia frontal e turvação visual, sem outras queixas. No exame de avaliação no AME apresentou PA de 180x120mmHg. No momento da consulta na Emergência, a paciente mantinha as mesmas queixas. Negou estocomas, confusão mental, epigastralgia, perda de líquido ou sangramento vaginal. Referiu boa movimentação fetal. Questionada a respeito de acompanhamento pré-natal, refere ter dado início ao mesmo na Nigéria, e está há 6 dias no Brasil, sem nenhum acompanhamento. Exame Físico - AF: não sabe referir - AP: refere HAS sem uso de medicamentos, nega cirurgias. Nega alergias e vícios. - AO: menarca 13 anos, ciclos regulares. VSA ativa, início 17 anos parceiro único. MAC: preservativo. - 1 PC há 6 anos nativos, por DHEG, RNT, peso 2.500g. ICG: 29,6 sem cronologias. - EFG: BEG, hidratada, anictérica, acianótica, afebril, orientada. FC: 88 bpm. PA: 200x120 mmHg. AR: MV presente, sem ruídos adventícios. ACV: BRNF em 2 tempos sem ruídos acessórios. - EFO: ABD: sem alterações a palpação; altura uterina: 27 cm; dinâmica uterina: ausente; tônus uterino:normal; BCF: 158 bpm; movimentos fetais presentes, toque vaginal: colo grosso, posterior, impérvio -> sugere restrição fetal CONDUTA - Imediata: Posicionada em DLE Monitorização contínua da PA Anti-hipertensivo emergencial (de ação rápida): Hidralazina 5 mg - EV Sulfato de Magnésio: realizada sondagem vesical para quantificar diurese(deve ser usado para prevenção de iminência de eclampsia). Cuidado com toxicadas de sulfato de magnésio podendo gerar o relaxamento da musculatura lisa,ausência de reflexo, parada respiratória e cardíaca. Gluconato de Cálcio será o antígeno. Coleta de exames laboratoriais Internação hospitalar Conversado com a paciente e acompanhante para explicação da conduta e potenciais riscos. EVOLUÇÃO 20 minutos após 1ª dose Hidralazina: paciente assintomática. PA: 189x110mmHg em decúbito lateral esquerdo. Realizado 2ª dose hidralazina Corticoterapia para manuturacao pulmonar. Mas pode aumentar a pressão da mãe, podendo convulsionar (efeito mineralocorticoido) - fazer quando a pressão normalizar. Betametasona 12mg - IM - 1 vez ao dia por 2 dias EVOLUÇÃO 20 minutos após 2ª dose Hidralazina: paciente assinstómatica. PA: 160x100 mmHg em DLE. Realizado 3ª dose Hidralazina USG Obstétrico: peso fetal: 1160g; ILA:10; Biometria: 28 + 1 sem, doppler normal. Hipótese Diagnóstica DON: G2PC1A0 IGCR: 29 + 6 sem IGUS: - DOPA: DHEG? DOPP: IPC há 6 anos por DHEG, RNT DCC: HÁS Crônica Hipóteses Diagnósticas Gestação 3° trimestre Doença Hipertensiva da Gravidez + pré-eclâmpsia - Sobreposta à HAS Crônica Prematuridade Papel do ácido úrico na avaliação da paciente com pré-eclâmpsia será prognóstico Ideal que diminuía 25% a PÁ a cada dose. Hemograma - plaquetas - síndrome help Função hepática - síndrome help Creatinina - falência renal DHL - síndrome help Ácido úrico - prognóstico Bilirrubina - EVOLUÇÃO 20 minutos após 3 dose Hidralazina:paciente assintomático. PA: 151x96 mmHg em DLE. CONDUTA Controle de PA e dados vitais Mantido DLE Mantido Sulfato de Magnésio Aguarda exames laboratóriais Iniciado anti-hipertensivos de manutenção metildopa 1g/dia + nifedipino 60mg/dia EVOLUÇÃO Suspenso Sulfato de magnésio em 24 horas Até o 4º dia de internação manteve-se assintomática com variação de PA entre: PAS 158-138 mmHg e PAD: 88-96 mmHg EXAMES LABORATÓRIAIS *Colhido Proteinúria de 24 hs EVOLUÇÃO 6ºDI: USG Doppler Medicina Fetal 1. Gestação única, concepto vivo 2. IG: 28 + 5 semanas 3. Peso fetal: 1.106g (p10) 4. Estudo doppler: centralização fetal com ducto normal 5. Liquidões Amniotico reduzido CONDUTA Neuroproteção fetal com sulfato de magnésio Resolução da gestação 4h após início do sulfato de magnésio Realizado parto cesariano com incisão transversal RN PT, sexo feminino pré-termo, peso: 1040g, APGAR 1º min 5 e 5º min 8 encaminhado a UTI NEO. Cesária para evitar hipóxia fetal, as complicações de tentar parto via vaginal podem ser risco de sangramento, dificuldade de bebê D1P3 —> desaceleração variável (não apresentam relação temporal com as contrações. A queda é abrupta (<20 seg) (Compressão do cordão > aumento súbito da resistência vascular > aumento da PA > desaceleração variável) O Sulfato de Magnésio previne a leucomalasia Istmo - local da cesárea (disposição das fibras e menor vascularização) Biomarcadores + doppler para verificar indicação de invasão trofoblastica Cuidados específicos durante a administração do MgSO4: • Se houver necessidade de referenciar para outro serviço a gestante com diagnóstico de iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia, o esquema de preferência (mais seguro) do sulfato de magnésio é o de Pritchard; • A concentração terapêutica do íon magnésio varia de 4 a 7 mEq/ L (4,8 a 8,4 mg/dL), e o reflexo patelar fica abolido com 8 a 10 mEq/L e ocorre parada respiratória com 12 mEq/L. Assim, após a dose inicial, durante o esquema de manutenção (Zuspan, a cada hora, e Pritchard, antes da administração de cada dose), o sulfato de magnésio deve ser administrado somente quando estiverem presentes as seguintes condições: reflexo patelar + frequência respiratória (≥ 16 mov./min) + diurese de pelo menos 100 mL nas últimas 4 horas (25 mL/hora); • O gluconato de cálcio (1g por via intravenosa – 10 mL a 10% – administrado lentamente) deve ser utilizado nos casos de sinais de intoxicação pelo magnésio; • Na recorrência de crise convulsiva, administram-se 2g do sulfato de magnésio por via intravenosa (bolus), lentamente, e a manutenção passa a ser de 2g por hora. Se dois desses bolus não controlarem as convulsões, outros medicamentos devem ser administrados, como diazepam ou lorazepam; • Em pacientes com insuficiência renal, a administração de manutenção deve ser menor e controlada pela determinação da concentração de magnésio. Deve-se interromper a infusão do sulfato de magnésio se a creatinina sérica for maior que 1 mg/dL ou se a diurese inferior a 20 mL e reavaliar a concentração do magnésio em 6 horas. Se a concentração de creatinina sérica estiver entre 1 e 1,5 mg/ dL e houver diurese adequada, reduz-se a infusão do sulfato de magnésio pela metade e se reavalia a concentração de magnésio após 6 horas (Norwitz, 2017); • Deve-se manter o sulfato de magnésio durante 24 horas após a resolução da gestação ou após a última crise convulsiva." Tratado de obstetrícia Febrasgo, 28. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia